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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Eliete - Mario Sassi - Sob os Olhos da Clarividente


ELIETE
Eliete chegou ao Vale do Amanhecer na garupa de uma Honda de 350 cilindradas e com um barulho ensurdecedor. Calça rancheira, cabelo mal cuidado e blusa decotada. Trazia, no rosto jovem, a marca da velhice precoce. Na dureza dos olhos guardava a indiferença gerada pelo uso de drogas e, na face, a marca das intempéries. Foi recebida com o mesmo carinho dispensado aos hippies e, de pronto, se tornou parte integrante do nosso quotidiano. Sempre cortês e com um meio sorriso de indiferença, jamais reclamou ou fez qualquer ato que a tornasse menos simpática. Gerava, porém, em todos nós, um sentimento de tristeza e de abandono. Estar perto de Eliete era como estar próximo de um abismo, de coisas sem princípio nem fim.
Nascera no Rio de Janeiro, filha de um casal jovem e feliz. Antes dela, o casal tivera um menino. A menina, loira e bonita, era como um ornamento na vivência daquele casal, tipicamente carioca, de padrão econômico relativamente estável, de vida descuidada e superficial.
Trabalho, praia, amigos e o carro do último ano eras as preocupações maiores. Eliete assim cresceu, fútil, sem maiores problemas, alimentada, em seu incipiente intelecto, por histórias em quadrinhos, com escolaridade fácil e tendo a única preocupação a de manter-se nas ondas jovens das praias cariocas. Nenhum cuidado tirava o bom-humor constante da família.
Porém, no plano astral, os Mentores se movimentavam em benefício daquele lar. A vida despreocupada os levaria ao estacionamento, à estagnação espiritual e ao não cumprimento de suas obrigações espirituais. Eliete viera com a missão de trazer, àquela família, a mão de Deus! Como missionária, fora escolhida para sacudir a situação aparentemente estável daquele lar, e teve início, então, a série de dissabores nas vidas deles. Delegacias, hospitais, escândalos e toda gama de dores trazidas pelo submundo espiritual, começaram a afligir aquelas pessoas.
Aos quatorze anos, Eliete começou a trazer os primeiros problemas: por seu intermédio, o passado transcendental começou sua cobrança naquele lar despreparado para coisas mais sérias.
Eliete conheceu Félix, rapaz estróina e filho único de uma viúva neurótica. Logo, Félix iniciou-a no mundo dos sonhos e das drogas. O plano espiritual começou, assim, a exercer sua ação catalisadora na faixa cármica familiar. Félix a preparava, “espiritualmente”, para as viagens onde viviam experiências fantásticas.
O lazer constante e a ausência de problemas econômicos lhes dava condições para o luxo de pesquisas místicas, alternadas com pesquisas eróticas, e Eliete tornou-se verdadeira sacerdotisa do vício e dos absurdos. Rapidamente, seu comportamento começou a atingir a tranqüilidade de seus pais, pouco afeitos às questões psicológicas, sem nenhuma preocupação com o mundo dos espíritos, sem religião ou qualquer outra forma coibidora.
A situação de conflito se instalou. Sem saber procurar a solução para o problema, os pais de Eliete estavam preocupados, em primeiro lugar, com a manutenção de seu status de devaneio e despreocupação. A própria Eliete facilitou uma solução: foi morar na companhia de Félix e sua mãe, passando a viver, quotidianamente, num repugnante mundo de depravação. Nesse ínterim, as vidas de seus pais entrou em franca decomposição. Embora se amassem, não tinham tolerância e nem competência para enfrentar problemas mais sérios. A situação gerada pela vida de Eliete, de agressões e acusações mútuas, fez com que o casal se desquitasse.
O clímax da faixa cármica trouxe um princípio de solução: Félix, dopado, subiu, sub-recepticiamente, na carroçaria de um caminhão carregado de madeira. Dormiu e caiu do veículo em grande velocidade, morrendo no asfalto.
Eliete vivera, na companhia dele, três anos de depravação e licenciosidade. Sem o companheiro, ficou desnorteada, e foi viver com o pai. Ambos, porém, não se toleraram por muito tempo, e ela se mudou para a casa de sua mãe, onde o quadro de intolerância se repetiu. Sem saber o que fazer com Eliete, mandaram-na para estudar na Inglaterra, onde, em vez de ir para a faculdade, juntou-se a um grupo de hippies, com os quais viveu cerca de dois anos.
Desencantada e saturada de tudo, Eliete voltou ao Brasil, e passou a perambular pelas estradas, em companhia de outros jovens nas mesmas condições. Freqüentava as praias, as tabernas e vários locais de iniciações misteriosas, com isso adquirindo deformado conhecimento do mundo espiritual e da mediunidade.
Com o cérebro atingido pelas drogas, desenvolveu mediunidade angustiada. Vivia perturbada pelos sonhos fantásticos e por inquietação permanente.
Sua incerta peregrinação a trouxe para o Vale do Amanhecer, em companhia do grupo hippie. A viagem na garupa de uma motocicleta marcou o começo de sua redenção, pois ali ela encontrou amor e compreensão, a aceitação natural, a ausência de críticas e a vivência em meio ao trabalho mediúnico intenso, o que a levou a encontrar uma razão de viver.
Desenvolveu sua mediunidade, entrou em contato espiritual com seus Mentores, abandonou as drogas e, em pouco tempo, transformou-se numa boa moça, saudável física e mentalmente. Ingressou, decididamente, no caminho crístico do amor, da tolerância e da humildade.
Eliete fez sua Iniciação. Voltou para o Rio, mas não quis a companhia dos pais. Arrumou um emprego como balconista, e vive a vida tranqüila de quem sabe direcionar o seu próprio destino.
- É, Neiva, uma história interessante. Só não entendi uma coisa: geralmente, os jovens que aparecem por aqui têm sua desgraça debitada aos traumas de família, pais fracassados, mães desajustadas e coisas assim. Eliete, porém, nasceu num lar feliz, no qual havia amor, padrão de vida e posição elevados na sociedade. Como explicar isso?
- Ausência de um preparo espiritual, Mário, falta de profundidade vivencial. Não se esqueça de que estamos habituados a enfrentar os problemas dos que nos procuram quando existe uma crise, uma eclosão de conflitos. Em nossa preocupação em amainar a angústia, em nossa função de socorristas, não nos ligamos em julgar ou analisar, e, com isso, não vamos às raízes sociais, o que, aliás, não é de nossa competência. Nossa função não é controlar a sociedade, mas, sim, apenas dar amparo aos que nos procuram. O caso de Eliete é o mesmo do de milhares de jovens para os quais as funções do lar são somente de abrigo e proteção. O lar moderno tornou-se apenas isso, embora com muitas e benéficas exceções. É por isso que afirmamos ser a família o maior lugar dos reajustes, onde os espíritos se encontram para cobrar e resgatar suas dívidas espirituais e cármicas. A felicidade no lar tornou-se um padrão abstrato, uma espécie de representação generalizada. Imagine, Mário, um grupo de atores teatrais que fossem obrigados a viver seus papéis vinte e quatro horas por dia, andar na rua e em todos os lugares com suas caracterizações, e você terá uma idéia do Homem moderno. Papéis e mais papéis. No escritório, ele é o chefe; na rua, ele é o transeunte; no volante do carro, ele é o motorista; no clube, ele é o desportista; e em casa, ele é o chefe da família. Na verdade, todos esses papéis escondem seres angustiados, irresolvidos, despersonalizados. O Homem moderno vive a angústia da incerteza e da ausência de resposta para as indagações básica: de onde vem? Para onde vai?
- Neiva, já discutimos isso antes. Vimos que o Mediunismo seria uma solução, mas o simples fato de se falar em Mediunismo já parece fanatismo, superstição. Qual seria a mensagem que iria levar um pouco de lenitivo para tantos milhões de seres humanos? Como poderíamos atingir essas almas sofredoras?
- Mário, Mário! Não se preocupe tanto com isso. Lembre-se de que existe perfeita coordenação nos planos espirituais, e Deus provê a todas as criaturas sua oportunidade. Descrevi um quadro de superficialidade na vida humana, mas o Homem, que está sob a máscara do ator, tem um espírito transcendental a animar sua alma e a exigir o perfeito cumprimento das tarefas cármicas. O próprio caso de Eliete ilustra o que digo. Chegado o momento, as Leis Divinas entraram em ação, e seus pais foram jogados no cumprimento de suas faixas cármicas. Eliete serviu como instrumento, entre a vida que eles levavam, sem dor, sem sofrimento, sem preocupações, e para superação do sofrido quadro atual, eles irão encontrar o caminho de suas realizações espirituais.
- Neiva, será que só pelo sofrimento as criaturas encontram o caminho da realização espiritual?
- Não, Mário, não pelo sofrimento, mas, sim, pela dor!... É preciso saber a diferença entre uma coisa e outra. Aqui, no Vale, padecemos muita dor, não é verdade? Mas você acha que nós sofremos?
- É, pensando bem, é isso mesmo! Eu não me julgo um sofredor, e vejo poucos se queixarem aqui dentro. Entretanto, vivemos mergulhados na dor, sejam as nossas, ou sejam as dos outros. É, isso é muito interessante!
- Mário, há outro ângulo pelo qual esse problema precisa ser examinado, que é o da realização, na faixa da personalidade. Muitas vezes o excesso de bem estar, muita estabilidade e segurança social leva o espírito ao estacionamento, a interromper sua trajetória transcendental. Isso é verdadeiro até no plano físico.
O ser excessivamente perfeito, porém animalizado, só consegue emitir na horizontal do plano físico, e só recebe sua alimentação desse plano. Para que a pessoa se espiritualize, receba as inspirações do Céu, é necessário um certo equilíbrio entre a vida física e a espiritual. É por isso que os jejuns foram preconizados em épocas de maior religiosidade. Também, na vida social, um certo tipo de jejum é aconselhável...

terça-feira, 21 de abril de 2015

TRINO TUMUCHY – AULAS DE EVANGELIZAÇÃO



Salve Deus! Nossa Corrente entrou em uma forma interpretativa completamente diferente e vai se encontrando, na sua forma expressiva, com o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
É o caso da frase: “Eu sou o Caminho da Verdade e da Vida!” Houve, inicialmente, uma dúvida quanto à semântica desta frase, com a versão: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida!” Mas, nossa intuição mediúnica nos dizia que a primeira versão seria a mais correta.
Coloquemos de lado a parte intelectual, uma vez que, em nosso meio mediúnico, todos são semelhantes e aprendemos pelo processo do ensino intuitivo mediúnico. Aprendemos pela nossa mediunidade, e não pelo nosso intelecto.
Nossa memória não seria capaz de gravar todas as coisas que são ditas em nossa Doutrina. Se isto acontecesse, seríamos doutores em Teologia.
Em nossa individualidade, estamos alertas às coisas que se passam. Mesmo considerando nossos conhecimentos, nossos problemas e o nosso cansaço, vamos recebendo uma emanação e uma imantração das mensagens que deveremos ouvir.
Em nossas mensagens, somos sempre assistidos por espíritos maiores, que nos orientam. Na última aula, fomos assistidos pelo Mago de Arimatéia, um espírito extraordinário, do tempo de Jesus.
Nós deixamos, então, a transmissão dos conhecimentos por conta dos mentores, que vêm e transmitem, através de nossa mediunidade.
Todos os seres humanos partiram de um átomo crístico. É uma partícula divina que, segundo informações, fica situada no ventrículo do coração. Jesus, quando disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida!”, quis dizer: “Eu sou a própria Verdade!” Mas Jesus, falando assim na primeira pessoa – Eu – não ficaria muito de acordo com sua humildade.
Há, portanto, alguma coisa diferente na interpretação destas palavras. Aí, surge, então, a individualidade, o espírito, é que seria o caminho da Verdade e da Vida. O “Eu”, no caso, é a nossa individualidade, o nosso espírito, a parte superior do nosso ser.
Nossa parte negativa, isto é, a parte inferior do nosso Triângulo, é representada por dois ângulos, que seriam a vida positiva e a vida negativa, o Jeová Branco e o Jeová Negro. As duas partes caminham para a nossa individualidade, lá em cima, no terceiro ângulo do Triângulo.
O tamanho do Triângulo corresponde à evolução de cada um. Todas as virtudes daqui da Terra, os sistemas de vivência, moral, etc., a Lei do Perdão, a Lei do Evangelho, formam esta parte humana que tende a se absorver na individualidade.
Os conflitos da Terra não existem na individualidade, porque esta é o ponto de encontro, o símbolo do transcendental, é eterna e está muito acima destes valores.
O caminho da Verdade está situado na ponta superior deste Triângulo.
O nosso espírito não é afetado pela vida. Ele afeta o plexo físico e o microplexo, mas não é afetado pelos dois. O espírito traduz sempre, em todos os atos, a nossa transcendentalidade, nossa individualidade, e nessa individualidade nós mergulhamos no Triângulo, aqui na Terra. Então, o “Eu” é o ser superior que contém a partícula crística.
Naquela época, o próprio Jesus, que estava na Terra e que, apesar de ser um espírito muito evoluído, se submeteu a todas as condições da Terra, inclusive da destruição da matéria, através da morte física.
Nós, na nossa individualidade, somos, também, o caminho da Verdade e da Vida – mas, da nossa Verdade e da nossa Vida! Através da individualidade é que vamos ter a percepção da nossa personalidade, dos nossos compromissos, do dia a dia da nossa vida.
A Verdade é um problema individualizado. Cada um tem a sua Verdade, de acordo com suas possibilidades, dentro do universo das coisas. E, por isso, temos que cuidar de nossa individualidade, para termos nosso espírito iluminado, Ele só estará bem quando emitir em harmonia com a nossa Verdade.
Todos nós vivemos subordinados aos vários padrões de comportamento e pontos de referência, onde medimos nossos critérios de certo e errado. Quando passamos a admitir que somos uma vítima do destino, é porque tudo está errado e estamos sob a ação do nosso carma.
A falta de aceitação dos nossos problemas provém do desconhecimento da nossa Verdade. À proporção que vamos conhecendo nossa Verdade, vamos, também, começando a orientar nossa vida particular. O conhecimento de nossa vida – nossa Verdade – depende do nosso esforço, trabalhando na Lei do Auxílio, e da nossa conduta doutrinária.
Através do trabalho adquirimos uma série de bônus, que são traduzidos em energia celular. Esta energia, então, é traduzida em pranas, adquiridos pela nossa permanência dentro do ambiente da Corrente.
À medida que vamos penetrando em nossa individualidade, nossa luz interior vai ficando mais intensa. Ela ilumina nossa consciência, e vamos ficar sabendo o porquê e a resposta de tudo em nossas vidas.
A vida mediúnica é o desenvolvimento da vida intuitiva, à revelia da dedução e da indução. O pensamento humano, adotado na nossa civilização – civilização que adotou oficialmente esta posição filosófica do conhecimento que os gregos tinham do conhecimento humano – basicamente, é o seguinte: ou se aprende do particular para o geral, ou se aprende do geral para o particular.
O Vale do Amanhecer não se preocupa com estes fundamentos de dedução e indução. Aqui, nos preocupamos com a intuição. Não nos preocupamos em discriminar as pessoas. Perante nossa Doutrina, todos são iguais e procuramos ensinar pelo processo intuitivo. Cada um vai recebendo os ensinamentos e vai construindo o seu conhecimento, porque cada um é uma Verdade e uma Vida. A nossa individualidade é o caminho para encontrarmos nossa Verdade e nossa Vida. É isto o que significa “Eu sou o caminho da Verdade e da Vida!”
Nossa individualidade se assemelha a um computador, que vai acumulando cargas de informações. Nosso computador é como se estivesse ligado em série com outros computadores. Para o nosso computador convergem as informações de nossas encarnações anteriores. Mas só temos acesso a essas informações quando mergulhamos em nossa individualidade.
O maior problema que se apresenta para a vida de nossos médiuns e para o progresso desta Corrente é a capacidade, que um numero cada vez maior de médiuns tem, de mergulhar na sua individualidade e, através dela, adquirir a clareza, o esclarecimento e o conhecimento da sua Verdade, de maneira que, ao conhecê-la, se harmoniza com o seu próprio destino.
A adaptação à realidade é muito simples, mas, ao mesmo tempo, muito difícil. Toda explicação e todo conhecimento dos problemas que estão contidos dentro de nós têm, como solução, nada mais, nada menos, do que a nossa adaptação a uma realidade. Se quisermos nos equacionar para vivermos felizes, precisamos nos harmonizar com a nossa Verdade! Ao fazermos isso, estaremos nos enquadrando completamente no processo evangélico.
Estas explicações não são para os intelectuais – são para serem entendidas por todos nós. Assumimos compromissos muito sérios com a espiritualidade e vamos ter que deslanchar com observadores presentes ininterruptamente. Vamos ter que nos deslocar, e dar respostas a todos que nos abordarem.
O Vale do Amanhecer começa a se apresentar como uma opção de vida, e teremos que equacionar os problemas, tanto no sentido da experiência de vida como retransmitindo os ensinamentos àqueles que serão instruendos.
Vamos nos preparar, porque vamos receber discípulos com condições intelectuais muito superiores às nossas, e estas pessoas só aceitarão os ensinamentos se eles tiverem um mínimo de coincidência com a maneira que eles têm de encarar a vida.
Não poderemos mais ser agressivos, como vem ocorrendo. Precisamos transmitir os conhecimentos de acordo com as pessoas que vão recebê-los, pela intuição e com muito amor, tolerância e humildade.
Para terminar, lembramos a história daquele barqueiro, que sempre viveu à beira do rio. Um professor foi atravessar o rio e começou a brincar com o barqueiro: “Você conhece São Paulo?” O barqueiro, muito humilde, disse que não. O professor continuou: “Então, você está perdendo a sua vida... Você já leu Homero?” O barqueiro respondeu que não sabia ler. De novo, o professor disse: “Você está perdendo a sua vida...” A viagem continuou e, quando estavam no meio do rio, surgiu uma tempestade. O barqueiro perguntou ao professor: “O senhor sabe nadar?” O professor respondeu que não. Então, o barqueiro disse: “O senhor já perdeu a sua vida!...”
Para apresentarmos nossa Doutrina, só precisamos ter amor, tolerância e sermos humildes. Assim, não teremos nenhum problema ao transmitirmos os ensinamentos. Precisamos conhecer o Evangelho que praticamos para poder explicá-lo aos que chegam e só conhecem o Evangelho do livro.
A maioria das pessoas conhecem o Evangelho em torno de frases e não sabem o que é uma experiência mística, que é a nossa especialidade.
É por isso que Pai João determinou a execução dessas aulas evangélicas.
Salve Deus!

segunda-feira, 30 de março de 2015

A Conjunção de dois Planos - Mário Sassi


A visão do planeta Capela foi a abertura de um curso interplanetário, paralelo à missão da Clarividente Neiva. Desde então, ela foi aperfeiçoando sua carreira sideral, vivendo simultaneamente em três planos vibracionais: na matéria densa, no mundo etérico e no plano espiritual.

Na concentração física, na sua personalidade, ela tem sido submetida a todas as provas da sua faixa cármica, vivendo a vida de relação com intensidade. No plano intermediário, na física etérica, ela foi aperfeiçoando seu contacto com a matriz da Terra, o planeta-mãe, também conhecido pelo nome de Capela. No plano mais alto, o plano espiritual, ela se submeteu aos rigores da missão crística, com todos os percalços do Caminho da Cruz, do Evangelho e das lições que recebe dos Grandes Mestres.

A vida é contínua e a lei que rege seu todo é uma lei única, que costumamos chamar de Deus. Porém, para cada manifestação, para cada plano existencial, a lei se manifesta de acordo com Ele. Passamos, então, a falar em termos de “leis”. Existem, portanto, as leis que regem as várias gradações do plano físico, as que regem o plano etérico, as que regem o plano astral e as que regem planos desconhecidos, fora do nosso alcance.

No ser humano normal, a maior porção da consciência se concentra no plano físico, na vida de relação com o ambiente. Sua consciência dos outros planos é parcial e esporádica. Mediante exercícios, práticas iniciáticas e infinitas situações anormais do plano físico, o ser humano muda o foco de sua consciência, seu estado consciencional.

Sempre que isso acontece, ele fica submetido, parcialmente, às leis do plano em que se concentra. Um bom exemplo dessa situação nos é mostrado pela vida monástica. O indivíduo se retira da vida de relação normal, submete seu organismo e sua alma aos rigores das leis que regem seu espírito. O descumprimento das leis que regem o plano físico produz atrofias e deficits que  o afastam das relações normais com os outros seres. É impossível, por exemplo, ser um monge tibetano e, ao mesmo tempo, um atleta ou um bom comerciante. Nunca, porém, é conseguida uma vivência perfeita em tal situação.

Os reclamos das leis produzem efeitos dolorosos. O ser humano, nesta situação, procura, então, minimizar as dores, através de artifícios que lhe permitam manter-se nessa anormalidade, como um pássaro em voo. Um dos artifícios mais comuns é a organização em grupo. Para que uns poucos possam se manter em “voo espiritual”, outros executam as tarefas de relação. A isso não escapam nem os anacoretas das mais rigorosas iniciações. As lendas nos dizem que, em atitudes extremadas, certos místicos da Índia são sustentados por animais, que lhes levam o parco alimento.

O único ser humano que escapa, com maior perfeição, dessa situação, é o clarividente. Difícil, senão impossível, é saber como se forma um clarividente e o porquê da sua existência. O fato é que são seres raros, e aparecem, vez ou outra, na história deste planeta.

A palavra “clarividente” – “ver com clareza” – confunde-se com a palavra “vidente”- “ver o que não existe”. Confunde-se, também, com “vidência ampliada”. O termo, como se vê, não faz jus às qualidades do clarividente. Mas não se cunhou, ainda, um termo mais apropriado.

O que distingue um clarividente dos seres humanos comuns é o que poderíamos chamar de “consciência simultânea”, a capacidade de viver a vida de relação em planos diferentes, sem prejuízo das leis que regem cada plano, e sua possibilidade de se comunicar, ao mesmo tempo, pelos meios normais, a cada um desses planos.

No segundo contacto de Neiva com os Capelinos, que será relatado mais adiante, ela estava vivendo normalmente no mundo físico, consciente do solo, do céu, do mundo vegetal e do seu próprio corpo; psicologicamente, estava consciente da sua subordinação à instrutora terrena, Mãe Neném, e de suas obrigações com seus semelhantes; ao mesmo tempo, ela ouvia e via um casal Capelino, e penetrava na vivência psicológica dele; o terceiro plano, o plano espiritual, se fazia presente na consciência da sua missão e dos seus votos crísticos. Tudo ao mesmo tempo!

Essa complexa vivência resulta, em nosso plano, de várias maneiras: na manipulação de forças das outras dimensões, ela cura, retifica situações anormais e livra os seres que a procuram de suas angústias; do contacto com os outros mundos, ela nos dá as notícias mais urgentes, de nosso futuro imediato; do aprendizado com os espíritos superiores, ela nos traz os ensinamentos crísticos e as profecias.

A finalidade precípua deste livro é, aproveitando as qualidades da Clarividente Neiva, divulgar essas notícias e esses ensinamentos. Essa tarefa, entretanto, seria impossível se não déssemos, simultaneamente, explicações do mecanismo de contacto, dos seres envolvidos e as implicações resultantes.

O ser revelador – a Clarividente – é, ao mesmo tempo, um ser humano normal. A gente confunde, muitas vezes, sua personalidade com sua individualidade, e com as coisas que comunica.

Fonte: Mário Sassi, 2000 – A Conjunção de dois Planos 

Link para Download do Livro:    AQUI

sexta-feira, 13 de março de 2015

Partida Evangélica (4a Aula) TRINO TUMUCHY


Partida Evangélica (4a Aula)
TRINO TUMUCHY, Mestre Mário Sassi (1983)
Salve Deus! Agora, mais do que nunca, estou ficando convencido de que a nossa partida evangélica vem se tornando efetiva. Vamos estabelecer uma ponte entre o tempo de Jesus e a nossa vivência atual, e vamos ver que, cada vez mais, vamos nos aproximando da semelhança das situações. Vivemos intensamente as coisas, mas não as avaliamos devidamente! É como as grandes pinturas, às quais só podemos avaliar com profundidade quando as olhamos a uma certa distância. Para fazermos a avaliação do que estamos vivendo, precisamos sair do corpo, para assim podermos perceber como é vivo este Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Já dissemos que, aqui, não aprendemos pelo intelecto, mas, sim, pelo processo intuitivo. Todo nosso trabalho é intuitivo, é a assimilação direta do fenômeno mediúnico. Assim, procuramos fazer uma relação entre o nosso grupo e aquele grupo iniciático que trabalha com Jesus, principalmente os Apóstolos. João, por exemplo, que foi um dos Evangelistas, era, também um pescador, e foi ele quem escreveu o Apocalipse. O Apocalipse, que é uma projeção do futuro, foi um trabalho especial realizado por João. Como um pescador poderia realizar um trabalho de tamanha profundidade? Nós, também, somos pescadores, e estamos realizando o verdadeiro trabalho evangélico, por inspiração direta. Muito recentemente, aprendemos com Tia Neiva que o traçado entre o Tibet e a Palestina tem uma situação muito especial. No Tibet, durante séculos, foram preparados muitos iniciados, que trabalharam em concentração, como verdadeiros espíritos extraterrestres. Não há explicação para tal concentração de intensidade de conhecimentos transcendentais e de construções nas montanhas, nas condições mais adversas. Só se pode assemelhar aos grupos dos Equitumans, que chegaram em naves espaciais, nos Andes. A Palestina continua sendo, até hoje, o centro de onde parte a maior quantidade de informações, de conhecimentos, de concentração de gente e a maior área de conflitos. A Palestina era, justamente, a porta entre a área ocidental e a área oriental. A ela tinham acesso todas as informações do Tibet. Esta era a situação no tempo em que chegou Jesus: uma preparação, que havia se iniciado no Tibet, e a Palestina, área escolhida, que havia recebido a preparação direta. José de Arimatéia era um lhama tibetano. Ele era o mesmo Simão Sirineu, que ajudou a Jesus carregar a cruz, e era, também, um rabino. Portanto, tinha várias personalidades. Foi também ele que conseguiu, com Maria e José, a preparação de Jesus, tendo ele como tutor. Só ele tinha condições para tratar de um espírito tão elevado. Jesus passou por tudo porque a Lei assim determinava. Só não passou pelo casamento, porque não tinha carma. Isso nos dá idéia de que casamento é carma. Uma das determinações do carma é que a pessoa não pode deixar de casar. E é por isso que os sacerdotes católicos não casam, em busca de se assemelharem ao Grande Mestre Jesus. Como se isso fosse possível a um ser humano!... Na verdade, Jesus não veio para se redimir, mas para confirmar a Lei Natural, física, que rege o sistema estabelecido por Deus. Para se entender o espírito do Evangelho é preciso entender o sentido das leis naturais. O mundo de Deus não tem nenhuma segurança, nem nada certo. Ninguém sabe a hora da morte, nada sabemos sobre o dia de amanhã, etc. Todos os fenômenos da natureza, tanto físicos como sociais, são sempre em termos de insegurança, e esta insegurança é que traz, ao espírito, a busca da segurança transcendental. Se não houvessem os estados de insegurança, os conflitos e as guerras, o Evangelho não falaria em armas, como a lança, a espada, etc. Para que possamos encontrar a tranquilidade, é preciso que subamos em busca do vértice do Triângulo, ponto comum e mundo do espírito, ponto de purificação. Só existe tranquilidade da individualidade. Fora disto é impossível porque o organismo físico impede que ocorra. A todo momento estamos vivendo, intensamente, a vida e a morte. A paz só existe na individualidade, no espírito, na sede do transcendental. À medida em que a parte física vai enfraquecendo, o conflito vai diminuindo, vamos caminhando para as soluções cármicas, vamos ao encontro da paz, e nos encontramos livres do fator físico-psíquico, do fator luta e do fator conflito. Assim, é preferível enfrentar as lutas, as dúvidas e os conflitos, do que fugir deles. A maioria dos prejuízos financeiros resulta da tentativa constante de fugir à luta. Daí resulta o mundo que progrediu tanto tecnologicamente, em busca do conforto, que perdeu completamente a realidade de poder chegar à área de paz. A busca de fugir à luta, pelo conforto, é tão intensa, que levou o Homem a se apegar, cada vez mais, ao mundo físico, se fixando na base do Triângulo. No tempo de Jesus aconteceu a mesma coisa. Os homens já tinham ultrapassado todas as faixas de encaminhamento para o ângulo superior do Triângulo, e ficaram anulados em termos de percepção espiritual. O Homem ia se anulando em relação a seu próprio espírito, face à luta natural pela vida. Todo o Evangelho fala que os judeus seriam o bode expiatório do Cristianismo. Na verdade, toda aquela humanidade o era, exceto o Tibet e outras áreas de mosteiros, onde estavam situados os focos crísticos realmente atuantes. Houve uma transferência daquele foco crístico para a área onde estavam concentrados os vários tipos de humanidade, na Palestina. Foi aí o lugar escolhido para a chegada de Jesus. Entre o Tibet e o Oriente Médio havia uma comunicação, apesar da distância imensa. A comunicação era rápida, e José de Arimatéia era o responsável por estas comunicações. Inclusive, Maria e José visitavam Jesus, no Tibet! O povo tibetano atuava sobre as pessoas que estavam com Jesus, da mesma forma que, hoje, entidades atuam sobre nós. Quando trabalhamos e emitimos, nós somos a própria entidade, ela atua sobre nós. É por isso que dizemos: “Eu, Cavaleiro Verde, Cavaleiro Especial...” Naquela hora, quem fala é o próprio Cavaleiro que está incorporado em nós, não fisicamente mas espiritualmente. Então, os lhamas tibetanos, que eram, talvez, descendentes dos Equitumans, vindos, quem sabe, de Capela, prepararam toda a infra-estrutura para a chegada de Jesus. Os lhamas projetavam sobre os Apóstolos e eram eles que falavam através deles. Daí a ligação entre os tempos mais remotos, mais longínquos, e os Grandes Iniciados, que estavam preparados para receber aquele impulso crístico. Aí vemos que Jesus foi parte do Sistema. O Sistema, como um todo, é o Verbo Divino, e sempre existiu em todos os tempos. Do Tibet, aquela força poderosa se projetou na Palestina. Os judeus carregavam com eles a Arca da Aliança, que, para eles, era um instrumento intergalaxial. Para conter a Arca, no Templo de Salomão se fez necessário uma construção especial. O Templo de Salomão era uma construção essencialmente iniciática, tecnicamente construído, assemelhado a uma usina atômica atual. Dentro dele havia o lugar onde somente os santos sacerdotes podiam penetrar, equivalendo aos sacrários da Igreja Católica. Há, portanto, uma série de relações das coisas que são sistemáticas. Todas as técnicas iniciáticas do Templo de Salomão foram levadas do Egito, por Moisés. Moisés se iniciou no Egito e, depois, utilizou seus segredos contra os próprios egípcios, porque lá ele se rebelou, libertando seu povo da escravidão. Na realidade, ele estava se rebelando contra a degeneração dos sacerdotes egípcios. Quem denunciou estes sacerdotes foram os Tumuchy, como vem ocorrendo, atualmente, no Vale do Amanhecer. O Vale é uma forma de denúncia de todos os sacerdócios, de uma maneira indireta, porque nada cobra de ninguém. Falamos alto e em viva voz que nós é que agradecemos a honra de servir ao Mestre Jesus. Então, Moisés, quando percebeu a decadência dos sacerdotes, fugiu, levando com ele os segredos iniciáticos, entregando-os na Terra Prometida. Foi onde nasceu Jesus, já com o terreno preparado para a Sua chegada. Aquela humanidade que se transferiu para a Terra Prometida, ali formou o começo de sua individualidade. Mas os sacerdotes que foram se formando, geração após geração, foram, também, se degenerando, e quando Jesus chegou, estava tudo preparado segundo os planos espirituais, mas os homens permaneciam concentrados na base do Triângulo, presos às coisas da Terra. O Templo de Salomão representou, em princípio, o sacerdócio iniciático – a capacidade de comunicação entre os planos. Um templo iniciático funciona durante um certo tempo. Depois, começa a degeneração, os formalismos, as ambições humanas. Os sacerdotes começam a dominar a situação; estabelece-se uma política e termina com um sacerdócio desorganizado, como é até os dias de hoje. Qual o perigo que corremos em nosso sacerdócio? É, exatamente, o que aconteceu com os outros. Se não nos alertarmos, se não fizermos esta Partida Evangélica, nosso Templo vai caindo dentro da rotina. Para que isto não aconteça, devemos, primeiro, não ficarmos presos somente à organização. Devemos viver os fatos extraordinários que se passam em torno de nós, e procurar entendê-los. São importantes o ritual, o formalismo, o uniforme, mas é muito mais importante a nossa missão simétrica, para a qual trazemos um mundo assimétrico. Portanto, procurem em seus íntimos, porque a riqueza está lá dentro, e não aqui fora. Temos que enriquecer esta Partida Evangélica dentro desta Corrente. Vamos transformá-la numa realidade. Resumindo: o Sistema Crístico já existia antes da chegada de Jesus; existiam pontos focais, onde se concentravam os ensinamentos do Sistema Crístico; houve uma transferência de concentração humana para a Palestina; vieram egípcios e judeus, e, pelo céu, chegavam amacês, com os Grandes Iniciados projetando sobre a comunidade, como acontece, hoje, com os nossos Cavaleiros; então, foi preparado o clima para a chegada de Jesus, que veio confirmar a Lei Crística; Jesus se reúne aos Apóstolos, únicos seguidores, naquela época. Não esqueçam, como grande ensinamento: “A riqueza está dentro de nós, na partícula crística!” Salve Deus!

terça-feira, 10 de março de 2015

O Acordo - Tia Neiva


O Acordo

Tia Neiva, no início de sua jornada, foi conclamada por Pai Seta Branca, a fazer as pazes com todos que “se diziam seus inimigos”, foi sua primeira grande missão.

Visando proteger seu povo, que ainda seria formado, procurou os “Sete Reis do Submundo” para realizar um pacto de não agressão. Esta passagem nos é relatada em nossa primeira aula de pré-Centúria, porém não é distribuída de forma impressa aos futuros Centuriões. Ela encontra-se transcrita no livro “Minha Vida, Meus Amores”, hoje de difícil acesso.

Para recordar a todos os Centuriões os perigos de quando baixamos nosso padrão vibratório, e o risco que se corre ao romper este “acordo”, transcrevo aqui a passagem.

Kazagrande

Dois anos depois, em princípios de 1960, recebi de Pai Seta Branca a minha primeira missão. Eram seis horas da tarde e eu, mais do que nunca, sentia uma grande saudade. Dessa vez, porém, era algo diferente, mais fino, alguma coisa que eu não conhecia. Fui me sentar no alto do morro, e Pai Seta Branca chegou, começando a me mostrar meu roteiro e por tudo que eu teria que passar na missão, traçando, então, o meu sacerdócio, ao lado de Humarran. Senti forte dor de cabeça e pesada sensação de mal-estar. Quando dei conta de mim, estava diante de um velho oriental, de barba longa e trajando uma vestimenta com capuz e mangas largas, que me disse:

- Salve Deus! De hoje em diante você terá a força de uma raiz!...

A partir de então, tudo ficou difícil. Às 4 horas da tarde eu me sentia como se estivesse com uns 38 graus de febre, com a cabeça rodando, a ponto de não me aguentar de pé. Mas, deitada, as tonteiras se acentuavam e, numa espécie de sonho, sentia que me desprendia do corpo, com perfeita consciência. A cada dia, eu melhorava o meu padrão vibratório, consciente do meu trabalho. Recebi de Pai Seta Branca novas instruções: para entrar no plano iniciático eu teria que fazer as pazes com todos aqueles que se diziam meus inimigos...

Então, já no terceiro ano de conhecimentos ao lado de Humarran, segui até as cavernas, com a missão de pedir paz e amor aos reis dos submundos. Humildemente, me transportava até cada um deles, e lhes pedia que firmássemos um acordo de paz, pois nossa lei não admitia demandas. Fui à presença de sete reis, que me trataram com maior ou menor ferocidade, mas aos quais tratei com amor e muita timidez, recebendo a concordância para o acordo proposto. No caso de Sete Montanhas, recebi até uma grande proposta para ficar em sua corte: ele me compraria de Pai Seta Branca, e eu lhe prometi que cuidaria do assunto. Fiz as minhas negociações e prossegui demonstrando tranquilidade, apesar do meu tremendo pavor...

Era um período em que eu andava sobressaltada. Naquela tarde, o sol não aparecia, tornando tristes os meus pensamentos. Havia muito o que fazer, mas resolvi, por me sentir um pouco sem forças, ir me recostar no meu velho pequizeiro. Adormeci e iniciei um transporte. Entrei em um sumptuoso castelo, onde tudo era luxuoso, e logo fui presa por dois homens grandes, com pequenos chifres, que me seguraram pelos braços e me conduziram à presença de seu poderoso rei: Exu Sete Flechas.

Ele me encarou, zombeteiro, e vociferou:

- Ela é inofensiva! Tragam-na até aqui! Já tenho conhecimento de seus contactos.

Eu me aproximei e ele me falou:

- Sua pretensão é muito grande em querer fazer um acordo comigo, pois não tem sequer um povo para defender!

- Vou levantar um poder iniciático – respondi, temerosa – e só quero fazer isso após firmarmos um acordo, para que seu povo não penetre em minha área.

- Já sei muito sobre suas intenções! – disse ele – Eu me comprometo a não penetrar em sua área, mas, antes, vou fazer um teste com você, para lhe fazer sentir a minha força.

- Salve Deus! – eu só murmurei.

- Quero ver o tipo de protecção que você tem. – voltou ele – Quero ver se ela vai livrá-la de mim! Amanhã, às três horas da tarde, vou arrancar todo o telhado de sua casa. Quero testar a sua força...

Voltei ao meu corpo, sentindo o sabor desagradável daquela viagem.

Entretanto, a ameaça não se concretizou.

Tornei a voltar onde ele estava, porém em outro local, em outro salão. Ele fez o acordo, e jurou que, em verdade, jamais tocaria em meus filhos – os Doutrinadores. Mas afirmou que só se realizaria quando dividisse sua força comigo, e reforçou sua ameaça anterior.

Três anos se passaram, e nada aconteceu. Até que um dia – eu já estava em Taguatinga – tive a sensação de perigo e me decidi a ir falar com ele. Pela terceira vez, ali estava eu, diante dele, que me recebeu com risos e deboches, e me afirmou que, às três horas daquela tarde, arrancaria o telhado de minha casa.

Desafiadora, pensei:

- Ora, não tenho o que temer! Se ele, até hoje, não arrancou o telhado de minha casa, não arrancará mais.

Voltei, confiante, ao meu corpo.

Por volta de duas horas da tarde, uma velha me procurou, pessoa dessas que vivem fazendo suas cobrancinhas, e começou sua obra:

- Oh, irmã Neiva, como vai? Eu precisava tanto falar com você! Mas, dizem, e estou vendo que é verdade, que você não fala com os pobres...

Eu fiquei possessa com a velha, por sua ousadia em me falar daquela forma, e, assim, baixei minha vibração! Foi o suficiente: ouvimos o estrondo do telhado e foi tudo pelo ar!

Pensei:

- Neiva, fracassastes depois de tantas instruções!...

Voltei há três anos, e entendi que aquilo era mais uma experiência. Salve Deus! Ficara decepcionada com o Exu Sete Flechas e estava sempre preparada para seu ataque, mas falhara. Passei, então, a fazer uma preparação, quase um ritual, para entrar em uma caverna. Tia Neiva em “Minha Vida, Meus Amores”

Ainda dentro deste tema podemos encontrar outras passagens:

A Lei Negra é uma espécie de máfia, um grupo imenso de malfeitores, do mundo invisível, e, como sua similar no plano físico da Terra, ela escraviza seus membros, que ficam quase sem possibilidades de libertação.

Suas falanges são alimentadas e crescem, à custa dos espíritos nómadas e sem protectores. E tudo isso acontece por opção do próprio espírito, guiado por seu livre arbítrio.

Sempre que um espírito termina seu estágio na Pedra Branca, onde ele tem a oportunidade de conhecer a verdade sobre si mesmo, seus Mentores lhe dão toda a assistência e lhe mostram o verdadeiro caminho. Mas a decisão é dele, e sua chance permanece até o último instante. Se ele tomar a decisão errada, acaba por se tornar vítima da Lei Negra.

Existem uns espíritos no submundo invisível que se chamam Exus Caçadores. Eles ficam à espreita e aguardam as decisões dos espíritos recém desencarnados. Assim que os Mentores desistem, eles entram em acção. Aproximam-se do espírito, seduzem-no, e o levam para suas cavernas. Lá, esses espíritos são submetidos a todas as sevícias e começam pesado treinamento naqueles costumes, até se tornarem exus. Tia Neiva em “Manoel Truncado”

Como você sabe, Neiva, os exus são um pouco produto da ganância dos seres humanos. As invocações e chamadas só fazem aumentar suas forças. O médium que os invoca lhes dá oportunidade de se afirmarem nas suas metas, e isso nada tem a ver com a Umbanda! Mestre Amanto, sem data

Não há qualquer espírito que passe por nossos trabalhos do qual não se faça a entrega obrigatória! Nosso trabalho é exclusivamente de Doutrina! Não aceitamos, em hipótese alguma, palestras, nos Tronos deste Templo do Amanhecer, de Doutrinadores com entidades que não sejam os nossos Mentores, espíritos doutrinários!

Mesmo fora do Templo, consta-me que os Doutrinadores que palestraram com exus, etc., atrasaram suas vidas, pois eles não se afastaram de seus caminhos. A obrigação do Doutrinador é fazer a doutrina, conversando amigavelmente com o espírito, procurando esclarecê-lo, continuar seu amigo, porém fazer sua entrega obrigatoriamente, com o que ressalva sua responsabilidade perante os Mentores.

Outros Doutrinadores estão com suas vidas atrasadas simplesmente por sua irreverência com os Mentores, acendendo para estes duas velas, saindo fora de seu padrão doutrinário. Entre eu e os exus há um laço de compreensão e respeito mútuo. Porém, um Doutrinador, por não ser clarividente, não está em condições de dialogar com eles, excepto no âmbito da Doutrina. Tia Neiva,em 07 de maio de 1974

Ora, um exu é um espírito como outro qualquer, geralmente um homem de bem, um pai de família que desencarnou normalmente. O que os torna diferentes no mundo dos espíritos é que são cultos, cientistas, doutores, enfim, pessoas de posição.

Desencarnam irrealizados, cheios de pretensões, agnósticos, descrentes das leis do Cristo. Como não crêem em coisa alguma, não aceitam as coisas simples. Tão pronto desencarnam, são atraídos para a companhia de entidades experientes na manipulação de forças.

Não existem forças do mal ou forças do bem. Existem, simplesmente, forças, que são empregadas no bem ou no mal. Depende de quem as controla, e como as controla.

Depende do plano de trabalho, da camada onde eles operam. Geralmente, esses espíritos não conseguem atingir mais que um plano inferior, próximo da superfície terrestre, onde as forças são densas, animalizadas. Não aceitando o Cristo, a Lei do Amor e do Perdão, não sintonizam com as forças do astral. A não ser aqueles que lidam com a Magia Negra, que manipulam forças extraordinárias – às vezes com a bênção de Deus – a maioria deles trabalha mesmo é com o magnético animal – ectoplasma humano, mediunidade. Tia Neiva em “Sob os Olhos da Clarividente”

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A Origem das Doenças - Mario Sassi


ORIGEM DAS DOENÇAS
Doença é um estado de anormalidade física ou psíquica. A ciência que trata das doenças é a Patologia. Um dos ramos da Patologia chama-se Etiologia, ou ciência das causas. A Etiologia considera a origem das doenças nos agentes biológicos, nas profissões, na insalubridade e em outros fatores desconhecidos.
Fora da Ciência, na observação comum, qualquer pessoa pode perceber que os estados psicológicos também produzem doenças. Por sua vez, as alterações psicológicas tanto podem ter sua origem num fato expresso consciencializado, como num fato inconsciente ou subliminar.
O inconsciente é o mundo desconhecido do ser humano, o vasto repositório dos mistérios da vida. A ciência médica ou a Psiquiatria não têm condições, ainda, de explicar esses mistérios. Enquanto isso não acontece, teremos que aceitar o pragmatismo mediúnico.
Para o mediunismo, todas as doenças têm sua origem no plano invisível, na dimensão envolvente do plano físico. O espírito não tem doenças, mas pode ser o portador delas. Ao reencarnar, ele traz, na sua memória o esquema de outras encarnações e se liga, pelos corpos invisíveis, aos deficits energéticos de sua cota, e procura fazer o ressarcimento.
Vista por esse prisma, a doença tem um sentido educativo, faz parte do mecanismo cármico e é coerente com a posição atual do planeta.
A Neogenética é uma ciência relativamente nova, que estuda os problemas dos genes. Estes corpúsculos se situam no íntimo das células, e determinam as características do indivíduo, suas doenças, enfim, a vida física de uma pessoa.
Uma das coisas que intriga os geneticistas é o fato que uma célula, possuidora de um gene causador de uma determinada lesão ou doença de um organismo, ficar dormente durante muitos anos, e só entrar em atividade num tempo certo, como um ator, que só entra no palco no momento de representar a sua parte!
Isso dá a entender que o organismo tem uma programação, um esquema no qual cada coisa acontece na hora determinada. Mas, assim o como o fato genético pode ser modificado, por razões do próprio organismo ou por interferências externas, assim são as vidas das pessoas nos outros planos.
Existe uma génese do corpo, uma da alma e uma do espírito.
Mas existe, também, o livre arbítrio.
Um espírito programa uma encarnação em função do seu débito para com a Terra. Para que ele salde esse débito, é preciso que emita energias, se coloque em posição de produtividade espiritual. É necessário que sua força se evidencie no plano da Terra e, com isso, outros espíritos, talvez seus próprios credores, se beneficiem dessas forças. Ele escolhe, então, uma vida em que a dor anule, até certo ponto, a tónica da alma e do corpo, para que se evidencie a do espírito.
Ele programa um corpo e, para ele, certas doenças. Para isso são feitas miríades de combinações, impossíveis de serem entendidas ou concebidas em nossa mente humana. Os genes são manipulados a partir dos pais ou, talvez, dos avós. Não esqueçamos que o tempo do plano espiritual não é o mesmo que o nosso. Não esqueçamos, também, que os espíritos programam suas encarnações um função de outros espíritos, e que famílias inteiras se relacionam por acordo mútuo, muito antes do encontro.
Chegado o momento propício, a doença aparece – ou não –, na dependência da maneira que esse espírito tenha vivido até esse ponto. Mesmo encarnado, o espírito sabe o que programou. Mas sua alma, sua psique, apenas pressente. O corpo nada sabe: é apenas o executivo, a base material. A luta se passa no Eu, no campo consciencional, entre a alma e o espírito. Uma boa alma pode pagar o débito energético de um espírito, sem precisar da dor. Mas, isso só pode acontecer no ser humano adulto, quando a alma tem capacidade de decisão.
Disso podemos tirar inúmeras conclusões. Por exemplo, a doença de uma criança causa mais dor aos pais do que a ela mesma. Os adultos têm mais consciência da dor que as crianças. A morte de uma criança em nada afeta seu espírito, mas atinge muito o espírito dos pais.
O ser humano, enquanto não se torna adulto, não tem vida mediúnica, da mesma forma que não tem autonomia sócio-económica. Deduz-se, daí, que o aspecto cármico das doenças, embora tenha nas crianças um instrumento, se refere mais aos adultos. Só eles têm seu livre arbítrio em condições de viver uma dor, ou evitar essa dor pelo trabalho espiritual.
O trabalho mediúnico, qualquer que seja sua modalidade, no âmbito doutrinário ou não, pode evitar uma doença, nos adultos ou nas crianças da sua dependência. Isso tanto pode acontecer antes ou depois de a doença se manifestar.
Portanto, as doenças cármicas são as programadas.
Mas, não existem, apenas, doenças cármicas. Os desatinos, tanto no plano físico como no psíquico, causam, talvez, mais doenças do que os carmas. Também, a doença pode ser, apenas, um fato correlato com o carma de uma pessoa. Há miríades de possibilidades de um ser humano apanhar doenças apenas como decorrência de outros fatores cármicos, como, por exemplo, viver numa região insalubre ou trabalhar em condições que provoquem doenças.
Deve-se, por conseguinte, distinguir os fatos que são parte integrante da Natureza, em que o fator cármico é natural, sendo a Terra um planeta de retificação dos espíritos e os destinos particulares de cada espírito.
Conclui-se que cada caso deve ser examinado de per si, não se podendo estabelecer generalizações em torno das doenças. A mesma terapêutica aplicada em indivíduos diferentes produz resultados diferentes.
 
Limiar do Terceiro Milénio.  Mário Sassi

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Jesus e os Cobradores - Mario Sassi



Estes ensinamentos de Mário Sassi, Trino Tumuchy, " Sob os olhos da Clarividente" é muito relevante e pode ser semente que. se cair em corações fecundos, floresce dando bons frutos! Salve Deus.
" Esse problema é tão fundamental em nossa vida, que o Mestre dedicou a ele boa parte da Doutrina. Em Mateus 5 ele nos aconselha a não zombar de nosso próximo e procurar sempre a reconciliação antes de oferecer os serviços a Deus.
Mas, quando ele diz, que não devemos hesitar em fazer a paz com o adversário, enquanto estivermos em caminho com ele, Ele é categórico e, em poucas palavras define toda a situação  dos espíritos encarnados na Terra.
O principal objetivo de nossas encarnações são os nossos reajustes. Para que o espírito aceite essas situações desagradáveis, e saiba que, na condição de ser encarnado, ele só compreende o acontecimento se as condições forem semelhantes. Por isso o cobrador é colocado em nosso caminho, para que possamos percorrer com ele a mesma, sentir as mesmas dificuldades, numa espécie de reavivamento de memória do espírito.
Mas, se ele não perceber a situação, não entender que os motivos da cobrança não se referem a essa etapa, mas resultam de males causados anteriormente ao espírito que o persegue, ele pode perder a oportunidade encarnatória e com isso se libertar e seu carma. Essa e a principal preocupação de Jesus ao exortar o reajuste como algo importante de nossas vidas.
Sem dúvida, muita coisa pode ser resolvida, em termos de débitos cármicos, com a nossa "oferenda", isto é, com o nosso trabalho mediúnico, com a prática da caridade e do amor ao próximo. Mas essa oferenda não tem validade para o nosso cobrador. Dele roubamos uma energia específica e ele só se sente "vingado" quando vê o seu devedor "castigado" da mesma forma que ele foi injuriado. Por isso é feita uma encenação semelhante àquelas reconstituições de crimes, que a polícia faz quando quer provar a culpa do criminoso.
É por este prisma que o Médium deverá  entender os fatos atuais que lhe acontecem, apesar de sua dedicação ao trabalho e seu propósito de servir a Deus. A lei terá que ser cumprida até o último centil e Jesus foi muito claro quando disse: " Não julgueis que vim abolir a Leio e os profetas; não os vim abolir mas levar à perfeição; pois em verdade vos digo que enquanto não passarem o céu e a terra, não passará um jota nem um ápice sequer da Lei até que tudo chegue à perfeição". ( Mateus 5, 17-18)
Com isso nós temos a garantia de que enquanto existir uma conta a ser acertada, existirão o céu e a terra para proporcionar condições para esse acerto. Por outro lado, à adesão à Escola do Caminho não isenta o aluno do cumprimento daquilo que é fundamental, seu reajuste com a Lei do carma."

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

A visão Interplanetária - Trino Tumuchy


A visão do planeta Capela foi a abertura de um curso interplanetário, paralelo à missão da Clarividente Neiva. Desde então, ela foi aperfeiçoando sua carreira sideral, vivendo simultaneamente em três planos vibracionais: na matéria densa, no mundo etérico e no plano espiritual.

Na concentração física, na sua personalidade, ela tem sido submetida a todas as provas da sua faixa cármica, vivendo a vida de relação com intensidade. No plano intermediário, na física etérica, ela foi aperfeiçoando seu contacto com a matriz da Terra, o planeta-mãe, também conhecido pelo nome de Capela. No plano mais alto, o plano espiritual, ela se submeteu aos rigores da missão crística, com todos os percalços do Caminho da Cruz, do Evangelho e das lições que recebe dos Grandes Mestres.

A vida é contínua e a lei que rege seu todo é uma lei única, que costumamos chamar de Deus. Porém, para cada manifestação, para cada plano existencial, a lei se manifesta de acordo com Ele. Passamos, então, a falar em termos de “leis”. Existem, portanto, as leis que regem as várias gradações do plano físico, as que regem o plano etérico, as que regem o plano astral e as que regem planos desconhecidos, fora do nosso alcance.

No ser humano normal, a maior porção da consciência se concentra no plano físico, na vida de relação com o ambiente. Sua consciência dos outros planos é parcial e esporádica. Mediante exercícios, práticas iniciáticas e infinitas situações anormais do plano físico, o ser humano muda o foco de sua consciência, seu estado consciencional.

Sempre que isso acontece, ele fica submetido, parcialmente, às leis do plano em que se concentra. Um bom exemplo dessa situação nos é mostrado pela vida monástica. O indivíduo se retira da vida de relação normal, submete seu organismo e sua alma aos rigores das leis que regem seu espírito. O descumprimento das leis que regem o plano físico produz atrofias e deficits que  o afastam das relações normais com os outros seres. É impossível, por exemplo, ser um monge tibetano e, ao mesmo tempo, um atleta ou um bom comerciante. Nunca, porém, é conseguida uma vivência perfeita em tal situação.

Os reclamos das leis produzem efeitos dolorosos. O ser humano, nesta situação, procura, então, minimizar as dores, através de artifícios que lhe permitam manter-se nessa anormalidade, como um pássaro em voo. Um dos artifícios mais comuns é a organização em grupo. Para que uns poucos possam se manter em “voo espiritual”, outros executam as tarefas de relação. A isso não escapam nem os anacoretas das mais rigorosas iniciações. As lendas nos dizem que, em atitudes extremadas, certos místicos da Índia são sustentados por animais, que lhes levam o parco alimento.

O único ser humano que escapa, com maior perfeição, dessa situação, é o clarividente. Difícil, senão impossível, é saber como se forma um clarividente e o porquê da sua existência. O fato é que são seres raros, e aparecem, vez ou outra, na história deste planeta.

A palavra “clarividente” – “ver com clareza” – confunde-se com a palavra “vidente”- “ver o que não existe”. Confunde-se, também, com “vidência ampliada”. O termo, como se vê, não faz jus às qualidades do clarividente. Mas não se cunhou, ainda, um termo mais apropriado.

O que distingue um clarividente dos seres humanos comuns é o que poderíamos chamar de “consciência simultânea”, a capacidade de viver a vida de relação em planos diferentes, sem prejuízo das leis que regem cada plano, e sua possibilidade de se comunicar, ao mesmo tempo, pelos meios normais, a cada um desses planos.

No segundo contacto de Neiva com os Capelinos, que será relatado mais adiante, ela estava vivendo normalmente no mundo físico, consciente do solo, do céu, do mundo vegetal e do seu próprio corpo; psicologicamente, estava consciente da sua subordinação à instrutora terrena, Mãe Neném, e de suas obrigações com seus semelhantes; ao mesmo tempo, ela ouvia e via um casal Capelino, e penetrava na vivência psicológica dele; o terceiro plano, o plano espiritual, se fazia presente na consciência da sua missão e dos seus votos crísticos. Tudo ao mesmo tempo!

Essa complexa vivência resulta, em nosso plano, de várias maneiras: na manipulação de forças das outras dimensões, ela cura, retifica situações anormais e livra os seres que a procuram de suas angústias; do contacto com os outros mundos, ela nos dá as notícias mais urgentes, de nosso futuro imediato; do aprendizado com os espíritos superiores, ela nos traz os ensinamentos crísticos e as profecias.

A finalidade precípua deste livro é, aproveitando as qualidades da Clarividente Neiva, divulgar essas notícias e esses ensinamentos. Essa tarefa, entretanto, seria impossível se não déssemos, simultaneamente, explicações do mecanismo de contacto, dos seres envolvidos e as implicações resultantes.

O ser revelador – a Clarividente – é, ao mesmo tempo, um ser humano normal. A gente confunde, muitas vezes, sua personalidade com sua individualidade, e com as coisas que comunica.

Fonte: Mário Sassi, 2000 – A Conjunção de dois Planos – pág. 17.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Caminheiros de Jesus


À medida em que o médium se desenvolve, vai caminhando para dentro de si mesmo e descobre um intrincado conjunto de fatores que complicam sua jornada - o Carma, que, em sânscrito, significa "ação".
No Carma se projetam obstáculos provenientes de nossas experiências mal sucedidas ou incompletas em outras vidas, sendo a consequência da Lei de Causa e Efeito, que preside todos os nossos atos. Na verdade, temos que ter a consciência de que devemos pagar tudo quanto devemos por ações transcendentais bem como por aquelas que criam um carma adicional pelo mal cometido nesta reencarnação. Por isso nossa preocupação com praticar boas ações, levar a felicidade aos outros, enfim, buscarmos sempre fazer o Bem em todos os momentos de nossas vidas.
Infortúnios, doenças, crises morais e materiais, desastres, enfim, tudo o que foi planeado para nossa reencarnação no sentido de resgatarmos, da forma mais completa, nossos erros do passado, de forma inexorável, compõe o nosso Carma. São fatos pelos quais teremos que passar, obrigatoriamente, nesta vida, dificuldades que se sucedem como que em forma cíclica, buracos cavados por nós mesmos, nos quais teremos que cair. Pela influência do Carma, cada um de nós tem uma apreciação diferente para o mesmo fato. Por isso cada um tem uma visão particular do nosso mundo.
Existem muitas linhas que definem nossa vida neste plano como somente dores e sofrimentos, com a glória de alcançarmos planos superiores por compensação de nossa existência dolorosa. De nada, então, nos serviriam o amor e a caridade, e não haveria como alimentar nossas esperanças de momentos melhores. Nossa vida seria, deste modo, sentença terrível de um deus desnaturado.
A Doutrina do Amanhecer nos ensina que nossa trajetória foi planeada por nós mesmos, quando, na confeção do nosso plano reencarnatório, colocamos as provas e reencontros, as cobranças e os reajustes através dos quais, fortalecidos pelo amor, pela tolerância e pela humildade, buscaríamos nossa elevação espiritual, a caminho da Luz. Pela misericórdia de nosso Pai Celestial, nos foram dadas condições para atenuar essas quedas, tornar menos contundentes esses buracos, enfim, de diminuir nosso sofrimento pela evolução de nosso espírito. Assim, muito dependerá de nós mesmos - de nossos sentimentos, de nossos pensamentos, de nossas ações e de nossas palavras - aliviar o nosso Carma, conscientemente analisando as reais consequências das escolhas que fizermos em nossa jornada. Ou, caso contrário, se não quisermos evoluir, aumentamos nosso carma e passamos por maiores dores.
Quando vemos um pai que castiga seu filho por um erro que este cometeu, isso não significa que aquele pai não tem amor pelo filho. Na verdade, isso mostra que o pai está preocupado com a caminhada do filho, e está sendo enérgico da demonstração dos erros. Na nossa jornada, nosso carma é fruto dos nossos próprios erros, e é por eles que, pela Lei do Retorno, temos nossos sofrimentos. Assim, as dificuldades por que passamos são as reparações de nossos erros do passado, e não significam que Deus não nos ama. Ele, apenas, nos ensina e nos dá a oportunidade de os repararmos.
Na carta de Paulo aos Gálatas (6, 7) nos é dito: “Não vos iludais. De Deus não se zomba. O que o Homem semear, isso colherá!”
Quando se usa a mediunidade dentro da Lei do Auxílio, nos juntando a grupos que realizam trabalhos evolutivos, são geradas forças que transmutam as ligações cármicas, e passamos a ter todas as condições para nossa auto-transformação, alterando de forma positiva nosso carma, isto é, melhorando as condições físicas, morais e espirituais de nossa encarnação, amenizando nossos vínculos com o passado e beneficiando a muitos irmãos, encarnados e desencarnados.
Quando, de alguma forma, fazemos o mal, agindo sob o impulso de falsos conceitos, fora da conduta doutrinária, quando usamos qualquer meio para prejudicar alguém física ou moralmente, estamos agravando nosso carma, nossas dificuldades.
É no Centro Coronário que se originam as manifestações e os registos que marcam nossa sensibilidade e envolvem, no físico, nossa atuação em encarnações passadas, refletindo-se no presente - nosso carma. Pela manipulação de energias, o Centro Coronário emana fluidicamente a alma, alimentando-a com irradiações energéticas, estimulando, vitalizando, gerando o BEM e o MAL, formando o carma pelas consequências felizes ou infelizes de nossos atos, pensamentos e palavras...
Há várias maneiras de nos colocarmos num sistema evolutivo de vida. Na Doutrina do Amanhecer encontramos um imensurável repositório de forças desobsessivas, e aprendemos a manipulá-las harmoniosamente, em trabalhos e rituais, de forma progressiva, atenuando nosso carma e beneficiando a todos, fazendo com que, pela nossa evolução espiritual, possamos nos libertar dessas influências transcendentais.
O carma não é castigo e, sim, uma forma de evolução, de aprendizado para o nosso espírito encarnado. É o nosso reajuste connosco mesmo e com a Espiritualidade Maior. Quando vivemos as várias experiências de uma existência, nossa consciência as regista de forma imperecível, no perispírito, passando-as para nosso espírito e compondo o carma de uma nova reencarnação.
A Lei do Carma ou de Causa e Efeito é regida pelo princípio de que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória, isto é, a cada ação nossa, a cada maneira de ser, corresponde uma reação proporcional que retorna para nós mesmos. Quando cometemos um mal contra alguém, não é suficiente pedirmos perdão, pois a ação que praticamos causou um ferimento espiritual e gerou nosso comprometimento com alguém, o que nos enquadra na Lei de Causa e Efeito, a Lei do Carma, que nos rege tudo e a todos.
Na Epístola de Paulo aos Gálatas (6-1 a 5) há o ensinamento: Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e, assim cumprireis a lei de Cristo. Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana. Mas prove cada um o seu labor e, então terá motivo de glorificar-se unicamente em si e não em outro. Porque cada um levará o seu próprio fardo.
Temos que aprender a reconstruir nossa vida em função do conhecimento de nossa jornada cármica, buscando melhorar nosso relacionamento pessoal, profissional, amoroso e familiar, considerando passageiras todas as situações adversas e inquietações que nos aflijam; trabalhar na Lei do Auxílio independentemente de questões físicas ou materiais; projetar de forma positiva as forças do amor, da tolerância e da humildade, buscando o equilíbrio e a harmonia com os nossos Mentores.
Devemos nos policiar, sempre atentos à nossa consciência, entendo e aceitando as dificuldades que enfrentamos, prestando atenção nos quadros que nos envolvem, mantendo inalterada nossa intenção de progredir, sabendo que o futuro está sendo construído no presente, e estamos sujeitos, permanentemente, à ação de obsessor e cobradores que procuram nos desviar para os abismos ameaçadores de nossa estrada.
Tia Neiva fez muitas cartas individualizadas, esclarecendo a jornada de cada um, para melhor orientação e consciencialização dos reajustes cármicos. Eis um exemplo, em que o nome do destinatário foi oculto: Salve Deus, meu filho (....)! Você é um espírito espartano que se destacou pela força e coragem. Percorreu as planícies macedónicas na conquista de novos mundos e civilizações. Em Roma, foi Centurião, e impunha respeito pela força. Fez muitas desordens no Egito, provocando a queda da rainha e exterminando com a civilização egípcia. Na França, participou ativamente na batalha da queda da Bastilha. Quando Cigano, acompanhava Natacha e era, então, inteligente, astucioso e muito dinâmico. Foi deportado, no império de Dom Pedro, quando se perdeu nas desapropriações de direitos, desviando-se de suas obrigações e responsabilidades. Veio, então, no Angical, onde foi severo senhor de escravos, homem de grande fortuna e inteiramente voltado para os vícios e prazeres mundanos, jogos, bebidas, danças e roubos. Gostava de conquistas amorosas, sendo o causador de desajustes em muitos lares, e a cada dia destruindo seu próprio lar. Teve que fugir e abandonar toda a sua riqueza, porque, na Abolição, os negros libertos, que tanto haviam sofrido em suas mãos, queriam matá-lo. Sempre foi um espírito de fortuna e até hoje não se conforma com a riqueza perdida. O que possui é concedido pela Providência. Procure não fazer inimigos, para não aumentar sua bagagem cármica. Destruiu toda a sua família e, por isso, sua principal missão, hoje, é se recuperar e se reajustar com seus familiares, que são os mesmos do passado. Procure cultivar e conservar tudo aquilo que Deus lhe concede a cada instante e, com a força do seu amor, vencerá mais esta batalha difícil do seu carma. Pai Seta Branca está lhe dando especial assistência e proteção, para que possua sempre, em seu íntimo, a paz e a tranquilidade, mesmo em meio às dificuldades que são comuns a todos nós que peregrinamos na Terra. A Mãe, em Cristo Jesus, Tia Neiva.
Pela força do nosso carma, muitas vezes nos aproximamos de alguém e sentimos um impacto desagradável, apesar de ser um primeiro encontro – pelo menos nesta vida! – e não entendemos essa estranha sensação de antipatia. É fruto da situação cármica, vibratória, que nos envolve na presença de um outro espírito com o qual termos reajustes a fazer, base desse fator muitas vezes avassalador que nos torna antipáticos sem qualquer motivo aparente. Isso é fato comum em nossa jornada, e precisamos estar atentos para contornar a situação sem agravar os atritos e, por conseguinte, agravar o nosso carma.
Tia Neiva sempre nos ensinou que, ao trabalharmos na força da Alta Magia, recebemos uma força magnética extra que nos ajuda em nossas passagens cármicas.
Deus não castiga nem premia. Dentro desta vida, nossos atos, são praticados por nós mesmos. Nós nos auto-punimos, nos auto-castigamos, nos auto-elogiamos e nos auto-engrandecemos.
É preciso perceber que o orgulho e a vaidade nos levam a nos colocarmos em posições, às vezes, querendo substituir o próprio Deus. Mas devemos nos lembrar que não foi Deus quem fez isto ou aquilo, mas nós é que estamos fazendo a partir da obra que somos deste próprio Deus.
O limite de nossa ação é a nossa própria vida. Ninguém recebe além daquilo para que foi preparado para fazer. Todos nós temos o nosso roteiro de vivência e nada acontece por acaso, senão pela atração do charme e das linhas cármicas. Tudo está programado em nossas vidas.
Nada há que nos faça deixar de recorrer a Deus pelo fato de estarmos em falta, porque Deus é bondade e só nos traz a luz. A todo momento podemos recorrer a Deus, porque, sem a energia divina, deixaremos de existir.
Mas é preciso abrirmos a oportunidade para que esta energia se manifeste. Se fecharmos os olhos de nossa alma e não estivermos conscientes deste Deus, a energia não penetrará em nós! (...)
O que vamos fazer no futuro depende do que estamos fazendo agora. Então, a Eternidade está sendo vivida neste instante. Tudo que quiserem, tudo que desejarem alcançar, poderão pedir a Deus neste instante.
Vamos, pois, cuidar da nossa vida com esmero. Temos um sistema planetário, herança transcendental, coisas verdadeiras trazidas para nós, às quais teremos que corresponder.
Vamos viver, portanto, com intensidade, porque nós poderemos modificar todo o nosso destino, numa concentração dentro de um processo evangélico como, por exemplo, uma Contagem. (...)
É com o coração que nós temos que aprender. Não adianta mergulhar mais fundo do que aquilo que podemos ir. Temos que saber qual é o nosso tamanho. E não esqueçamos, nunca, que enquanto não liquidarmos com as coisas que estão ao nosso alcance, as coisas do nosso carma, não entenderemos a voz de Deus, que nos fala através de mil mensagens a cada dia!” (Mestre Tumuchy)