A
RAIZ EGEA
Uma
poderosa raiz se baseou na região da Egea, terra que ficava entre a
Turquia e a Grécia, tendo sido submersa pelas águas do mar Egeu,
formando as ilhas gregas, e dando origem a três linhas que
influenciaram profundamente a civilização da Terra: Gregos,
Egípcios e Hebreus.
GRÉCIA
Um
dos três troncos da Egea, foi o grupo que desenvolveu mais
rapidamente tudo que dizia respeito ao Homem e à sua vida em
sociedade, não só em seus aspectos positivos como, também,
negativos. As ruínas de Thira, mostram que a região da Egea
abrigava uma civilização adiantada, que muitos confundem como
sendo a Atlântida, sem registro de guerras ou violência, que foi
destruída por uma grande erupção que provocou a submersão de
grande parte da Egea e formou as ilhas gregas das Cíclades e do
Dodecaneso, Creta e o Peloponeso, ao sul da Grécia.
Os
deuses se concentraram, então, no monte Olimpo, de onde se
envolveram nas grandes aventuras relatadas na Mitologia grega. Era a
história da queda dos Capelinos, uma fase vital para muitos
espíritos, quando tantos chegaram ao fim da existência, já que
foram desintegrados, isto é, deixaram de existir.
Na
Egea surgiram poderosas forças e um povo missionário, que iria
levar o Homem à idade da Razão, mas também foi um ponto de
reinicio de nossa jornada de volta às nossas origens, embora fosse
o final para aqueles que se deixaram levar pelo desamor e pela
violência, como os que se concentraram em Esparta, onde esses
espíritos caíram o mais fundo que lhes foi permitido. Para muitos
de nós, foi dada uma nova oportunidade.
Em
Esparta tivemos a última experiência com um núcleo onde o amor não
existia, nem a misericórdia e nem a caridade. Vivia-se por instintos
e não por sensibilidade, transformando aqueles que um dia foram
deuses em seres mais perigosos que os animais.
Em
Atenas, destruída pelos persas, surge a grande figura de Péricles
(495 a 430 AC), cuja missão era reunir aquela plêiade de espíritos
vindos da Egea, estabelecendo os caminhos para o Deus Único,
invisível e indivisível, desconhecido.
Aceitando
as divindades do Olimpo, reconstruiu Atenas, de forma até hoje
admirada por todos, não só na parte material como, também, nas
raízes que deixou. Ergueu o principal templo da cidade
dedicado a Atena e, com sua visão e inteligência, dedicou-se à
política voltada para a comunidade, prestigiando as Artes e as
Letras em tal dimensão que sua época ficou conhecida como “o
Século de Péricles”.
Cercada
por muralhas, Atenas se concentrava em torno do Acrópole e dispunha
de locais preparados para as reuniões com os grandes mestres que ali
iniciavam a Era da Razão, como a Assembléia – Pnix -, o teatro de
Dionísio e, fora dos muros, a Academia de Platão e o Liceu de
Aristóteles. Na guerra do Peloponeso, Atenas foi derrotada por
Esparta, logo após a morte de Péricles. Para se ter uma idéia do
mundo intelectual grego, as cidades-estados foram campos de
atividades dos famosos sábios (ver, no Anexo, maiores informações):
Abdera (Demócrito e Pitágoras); Elide (Pirro); Estagiros
(Aristóteles); Megara (Euclides); Mileto (Anaximandro, Leucipo e
Talles); Samos (Epicuro e Pitágoras); Sinope (Diógenes); e Atenas
(Anaxágoras, Antistenes, Aristóteles, Epicuro, Píndaro, Platão,
Sócrates, Timon e Zenão).
Sócrates
já revelava a esperança crística quando declarou: “desde a minha
infância, graças ao favor celeste, sou seguido por um ser quase
divino, cuja voz me impele a esta ou aquela ação”. Em Éfeso,
região da atual Turquia, Heráclito proclamava que a evolução do
mundo se fazia pelos conflitos e desarmonias aparentes que, na
verdade, obedeciam a uma ordem superior harmônica que regulava os
acontecimentos dentro de determinadas medidas ou proporções.
Com
o fogo sendo considerado a substância básica, o mundo estaria em
mudança permanente. Assegurava: “A luta é a mãe de tudo!”. E
foi na Grécia que tivemos reencarnações marcantes, como as da
época da guerra de Tróia, objeto de história contada por Koatay
108 na oportunidade de uma prisão coletiva, onde relatou fatos e
personagens ligados a Jaguares de hoje. Eram usados os oráculos,
onde sibilas, pítons e pitonisas, pela Voz Direta, faziam previsões
e orientavam grande parte dos reis e nobres. Um ponto essencial no
mundo grego foi Delfos.
Localizado
da Fócida, na Grécia, situada na encosta sul do monte Parnaso,
Delfos tornou-se um centro religioso dois mil anos antes de Cristo. O
primeiro Oráculo ali instalado foi o de Ge (a Terra), e foi
crescendo em importância até que no século VIII antes de Cristo
tornou-se enormemente influente com o Templo de Apolo e suas
pitonisas, que eram procuradas por reis, nobres e cidadãos comuns
vindos das mais distantes regiões, buscando, nas previsões das
pitonisas, orientações e decisões para guerras, casos de amor e de
negócios, fundação de colônias, novos cultos, purificação de
criminosos e outros variados assuntos.
As
respostas eram dadas por uma pitonisa que se preparava fazendo
fumigações de louro e cevada, bebendo água da fonte de Cassótis,
e sentava em um tripóide, banco de ouro com três pernas, sobre uma
pedra redonda, dividida em três, tendo em cada parte uma fenda por
onde passava uma fumaça de origem vulcânica, vinda do adyton, parte
inferior do Templo de Apolo, que era aspirada pela pitonisa, fazendo
com que entrasse em êxtase mediúnico. Os oráculos proferidos pela
pitonisa eram então, se necessário, interpretados pelos sacerdotes.
Para
que aguardassem serem atendidos, os reis construíram vários
minipalácios no caminho para o Templo de Apolo - a Via Sagrada -,
erguendo monumentos e depositando tesouros que, com o tempo, se
perderam. Até hoje existem as ruínas do Templo, a pedra circular,
ruínas dos palácios, sendo o mais conservado o dos Atenienses.
Existe o anfiteatro onde se faziam os julgamentos das pitonisas
novatas, pois, como o poder delas era muito grande, quando
desconfiavam que estavam diante de uma mistificação, submetiam-nas
ao julgamento.
Se
não conseguissem provar seus poderes, eram imediatamente atiradas a
uma corrente de água que caía pelo despenhadeiro. Foi num desses
julgamentos que Pytia, encarnação de Tia Neiva, produziu, pela
primeira vez, o fenômeno do rufar dos tambores. Entre a entrada do
Templo e o anfiteatro existe um caminho, onde os guardas se postavam
com tambores.
A
cada passo que a pitonisa a ser julgada percorria, rufava um tambor
onde ela passava, de modo que o povo reunido no anfiteatro percebia
sua aproximação. Quando Pytia estava diante de seus juizes, provou
sua força fazendo com que, independentemente dos soldados, todos os
tambores rufassem ao mesmo tempo, sendo, então, reconhecidos seus
poderes. Esse fenômeno ela reproduziu em Atenas, quando comprovou
seus poderes a Leônidas, para libertar a Rainha Exilada, como se
revive no Turigano.
O
culto a Apolo era interrompido no Inverno, quando Apolo ia para os
Hiperbóreos, ficando em seu lugar Dionísio. De Delfos, Pytia
organizou as Falanges Missionárias de Yuricy, Jaçanãs, Muruaicys e
Dharman Oxinto, após a instalação da Cruz do Caminho no Delta do
Nilo, colocando, sob nova projeção, a Iniciação de Osiris, que
passou à Iniciação Dharman Oxinto, até hoje usada em nossos
Templos do Amanhecer.
Segundo
os historiadores, havia em Delfos uma grande pedra - omphalos -, que
marcava o centro do mundo, que desapareceu. Com o passar dos séculos,
pela ação destruidora de terremotos e saqueadores, pouco resta do
antigo esplendor de Delfos.
No
Templo estavam escritas sentenças dos Sete Sábios - Tales de
Mileto, Pitaco de Metilene, Brias de Priene, Sólon, Cleóbulo de
Lindos, Míson de Cene e Chilone de Lacedemônia -, os sábios gregos
que possuíam no mais alto grau o que os gregos chamavam de
Sabedoria. Entre as sentenças gravadas, destacam-se “Conhece-te a
ti mesmo” e “Nada em excesso”.
Dentro
da missão de preparar o caminho para Jesus, as pitonisas ou sibilas
de Delfos se entregaram às suas funções com amor e muito zelo.
Levavam uma vida de castidade e orações, e muitas predisseram a
futura chegada de Jesus, sendo famosas Ciméria (“Num século
surgirá o dia em que o Rei dos Reis habitará conosco.
Três
reis do Oriente, guiados pela luz de um astro rutilante, que ilumina
a jornada, irão adorá-lo e, humildes, prosternados, Lhe oferecerão
ouro, incenso e mirra!”) e Daphne (“Depois que alguns anos
passarem, o Deus, de uma virgem nascido, fará reluzir aos homens
aflitos a esperança da redenção e, conquanto tudo possa – e quão
alto está o Seu trono! – ele sofrerá a morte para, da morte,
resgatar seus povos...”). De modo geral, eram recrutadas entre as
sacerdotisas de Apolo. Com o advento do cristianismo, Delfos foi
perdendo seu poder, e a última mensagem do Oráculo dizia: “Chorai,
trípodes! Apolo é mortal... E ele sente morrer sua chama
passageira...
O
fogo sagrado do Eterno eclipsa sua débil luz!...” Estava cumprida
a missão, pois o Sistema Crístico já estava estabelecido pelo
Divino e Amado Mestre Jesus. Porém, é em Esparta nosso último
degrau da decadência espiritual. Formamos uma civilização
militarista e insensível, violenta e sem amor, espíritos oriundos
de Egea eram responsabilidade do estado desde a sua gestação,
criados longe dos pais, e se apresentassem alguma fraqueza ou
deficiência eram imediatamente eliminados.
Daí,
partimos em busca de podermos retornar a Capela, e essa é a força
que nos impulsiona – a dos Cavaleiros Verdes – que vamos buscar
no passado remoto. A figura de Leônidas se destaca nesta época,
sendo esta raiz invocada no Turigano. Pelo seu nível elevado, a
Grécia, embora sob o poder romano, influenciou profundamente a raiz
que se formou em Roma. Vale destacar uma linha, a de Hermes
Trimegisto e o Hermetismo. Hermes é o deus grego que corresponde a
Mercúrio romano, mensageiro dos deuses, representado carregando um
bastão ao redor do qual se enrosca uma serpente, simbolizando a
sabedoria.
É
uma figura originária do Grande Toth, oráculo de sabedoria
filosófica e religiosa, que significou a unificação das linhas da
Mesopotâmia e da Egea, expressa em um conjunto de 17 livros,
escritos anônimos muito divulgados no século I DC, sob o título de
Poimandres. O conjunto de ensinamentos de Hermes – Summa
Hermetica – é dividido em duas categorias: a) o Hermetismo
Popular, com textos mais antigos, datando, em média, de 300 AC,
versando sobre Astrologia, Medicina, Alquimia, Magia e simpatias, com
revelações secretas dos laços secretos que existem em diversas
partes do Universo que não têm, aparentemente, qualquer ligação
entre si; e b) o Hermetismo Sábio, com textos mais recentes, após
Jesus, sob o título de Corpus Hermeticum, que traduzem a
helenização das antigas religiões da Mesopotâmia, fazendo frente
à racionalização da Grécia, que impunha, com Roma, pesada
responsabilidade a todos. Com as revelações baseadas em Hermes,
pensadores europeus formaram uma nova ordem em que adaptaram
elementos de diversas doutrinas anti-racionalistas e foram
estruturadas diferentes linhas filosóficas com base na Astrologia,
na Alquimia e na Magia.
A
influência de astros e de minerais na configuração energética do
corpo, os poderes da meditação, as instruções para
refinamento do espírito a fim de que possa se assemelhar a Deus (que
seria a Pedra Filosofal pesquisada na Alquimia), as bases da Gnose e
toda a unificação das bases da Mesopotâmia e da Egea deram tal
projeção ao Hermetismo que ele se manteve por muitos séculos,
influenciando até mesmo grandes católicos, como Santo Agostinho, e
se tornando ponto de referência no Renascimento e nos movimentos da
Gnose até os tempos atuais, como, por exemplo, na Teosofia.
Na
Idade Média, deu-se a Hermes, Moisés e Zaratustra o título de
nobres pagãos, por terem conseguido, em suas obras, unificar
as linhas que confluíram para o Evangelho de Nosso Senhor Jesus
Cristo. Atualmente, Hermetismo é sinônimo de Esoterismo, e abriga
mistérios sagrados, ciências ocultas, conhecimentos da Cabala,
templários, rosa-cruzes e alquimistas, tendo como base a Tabula
Smaragdina (Tábua Esmeralda), que surgiu no Ocidente durante o
século XII, traduzida do árabe (século X), que havia sido
traduzida do egípcio para grego (século IV), e contendo o
Simbolismo, a Mitologia, a Magia, a Alquimia e a Astrologia. A Tábua
Esmeralda teria sido encontrada no Egito por Alexandre Magno, texto
gravado em uma grande esmeralda, que teria, entre outras, a seguinte
tradução:
“É
verdade, sem ficção, é certo e muito verdadeiro, que o que está
embaixo é como aquilo que está em cima, e que o que está em cima é
como o que está embaixo, para que se cumpram os milagres de uma
única coisa. E como todas as coisas vêm do Ser Único por sua
própria mediação, assim todas as coisas nascem Dele, por
adaptação. Seu pai é o Sol e sua mãe é a Lua. O Vento o levou em
seu ventre e a Terra foi sua nutriz. Este é o Pai do thelesma de
todo o mundo. Sua força é poderosa quando se converte em telúrica.
Poderás separar a Terra do Fogo, o sutil do espesso, delicadamente,
com muita prudência e critério. Irás subir da Terra ao Céu e
tornarás à Terra, recolhendo as forças dos seres superiores e dos
inferiores. Poderás ter, assim, toda a glória do mundo, e toda a
escuridão se afastará de ti. Este poder é maior do que a própria
força, porque vencerá tudo o que é sutil e penetrará em tudo
quanto é sólido! Assim foi criado o mundo e disso se fizeram
incríveis adaptações, cujo segredo está contido aqui. Por isso
fui chamado Hermes Trimegisto, o conhecedor das três filosofias do
mundo. “