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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Os trabalhadores da última hora


Os trabalhadores da última hora


Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos, porque muitos são os chamados e poucos os escolhidos.
 (S. Mateus, cap. XX VV 1 a 16).


A interpretação desta passagem do Evangelho de S Mateus, pela Doutrina Espírita, quando bem entendida, traz mais um dos tantos benefícios consoladores aos que anseiam por definir rumos mais ditosos em suas vidas.

Na parábola dos Trabalhadores da Última Hora, o Mestre Jesus compara o proprietário de uma vinha ao Pai Maior e os trabalhadores a seus filhos, nós todos.
Bem entendida, a parábola nos esclarece que as oportunidades de trabalho surgem sempre a todos, mesmo em horas tardias, e que se atendido este convite, que chega sempre em hora certa, a paga será compensadora, visto que estivera o trabalhador sempre pronto.
Já nos diz o espírito André Luiz no livro Nosso Lar, psicografado por Chico Xavier: “Quando o trabalhador está pronto, o serviço aparece”.
Falamos sim do trabalho que a Doutrina Espírita oferta a todos que se dispõe a divulgá-la e a vivê-la.
Assim como um profissional especializado precisa de uma formação, de um treinamento para iniciar seu trabalho de forma produtiva e eficiente, dá-se o mesmo com aquele que poderá servir ao Cristo Jesus, seja em que âmbito for, na divulgação e testemunho do Seu Evangelho.
E para a Doutrina Espírita não é diferente.
Em sua célula básica de divulgação, a Casa Espírita, tem-se a oportunidade de inicialmente usufruir dos benefícios que esta lhe alcança e, posteriormente, se aceito o convite que lhe for feito, contribuir para a continuidade das actividades da Casa.
Como em qualquer organização humana, existem muitas tarefas que podem ser realizadas em uma Casa Espírita, cuja preparação não começa quando do início do convívio, mas muito antes, quando o mundo espiritual nos guia e nos oferta trilhas, algumas tortuosas mas necessárias, para que possamos passar pela vinha do Amor.
Nessa “Casa do Caminho” que por vezes nos demoramos para descansar de algum sofrimento, realinhando nossa trajectória pessoal, podemos encontrar o amparo redentor que a caridade de um trabalho voluntário nos traz, e cujo valor ainda não conhecíamos.
Podemos experimentar as tarefas mais simples, colocando nossa humildade em prática, enquanto nos aprofundamos nos virtuosos conhecimentos da Codificação Kardequiana.
Sendo pequenos, mas fazendo parte de um todo maior, sentiremos a felicidade de estarmos apenas colaborando, sem nada esperar em troca.
Podemos experimentar aquela sensação de fazer parte de um grupo que visa somente o bem do próximo, anulando nosso personalismo e por vezes até com a sublime sensação de sermos percebidos apenas como instrumentos de amor do Pai.
Muitas vezes nós nos surpreendemos pensando: “não tenho condições, não sou capaz”, ante uma oportunidade de sermos úteis.
Este momento é delicado, pois é o Pai que nos conclama a sermos os “trabalhadores da última hora”.
Se nos refugiarmos em justificativas que sabemos vazias, aí sim a paga nos será menor quando finalmente nos decidirmos a seguir o caminho da fraternidade, que chega-nos cedo ou tarde.
A Casa Espírita é, como outras obras de amor, semelhante a vinha da parábola, aguardando quem nela trabalhe na semeadura, e na colheita.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Atitude de Urgência - Emmanuel

Atitude de Urgência

Em favor da paz em ti e em torno de ti, não te esqueças das atitudes de urgência.
Cultiva a fé em Deus para que não te falte a tranquilidade de espírito.
Age sempre, buscando servir.
Lembra-te de que outros farão a ti o que fizeres dos outros e com os outros.
Espalha o bem que puderes, onde puderes e quanto puderes.
Não cobres tributos de gratidão.
Abstém-te de procurar defeitos no próximo, recordando que todos nós - os espírito ainda vinculados à evolução da Terra - temos ainda o lado escuro do próprio ser por iluminar.
Evita o ressentimento para que o ódio não se te faça veneno na vida e no coração.
Esquece as ofensas, incondicionalmente, na certeza de que as agressões pertencem aos agressores.
Já que nem sempre será possível viver sem adversários, não olvides o respeito que lhes é devido.
Se erraste, apressa-te a corrigir-te.
Na hipótese de haveres ferido a alguém, solicita desculpa a quem prejudicaste,
reparando essa ou aquela falta cometida.
Cumpre o dever a que te empenhaste.
Não descarregues em ombros alheio as obrigações que te competem.
Guarda fidelidade aos compromissos assumidos para que os teus companheiros se te mantenham fiéis.
Não acredites em facilidades sem preço.
Conserva correcção nas tarefas pequenas, para que essa mesma correcção não se te faça pesada nas grandes tarefas.
Nos instantes de crise, não te suponhas a única pessoa em provação sobre a Terra para que a tua dor não se converta em perturbação.
Trabalha sempre e sê útil, sem transitar nos labirintos do tempo perdido, ainda mesmo quando te reconheças sem a necessidade de trabalhar.
Usa criteriosamente a vida e os bens da vida, reconhecendo que tudo pertence a Deus que, por amor, te empresta semelhantes recursos e a Quem, no momento oportuno, tudo precisarás restituir.
Nessas directrizes, seguiremos tranquilos, estrada adiante, e, conquanto as imperfeições de que ainda sejamos portadores, estaremos, com a Bênção de Deus, na condição de obreiros da paz.

EMMANUEL
Uberaba, 17 de Novembro de 1979.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Bonus


Muitas vezes falamos de Bônus e não temos uma noção precisa do quê se trata. Tia Neiva esclareceu que é uma “moeda espiritual”, que permite ao recebedor gozar de benefícios espirituais. No plano físico também se pode atenuar uma cobrança com os bônus acumulados, em função de trabalhos espirituais, e “negociados” pelo nosso Mentor.

Dessa forma podemos considerar os Bônus como o nosso tesouro, a única riqueza que conseguimos acumular em depósitos celestiais.

Obviamente não se pode considerar como um pagamento, pois não depende apenas de um trabalho realizado, um bônus só é conquistado quando a energia doada é entregue com amor e consciência.

Quem recebe os bônus na verdade é o seu Mentor, pelo trabalho que realiza sob o nosso intermédio. Sendo um Espírito de Luz, deposita fielmente a parte que nos cabe de acordo com nossa verdadeira vibração no trabalho. Quando necessitamos passar por uma cobrança mais “pesada”, nosso Mentor pode, através de nossos bônus conquistados, aliviar sua intensidade, resgatando aquele débito pelo amor que já demonstramos.

Os bônus são pequenas células de energia vital que vão se desagregando de um para o outro, fortalecendo nosso Sol Interior, rejuvenescendo nossas células.

“Quero deixar bem esclarecida a Vida além do mundo físico. Fui levada por Humarram, há muitos anos, para ver o quadro de uma enorme família que chegava da Terra. Interessante aquele grupo que viera por força de um desencarne em massa. Todos se organizaram: chegaram ricos e logo compraram suas mansões.

Perguntei a Humarram:

- Onde conseguiram dinheiro?

- Conseguiram na luz dos seus bônus! – respondeu meu mestre.

- E o que fizeram para ganhar bônus?

- Fizeram amigos na Lei do Auxílio, respeitosamente tiveram suas consagrações ou sacramentos; com respeito e amor ajudaram os outros; tiveram tolerância com seus vizinhos e demais comportamentos que não fizeram sofrer os outros’’

Tia Neiva, em 11 de setembro de 1.984
**************

“…Notando que a senhora Laura entristecera subitamente ao recordar o marido, modifiquei o rumo da palestra, interrogando:

- Que me diz do bônus-hora? Trata-se de algum metal amoedado?

Minha interlocutora perdeu o aspecto cismativo, a que se recolhera, e replicou, atenciosa:

- Não é propriamente moeda, mas ficha de serviço individual, funcionando como valor aquisitivo.

- Aquisitivo? – perguntei abruptamente.

- Explico-me – respondeu a bondosa senhora -; em “Nosso Lar” a produção de vestuário e alimentação elementares pertence a todos em comum. Há serviços centrais de distribuição na Governadoria e departamentos do mesmo trabalho nos Ministérios. O celeiro fundamental é propriedade coletiva.

Ante meu gesto silencioso de espanto, acentuou:

- Todos cooperam no engrandecimento do patrimônio comum e dele vivem. Os que trabalham, porém, adquirem direitos justos. Cada habitante de “Nosso Lar” recebe provisões de pão e roupa, no que se refere ao estritamente necessário; mas os que se esforçam na obtenção do bônus-hora conseguem certas prerrogativas na comunidade social.

O espírito que ainda não trabalha, poderá ser abrigado aqui; no entanto, os que cooperem podem ter casa própria.

O ocioso vestirá, sem dúvida; mas o operário dedicado vestirá o que melhor lhe pareça; compreendeu?

Os inativos podem permanecer nos campos de repouso, ou nos parques de tratamento, favorecidos pela intercessão de amigos; entretanto, as almas operosas conquistam o bônus-hora e podem gozar a companhia de irmãos queridos, nos lugares consagrados ao entretenimento, ou o contacto de orientadores sábios, nas diversas escolas dos Ministérios em geral.

Precisamos conhecer o preço de cada nota de melhoria e elevação. Cada um de nós, os que trabalhamos, deve dar, no mínimo, oito horas de serviço útil, nas vinte e quatro de que o dia se constitui. “….

domingo, 18 de março de 2012

Amarás servindo


Amarás servindo.

Ainda quando escutes alusões em torno da suposta decadência dos valores humanos, exaltando as forças das trevas, farás da própria alma lâmpada acesa para o caminho.

Mesmo quando a ambição e o orgulho te golpeiem de suspeitas e de rancores o espírito desprevenido, amarás servindo sempre.

Quando alguém te aponte os males do mundo, lembrar-te-ás dos que te suportaram as fraquezas da infância, dos que te auxiliaram a pronunciar a primeira oração, dos que te encorajaram os ideais de bondade no nascedouro, e daqueles outros que partiram da Terra, abençoando-te o nome, depois de repetidos exemplos de sacrifício para que pudesses livremente viver. Recordarás os benfeitores anônimos que te deram entendimento e esperança, prosseguindo fiel ao apostolado do amor e serviço que te legaram...

Para isso, não te deterás na superfície das palavras.

Colocar-te-ás na posição dos que sofrem, a fim de que faças por eles tudo aquilo que desejarias se te fizesse nas mesmas circunstâncias.

Ante as vítimas da penúria, imagina o que seria de ti nos refúgios de ninguém, sob a ventania da noite, carregando o corpo exausto e dolorido a que o pão mendigado não forneceu suficiente alimentação; renteando com os doentes desamparados, reflete quanto te doeria o abandono sob o guante da enfermidade, sem a presença sequer de um amigo para minorar-te o peso da angústia; à frente das crianças despejadas na rua, pensa nos filhos amados que aconchegas ao peito, e mentaliza o reconhecimento que experimentarias por alguém que os socorresse se estivessem desvalidos na via pública; e, perante os irmãos caídos em criminalidade, avalia o suplício oculto que te rasgarias entranhas da consciência, se ocupasses o lugar deles, e medita no agradecimento que passarias a consagrar aos que te perdoassem os erros, escorando-te o passo, das sombras para a luz.

Ainda mesmo quando te vejas absolutamente a sós, no trabalho de bem, sob a zombaria dos que se tresmalham temporariamente no nevoeiro da negação e do egoísmo, não esmorecerás. Crendo na misericórdia da Providência Divina e nas infinitas possibilidades de renovação do homem, seguirás Jesus, o Mestre e Senhor, que, entre a humildade e a abnegação, nos ensinou a todos que o amor e o serviço ao próximo são as únicas forças capazes de sublimar a inteligência para que o Reino de Deus se estabeleça em definitivo nos domínios do coração.


Obra: “Alma e Coração”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

terça-feira, 6 de março de 2012

Os 500 da Galileia


OS QUINHENTOS DA GALILEIA
Depois do Calvário, verificadas as primeiras manifestações de Jesus no cenáculo singelo de Jerusalém, apossara-se de todos os amigos sinceros do Messias uma saudade imensa de sua palavra e de seu convívio. 
A maioria deles se apegava aos discípulos, como querendo reter as últimas expressões de sua mensagem carinhosa e imortal.
O ambiente era um repositório vasto de adoráveis recordações.
Os que eram agraciados com as visões do Mestre se sentiam transbordantes das mais puras alegrias. Os companheiros inseparáveis e íntimos se entretinham em longos comentários sobre as suas reminiscências inapagáveis.
Foi quando Simão Pedro e alguns outros salientaram a necessidade do regresso a Cafarnaum, para os labores indispensáveis da vida.
Em breves dias, as velhas redes mergulhavam de novo no Tiberíades, por entre as cantigas rústicas dos pescadores. Cada onda mais larga e cada detalhe do serviço sugeriam recordações sempre vivas no tempo.
As refeições ao ar livre lembravam o contentamento de Jesus ao partir o pão; o trabalho, quando mais intenso, como que avivava a sua recomendação de bom ânimo; a noite silenciosa reclamava sua bênção amiga.
Embebidos na poesia da Natureza, os apóstolos organizavam os mais elevados projetos, com relação ao futuro do Evangelho.
A residência modesta de Cefas, obedecendo às tradições dos primitivos ensinamentos, continuava a ser o parlamento amistoso, onde cada um expunha os seus princípios e as suas confidências mais recônditas.
Mas, ao pé do monte onde o Cristo se fizera ouvir algumas vezes, exalçando as belezas do Reino de Deus e da sua justiça, reuniam-se invariavelmente todos os antigos seguidores mais fiéis, que se haviam habituado ao doce alimento de sua palavra inesquecível.
Os discípulos não eram estranhos a essas rememorações carinhosas e, ao cair da tarde, acompanhavam a pequena corrente popular pela via das recordações afetuosas.
Falava-se vagamente de que o Mestre voltaria ao monte para despedir-se. Alguns dos apóstolos aludiam às visões em que o Senhor prometia fazer de novo ouvida a sua palavra num dos lugares prediletos das suas pregações de outros tempos.
Numa tarde de azul profundo, a reduzida comunidade de amigos do Messias, ao lado da pequena multidão, reuniu-se em preces, no sítio solitário. João havia comentado as promessas do Evangelho, enquanto na encosta se amontoava a assembléia dos fiéis seguidores do Mestre.
Viam-se, ali, algumas centenas de rostos embevecidos e ansiosos. Eram romanos de mistura com judeus desconhecidos, mulheres humildes conduzindo os filhos pobres e descalços, velhos respeitáveis, cujos cabelos alvejavam da neve dos repetidos invernos da vida.
Nesse dia, como que a antiga atmosfera se fazia sentir mais fortemente.
Por instinto, todos tinham a impressão de que o Mestre voltaria a ensinar as bem aventuranças celestiais.
Os ventos recendiam suave perfume, trazendo as harmonias do lago próximo. Do céu muito azul, como em festa para receber a claridade das primeiras estrelas, parecia descer uma tranqüilidade imensa que envolvia todas as coisas.
Foi nesse instante, de indizível grandiosidade, que a figura do Cristo assomou no cume iluminado pelos derradeiros raios do Sol.
Era Ele !
Seu sorriso desabrochava tão meigo como ao tempo glorioso de suas primeiras pregações, mas de todo o seu vulto se irradiava luz tão intensa que os mais fortes dobraram os joelhos. Alguns soluçavam de júbilo, presas das emoções mais belas de sua vida. As mãos do Mestre tomaram a atitude de quem abençoava, enquanto um divino silêncio parecia penetrar a alma das coisas.
A palavra articulada não tomou parte naquele banquete de luz imaterial; todos, porém, lhe perceberam a amorosa despedida e, no mais íntimo da alma, lhe ouviram a exortação magnânima e profunda:
“Amados — a cada um se afigurou escutar na câmara secreta do coração —, eis que retomo a vida em meu Pai para regressar à luz do meu Reino!... Enviei meus discípulos como ovelhas ao meio de lobos e vos recomendo que lhes sigais os passos no escabroso caminho. Depois deles, é a vós que confio a tarefa sublime da redenção pelas verdades do Evangelho. Eles serão os semeadores, vós sereis o fermento divino. Instituo-vos os primeiros trabalhadores, os herdeiros iniciais dos bens divinos. Para entrardes na posse do tesouro celestial, muita vez experimentareis o martírio da cruz e o fel da ingratidão. Em conflito permanente com o mundo, estareis na Terra, fora de suas leis implacáveis e egoístas, até que as bases do meu Reino de concórdia e justiça se estabeleçam no espírito das criaturas. Negai-vos a vós mesmos, como neguei a minha própria vontade na execução dos desígnios de Deus, e tomai a vossa cruz para seguir-me.
“Séculos de luta vos esperam na estrada universal. É preciso imunizar o coração contra todos os enganos da vida transitória, para a soberana grandeza da vida imortal. Vossas sendas estarão repletas de fantasmas de aniquilamento e de visões de morte. O mundo inteiro se levantará contra vós, em obediência espontânea às forças tenebrosas do mal, que ainda lhe dominam as fronteiras. Sereis escarnecidos e aparentemente desamparados; a dor vos assolará as esperanças mais caras; andareis esquecidos na Terra, em supremo abandono do coração. Não participareis do venenoso banquete das posses materiais, sofrereis a perseguição e o terror, tereis o coração coberto de cicatrizes e de ultrajes. A chaga é o vosso sinal, a coroa de espinhos o vosso símbolo, a cruz o recurso ditoso da redenção. Vossa voz será a do deserto, provocando, muitas vezes, o escárnio e a negação da parte dos que dominam na carne perecível.
“Mas, no desenrolar das batalhas incruentas do coração, quando todos os horizontes estiverem abafados pelas sombras da crueldade, dar-vos-ei da minha paz, que representa a água viva. Na existência ou na morte do corpo, estareis unidos ao meu Reino. O mundo vos cobrirá de golpes terríveis e destruidores, mas, de cada uma das vossas feridas, retirarei o trigo luminoso para os celeiros infinitos da graça, destinados ao sustento das mais ínfimas criaturas!... 
"Até que o meu Reino se estabeleça na Terra, não conhecereis o amor no mundo; eu, no entanto, encherei a vossa solidão com a minha assistência incessante. Gozarei em vós, como gozareis em mim, o júbilo celeste da execução fiel dos desígnios de Deus. Quando tombardes, sob as arremetidas dos homens ainda pobres e infelizes, eu vos levantarei no silêncio do caminho, com as minhas mãos dedicadas ao vosso bem. Sereis a união onde houver separatividade, sacrifício onde existir o falso gozo, claridade onde campearem as trevas, porto amigo, edificado na rocha da fé viva, onde pairarem as sombras da desorientação. Sereis meu refúgio nas igrejas mais estranhas da Terra, minha esperança entre as loucuras humanas, minha verdade onde se perturbar a ciência incompleta do mundo!..
“Amados, eis que também vos envio como ovelhas aos caminhos obscuros e ásperos. Entretanto, nada temais! Sede fiéis ao meu coração, como vos sou fiel, e o bom ânimo representará a vossa estrela! Ide ao mundo, onde teremos de vencer o mal! Aperfeiçoemos a nossa escola milenária, para que aí seja interpretada e posta em prática a lei de amor do Nosso Pai, em obediência feliz à sua vontade augusta!”
Sagrada emoção senhoreara-se das almas em êxtase de ventura. Foi então que observaram o Mestre, rodeado de luz, como a elevar-se ao céu, em demanda de sua gloriosa esfera do Infinito. Os primeiros astros da noite brilhavam no alto, como flores radiosas do Paraíso.
No monte galileu, cinco centenas de corações palpitavam, arrebatados por intraduzível júbilo. Velhos trêmulos e encarquilhados desceram a encosta, unidos uns aos outros, como solidários, para sempre, no mesmo trabalho de grandeza imperecível. Anciãs de passo vacilante, coroadas pela neve das experiências da vida, abraçavam-se às filhas e netas, jovens e ditosas, tomadas de indefinível embriaguez dalma. Romanos e judeus, ricos e pobres confraternizavam, felizes, adivinhando a necessidade de cooperação na tarefa santa. Os antigos discípulos, cercando a figura de Simão Pedro, choravam de contentamento e esperança.
Naquela noite de imperecível recordação, foi confiado aos quinhentos da Galileia o serviço glorioso da evangelização das coletividades terrestres, sob a inspiração de Jesus-Cristo. Mal sabiam eles, na sua mísera condição humana, que a palavra do Mestre alcançaria os séculos do porvir.
E foi assim que, representando o fermento renovador do mundo, eles reencarnaram em todos os tempos, nos mais diversos climas religiosos e políticos do planeta, ensinando a verdade e abrindo novos caminhos de luz, através dos bastidores eternos do Tempo.
Foram eles os primeiros a transmitir a sagrada vibração de coragem e confiança aos que tombaram nos campos do martírio, semeando a fé no coração pervertido das criaturas.
Nos circos da vaidade humana, nas fogueiras e nos suplícios, ensinaram a lição de Jesus, com resignado heroísmo.
Nas artes e nas ciências, plantaram concepções novas de desprendimento do mundo e de belezas do céu e, no seio das mais variadas religiões da Terra, continuam revelando o desejo do Cristo, que é de união e de amor, de fraternidade e concórdia.
Na qualidade de discípulos sinceros e bem-amados, desceram aos abismos mais tenebrosos, redimindo o mal com os seus sacrifícios purificadores, convertendo, com as luzes do Evangelho, à corrente da redenção, os espíritos mais empedernidos.
Abandonados e desprotegidos na Terra, eles passam, edificando no silêncio as magnificências do Reino de Deus, nos países dos corações e, multiplicando as notas de seu cântico de glória por entre os que se constituem instrumentos sinceros do bem com Jesus-Cristo, formam a caravana sublime que nunca se dissolverá.
(Texto extraído do livro "BOA NOVA" de Francisco Cândido Xavier)


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Anjo Solitário



 
Anjo Solitário -
Enquanto o Mestre agonizava na cruz, rasgou-se o céu em Jerusalém e entidades angélicas, em grupos extensos, desceram sobre o Calvário doloroso...

Na poeira escura do chão, a maldade e a ignorância expeliam trevas demasiadamente compactas para que alguém pudesse divisar as manifestações sublimes.

Fios de claridade indefinível passaram a ligar o madeiro ao firmamento, embora a tempestade se anunciasse a distância...

O Cristo, de alma sedenta e opressa, contemplava a celeste paisagem, aureolado pela glória que lhe bafejava a fronte de herói, e os emissários do Paraíso chegavam, em bandos, a entoaram cânticos de amor e reconhecimento que os tímpanos humanos jamais poderiam perceber.

Os Anjos da Ternura rodearam-lhe o peito ferido como a lhe insufladores energias novas.

Os portadores da Consolação ungiram-lhe os pés sangrentos com suave bálsamo.
Os Embaixadores da Harmonia, sobraçando instrumentos delicados, formaram coroa viva, ao redor de sua atribulada cabeça, desferindo comovedoras melodias a se espalharem por bênçãos de perdão sobre a turba amotinada.
Os Emissários da Beleza teceram guirlandas de rosas e lírios subtis, adornando a cruz ingrata.

Os Distribuidores de Justiça, depois de lhe oscularem as mãos quase hirtas, iniciaram a catalogação dos culpados para chamá-los a esclarecimento a reajuste em tempo devido.

Os Doadores de Carinho, em assembleia encantadora, postaram-se à frente dele e acariciavam-lhe os cabelos empastados de sangue.
Os Enviados da Luz acenderam focos brilhante nas chagas doloridas, fazendo-lhe olvidar o sofrimento.

Trabalhavam os mensageiros do Céu, em torno do Sublime Condutor dos Homens, aliviando-o e exaltando-o, como a lhe prepararem o banquete da ressurreição, quando um anjo aureolado de intraduzível esplendor apareceu, solitário, descendo do império magnificente da Altura.

Não trazia seguidores e, em se abeirando do Senhor, beijou-lhe os pés, entre respeitoso e enternecido. Não se deteve na ociosa contemplação da tarefa que, naturalmente, cabia aos companheiros, mas procurou os olhos de Jesus, dentro de uma ansiedade que não se observara em nenhum dos outros.

Dir-se-ia que o novo representante do Pai Compassivo desejava conhecer a vontade do Mestre, antes de tudo. E, em êxtase, elevou-se do solo em que pousara, aos braços do madeiro afrontoso. Enlaçou o busto do Inesquecível Supliciado, com inexcedível carinho, e colocou, por um instante, o ouvido atento em seus lábios que balbuciavam de leve.

Jesus pronunciou algo que os demais não escutaram distintamente.

O mensageiro solitário desprendeu-se, então, do lenho duro, revelando olhos serenos e húmidos e, de imediato, desceu do monte ensolarado para as sombras que começavam a invadir Jerusalém, procurando Judas, a fim de socorrê-lo e ampará-lo.

Se os homens lhe não viram a expressão de grandeza e misericórdia, os querubins em serviço também lhe não notaram a ausência. Mas, suspenso no martírio, Jesus contemplava-o, confiante, acompanhando-lhe a excelsa missão, em silêncio.

Esse, era o anjo divino da Caridade.



Livro Estante da Vida – Pelo Espírito “Irmão X” - Psicografia Francisco C. Xavier

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Alma e Desencarne



ALMA E DESENCARDE

METAMORFOSE E DESENCARNAÇÃO - Graduando os acontecimentos da desencarnação, é importante recorrer ainda ao mundo dos insetos para lembrar que, se existem aqueles de metamorfose total, existem os de metamorfose incompleta, os hemimetábolos, cuja larva sai do ovo e se converte imediatamente num indivíduo, sem passar pela fase pupal, à feição dos malófagos, desprovidos de asas, embora possuam aparelho bucal triturador.
Apresentando características singulares, no capítulo da transfiguração, em todas as ordens nas quais se subdividem, os insetos, de algum modo, exprimem, no desenvolvimento da metamorfose que lhes marca a existência, a escala de fenômenos que vige para a desencarnação dos seres de natureza superior.
Em relação ao homem, os mamíferos que se ligam a nós outros por extremos laços de parentesco, em se desencarnando, agregam-se aos ninhos em que se lhes desenvolvem os companheiros e, qual ocorre entre os animais inferiores, nas múltiplas faixas evolutivas em que se escalonam, não possuem pensamento contínuo para a obtenção de meios destinados à manutenção de nova forma.
Encontram-se, desse modo, aquém da histogênese espiritual, inabilitados a mais amplo equilíbrio que lhes asseguraria ascensão a novo plano de consciência.
Em razão disso, efetuada a histólise dos tecidos celulares, nos sucessos recônditos da morte física, dilata-se-lhes o período de vida latente, na esfera espiritual, onde, com exceção de raras espécies, se demoram por tempo curto, incapazes de manobrar os órgãos do aparelho psicossomático que lhes é característico, por ausência de substância mental consciente.
Quando não se fazem aproveitados na espiritualidade, em serviço ao qual se filiam durante certa quota de tempo, caem, quase sempre de imediato à morte do corpo carnal, em pesada letargia, semelhante à hibernação, acabando automaticamente atraídos para o campo genésico das famílias a que se ajustam, retomando o organismo com que se confiarão a nova etapa de experiência, com os ascendentes do automatismo e do instinto que já se lhes fixaram no ser, e sofrendo, naturalmente, o preço hipotecável aos valores decisivos da evolução.
ALÉM DA HISTOGÊNESE - Através desse movimento incessante da palingenesia universal, o princípio inteligente incorpora a experiência que lhe é necessária, estagiando no plano físico e no plano extrafísico, recolhendo, como é justo, a orientação e o influxo das Inteligências Superiores em sua marcha laboriosa para mais elevadas aquisições.
Pouco acima dessas mesmas bases, vamos encontrar o homem infra-primitivo, na rusticidade da furna em que esconde, surpreendido no fenômeno da morte, ante a glória da vida, como criança tenra e deslumbrada à frente de paisagem maravilhosa, cuja grandeza, nem de leve, pode ainda compreender.
O pensamento constante ofereceu-lhe a precisa estabilidade para a metamorfose completa.
Pela persistência e consistência das idéias, adquiriu o poder de integrar-se mentalmente, para além da histogênese, em seu corpo espiritual, arrebatando-o, com a alavanca da própria vontade, que a indagação e o trabalho enriqueceram, para novo estado individual.
Acariciada pelo bafejo edificante dos Condutores Divinos que lhe acalentam a marcha, a criatura humana dorme o sono da morte, mumificando-se na cadaverização, como acontece à pupa.
E segregando substâncias mentais, à base de impulsos renovadores, tanto quanto certas crisálidas segregam um líquido especial que lhes facilita a saída do próprio casulo, a alma que desencarna, findo o processo histolístico das células que lhe construíram o carro biológico e fortificando o campo mental em que se lhe enovelaram os novos anseios e as novas disposições, logra desvencilharem-se, mecanicamente, dos órgãos físicos, agora imprestáveis, realizando, por avançado automatismo, o trabalho histogenético pelo qual desliga as células sutis do seu veículo espiritual dos remanescentes celulares do veículo físico, arrojado à queda irreversível, agindo agora com a eficiência e a segurança que as longas e reiteradas recapitulações lhe conferiram.
DESENCARNAÇÃO NATURAL - Por milênios consecutivos o homem ensaia a desencarnação natural, progredindo vagarosamente em graus de consciência, após a decomposição do corpo somático.
Recordando as anteriores comparações com o domínio dos insetos, a matriz uterina oferece-lhe novas formas e, assim como a larva se alimenta, assegurando a esperada metamorfose, a alma avança em experiência, enquanto no corpo carnal, adquirindo méritos ou deméritos, segundo a própria conduta, e entregando-se em seguida, no fenômeno da morte ou histólise do invólucro de matéria física, à pausa imprescindível nas próprias atividades ou hiato de refazimento, que pode ser longo ou rápido, para ressurgir, pela
histogênese espiritual, senhoreando novos órgãos e implementos necessários ao seu novo campo de ação, demorando-se nele, à medida dos conhecimentos conquistados na romagem humana.
É assim que a consciência nascente do homem pratica as lições da vida, no plano espiritual, pela desencarnação ou libertação da alma, como praticou essas mesmas lições da vida
no plano físico pelo renascimento ou internação do elemento espiritual na matéria densa,
evolutindo, degrau a degrau, desde a excitabilidade rudimentar das bactérias
até o automatismo perfeito dos animais superiores em que se baseia o domínio da inteligência.
REVISÃO DE EXPERIÊNCIAS - De libertação a libertação, na ocorrência da morte, a criatura começa a familiarizar-se com a esfera extrafísica.
Assim como recapitula, nos primeiros dias da existência intra-uterina, no processo reencarnatório, todos os lances de sua evolução filogenética, a consciência examina em retrospecto de minutos ou de longas horas, ao integrar-se definitivamente em seu corpo sutil, pela histogênese espiritual, durante o coma ou a cadaverização do veículo f;físico, todos os acontecimentos da própria vida, nos prodígios de memória, a que se referem os desencarnados quando descrevem para os homens a grande passagem para o sepulcro.
É que a mente, no limiar da recomposição de seu próprio veículo, seja no renascimento biológico ou na reencarnação, revisa automaticamente e de modo rápido todas as experiências por ela própria vividas, imprimindo magneticamente às células, que se desdobrarão em unidades físicas e psicossomáticas, no corpo físico e no corpo espiritual, as diretrizes a que estarão sujeitas, dentro do novo ciclo de evolução em que ingressam.
Acresce lembrar, ainda, como nota confirmativa de nossas asserções, que, esporadicamente, encarnados saídos ilesos de grandes perigos como acidentes e suicídios frustrados, relatam semelhante fenômeno de revisão das próprias experiências, também chamado visão panorâmica e síntese mental.
LEI DE CAUSA E EFEITO - Encetando, pois, a sua iniciação no plano espiritual, de consciência desperta e responsável, o homem começa a penetrar na essência da lei de causa e efeito, encontrando em si mesmo os resultados enobrecedores ou deprimentes das próprias ações.
Quando dilacerado e desditoso, grita a própria aflição, ao longo dos largos continentes dos espaço Cósmico, reunindo-se a outros culpados do mesmo jaez, com os quais permuta os quadros inquietantes da imaginação em desvario, tecendo, com o plasma sutil do pensamento contínuo e atormentado, as telas infernais em que as conseqüências de suas faltas se desenvolvem, mediante as profundas e estranhas fecundações de loucura e sofrimento que antecedem as reencarnações reparadoras; contudo, é também aí que começa, sobrepairando o inferno e o purgatório do remorso e da crueldade, da rebelião e da delinqüência, o sublime apostolado dos seres que se colocam em harmonia com as Leis Divinas, almas elevadas e heróicas que, em se agrupando intimamente, tocadas de compaixão pelos laços que deixaram no mundo físico, iniciam, com a inspiração das Potências Angélicas, o serviço de abnegação e renúncia, com que a glória e a divindade do amor edificam o império do Sumo Bem, no chamado Céu, de onde vertem mais ampla luz sobre a noite dos homens.

(Evolução em Dois Mundos, XII, André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira, FEB)

sábado, 11 de fevereiro de 2012

APRIMOREMOS - Chico Xavier


Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel

APRIMOREMOS


"Não extingais o Espírito." - Paulo. (I TESSALONICENSES, 5:19).

           A exortação apostólica não tem o significado de aniquilamento do Espírito uma vez que esse depois de criado jamais poderá ser destruído. O versículo em questão deve ser compreendido como um convite à renovação, à necessidade de ampliar os valores espirituais. 
           Criado simples e ignorante, mas tendo em si os germens de todos os desenvolvimentos futuros, o Espírito realiza sua evolução, a pouco e pouco, no corpo e fora dele, através de experiências intelecto morais com as quais realiza o afloramento isto é, a atualização dos tesouros do Espírito.
           Embora já informados da nossa natureza espiritual, que pré-existe e transcende a vida física, permanecemos na grande maioria distantes dessa realidade, sem o espírito de serviço indispensável ao aprimoramento.
           A reencarnação por mais breve que seja tem objetivos elevados. Através dela são oferecidas condições de renovação, de crescimento, de oportunidades de fazer melhor aquilo que ontem foi negligenciado, de iniciar novas tarefas, de desenvolver novos valores, etc.
           Por isso, devemos viver como seres espirituais que somos: suprir as nossas necessidades do viver na matéria sem, no entanto, desprezar o Espírito, o ser mais importante.
           "Não ajunteis tesouros na Terra onde a traça rói, a ferrugem corrompe e os ladrões minam e roubam. Ajuntai tesouros no céu..." (Mateus, 6:19-21).
           A nossa busca não deve se restringir apenas aos valores materiais uma vez que como Espírito temos outras necessidades.
           Que valores realmente importam? Aqueles que "conferem poder e prestígio espirituais e proporcionam gozos superiores ao da matéria"3: a fé, a sabedoria, a bondade, a tolerância, etc. que não se perdem jamais e onde quer que estejamos os levamos conosco, pois são intransferíveis, inalienáveis, conquistas do ser imortal.
           Os nossos esforços devem voltar-se para o trabalho da própria educação e da prática do bem imprescindíveis ao desenvolvimento do Espírito. 
           O evangelho do Cristo é convite permanente a nossa integração nesse trabalho renovador e Emmanuel1, no mesmo propósito, reflete sobre a importância de estendermos os valores espirituais onde quer que estejamos. Ressalta todos os benefícios que a Humanidade usufrui hoje e que foram fruto do trabalho e perseverança daqueles que nos antecederam nas lutas planetárias. Não importa que a nossa tarefa seja humilde. Vale o serviço realizado, isto é, colocar-se por inteiro no ato em si, uma vez que o que dá vida aos nossos atos é a inclusão do nosso potencial, do nosso eu, envolvendo o outro em efeitos de esclarecimento e de consolo. 
           Empreguemos, pois nossas faculdades de sentimento, pensamento e ação para fazer o melhor, onde, quando, como e com quem estivermos.
           "Humilde réstia de luz que acendermos envolver-nos-á em seu clarão e a pequena semente de fraternidade que venhamos a lançar no solo da vida abençoar-nos-á com os seus frutos."

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O Mendigo Renitente


Narrou-nos Chico que um dia foi procurado por um médico, seu particular amigo de muitos anos, espírita militante e colaborador em suas obras psicografadas.
  
Ele queria saber o que fazer com um velho mendigo, que insistia em dormir no alpendre de sua casa. Não estava preocupado em tê-lo como hóspede em tão precário lugar, mas, sim, com a má acomodação e a friagem da noite. Já o havia alertado de que se permanecesse ali acabaria por ficar doente.
  
Contudo, vendo que seus avisos eram ignorados, dedicou-se a arrumar um lugar onde o mendigo pudesse pernoitar. Depois de conseguir um quartinho na vizinhança, levou-o para lá.
  
Qual não fora sua surpresa ao dar com ele em sua varanda no dia seguinte !
  
Pensando que talvez não tivesse gostado do lugar, procurou um albergue que o tratasse melhor. De nada adiantara. O velho voltou a passar as noites no seu alpendre.
  
O médium então falou-nos:
  
— O que o médico amigo não sabia era que aquele espírito carregava consigo um grande complexo de culpa. Passei então a narrar-lhe as cenas que os amigos espirituais me haviam mostrado:
  
Aquele mendigo, doutor, na existência anterior havia sido um cruel fazendeiro que expulsara impiedosamente muitas famílias de suas terras, deixando-as ao relento, sem rumo...

Depois que desencarnou, a partir daquelas lembranças formara-se o complexo de culpa. E o sofrimento perdura até os dias atuais, não permitindo que ele permaneça alojado em lugar nenhum.
  
Chico concluiu:
  
— Então eu disse ao amigo: Não adianta tentar melhorar sua situação, deixe-o dormir no seu alpendre. Mais uns dias e ele procurará outro lugar para deitar-se ao relento. Essa situação perdurará até que o complexo de culpa deixe de atormentá-lo.
  
Em nossas cogitações, vem-nos à mente a lição: para exercer a caridade é necessário usarmos do bom senso e não insistirmos quando o necessitado se nega a receber o benefício. Sempre haverá uma razão que justifique situações como a que nos foi narrada.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feliz Natal

Natal e Jesus

Maldade, escravidão, guerra, ódio, vingança:
_ Eis o mundo anterior ao Século Primeiro!...
Nasce Jesus nos panos de um celeiro
E alastra-se na Terra um clarão de esperança.

Jesus cresce tranquilo e se faz mensageiro
De Consolo e de Paz, de Amor e Segurança,
Tudo é Luz e Bondade, reconforto e mudança,
Começa, enfim, a abolição do cativeiro...

mais tarde, ei-Lo maior, o Homem Justo e Perfeito,
Ensina o Rumo certo, o Perdão e o Direito,
Sofre perseguições... Vence a cruz desolada...

E o Sol que O viu nascer, brilhando em ondas de ouro,
Contemplará Jesus, no milênio vindouro,
Abençoando a Terra, em nova madrugada.

(Soneto recebio pelo médium Francisco Cândido Xavier, em Culto do Evangelho no Lar, em sua própria residência, na noite de 12 de agosto de 1997, na cidade de Uberaba)

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Relacionamentos



RELACIONAMENTO
Emmanuel
(Francisco Cândido Xavier)

Se dificuldades e provações te visitam, no relacionamento com o próximo, não te permitas requentar mágoas no coração.
Deixa que a confiança na Sabedoria Divina te dissipe qualquer sombra do pensamento, lembrando o Sol a desfazer nuvens diariamente para vitalizar e revitalizar os processos da vida.
Para isso, é imperioso que a compreensão te presida os impulsos. E a compreensão te fará saber que os outros são criaturas autônomas, gravitando sempre na direção de objetivos diferentes dos teus.

A certeza disso te livrará da solidão negativa, capaz de induzir-te a desânimo e desespero.

A verdade nos ensina que ninguém realiza o bem e nem caminha para o bem, sem os outros, mas porque isso aconteça, ninguém pode exigir que os outros lhe carreguem a existência, nas sendas a percorrer.
Os outros serão nossos cooperadores, intérpretes, associados e companheiros, enquanto isso se lhes faça possível, ocorrendo o mesmo conosco, em relação a eles.

À vista disso, ama aos amigos sem prendê-los...

Esse terá sido o sustentáculo de tuas esperanças, por muito tempo; entretanto, é possível surja um dia em que não consiga permanecer inteiramente ao teu lado, em face de novas tarefas que lhe despontam na senda.
Outro te entendia os propósitos, até ontem; no entanto, experiências, que se lhe fizeram necessárias, alteraram-lhe provisoriamente os raciocínios.
Aceita-os quais se mostram, continuando a agir no exercício do bem e seguindo adiante na construção da vida melhor em ti mesmo.
Ninguém aprende algo de bom e nem melhora a si mesmo, sem os outros, mas ninguém pode depender totalmente dos outros nas realizações que demande.

Nos momentos de mudanças e renovação para aqueles a quem mais amas, afasta de ti a idéia de separação e não te lastimes.
Prossegue trabalhando, porque, pelos Desígnios da Vida Superior, outros virão ao teu encontro para a execução das tarefas que o mundo te conferiu e os que se afastam de ti voltarão depois, com mais força de amor, a fim de te auxiliarem ou serem auxiliados.

A verdade não se deteriora.
Somente perde os seres queridos aquele que possessivamente os procura, quando se fazem distantes, porquanto quem ama, ama sempre, e de tal modo que, ainda mesmo quando os corações amados se distanciam, o coração que ama prossegue amando-os e abençoando-os, sabendo conscientemente que, pelas forças do espírito, jamais deles se afastará.

Do livro "Calma", Emmanuel (Espírito), Francisco C. Xavier (psicografia)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Coisas de Chico Xavier



Quando você conseguir superar
graves problemas de relacionamento,
não se detenha na lembrança dos momentos difíceis,
mas na alegria de haver atravessado
mais essa prova em sua vida.

Quando sair de um longo tratamento de saúde,
não pense no sofrimento
que foi necessário enfrentar,
mas na bênção de Deus
que permitiu a cura.

Leve na sua memória, para o resto da vida,
as coisas boas que surgiram nas dificuldades.
Elas serão uma prova de sua capacidade,
e lhe darão confiança
diante de qualquer obstáculo.

Uns queriam um emprego melhor;
outros, só um emprego.
Uns queriam uma refeição mais farta;
outros, só uma refeição.
Uns queriam uma vida mais amena;
outros, apenas viver.
Uns queriam pais mais esclarecidos;
outros, ter pais.

Uns queriam ter olhos claros;
outros, enxergar.
Uns queriam ter voz bonita;
outros, falar.
Uns queriam silêncio;
outros, ouvir.
Uns queriam sapato novo;
outros, ter pés.

Uns queriam um carro;
outros, andar.
Uns queriam o supérfluo;
outros, apenas o necessário.

Há dois tipos de sabedoria:
a inferior e a superior.

A sabedoria inferior é dada pelo quanto uma pessoa sabe
e a superior é dada pelo quanto ela tem consciência de que não sabe.
Tenha a sabedoria superior.
Seja um eterno aprendiz na escola da vida.

A sabedoria superior tolera;
a inferior, julga;
a superior, alivia;
a inferior, culpa;
a superior, perdoa;
a inferior, condena.
Tem coisas que o coração só fala
para quem sabe escutar!

(Chico Xavier)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Nosso Lar

Aproveite para ler o Livro espírita Nosso Lar de Andre Luís, pisicografado por Chico Xavier. Este ó o primeiro livro da coleção intitulada 'A Vida no Mundo Espiritual'
Nosso Lar obteve o primeiro lugar entre os dez melhores livros espíritas publicados no século XX, segundo pesquisa realizada em 1999 pela "Candeia Organização Espírita de Difusão e Cultura.



Nosso Lar
Francisco Cândido Xavier

Nosso Lar é o nome da Colônia Espiritual que André Luiz nos apresenta neste primeiro livro de sua lavra.
Em narrativa vibrante, o autor nos transmite suas observações e descobertas sobre a vida no mundo Espiritual, Atuando como um repórter que registra as suas próprias experiências.
Revela-nos um mundo palpitante, pleno de vida e atividades, organizado de forma exemplar, onde Espirítos desencarnados passam por estágios de recuperação espiritual supervisionado por Espirítos Superiores.
Nosso Lar não é o Céu; é mais um hospital, uma escola, uma zona de trânsito. Mas nos permite antever o Mundo Espiritual que nos aguarda, quando abandonarmos o corpo carnal pela morte física.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Tudo podemos

A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos.

A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.

A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos...

TUDO BEM!

O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum...
é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos.

Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Espiritismo

Maravilhoso ensinamento do que é o Espiritismo.


 



quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Chico Xavier




"O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que
as pessoas escalassem o Everest ou fizessem
grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos
amássemos uns aos outros."
Chico Xavier

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O Tempo - Chico Xavier

Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Há tempo de adoecer, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Há tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Há tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntá-las; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar;
Há tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de jogar fora;
Há tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Há tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis