Os trabalhadores da última hora
“Assim, os
últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos,
porque muitos são os chamados e poucos os escolhidos.
(S. Mateus, cap. XX VV 1 a 16).
(S. Mateus, cap. XX VV 1 a 16).
A
interpretação desta passagem do Evangelho de S Mateus, pela
Doutrina Espírita, quando bem entendida, traz mais um dos tantos
benefícios consoladores aos que anseiam por definir rumos mais
ditosos em suas vidas.
Na
parábola dos Trabalhadores da Última Hora, o Mestre Jesus compara o
proprietário de uma vinha ao Pai Maior e os trabalhadores a seus
filhos, nós todos.
Bem
entendida, a parábola nos esclarece que as oportunidades de trabalho
surgem sempre a todos, mesmo em horas tardias, e que se atendido este
convite, que chega sempre em hora certa, a paga será compensadora,
visto que estivera o trabalhador sempre pronto.
Já nos diz o
espírito André Luiz no livro Nosso Lar, psicografado por Chico
Xavier: “Quando o trabalhador está pronto, o serviço aparece”.
Falamos
sim do trabalho que a Doutrina Espírita oferta a todos que se dispõe
a divulgá-la e a vivê-la.
Assim
como um profissional especializado precisa de uma formação, de um
treinamento para iniciar seu trabalho de forma produtiva e eficiente,
dá-se o mesmo com aquele que poderá servir ao Cristo Jesus, seja em
que âmbito for, na divulgação e testemunho do Seu Evangelho.
E
para a Doutrina Espírita não é diferente.
Em
sua célula básica de divulgação, a Casa Espírita, tem-se a
oportunidade de inicialmente usufruir dos benefícios que esta lhe
alcança e, posteriormente, se aceito o convite que lhe for feito,
contribuir para a continuidade das actividades da Casa.
Como
em qualquer organização humana, existem muitas tarefas que podem
ser realizadas em uma Casa Espírita, cuja preparação não começa
quando do início do convívio, mas muito antes, quando o mundo
espiritual nos guia e nos oferta trilhas, algumas tortuosas mas
necessárias, para que possamos passar pela vinha do Amor.
Nessa
“Casa do Caminho” que por vezes nos demoramos para descansar de
algum sofrimento, realinhando nossa trajectória pessoal, podemos
encontrar o amparo redentor que a caridade de um trabalho voluntário
nos traz, e cujo valor ainda não conhecíamos.
Podemos
experimentar as tarefas mais simples, colocando nossa humildade em
prática, enquanto nos aprofundamos nos virtuosos conhecimentos da
Codificação Kardequiana.
Sendo
pequenos, mas fazendo parte de um todo maior, sentiremos a felicidade
de estarmos apenas colaborando, sem nada esperar em troca.
Podemos
experimentar aquela sensação de fazer parte de um grupo que visa
somente o bem do próximo, anulando nosso personalismo e por vezes
até com a sublime sensação de sermos percebidos apenas como
instrumentos de amor do Pai.
Muitas
vezes nós nos surpreendemos pensando: “não tenho condições, não
sou capaz”, ante uma oportunidade de sermos úteis.
Este
momento é delicado, pois é o Pai que nos conclama a sermos os
“trabalhadores da última hora”.
Se
nos refugiarmos em justificativas que sabemos vazias, aí sim a paga
nos será menor quando finalmente nos decidirmos a seguir o caminho
da fraternidade, que chega-nos cedo ou tarde.
A
Casa Espírita é, como outras obras de amor, semelhante a vinha da
parábola, aguardando quem nela trabalhe na semeadura, e na colheita.
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