quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Sofredor conversa nos tronos?

Sofredor conversa nos tronos??

Um irmãozinho (prefiro chamar assim a nominar como espírito sofredor) não cai de paraquedas nos Tronos. Um Mentor o conduz! Este é o primeiro ponto a ser considerado antes da resposta.

Existe um preparo espiritual que pode envolver diversas Entidades neste verdadeiro trabalhode resgate. Parentes espirituais, o Mentor do próprio irmãozinho, o Mentor do paciente, a “guarda” do Cavaleiro e Guia Missionária dos médiuns...

O espírito pode chegar em diferentes condições: pode chegar sofrido, esperando ansiosamente aquela oportunidade; revoltado por ter sido trazido até ali; com ódio do paciente, por conta dos reajustes; enfim, de maneiras que não podemos saber até o momento em que se apresenta.

O Apará sente as vibrações da incorporação mais pesada. Quando o espírito chega com raiva, se ele permitisse, algumas vezes, o espírito poderia aproveitar-se da incorporação e “voar no pescoço” do paciente. Sim, ele sente vontade de falar, desabafar, conta sua versão da “história” que os envolve (paciente / irmãozinho), porém...

Porém o dever do Apará é controlar a incorporação! Não permitir as agressões físicas e também as verbais. Haja vista que um irmãozinho não tem qualquer compromisso com a verdade, vai contar apenas sua versão limitada da história e sem ao menos saber o quê passou anteriormente, em outras vidas. Às vezes aquilo que parece uma grande cobrança, na verdade igualmente foi um reajuste no passado.

POR ISSO UM SOFREDOR NÃO PODE PASSAR COMUNICAÇÃO NOS TRONOS!

Uma comunicação de um sofredor poderia desequilibrar a vida de um paciente para sempre! Gerar um novo karma e este de responsabilidade do Doutrinador e do Apará envolvidos! Do Apará porque permitiu a comunicação, porque deixou seus sentimentos mesclarem-se com o do espírito e facilitou a comunicação. Do Doutrinador, porque ele é o comandante, não a entidade. O comando e a responsabilidade dos Tronos é do Doutrinador. Sua obrigação é interromper e impedir que se processe algo assim.

Ao receber um irmãozinho revoltado, o Apará deve emanar apenas amor! Deve transmitir a ele sua caridade, vibrar com a possibilidade dele clarear a mente pela limpeza de aura promovida pelo Doutrinador e que possa sentir este amor! Que se sinta acolhido recebendo a oportunidade de mudar a sua vida. O Apará JAMAIS pode permitir que suas próprias frustrações se misturem com os sentimentos de revolta do irmãozinho, isso é extremamente perigoso para todos!

O Doutrinador, por sua vez, deve doutrinar com Amor. Sentir que verdadeiramente limpa a aura do espírito. Sentir e viver cada uma das palavras que profere em sua doutrina. O irmãozinho sente! Ele sente se está recebendo uma doutrina robotizada, ou se existe ali sentimento, emanação, compromisso com a verdade.

Salve Deus! Existem trabalhos especiais, Angicais e algumas oportunidades (raras) em trabalhos de libertação por Julgamento. Somente nestes casos, pelas bênçãos da Espiritualidade e dentro de uma ritualística Iniciática trazida por nossa Mãe Clarividente, é que podem haver comunicações. Nestes trabalhos não passam pacientes. Somente médiunspreparados para estas situações.


Kazagrande


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Caridade

No mundo missionário dos espíritos há sempre uma luz que predomina, mas há, também, sempre um missionário que refreia os seus dotes de bom cristão e vai penetrando ele mesmo, e, em vez de puxar a sua missão para fora, fica a se promover como aquele que tem as suas superstições e vive a acender velas atrás da porta...”
 
E, quando parte a sua nave, porque a sua história terminou, ele chega do outro lado e encontra um mundo dinâmico, fica a se envergonhar atrás de suas roupinhas velhas trazidas da Terra.
Sim, meu filho, a vida é igual às vidas. Temos muito que fazer dentro da nossa individualidade. Por isso, nos encontramos, todos os dias, com ela. Formamos os nossos sonhos e nos atiramos nos grandes painéis que formam o calendário da vida na Terra. Sim, na Terra, porque a Terra só ouve os nossos lamentos quando abrirmos os nossos plexos.
É por isso que eu os vejo tão grandes e acredito em vocês, meus filhos jaguares, e nas coisas que vocês têm para oferecer, e porque os ensinei a transmitir o suficiente em suas jornadas. Tenho que ensinar-lhes mais coisas e, muitas vezes, penso como o velho Serrano.
O velho Serrano tinha o seu castelo na subida da serra e emitia as coisas que lhe vinham e que ouvia do céu. Contam que, depois de ensinar com esmero um grupo de jovens e fazê-lo missionários cristãos, explicou-lhes como “limpar” seus caminhos e como devia caminhar um missionário cristão...
O fato é que, chegando o dia da partida daquele grupo, um missionário perguntou-lhe:
- Mestre, o que devemos fazer de melhor, quando sairmos daqui? Usar os dons da sabedoria, da ciência, da fé? O dom de curar enfermos, as operações maravilhosas nos castelos e palácios? Discernir um espírito... Qual a maior virtude?
- A maior virtude - respondeu-lhe o Mestre - é a CARIDADE sofredora, a benigna caridade, aquela caridade que o missionário faz sem leviandade, sem sublimação, até pelo contrário, às vezes, se esquece até de Deus para servir ao seu semelhante. Essas são as pedras brilhantes que vão enriquecendo o nosso pobre tesouro, em nossa Legião: a caridade sofredora!
Terminadas suas explicações, Mestre Serrano, batendo nas costas de cada um, soluçando, despediu-se. Todos fizeram o mesmo com seu Mestre, e foram cumprir com sua missão.
 
Desceram prontos e, com eles, um só pensamento: “O Ssenhor é o meu rochedo, o meu lugar forte, a minha fortaleza em que confio, o meu escudo, a minha salvação; em Deus Pai Todo Poderoso encontrarei o meu refúgio!”
Enquanto andavam, um tagarelava:
- È, Mestre Serrano nos disse que, quando adquiríssemos a prática, seria tempo de afiarmos nossas ferramentas. Estamos afiados, porque não fazemos mais aquelas perguntas insignificantes, viu? Todo aquele acervo científico que adquirimos toda luz do nosso mestre resultou em poucas palavras: A virtude está na caridade, no auxílio da caridade sofredora!
Riram! Nisso, começou uma polêmica científica, em que se equiparavam ao Mestre. Viram o quanto eram maravilhosos os ensinamentos daquele Mestre. Ficaram tão empolgados que quase não se aperceberam de uma mulher chorando, sentada na estrada, tendo a sua ferida sangrando.
Apavoraram-se com aquele sangue e, de imediato, ergueram as mãos para o céu, pediram a Deus a força do Prana, e a mulher ficou curada.
Meu filho jaguar, não devemos pesar os nossos dotes, e não vamos dar explicações uns para os outros daquilo que fizemos ou adquirimos. Cada um procure saber o que adquiriu, consigo mesmo.
Meu filho, esta é a nossa primeira aula e vou procurar deixar em cada uma, uma passagem escrita.
Cuidado, filho! Lembro-me de uma vez que, ali nas imediações do IAPI, curei uma mulher que, também, sangrava muito e, ao chegar em casa, eu falava para uma porção de motoristas sobre o que fizera, quando Pai João de Enoque chegou ao meu ouvido e alertou:
- Fia, cuidado! Estás conversando muito... Próxima de você tem outra mulher com um problema semelhante e, talvez, você não possa curar... Essa não é a sua especialidade. Sua especialidade ainda é a Doutrina, e não lhe foi entregue ainda um Mestre!

Isso aconteceu em 1959. (Tia Neiva, 31.7.84)

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A verdadeira caridade


Meus irmãos e irmãs, Salve Deus!

A Lei do Auxílio determina que toda ação realizada de maneira despretensiosa e sem possiblidades de obtenção de benefícios pessoais, gera um “crédito” para nossos enredos kármicos.

Quando nos dispomos a trabalhar mediunicamente passamos a reservar um tempo de nossas vidas para a prática da caridade, para a doação de nosso “excesso” de energia (característica que define o médium) em prol de nossos irmãos, encarnados e desencarnados.

Pacientes desconhecidos são atendidos com nosso total desprendimento e vamos além: recebemos os irmãozinhos que os acompanham e doamos nosso amor, nosso conhecimento, nossa energia. Encaminhamos a aqueles que nada podem nos dar, que não tem absolutamente nada para retribuir. Essa é a verdadeira caridade! Semeamos o perdão, instruímos que somente o amor pode aplacar as tristezas e o perdão é que traz a verdadeira libertação.

Muitos de nós, imbuídos no desejo de fazer mais pelos seus semelhantes, de compartilhar o quê possuem, questionam a possibilidade de realizarmos ações sociais, movimentos de caridade física e até mesmo recebermos apoio governamental com o reconhecimento de nossa Doutrina como de “cunho social e filantrópico”.

Porém, “alimentar o corpo é uma caridade humana, alimentar as almas é sublime”. Em primeiro lugar estão nossos trabalhos espirituais! A realização da verdadeira caridade que não trará nenhum tipo de reconhecimento, aquela realizada ao total desconhecido... ao espírito que sequer possui um corpo físico e não tem qualquer possibilidade de retribuir.

Entendo os desejos de servir, de “fazer mais” de muitos de nossos irmãos... Mas nossa Doutrina não tem oficialmente um cunho social, não busca sequer qualquer reconhecimento da sociedade. Alimentamos espíritos, curamos as feridas da alma, sanamos as mentes conturbadas e semeamos a esperança onde ninguém mais poderia. Por isso usamos uniformes que nos colocam em pé de igualdade na hora de prestar atendimento ao paciente. Nos Tronos, na Mesa, não existem hierarquias, posições... Todos são Doutrinadores e Aparás, apenas. São iguais, atendemos aos que nos são enviados pela Espiritualidade, sem qualquer distinção. Ali, o paciente não sabe “o quê é um Arcano, ou uma Regente”... A Lei do Auxílio traz de volta a verdadeira humildade também!

Como são belas as obras sociais, como são sublimes os trabalhos Iniciáticos!

Mais bela é a verdadeira caridade!

Mais sublime é a consciência e humildade de JAMAIS nos afastarmos da singeleza dos Tronos e da Mesa.


Kazagrande