sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Carta Aberta nº. 4 - Tia Neiva

CARTA ABERTA N.º 4

MEU FILHO JAGUAR, SALVE DEUS! Esta carta tem um sentido mais profundo de amor, porque tudo começou de maneira mais original que já senti, vi e ouvi em toda a minha vida. Deus fez o homem para viver cem anos neste mundo e ser feliz no livre arbítrio, onde ninguém é de ninguém, na liberdade total da alma que aspira nas afinidades do sentimentalismo; onde o sol e a lua, a chuva e o vento, tão distintamente controlados afetam. Assumimos o compromisso de uma encarnação. Juntos partimos não só pelas dívidas em reajustes como também pelos prazeres que este planeta nos oferece. Sim, estando no espaço, devemos na Terra. Sentimo-nos desolados e inseguros, porque estamos ligados pelas vibrações contrárias. E neste exemplo, Jesus nos afirma que só reajustaremos por amor. Tudo começou assim: Viajava para uma estação de águas e, na velocidade do carro, uma linda mulher, marcando mais ou menos dois anos de desencarnada, emparelhou ao meu lado e, como se estivéssemos parados, começou a contar a sua vida, que muito me impressionou pela maneira natural. Morava ela na cidadezinha por onde eu passara e amava perdidamente o seu esposo Antonê, como ela o chamava. “Porém, perdi a segurança e comecei a sofrer e a fazê-lo sofrer. Inimizei com toda a família. Passei a viver num suspense terrível. Se saíamos para uma festa e ele estivesse alegre e feliz eu começava a me torturar e acabava por manifestar qualquer mal, contanto que ele se sentisse infeliz. E, estando triste, eu começava, também, as minhas suspeitas. Olha, como martirizei a vida do meu pobre Antonê. Sim, de toda a família. Não tive filhos, porque filhos me separariam, não dariam tempo de correr atrás do meu marido. Pensava nos conselhos de minha sogra, conselhos tão queridos que me davam mais suspeitas, até que rompi com toda a família. Então Antonê começou a mentir-me. Um dia o vi conversando com uma moça que havia sido sua namorada. Fiz um escândalo terrível. Porém, desta vez, ele permaneceu numa atitude afirmativa e eu tive  medo. Depois ele disse em tom firme: “De hoje em diante, irei todos os dias à casa de minha pobre mãezinha, que você  destruiu. Você não me impedirá!” Sim, foi como se o mundo tivesse rodado para mim. Ele parecia outro homem. A sua personalidade que eu não conhecia. Desde então, fui perdendo o controle. Já agora, sentia imenso o que havia perdido. Toda a minha arrogância, sem recursos para lutar, pois só temos força quando estamos na lei de auxílio, amando ou por missão, porém, não como eu, odiando. Comecei a sentir saudades do que havia perdido. Chegava perto dele e, apesar de sua tristeza, ele sempre me correspondia. Pensei em ter um filho, pois era o seu ideal. Fomos ao médico. Este, um velho conhecido, disse, com a intimidade que tínhamos, que um filho não encomendamos quando queremos. E, disse mais, pela minha expansão, falta de controle, eu havia me descontrolado e precisava de tratamento e religião. Saí dali pensando como recuperar o que estava perdido. Propus pedir perdão à minha sogra, porém ele advertiu-me que minhas cunhadas ainda estavam sentidas demais comigo. Não deveria, então, chegar até lá. Fiquei isolada, porém, ele sempre meigo e cavalheiro comigo. Realmente me amava, Tínhamos uma fazenda perto dali e ele, todos os dias, ia trabalhar sem a minha vigilância. Fazia dois anos que eu havia me moderado, quando Antonê veio me pedir uma assinatura para vender uma fazenda. “Fazenda? Eu não a conheço. Como você comprou sem me dizer nada? Quem é que mora lá? Quem são as pessoas?” “Meu Deus! Não há ninguém!” - afirmava ele. “Vou lá antes de você vender!” “Não! Chega! - disse ele - Não suporto mais! E, quer saber? Não quero mais a sua assinatura!“ E foi saindo. Antenor, o nosso vaqueiro, contou-me tudo o que estava se passando: Emília, a professora e ex-namorada do meu marido, estava lecionando num fazenda vizinha, mas ela não era amante dele. Eles apenas se queixavam de suas infelicidades. “Porque se dirige a mim, D. Célia? Eu já vi o Sr. Antonê sair daqui chorando, muitas vezes, dizendo: Se eu não amasse tanto a Célia, um dia sairia daqui e não voltaria mais!...” “Chega! - gritei - Não quero mais ouvir!” Antonê foi embora. Saí correndo até a casa da minha sogra. Porém, Deus não deixou que eu o fizesse sofrer mais: Uma camioneta me atropelou. Levaram-me para o hospital onde vim a falecer. Não falava, porém, via a todos: Minha sogra, meu marido e algumas cunhadas. Meu marido chorava com resignação. O padre veio e deu-me e extrema-unção. Foi só o que me lembrei. E, por muitos anos, fiquei  a vagar, sempre me lembrando das palavras da extrema-unção: ressuscitar os mortos! Então tinha medo de me afastar do cemitério e perder a oportunidade. Não encontrei nenhum morto que fosse meu conhecido, apenas um ÍNDIO, insistindo para que eu deixasse meu marido, enfim que eu abandonasse o meu mundo, aquela cidade onde era tudo para mim, onde eu ainda tinha esperanças. Todos os dias, pela madrugada, um silvo muito grande nos despertava e eu ficava na expectativa da ressurreição. Como seria, se eu não conhecia nada que pudesse acreditar? Porém, a minha mente estava tão habituada a crer nas minhas calúnias. Naturalmente, foi o fenómeno habitual. Este silvo vinha de um lindo homem vestido como um CENTURIÃO ROMANO, acompanhado de uma linda mulher, também romana. Diziam coisas lindas, levavam pessoas com eles, porém, somente eu não me convencia. Um dia, chegou um enterro. Pensei: Quem seria? Sete dias depois do enterro, chegou Lazinha, uma mulher que se havia perdido e sempre estava presente. Nós nos vimos e eu quis fugir, como sempre. Ela, porém, falou: “Célia! Aqui também? Este é o mundo em que não pode existir orgulho!” E, com o mesmo cinismo, desafiava-me com o olhar. Novamente, começou a contar o que havia sucedido: “Antonê viajou. Inácio, seu cunhado, quase matou Zeca, chofer da camioneta que te matou!” Depois, arrematando, disse: “Sabe, vou embora daqui. Sim, uma coisa muito falada na cidade: Ninguém foi ao seu enterro!” Sim, pensei - no entanto, no seu Lazinha, foi tanta gente! “Ah! - disse ela - graças a deus! Nunca infernizei a vida de ninguém, nem nunca levantei calúnia a ninguém. Nem mesmo condenei Fulgêncio, que me desonrou. Meus pais me puseram para fora da fazenda. Sofri, porém, não condenei ninguém. Hoje estão arrependidos e eu me saí bem com todos. Agora vou me embora!...” “Para onde?” - perguntei. Nisto, um ÍNDIO, que se dizia chamar TUCURUY, foi levando-a pela mão. Comecei a gritar: Ressurreição, ressurreição!... Não há ressurreição! Não para mim, uma cínica como eu! Oh!, meu Deus! Como pude viver acusando e caluniando as pessoas. O que fiz! Nisto, vi ao longe, lá na sepultura, Emília e Antonê, ajoelhados, colocando uma rosa vermelha na sepultura, dizendo algumas palavras. Fiquei onde estava e, pela primeira vez, senti-me aliviada. Emília, a quem tanto caluniei... Logo que saíram, corri para lá e abracei a minha rosa, a última esperança na Terra, pedindo a Deus por Emília e Antonê. Nada me levaria à ressurreição. Esta rosa é minha última esperança de um perdão. Se Emília me perdoa, todo mundo me perdoará! Fiquei ali extasiada, não sei por quanto tempo, até que TUCURUY, o mesmo índio que levou Lazinha, me entregou à senhora, Tia Neiva.” Meus filhos, eu então, me lembrei do que ensino: A MINHA MISSÃO É O MEU SACERDÓCIO. Mesmo naquela viagem de estação de águas eu era a mesma sacerdotisa dos templos. Encaminhei-a com amor. E com o mesmo amor que entreguei meus olhos, que somente Jesus é testemunha, se, por vaidade, eu me afastar um dia. 
CARINHOSAMENTE, 
A MÃE EM CRISTO. (Tia Neiva, 9.10.77)

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Afinidades e Cobranças


A magia dos relacionamentos.

Os seres, encarnados ou desencarnados, sempre se aproximam por duas premissas: Afinidade ou Cobrança. E mesmo quando se trata de uma legítima cobrança, a aproximação inicia pela afinidade, só que mascarada pelo charme das encarnações passadas.

É impossível visualizar de imediato se uma aproximação, que se inicia pela afinidade, se converterá em cobrança, posteriormente. Isso acontece porque todo reajuste ocorre pelo planeamento de encontro no plano físico, inicialmente traçado no espiritual.

É necessário reajustar! Na verdade, o termo correto seria “reequilibrar”, pois com o advento da Escola do Caminho, iniciado na chegada do Divino Mestre, rompendo o ciclo cármico vicioso, e trazendo a possibilidade da Lei do Perdão, podemos, pelo amor e perdão, reduzir o carma e suas cobranças ao equilíbrio energético.

Explicando: Antes da chegada de Jesus, o Caminheiro, o ciclo cármico obedecia exclusivamente ao “dente por dente, olho por olho”, e os reajustes eram verdadeiras cobranças “centil por centil”. Com a chegada de Jesus, movimentando uma inenarrável força extra-cósmica, com milhares de espíritos de Luz envolvidos no evento, o etérico terrestre sofreu uma rutura, e os espíritos que aqui se acrisolavam por seus apegos e culpas, passaram a ter a possibilidade de seguir a jornada em busca de novas encarnações e oportunidades.

A Escola do Caminho instituiu a Lei do Perdão, que permite a dívida ser paga com amor, restando apenas a energia negativa emitida ser reequilibrada.

Antes: Uma profunda dor provocada somente seria paga com o sofrimento, em igual profundidade, pelo causador da dor.

Depois: Havendo o perdão por parte da vítima, a energia gerada pelo sofrimento da vítima deverá ser reequilibrada, permitindo que o agressor se redima pela prática da caridade, sem necessariamente ter que sofrer o mesmo mal que gerou.

Por isso devemos semear o perdão todos os dias! Para poder colher o perdão, para poder pedir perdão por nossas próprias falhas, para nos libertamos e termos a oportunidade de trabalhar espiritualmente em prol dos desconhecidos, praticando a caridade e assim redimindo a energia emitida por nossas vítimas do passado.

Portanto, lembremos: não há “cobrador”, existem nossas vítimas do passado!

A Afinidade se dá pela frequência vibratória. Somos atraídos por aqueles que estão na mesma sintonia que nós. Já observaram que quando estamos reclamando da vida sempre aparece um que vem contar um drama que ele acha ser pior que o nosso??? Atraímos este tipo de gente!

Da mesma maneira quando estamos “para cima”, de alto astral, parece que encontramos as pessoas mais felizes. Realmente é assim!

Ah, mestre... Meus relacionamentos parecem que são todos cobranças”... Salve Deus! Devem ser mesmo, pois é isso que você está atraindo! Pare de vibrar em cobranças, pare de reclamar da vida, pare de pensar que está com problemas.

Pensar em problemas atrai mais problemas! Se você pode resolver, parta para a solução. Se não pode resolver, de nada adiantará ficar remoendo pensamentos tristes. Vibre positivo! Atraia boas pessoas, atrai soluções! Pense em soluções, vibre pensando que tudo já está resolvido e logo estará!

Meus irmãos e irmãs, não falo da boca para fora! Eu realmente vivi e descobri que isso é possível! Nossa Mãe Clarividente nos ensinava isso muitos anos antes de se falar na “atração”! Ela falava, escrevia, repetia e gravava: Seu padrão vibratório é a sua sentença!

Kazagrande

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A Madrinha do Adjunto


A Madrinha do Adjunto

As funções da Madrinha de um Adjunto Arcano, são as mesmas da Madrinha de qualquer Adjunto Koatay 108, somente existe um aumento substancial de responsabilidade.
Tem que procurar sempre estar presente em todas as jornadas do Mestre, pois passa a fazer parte de sua força decrescente e é o sustentáculo deste povo que se forma.
Nos Rituais, nas Consagrações e mesmo onde aparentemente nem possa ser necessária sua presença, estando presente o afilhado, ela deverá também estar. É uma mãe, conselheira, fiel amiga e disciplinadora nas horas corretas. É a Madrinha de todo um povo e será compartilhada entre todos. Também não poderá querer o afilhado sempre próximo... Ela que deverá se fazer presente, mesmo que silenciosamente, sem ser notada, mas atenta e sempre em condições de participar se assim for solicitada. É uma missão de “Maria”, dificilmente reconhecida quando ao lado de Jesus, mas a grande Mãe na ausência do mesmo. Intercede e é amiga do povo.
A vaidade é o vírus daninho que pode destruir sua missão. A arrogância, a pior enfermidade. O orgulho, a perdição de sua encarnação.
Nestas simples palavras procurei descrever a grandeza da humildade de uma verdadeira Madrinha.
Kazagrande

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Carta nº. 4 Tia Neiva


CARTA ABERTA N.º 4

- MEU FILHO JAGUAR, SALVE DEUS! Esta carta tem um sentido mais profundo de amor, porque tudo começou de maneira mais original que já senti, vi e ouvi em toda a minha vida. Deus fez o homem para viver cem anos neste mundo e ser feliz no livre arbítrio, onde ninguém é de ninguém, na liberdade total da alma que aspira nas afinidades do sentimentalismo; onde o sol e a lua, a chuva e o vento, tão distintamente controlados afetam. Assumimos o compromisso de uma encarnação. Juntos partimos não só pelas dívidas em reajustes como também pelos prazeres que este planeta nos oferece. Sim, estando no espaço, devemos na Terra. Sentimo-nos desolados e inseguros, porque estamos ligados pelas vibrações contrárias. E neste exemplo, Jesus nos afirma que só reajustaremos por amor. Tudo começou assim: Viajava para uma estação de águas e, na velocidade do carro, uma linda mulher, marcando mais ou menos dois anos de desencarnada, emparelhou ao meu lado e, como se estivéssemos parados, começou a contar a sua vida, que muito me impressionou pela maneira natural. Morava ela na cidadezinha por onde eu passara e amava perdidamente o seu esposo Antonê, como ela o chamava. “Porém, perdi a segurança e comecei a sofrer e a fazê-lo sofrer. Inimizei com toda a família. Passei a viver num suspense terrível. Se saíamos para uma festa e ele estivesse alegre e feliz eu começava a me torturar e acabava por manifestar qualquer mal, contanto que ele se sentisse infeliz. E, estando triste, eu começava, também, as minhas suspeitas. Olha, como martirizei a vida do meu pobre Antonê. Sim, de toda a família. Não tive filhos, porque filhos me separariam, não dariam tempo de correr atrás do meu marido. Pensava nos conselhos de minha sogra, conselhos tão queridos que me davam mais suspeitas, até que rompi com toda a família. Então Antonê começou a mentir-me. Um dia o vi conversando com uma moça que havia sido sua namorada. Fiz um escândalo terrível. Porém, desta vez, ele permaneceu numa atitude afirmativa e eu tive  medo. Depois ele disse em tom firme: “De hoje em diante, irei todos os dias à casa de minha pobre mãezinha, que você  destruiu. Você não me impedirá!” Sim, foi como se o mundo tivesse rodado para mim. Ele parecia outro homem. A sua personalidade que eu não conhecia. Desde então, fui perdendo o controle. Já agora, sentia imenso o que havia perdido. Toda a minha arrogância, sem recursos para lutar, pois só temos força quando estamos na lei de auxílio, amando ou por missão, porém, não como eu, odiando. Comecei a sentir saudades do que havia perdido. Chegava perto dele e, apesar de sua tristeza, ele sempre me correspondia. Pensei em ter um filho, pois era o seu ideal. Fomos ao médico. Este, um velho conhecido, disse, com a intimidade que tínhamos, que um filho não encomendamos quando queremos. E, disse mais, pela minha expansão, falta de controle, eu havia me descontrolado e precisava de tratamento e religião. Saí dali pensando como recuperar o que estava perdido. Propus pedir perdão à minha sogra, porém ele advertiu-me que minhas cunhadas ainda estavam sentidas demais comigo. Não deveria, então, chegar até lá. Fiquei isolada, porém, ele sempre meigo e cavalheiro comigo. Realmente me amava, Tínhamos uma fazenda perto dali e ele, todos os dias, ia trabalhar sem a minha vigilância. Fazia dois anos que eu havia me moderado, quando Antonê veio me pedir uma assinatura para vender uma fazenda. “Fazenda? Eu não a conheço. Como você comprou sem me dizer nada? Quem é que mora lá? Quem são as pessoas?” “Meu Deus! Não há ninguém!” - afirmava ele. “Vou lá antes de você vender!” “Não! Chega! - disse ele - Não suporto mais! E, quer saber? Não quero mais a sua assinatura!“ E foi saindo. Antenor, o nosso vaqueiro, contou-me tudo o que estava se passando: Emília, a professora e ex-namorada do meu marido, estava lecionando num fazenda vizinha, mas ela não era amante dele. Eles apenas se queixavam de suas infelicidades. “Porque se dirige a mim, D. Célia? Eu já vi o Sr. Antonê sair daqui chorando, muitas vezes, dizendo: Se eu não amasse tanto a Célia, um dia sairia daqui e não voltaria mais!...” “Chega! - gritei - Não quero mais ouvir!” Antonê foi embora. Saí correndo até a casa da minha sogra. Porém, Deus não deixou que eu o fizesse sofrer mais: Uma camioneta me atropelou. Levaram-me para o hospital onde vim a falecer. Não falava, porém, via a todos: Minha sogra, meu marido e algumas cunhadas. Meu marido chorava com resignação. O padre veio e deu-me e extrema-unção. Foi só o que me lembrei. E, por muitos anos, fiquei  a vagar, sempre me lembrando das palavras da extrema-unção: ressuscitar os mortos! Então tinha medo de me afastar do cemitério e perder a oportunidade. Não encontrei nenhum morto que fosse meu conhecido, apenas um ÍNDIO, insistindo para que eu deixasse meu marido, enfim que eu abandonasse o meu mundo, aquela cidade onde era tudo para mim, onde eu ainda tinha esperanças. Todos os dias, pela madrugada, um silvo muito grande nos despertava e eu ficava na expectativa da ressurreição. Como seria, se eu não conhecia nada que pudesse acreditar? Porém, a minha mente estava tão habituada a crer nas minhas calúnias. Naturalmente, foi o fenómeno habitual. Este silvo vinha de um lindo homem vestido como um CENTURIÃO ROMANO, acompanhado de uma linda mulher, também romana. Diziam coisas lindas, levavam pessoas com eles, porém, somente eu não me convencia. Um dia, chegou um enterro. Pensei: Quem seria? Sete dias depois do enterro, chegou Lazinha, uma mulher que se havia perdido e sempre estava presente. Nós nos vimos e eu quis fugir, como sempre. Ela, porém, falou: “Célia! Aqui também? Este é o mundo em que não pode existir orgulho!” E, com o mesmo cinismo, desafiava-me com o olhar. Novamente, começou a contar o que havia sucedido: “Antonê viajou. Inácio, seu cunhado, quase matou Zeca, chofer da camioneta que te matou!” Depois, arrematando, disse: “Sabe, vou embora daqui. Sim, uma coisa muito falada na cidade: Ninguém foi ao seu enterro!” Sim, pensei - no entanto, no seu Lazinha, foi tanta gente! “Ah! - disse ela - graças a deus! Nunca infernizei a vida de ninguém, nem nunca levantei calúnia a ninguém. Nem mesmo condenei Fulgêncio, que me desonrou. Meus pais me puseram para fora da fazenda. Sofri, porém, não condenei ninguém. Hoje estão arrependidos e eu me saí bem com todos. Agora vou me embora!...” “Para onde?” - perguntei. Nisto, um ÍNDIO, que se dizia chamar TUCURUY, foi levando-a pela mão. Comecei a gritar: Ressurreição, ressurreição!... Não há ressurreição! Não para mim, uma cínica como eu! Oh!, meu Deus! Como pude viver acusando e caluniando as pessoas. O que fiz! Nisto, vi ao longe, lá na sepultura, Emília e Antonê, ajoelhados, colocando uma rosa vermelha na sepultura, dizendo algumas palavras. Fiquei onde estava e, pela primeira vez, senti-me aliviada. Emília, a quem tanto caluniei... Logo que saíram, corri para lá e abracei a minha rosa, a última esperança na Terra, pedindo a Deus por Emília e Antonê. Nada me levaria à ressurreição. Esta rosa é minha última esperança de um perdão. Se Emília me perdoa, todo mundo me perdoará! Fiquei ali extasiada, não sei por quanto tempo, até que TUCURUY, o mesmo índio que levou Lazinha, me entregou à senhora, Tia Neiva.” Meus filhos, eu então, me lembrei do que ensino: A MINHA MISSÃO É O MEU SACERDÓCIO. Mesmo naquela viagem de estação de águas eu era a mesma sacerdotisa dos templos. Encaminhei-a com amor. E com o mesmo amor que entreguei meus olhos, que somente Jesus é testemunha, se, por vaidade, eu me afastar um dia. 
CARINHOSAMENTE, A MÃE EM CRISTO. (Tia Neiva, 9.10.77)

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Cruzamento de forças - Tia Neiva


CRUZAMENTO DE FORÇAS
Meu filho Jaguar,
Salve Deus !
Nossa vida ‚ uma grande jornada onde as dificuldades, constantemente, nos abalam.
Filho, continue a lutar, porque só cai aquele que não está seguro em si mesmo.
Continue filho, a lutar, certo de uma coisa, só serão derrotados os que acreditam na derrota.
Conserve a tua liberdade, respeitando a liberdade dos outros. Não te esqueças, também, que você ‚ o seu maior valor, a sua maior fortuna. Se você estiver preso por pensamentos negativos, de nada valerá toda a riqueza do mundo, toda a felicidade possível.
Tens uma missão a cumprir, explique ao mundo o caminho que o homem deverá tomar, mesmo ao mais ínfimo ser que Deus te confiou, principalmente se ele ainda vive em teu teto, junto a ti. Sejas confiante, emane a tua força doutrinária para que seja completa a tua doutrina. Não deixe, não siga, ficando alguém a sussurrar outra melodia junto a ti.
Não te esqueças que a tua doutrina ‚ uma força poderosa que uma vez desenvolvida, permite a realização de todos os seus anseios e que, desenvolvida esta faculdade, terás, também, condições de modificar a sua natureza, vencer todos os obstáculos, dominar a matéria até vencer a morte.
Procure confortar os infelizes, os incompreendidos, mesmo que estes estejam contra ti. Sejas prático e não se afaste das metas racionais, nem queira obter resultado do seu trabalho e suas caridades.
Procure amar a vida em todos os ângulos faça do que te resta deste TERCEIRO PLANO o mais agradável possível.
Procure prolongar a sua existência, aproveitando o melhor possível, sempre em fins respeitáveis, não esquecendo, também que não há condenação para o pecador e, sim, uma reparação dos seus erros. Ser humilde ‚ ser amor. Ser humilde‚ ser manso de coração, ser tratável.
Toda filosofia exige a humildade de tratamento, principalmente …àqueles que precisam de nossos cuidados.
Vamos falar nas forças existentes. Filho, o homem pelo equilíbrio de sua orbe, tem condições de atrair forças incomparáveis nas suas manifestações; sujeito em sua conduta doutrinária a conduzir FORÇA MEDIÚNICA, FORÇA DIRETA, FORÇA NEGATIVA e FORÇAS CRUAZADAS.
A Força Cósmica, força que normalmente se conduz na Lei de Auxilio, comum … Lei Espírita.
Vem também, a Força Absoluta, a Força Nativa Absoluta e Força Nativa Absoluta de Herança.
Podem ser emitidas de diversos planos sem que se dê conta de onde elas vêm. Uma prece que se emite com palavras ou estilo iniciático pode-se receber, no caso, uma Força Absoluta Nativa.
A simbolização do pensamento vai refletindo e formando no Neutron, formando também, um estado de consciência, onde sua própria força ou conduta doutrinária, vai consciencializando cada vez mais, formando um círculo no interoceptível, onde a própria emissão ou canal de emissão leva para onde for preciso.
Se estivermos na Lei do Auxílio, vão para os hospitais, presídios, digo, na dor. O homem cria a sua própria imagem e vive os seus pensamentos, evolução, significa, acima de tudo, o Poder Criador.
Todo o cuidado ‚ pouco.
Devem cuidar sempre, na individualidade. Não se esqueça filho, que as forças se impõem em nós. Sim, as forças se impõem em todos o sentidos. Basta dizer que uma proteção, uma proteção generalizada, como chamamos, ‚ uma corrente magnética que se equiparando as nossas, entra em aniquilação para decompor a corrente magnética animal, que está atuando em desarmonia.
Dizemos: - Deus está comigo, e então, não temo nada! E neste instante que há uma razão. Uma pessoa religiosa recebe, realmente esta espécie de proteção. A proteção ‚ aplicada a todas as vidas deste planeta, até o animal se liberta de suas enfermidades.
Sim, filho, sei que sua cabecinha ‚ pequena, porém, pense bem: o que ‚ a compreensão da morte? Resulta do que entendemos da vida. Todos os que se prendem pelo pensamento, se prendem pela vida. Convém insistir contra a violência de nossas mentes. A ciência social de hoje, ensina o nosso desenvolvimento, porém, antes deviam ensinar o homem a se libertar dos seus pensamentos. Uma mente livre, um homem livre de pensamentos negativos.
Não se cruza uma força. As forças dificilmente se cruzam. Sim, filho, uma força cruzada...Salve Deus!
Eu conheci uma certa Senhora por nome Calu, que era macumbeira e ninguém brincava com ela. De fato, fui acompanhá-la...
Era perto da UESB. Foi feita uma matança de bicho. Foi uma coisa tão violenta, que eu de um canto, tive medo. Contei na UESB o que vira e tive o resultado. Disseram-me que um certo fazendeiro que se candidatava a Deputado Estadual, queria abater o seu adversário. Fiquei muito impressionada e fui, voluntariamente, conhecer o paradeiro da vítima. Soube, e o encontrei. Qual não foi a minha surpresa. Ele estava apenas com uma força esparsa de um cruzamento. Dez dias depois, os animais estavam amarrados nas árvores, ainda intactos. Mais de dois bodes pendurados nas árvores e outros bichos, que não sei bem agora no momento, estavam secos, não tinham cheiro, nem nada. Era apenas uma força esparsa, ou melhor, um cruzamento esparso.
Cruzamento, força cruzada na macumba, realmente grave, muito grave. Pelo simples descuido nos Templos, pegamos uma força esparsa.
A força cruzada‚ algo delicado em todos os sentidos. A Força que não se cruza‚ a Força Absoluta, projetada forte, de poder simplesmente objetivo. A força cruzada dos Caboclos com os Pretos Velhos‚ curadora e desobsessiva.
Se houver um descuido ou desrespeito eles em vez de projetarem-na na sua necessidade, ela fica em torno dos seus caminhos, tomando conta de sua visão e poderás sofrer por um longo tempo, porque ela passa a alimentar os seus elítrios.
Salve Deus! Sendo cruzada pelos exus, tudo mal, não preciso explicar...
Se recebermos uma força cruzada por exus e tivermos bem assistidos pelos nossos Mentores ela muito pouco poderá nos aborrecer.
Os fenómenos dos quais falamos são forçados por amor ou por desespero.
Passamos a falar nas forças existentes, sendo que de qualquer maneira, fica intacta a experiência acima.
As forças se dividem, só não podemos ‚ pesá-las, ou melhor, calcular o que vem quando invocamos.
As forças são um conjunto de magnético num ritmo acelerado, conduzido num "ballet" de luzes, onde as grandes Cassandras levadas pela força de Morsa, o "Vento" vão se aninhando onde lhe convém.
Salve Deus! Meus filhos, vejam onde podemos chegar. Nesta pequena carta, quero que pensem e analisem, o quanto as suas mentes puderem.
Com carinho, a Mãe em Cristo,
TIA NEIVA
Vale do Amanhecer, 05/03/79