quinta-feira, 10 de maio de 2012

A história da Condessa Natanry


A história da Condessa Natanry, começa antes do episódio da Queda da Bastilha, marco da Revolução Francesa, entre o fim do século XVIII e início do século XIX, que inclusive nesta época do ano revivemos as tristes vibrações e sofremos ainda as conseqüências do que desajustamos por não saber amar.

A primeira Ninfa preparada para representar a Condessa foi Teresinha Bastos, a “Teresinha Cantora” que tão bem interpreta nossos mantras. Ela assumiu esse papel nos primeiros rituais.

Revolucionários que não concordavam com o regime monarquista na França entravam nas casas dos nobres, cometiam atrocidades, assassinavam as pessoas, marcavam essas casas com cruzes de sangue.

Tia Neiva dizia ser a Condessa era uma mulher rica, poderosa, altiva e era muito influente na sociedade francesa da época, porém seu marido foi acusado, antes da tomada do poder, de fazer parte desse movimento revolucionário.

A condessa assistiu ao julgamento de seu marido e mesmo com todo o seu poder e influência, o mesmo foi condenado à morte, apesar de ser inocente. A partir deste dia, por causa dessa injustiça, ela mudou seu comportamento e começou a participar de todos os julgamentos que aconteciam naquela época, lutando para que a justiça sempre prevalecesse.

Nos planos espirituais, quando um líder se desvia do roteiro traçado para sua encarnação, correndo o risco de colocar a perder muitos mais, pela sua condição de liderança, existe um julgamento, chamado de Leilão, que ocorre quando os mentores daquele espírito, em conjunto com altas entidades, julgam se devem ou não desencarná-lo, pois aquela conduta desviada pode levar inocentes a agravarem seus carmas.

Quando a Condessa desencarnou, a espiritualidade a colocou junto a estes Leilões. Ela ainda se veste de preto devido ao seu papel de “testemunha dos tempos”, como também por ter sido viúva de um homem injustiçado. Hoje é uma entidade de altíssima hierarquia e teve várias encarnações junto aos Jaguares.

No ano de 1982, por determinação de Pai Seta Branca, Tia Neiva iniciou o trabalho de Julgamento. Preparou, então, a representante da Condessa Natanry, na qualidade de testemunha dos tempos vividos pelos Jaguares, figura que tornou-se obrigatória nos Julgamentos e Aramês, perante a qual os prisioneiros e prisioneiras devem passar e prestarem reverência antes de retirarem suas atacas e exês, pois representa o espírito da justiça zelando pelo cobrado e pelo cobrador.

Ser representante da Condessa Natanry é ter o compromisso de zelar pela sua conduta e equilíbrio perante o corpo mediúnico, tornando-se um referencial positivo para seus irmãos e irmãs da Doutrina do Amanhecer. Importante lembrar que as representantes não são uma falange missionária específica, podendo pertencer a qualquer outra falange.

Pérolas de Pai João - A capa




Na capa do livro “Pérolas de Pai João”, encontramos a primeira imagem de Pai João de Enoque, desenhada por Tia Neiva. As cores de fundo são originais, clonadas e distribuídas digitalmente. Inclusive as bordas do desenho original, foram mantidas nas bordas da capa.

O amarelo ouro das pérolas faz alusão à mediunidade de Doutrinador de Pai João (Pai João era o “Doutrinador” e Pai Zé Pedro o “Apará”, na Cachoeira do Jaguar).

As palavras contidas nas pérolas da capa possuem uma história interessante: o jovem que estava realizando a composição não é de nossa Doutrina, ele concluiu a primeira parte do serviço, a capa principal (frente) e ficou olhando para as pérolas pensando que faltava alguma coisa... Pensou então em procurar na internet alguma coisa sobre Pai João de Enoque, ver quais eram as mensagens deste Mentor e tentar agregar algo. Observando as publicações no Exílio do Jaguar, selecionou as palavras, colocou no fundo das pérolas e partiu para a segunda parte (a contracapa).

Qual não foi sua surpresa ao verificar que a frase da contracapa possuía exatamente as quatro palavras que ele havia selecionado!!! Recordo bem sua emoção ao me relatar o fato.

Na contracapa, uma frase de Pai João, uma curta explicação e a imagem de Pai João de Enoque retratada pelo artista Mestre Márlio, Adjunto Petanaro, com muito amor diretamente para o lançamento deste livro.

Assim temos a capa do livro! Com a primeira e a última imagem de Pai João de Enoque.

Para que esta idéia nascesse foi necessária a emanação de todos que contribuíram com imagens e outras idéias, escrevendo para o Exílio do Jaguar. Os nomes de cada um estão constando nos agradecimentos, dentro do livro.
Kazagrande

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O Desfalque



        Noite de intensa atividade curativa no Templo do Amanhecer. Uma pequena multidão se comprime na área, grande, porém insuficiente para tantas pessoas simultaneamente. Médiuns e clientes, pobres e ricos, homens e mulheres, crianças e adultos, cada qual com seu problema e sua angústia!
        Ora sentada, ora cuidando de um e de outro, a Clarividente não pára um minuto, seus dois sentidos alertas, no mundo físico e no mundo espiritual.
        Três homens se aproximam dela. Pelas roupas, se percebe serem pessoas de certo trato. Nota-se o constrangimento em disputarem a atenção da preciosa médium, com os clientes mais familiarizados com o ambiente. Por fim, conseguem seu intento, e sentam-se com ela na pequena mesa de atendimento.
        Os olhos negros e profundos fitam, corteses, os três homens, enquanto eles se entreolham, embaraçados. Dois são de meia idade e outro aparenta ter uns cinqüenta anos. A tensão entre eles é visível. O mais velho toma a palavra:
        - Dona Neiva, – diz ele – viemos aqui lhe fazer uma consulta. Temos uma firma de assistência, e estes dois trabalham comigo. Este é Jairo, meu contador, e o João a senhora já deve conhecer, pois tem freqüentado este Templo. João é meu administrador, e foi quem me aconselhou a procurar a senhora. O problema é o seguinte: nossa firma vai mal, estamos passando por muitas dificuldades e, por último, para piorar a situação, descobrimos um desfalque de quase cem milhões de cruzeiros! Pois bem, Dona Neiva, a direção da firma está entre nós três e o fato é inexplicável. O que quer que seja, só pode ter sido feito por um de nós, pois os outros empregados têm pouco acesso a quantias tão vultosas. Somos amigos há muitos anos, e entre nós há muita confiança. Não quero que uma falsa interpretação venha a manchar essa confiança, mas a verdade é que a diferença do dinheiro existe e, se não localizarmos onde está o engano, correremos o perigo de uma falência. Por isso decidimos vir juntos consultá-la. A senhora é quem vai nos dizer o que está acontecendo. Se um de nós está sendo desonesto, a senhora vai nos dizer quem é.
        Do meu setor de trabalho eu vira os três homens se aproximando de Neiva, e tivera minha atenção despertada por eles, por conhecer um deles, que freqüentava o Templo.
        Naquele dia, o trabalho terminou um pouco mais cedo que de costume e, no caminho de casa, a Clarividente me descreveu a cena acima. Mais tarde, ela me contou o resto da consulta:
        Comecei a grifar seus nomes: Júlio, o engenheiro, sócio principal da firma, 48 anos; Jairo, o contador, 27 anos; e João, o administrador, 31 anos.
        Jairo, o contador, olhava-me intensamente, e tinha um ar de incredulidade, como se me desafiasse a dizer a verdade. Os outros estavam visivelmente constrangidos.
        De pronto afastei João de qualquer suspeita, pois conhecia seu quadro de uma consulta que me fizera dias antes. Como um raio, a culpa do contador se fez presente na minha clarividência, e sua atitude confirmava isso.
        A fim de ganhar tempo e ouvir Mãe Etelvina, a profetiza que me assiste nas consultas, comecei a grifar lentamente cada um dos nomes, como é meu hábito.
        Ali estava eu diante de um fato consumado, de um ladrão e suas vítimas! Meu primeiro impulso foi o de dizer claramente o que estava acontecendo. Bastava responder à pergunta do engenheiro ou à insolência do ladrão, e pronto... Por fim, Mãe Etelvina veio tirar-me da situação incômoda, pois já começava a ter raiva do contador desonesto.
        - Minha filha, – disse ela – diga-lhes que você prefere das as respostas depois de ver o quadro de cada um, separadamente, de consultar um de cada vez. Diga-lhes que você não tem capacidade de adivinhar quem roubou, mas que você pode ajudá-los olhando o quadro de cada um deles.
        Um pouco decepcionados, eles concordaram, e pedi ao contador que fosse o primeiro. Os outros se levantaram e foram se sentar no banco. Vi-me, então, frente a frente com o culpado. No mesmo instante, Mãe Etelvina começou a desenrolar o quadro pretérito dos três.
        Numa pequena província, de uma era remota, o atual engenheiro era um industrial próspero e pai de três filhas. O atual contador, o homem que esperava, impaciente, o meu pronunciamento, era um funcionário burocrático do industrial, e desposara a filha mais velha dele.
        A cena se desenrolava rapidamente diante de meus olhos.
        Outro quadro, e vejo o genro e empregado tornar-se amante da filha caçula. Outra cena, e o vejo esbanjando o dinheiro da mulher no jogo e, por fim, o desencarne repentino dele numa mesa de jogo.
        Depois dessa triste cena, vi o industrial, homem bom e paciente, recuperando as duas filhas com o auxílio de um amigo de ambos, o atual João. Por fim, os tempos terminaram, e vejo os três homens se encontrando no plano astral.
        A reação do industrial foi terrível, no seu encontro com o ex-genro terreno, mas este era um espírito estacionado e sua reação foi pouco diferente da sua atitude quando na Terra. O amigo comum, como sempre, procurava, junto aos Mentores, uma forma de conciliar aqueles destinos tão antagônicos.
        Os Mentores resolveram, então, recartilhar o programa do genro desonesto, e todos se prepararam para nova encarnação. Aqui chegados, todos se encontraram na presente situação. Para completar o quadro, o atual contador tornara-se amante da irmã do engenheiro, que, na encarnação anterior, fora sua filha caçula e amante do cunhado.
        Como um raio, passou pela minha cabeça a culpa do contador, e que bastava uma palavra minha para denunciá-lo. Procurei entender a razão de tudo aquilo. Mãe Etelvina veio em meu socorro.
        Pelo recartilhamento, o genro desonesto pedira a Deus para voltar junto ao industrial e sua filha, para reparar seu erro. Para isso, escolhera a prova terrível de ser ladrão e condenado. Essa era a razão porque me desafiava. Inconscientemente, queria ser denunciado, acusado e condenado! Ali estava eu, meu Deus, como uma espada da Justiça!
        O quadro era claro e insofismável. Para que aquele espírito considerasse o seu erro reparado, era preciso ser descoberto e condenado pelo engenheiro e pelo desprezo da sua atual amante, com o sofrimento que isso iria trazer a ela.
        Meu desejo era o de poder sumir dali e não ser obrigada a dizer coisa alguma, como tantas vezes acontece nessas consultas. Olhei para o homem à minha frente, e disse:
        - O senhor sabe que eu sei, não é verdade?
        Ele empalideceu e baixou a cabeça; nem sequer tentou negar.
        - Pois bem, – continuei – o senhor sabe, também, que sou obrigada a denunciá-lo aos seus companheiros. Caso contrário, passarei a ser sua cúmplice. O senhor foi quem deu o desfalque, não foi?
        - Sim, – disse ele – não sei onde estava com a cabeça quando fiz isso!...
        Meu coração doía, mas o olhar de Mãe Etelvina me obrigava a manter a atitude firme.
        - O senhor ainda está com esse dinheiro, não está?
        - Sim, gastei apenas sete mil cruzeiros.
        - Pois bem,, vou lhe fazer uma proposta: o senhor devolve esse dinheiro até amanhã, e eu farei tudo para ajudá-lo.
        - A senhora fará isso por mim? – perguntou, e seus olhos se encheram de lágrimas.
        - Sim, pode deixar por minha conta. Mande entrar o outro!
        O engenheiro Júlio olhou-me, apreensivo. Percebi, no seu pensamento, que considerava o contador culpado, e tinha quase certeza de que eu iria dizer-lhe a terrível verdade.
        Olhei para Mãe Etelvina, e seus olhos me fitaram firmes.
        - Então, Dona Neiva, já descobriu o autor do roubo?
        - Não, – disse eu – não vejo roubo na sua firma. O que vejo é um enorme engano bancário, um assunto complicado de cheques e um erro na escrituração. Só isso que vejo! Se o senhor confiar em mim, esse dinheiro irá aparecer e o senhor irá sossegar. Prometo, ainda, fazer um trabalho para sua firma, e o senhor irá pagar as dívidas e equilibrar sua situação. Seu contador é um homem bom e é seu amigo. Quanto ao João, nem se discute; conheço o quadro dele e é muito bom. Vá para sua casa tranqüilo, que, em dois dias, tudo estará solucionado. Deixe tudo por minha conta.
Em seguida, chamei o administrador e lhe disse mais ou menos a mesma coisa.
Vida espiritual intensa. Nessa noite levantei uma prece silenciosa em prol desses espíritos em conflito, e pedi a Deus que sempre iluminasse a Clarividente em sua missão espinhosa.
Dias depois, vi de novo os três homens no Templo., conversando animadamente com Neiva. Ela fez um aceno, e me aproximei do grupo.
- Mário, quero que você conheça esses meus amigos. Sugiro que você bata um papinho com o Jairo, aqui, e lhe explique um pouco da nossa Doutrina. Ele está propenso a trabalhar espiritualmente.
Como de hábito, expus da melhor maneira possível o que significava “trabalhar espiritualmente”, e meu atual amigo Jairo hoje é um dos companheiros de luta.
Logo que eles saíram, procurei uma brecha no trabalho e me aproximei de Neiva.
- Como é que foi o resultado da coisa? – perguntei.
- O melhor possível. O contador fez uma complicada manobra bancária e o dinheiro apareceu. Até os sete mil cruzeiros ele arranjou emprestado, e fez a reposição. A firma pagou todos os seus compromissos, e os negócios melhoraram. Ficou tudo azul! E você não sabe da melhor. O contador arrependeu-se tanto do mal que estava causando, que resolveu se casar com a irmã do engenheiro... Está bom?
EXTRAÍDO DO LIVRO “SOB OS OLHOS DA CLARIVIDENTE” – Mário Sassi

A verdadeira missão de uma Ninfa



UMA NINFA APESAR DE MUITOS ANOS NA CORRENTE NÃO SE SENTIA REALIZADA. DIA APÓS DIA ESPERAVA QUE UM GRANDE FENÔMENO LHE ACONTECESSE; MAS NADA MAIS ACONTECIA DO QUE ROTINEIRA PARTICIPAÇÃO NOS TRABALHOS; A MESMA DOUTRINA, OS MESMOS ACONTECIMENTOS. ACHAVA INJUSTO, UMA VEZ QUE SE ACHAVA MELHOR DO QUE MUITOS DOUTRINADORES, QUE SE DESTACAVAM NOS COMANDOS. OBSERVANDO AS DEMAIS NINFAS, SOL E LUA, PERCEBIA QUE ERA, DE LONGE, A MAIS DEDICADA E SEMPRE QUE PODIA DAVA UM JEITINHO DE CONVERSAR COM SUAS IRMÃS APONTANDO SUAS “FALTAS”; E, LÓGICO, SE COLOCANDO COMO EXEMPLO DE CONDUTA DOUTRINÁRIA A SER SEGUIDO.
MUITAS VEZES O ADJUNTO PRECISOU DE NINFAS PARA A LIMPEZA E CONSERVAÇÃO DO TEMPLO, MAS A NINFA NUNCA SE DISPUNHA A AJUDAR- PENSAVA QUE LIMPAR O TEMPLO NÃO ERA FUNÇÃO PARA UMA NINFA DE SUA ESTIRPE. TAMBÉM NÃO SE DISPUNHA A AJUDAR NA COZINHA, NEM NO PEQUENO PAJÉ; TINHA CERTEZA QUE UMA GRANDE MISSÃO A ESPERAVA, POR ISTO, AJUDAVA FINANCEIRAMENTE O TEMPLO, COM BOAS QUANTIAS EM DINHEIRO QUE FAZIA QUESTÃO DE ANUNCIAR A TODOS, PARA QUE TODOS SOUBESSEM DE SUA GENEROSIDADE; TAMBÉM DOAVA, FREQUENTEMENTE, FINOS OBJETOS QUE, POR SEU VALOR FINANCEIRO, DESTOAVA DO AMBIENTE SINGELO DO AMANHECER.
CERTO DIA DE TRABALHO OFICIAL, AO FINAL DO ATENDIMENTO DOS PACIENTES, O PRETO VELHO DISSE À NINFA QUE TINHA UM PEDIDO A FAZER-LHE.
O PRETO VELHO, HUMILDEMENTE, DISSE À NINFA QUE PAI SETA BRANCA A TINHA ESCOLHIDO PARA UMA MISSÃO ESPECIAL NAQUELE TEMPLO. ERA UMA MISSÃO DE GRANDE RESPONSABILIDADE QUE, SE BEM CUMPRIDA, AJUDARIA MUITO AO TEMPLO, BEM COMO A SI MESMA.
CHEIA DE ORGULHO, A NINFA QUASE NÃO SE AGUENTAVA PARA SABER QUE GRANDE MISSÃO SERIA; E FOI, COM CERTA DECEPÇÃO, QUE OUVIU DO PRETO VELHO QUE A MESMA DEVERIA ASSUMIR A CANTINA. A MODESTA CANTINA, ALÉM DE OFERECER LANCHES E CAFÉS QUE ALIMENTAVAM OS MESTRES NAS LONGAS HORAS DE TRABALHO INCANSÁVEL, ERA RESPONSÁVEL PELA MAIOR PARTE DA RECEITA, CUJOS VALORES ERAM EMPREGADOS NAS DESPESAS.
ENTRETANTO, A NINFA ACEITOU TRABALHAR NA CANTINA, EMBORA ACHASSE QUE QUALQUER OUTRA PODERIA ALI FICAR.
NÃO DEMOROU MUITO E OS PROBLEMAS COMEÇARAM: ELA COMEÇOU A ACHAR QUE FICAVA COM MAU CHEIRO POR CAUSA DA FRITURA; PERDIA A PACIÊNCIA COM QUEM RECLAMAVA SE O SALGADO ESTIVESSE FRIO, SE O CAFÉ ESTIVESSE FRACO, SE O LANCHE ESTIVESSE CARO. CHEGAVA A HUMILHAR AQUELES QUE PEDIAM TROCO E COMEÇOU A ACHAR QUE TUDO AQUILO A REBAIXAVA ESPIRITUALMENTE E MESMO MATERIALMENTE, POIS LAVAR AS VASILHAS ESTRAGAVA SUAS UNHAS TÃO BEM CUIDADAS, O VAPOR DAS FRITURAS E COZIMENTOS ESTRAGAVAM SEUS CABELOS TÃO BEM TRATADOS NO SALÃO DE BELEZA... O CERTO É QUE, EM MENOS DE TRÊS MESES, LARGOU A CANTINA E VOLTOU À ROTINA DE SEMPRE.
O TEMPO PASSOU E ESTA NINFA DESENCARNOU.
AO CHEGAR EM PEDRA BRANCA, ENTRE SEUS MENTORES, VIU O PRETO VELHO QUE HÁ ALGUNS POUCOS ANOS ATRÁS PEDIU-LHE PARA ASSUMIR OS TRABALHOS NA CANTINA. ENVERGONHADA, A NINFA DIRIGIU-SE AO PRETO VELHO APRESENTANDO SUAS JUSTIFICATIVAS.
_ SALVE DEUS, MEU PAI.
_ SALVE DEUS, MINHA FILHA! ESTOU AQUI, MUITO FELIZ COM O SEU RETORNO E PARA TER A SATISFAÇÃO DE SABER SE VOCÊ CUMPRIU, DIREITINHO, A MISSÃO QUE LHE FOI CONFIADA!
_ IH, PAI! SE O SENHOR ESTÁ SE REFERINDO À CANTINA DO TEMPLO, EU NÃO FIQUEI LÁ POR MUITO TEMPO, NÃO!  SABE, EU TENHO UM GÊNIO MUITO FORTE E OS JAGUARES SÃO GENTE SEM EDUCAÇÃO, RECLAMAM MUITO DE TUDO, QUEREM EXIGIR... MUITOS RCLAMAVAM QUE NÃO TENHO EDUCAÇÃO, TIVE MUITOS ABORRECIMENTOS E ALGUNS BATE-BOCA. VIVIA CHEIRANDO À GORDURA; MINHAS UNHAS FEIAS E SUJAS... MAS, COMO MISSIONÁRIA, GRAÇAS A DEUS, CUMPRI DIREITINHO! SEMPRE DOEI GRANDES QUANTIAS DE DINHEIRO, CORRIGI MINHAS IRMÃS EM SUAS MISSÕES, PROCUREI, SEMPRE FAZER MEU CANTO E EMISSÃO EM PERFEITA SINTONIA, PREZEI POR EXCELENTE COMPORTAMENTO NO TEMPLO, ALIÁS, MUITO MAIS DO QUE QUALQUER OUTRA NINFA, SEMPRE ME APRESENTEI COM MINHAS ROUPAS E APARÊNCIA IMPECÁVEIS...
­_ MAS, FILHA, QUEM DISSE QUE SUA MISSÃO ERA O TRABALHO NA CANTINA?
_ ORA, O SENHOR, PAI JOAQUIM DAS PEDREIRAS... O SENHOR ME DISSE NAQUELE DIA NO TRONO...
_ EU SEI, FILHA;  O TRABALHO NA CANTINA FOI APENAS UMA DESCULPA PARA FACILITAR AS COISAS PARA VOCÊ. NA VERDADE, SUA MISSÃO ERA APRENDER O VALOR DA HUMILDADE, DA TOLERÃNCIA E DO AMOR; APRENDER A SERVIR, ACEITAR E  COMPREENDER AS ATITUDES DAQUELES QUE NOS DIFICULTAM A CAMINHADA. SALVE DEUS!
PAI BENEDITO DE ARUANDA.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Proselitismo Religioso



Devo convidar pessoas para entrar para a Doutrina? – O quê Tia deixou sobre esse assunto? – Podemos formar uma rede de crescimento?

Quando ingressamos na Doutrina do Amanhecer uma das recomendações que recebemos, já na palestra inicial, antes de fazer o teste mediúnico, é para não praticarmos o proselitismo religioso.

Mas o quê é proselitismo religioso? Poderíamos buscar a origem desta expressão nos antigos escritos bíblicos e chegarmos até sua aplicação atual, dentro das mais diversas religiões, mas vamos nos ater ao sentido prático do ato de realizar o proselitismo religioso.

Proselitismo é a divulgação, a insistência em querer incutir na cabeça das pessoas um dogma, uma crença, um sistema religioso, mesmo que contra a vontade dos outros.

Certa vez ouvi um Adjunto falando ao povo de um Templo, que cada um deveria convidar mais três pessoas e assim em breve estariam completamente estruturados. Salve Deus!

Sair convidando? Isso é a mais legítima expressão de proselitismo, principalmente se este convite já vem com a intenção clara de trazer o convidado para dentro da Doutrina! Não foi isso que aprendemos!

Aprendemos que muitos passam como pacientes e somente uns poucos recebem o convite para desenvolver sua mediunidade, isso sem mencionar onde. A pessoa precisa desenvolver sua mediunidade, as portas da Doutrina estão abertas, mas ela pode e deve escolher onde se sentir melhor.

Vejamos o quê passou Tia Neiva, no início de sua jornada, ainda na UESB:
Nós somos realizados nesta Doutrina! Salve Deus!

E por isso, talvez, muitos de vocês se empolgam nestes acontecimentos e começam a insistir com as pessoas para se desenvolverem.

Eu até não me importo!...

Então, depois, começo a me recordar desses erros que eu também já cometi.

Quero alertar vocês, quero explicar para que tenham muito cuidado: cortem esses convites! São muito perigosos e nos trazem, inclusive, perigos pessoais, atrasos...

Em 1960, quando eu iniciava meu mestrado no Tibete, me apareceu uma família: um viúva, com um filho de 25 anos, mais ou menos, que bebia muito, casado e com dois filhos.

Eu achava - como vocês - que o Homem só se realiza quando se desenvolve, e pronto! Comecei a insistir com aquela família para vir se desenvolver aqui. Entre outras coisas, disse-lhes que o rapaz, com o desenvolvimento, ficaria bom. Ele ficou muito ligado a nós e todos começaram a se desenvolver.

Um dia, vi o quadro do rapaz: em mais ou menos um ano ele iria morrer! E, então, me arrependi de tê-los trazido para a UESB. Mãe Nenê era quem se encarregava, com todo o amor, de doutrinar aquela família. E o rapaz - o Zé Ratinho, apelido que tinha desde criança - ia à UESB por brincadeira. Mas deixou de beber. Ele ia à UESB para ficar na “rodinha”, totalmente sem sentimentos, sem qualquer coisa.

Um dia, um telegrama: o rapaz fora jogar bola, em Belo Horizonte, e morrera com um mal súbito. Foi um choque terrível para todos, mas eu já esperava por isso. A reação da mãe é que me surpreendeu: começou a se lastimar, dizendo que aquilo era castigo porque haviam sido sempre tão católicos e agora não eram... haviam matado o filho querido por se tornarem espíritas... E isso durou muito tempo. Diziam, me culpando, que aqui só existia feitiçaria, e tudo o mais. E eu tive a maior decepção do mundo com minha assistência àquela família!

Certa vez que estava no Canal Vermelho, ouvi uma voz chamar:

- Irmã Neiva!

E me deparei com Zé Ratinho. Nesta época todos me chamavam de Irmã Neiva. Ele falou:

- Oh, Irmã Neiva, graças a Deus! Por que não aproveitei mais? Mas, por que Mãe Nenê não está aqui? Por que não ouvi mais Mãe Nenê? Ela, com aquela doutrina dela... Enjoada, né? Enjoada... mas graças a ela que estou recebendo uma luzinha aqui! A senhora está boa, né, Irmã Neiva?

Então, vi que ele jogara fora tudo o que eu tinha feito, todo aquele sacrifício. O que valera a ele, afinal, tinha sido a doutrina de Mãe Nenê!

Fiquei muito decepcionada. Eu, que fizera tudo de bom (que naquele tempo pensava), via que a única coisa boa fora a doutrina de Mãe Nenê. Mãe Tildes foi me dar uma explicação:

- É mesmo, filha, o Homem só sente, só é atingido, depois que nasce quando ele tem qualquer convicção da vida fora da matéria, quando ele tem vontade...

E Mãe Tildes me explicou que minha missão aqui é esclarecer o Homem, a Doutrina, mas no coração e na mente... Tia Neiva em 27 de junho de 1976

Espero desta forma, deixar clara a posição doutrinária em relação ao convite para outras pessoas:

* Não saímos “por aí” convidando ninguém.

* Quando procurados por alguém em dificuldades, podemos orientar e até mesmo facilitar sua chegada ao Vale para exclusivamente passar como paciente.

* Somente uma Entidade, incorporada nos Tronos pode realizar o convite. Mesmo que você leve um parente seu, pode ser seu filho ou mãe, terá que passar primeiramente pela Entidade e TALVEZ dela ouvir o convite.

* Nossa Doutrina funciona por atração magnética! Quando há energia disponível no Templo, os pacientes chegam, e quando a missão necessita ser ampliada nossas Entidades tratam de convidar os que estão verdadeiramente destinados.