segunda-feira, 7 de maio de 2012

Proselitismo Religioso



Devo convidar pessoas para entrar para a Doutrina? – O quê Tia deixou sobre esse assunto? – Podemos formar uma rede de crescimento?

Quando ingressamos na Doutrina do Amanhecer uma das recomendações que recebemos, já na palestra inicial, antes de fazer o teste mediúnico, é para não praticarmos o proselitismo religioso.

Mas o quê é proselitismo religioso? Poderíamos buscar a origem desta expressão nos antigos escritos bíblicos e chegarmos até sua aplicação atual, dentro das mais diversas religiões, mas vamos nos ater ao sentido prático do ato de realizar o proselitismo religioso.

Proselitismo é a divulgação, a insistência em querer incutir na cabeça das pessoas um dogma, uma crença, um sistema religioso, mesmo que contra a vontade dos outros.

Certa vez ouvi um Adjunto falando ao povo de um Templo, que cada um deveria convidar mais três pessoas e assim em breve estariam completamente estruturados. Salve Deus!

Sair convidando? Isso é a mais legítima expressão de proselitismo, principalmente se este convite já vem com a intenção clara de trazer o convidado para dentro da Doutrina! Não foi isso que aprendemos!

Aprendemos que muitos passam como pacientes e somente uns poucos recebem o convite para desenvolver sua mediunidade, isso sem mencionar onde. A pessoa precisa desenvolver sua mediunidade, as portas da Doutrina estão abertas, mas ela pode e deve escolher onde se sentir melhor.

Vejamos o quê passou Tia Neiva, no início de sua jornada, ainda na UESB:
Nós somos realizados nesta Doutrina! Salve Deus!

E por isso, talvez, muitos de vocês se empolgam nestes acontecimentos e começam a insistir com as pessoas para se desenvolverem.

Eu até não me importo!...

Então, depois, começo a me recordar desses erros que eu também já cometi.

Quero alertar vocês, quero explicar para que tenham muito cuidado: cortem esses convites! São muito perigosos e nos trazem, inclusive, perigos pessoais, atrasos...

Em 1960, quando eu iniciava meu mestrado no Tibete, me apareceu uma família: um viúva, com um filho de 25 anos, mais ou menos, que bebia muito, casado e com dois filhos.

Eu achava - como vocês - que o Homem só se realiza quando se desenvolve, e pronto! Comecei a insistir com aquela família para vir se desenvolver aqui. Entre outras coisas, disse-lhes que o rapaz, com o desenvolvimento, ficaria bom. Ele ficou muito ligado a nós e todos começaram a se desenvolver.

Um dia, vi o quadro do rapaz: em mais ou menos um ano ele iria morrer! E, então, me arrependi de tê-los trazido para a UESB. Mãe Nenê era quem se encarregava, com todo o amor, de doutrinar aquela família. E o rapaz - o Zé Ratinho, apelido que tinha desde criança - ia à UESB por brincadeira. Mas deixou de beber. Ele ia à UESB para ficar na “rodinha”, totalmente sem sentimentos, sem qualquer coisa.

Um dia, um telegrama: o rapaz fora jogar bola, em Belo Horizonte, e morrera com um mal súbito. Foi um choque terrível para todos, mas eu já esperava por isso. A reação da mãe é que me surpreendeu: começou a se lastimar, dizendo que aquilo era castigo porque haviam sido sempre tão católicos e agora não eram... haviam matado o filho querido por se tornarem espíritas... E isso durou muito tempo. Diziam, me culpando, que aqui só existia feitiçaria, e tudo o mais. E eu tive a maior decepção do mundo com minha assistência àquela família!

Certa vez que estava no Canal Vermelho, ouvi uma voz chamar:

- Irmã Neiva!

E me deparei com Zé Ratinho. Nesta época todos me chamavam de Irmã Neiva. Ele falou:

- Oh, Irmã Neiva, graças a Deus! Por que não aproveitei mais? Mas, por que Mãe Nenê não está aqui? Por que não ouvi mais Mãe Nenê? Ela, com aquela doutrina dela... Enjoada, né? Enjoada... mas graças a ela que estou recebendo uma luzinha aqui! A senhora está boa, né, Irmã Neiva?

Então, vi que ele jogara fora tudo o que eu tinha feito, todo aquele sacrifício. O que valera a ele, afinal, tinha sido a doutrina de Mãe Nenê!

Fiquei muito decepcionada. Eu, que fizera tudo de bom (que naquele tempo pensava), via que a única coisa boa fora a doutrina de Mãe Nenê. Mãe Tildes foi me dar uma explicação:

- É mesmo, filha, o Homem só sente, só é atingido, depois que nasce quando ele tem qualquer convicção da vida fora da matéria, quando ele tem vontade...

E Mãe Tildes me explicou que minha missão aqui é esclarecer o Homem, a Doutrina, mas no coração e na mente... Tia Neiva em 27 de junho de 1976

Espero desta forma, deixar clara a posição doutrinária em relação ao convite para outras pessoas:

* Não saímos “por aí” convidando ninguém.

* Quando procurados por alguém em dificuldades, podemos orientar e até mesmo facilitar sua chegada ao Vale para exclusivamente passar como paciente.

* Somente uma Entidade, incorporada nos Tronos pode realizar o convite. Mesmo que você leve um parente seu, pode ser seu filho ou mãe, terá que passar primeiramente pela Entidade e TALVEZ dela ouvir o convite.

* Nossa Doutrina funciona por atração magnética! Quando há energia disponível no Templo, os pacientes chegam, e quando a missão necessita ser ampliada nossas Entidades tratam de convidar os que estão verdadeiramente destinados.

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