Devo
convidar pessoas para entrar para a Doutrina? – O quê Tia deixou sobre
esse assunto? – Podemos formar uma rede de crescimento?
Quando
ingressamos na Doutrina do Amanhecer uma das recomendações que
recebemos, já na palestra inicial, antes de fazer o teste mediúnico, é
para não praticarmos o proselitismo religioso.
Mas o quê é proselitismo religioso? Poderíamos
buscar a origem desta expressão nos antigos escritos bíblicos e
chegarmos até sua aplicação atual, dentro das mais diversas religiões,
mas vamos nos ater ao sentido prático do ato de realizar o proselitismo
religioso.
Proselitismo é a divulgação,
a insistência em querer incutir na cabeça das pessoas um dogma, uma
crença, um sistema religioso, mesmo que contra a vontade dos outros.
Certa
vez ouvi um Adjunto falando ao povo de um Templo, que cada um deveria
convidar mais três pessoas e assim em breve estariam completamente
estruturados. Salve Deus!
Sair convidando? Isso é a mais legítima expressão de proselitismo, principalmente se este convite já vem com a intenção clara de trazer o convidado para dentro da Doutrina! Não foi isso que aprendemos!
Aprendemos
que muitos passam como pacientes e somente uns poucos recebem o convite
para desenvolver sua mediunidade, isso sem mencionar onde. A pessoa
precisa desenvolver sua mediunidade, as portas da Doutrina estão
abertas, mas ela pode e deve escolher onde se sentir melhor.
Vejamos o quê passou Tia Neiva, no início de sua jornada, ainda na UESB:
Nós somos realizados nesta Doutrina! Salve Deus!
E por isso, talvez, muitos de vocês se empolgam nestes acontecimentos e começam a insistir com as pessoas para se desenvolverem.
Eu até não me importo!...
Então, depois, começo a me recordar desses erros que eu também já cometi.
Quero
alertar vocês, quero explicar para que tenham muito cuidado: cortem
esses convites! São muito perigosos e nos trazem, inclusive, perigos
pessoais, atrasos...
Em
1960, quando eu iniciava meu mestrado no Tibete, me apareceu uma
família: um viúva, com um filho de 25 anos, mais ou menos, que bebia
muito, casado e com dois filhos.
Eu
achava - como vocês - que o Homem só se realiza quando se desenvolve, e
pronto! Comecei a insistir com aquela família para vir se desenvolver
aqui. Entre outras coisas, disse-lhes que o rapaz, com o
desenvolvimento, ficaria bom. Ele ficou muito ligado a nós e todos
começaram a se desenvolver.
Um
dia, vi o quadro do rapaz: em mais ou menos um ano ele iria morrer! E,
então, me arrependi de tê-los trazido para a UESB. Mãe Nenê era quem se
encarregava, com todo o amor, de doutrinar aquela família. E o rapaz - o
Zé Ratinho, apelido que tinha desde criança - ia à UESB por
brincadeira. Mas deixou de beber. Ele ia à UESB para ficar na “rodinha”,
totalmente sem sentimentos, sem qualquer coisa.
Um
dia, um telegrama: o rapaz fora jogar bola, em Belo Horizonte, e
morrera com um mal súbito. Foi um choque terrível para todos, mas eu já
esperava por isso. A reação da mãe é que me surpreendeu: começou a se
lastimar, dizendo que aquilo era castigo porque haviam sido sempre tão
católicos e agora não eram... haviam matado o filho querido por se
tornarem espíritas... E isso durou muito tempo. Diziam, me culpando, que
aqui só existia feitiçaria, e tudo o mais. E eu tive a maior decepção
do mundo com minha assistência àquela família!
Certa vez que estava no Canal Vermelho, ouvi uma voz chamar:
- Irmã Neiva!
E me deparei com Zé Ratinho. Nesta época todos me chamavam de Irmã Neiva. Ele falou:
-
Oh, Irmã Neiva, graças a Deus! Por que não aproveitei mais? Mas, por
que Mãe Nenê não está aqui? Por que não ouvi mais Mãe Nenê? Ela, com
aquela doutrina dela... Enjoada, né? Enjoada... mas graças a ela que
estou recebendo uma luzinha aqui! A senhora está boa, né, Irmã Neiva?
Então,
vi que ele jogara fora tudo o que eu tinha feito, todo aquele
sacrifício. O que valera a ele, afinal, tinha sido a doutrina de Mãe
Nenê!
Fiquei
muito decepcionada. Eu, que fizera tudo de bom (que naquele tempo
pensava), via que a única coisa boa fora a doutrina de Mãe Nenê. Mãe
Tildes foi me dar uma explicação:
-
É mesmo, filha, o Homem só sente, só é atingido, depois que nasce
quando ele tem qualquer convicção da vida fora da matéria, quando ele
tem vontade...
E Mãe Tildes me explicou que minha missão aqui é esclarecer o Homem, a Doutrina, mas no coração e na mente... Tia Neiva em 27 de junho de 1976
Espero desta forma, deixar clara a posição doutrinária em relação ao convite para outras pessoas:
* Não saímos “por aí” convidando ninguém.
*
Quando procurados por alguém em dificuldades, podemos orientar e até
mesmo facilitar sua chegada ao Vale para exclusivamente passar como
paciente.
* Somente uma Entidade, incorporada nos Tronos pode realizar o convite.
Mesmo que você leve um parente seu, pode ser seu filho ou mãe, terá que
passar primeiramente pela Entidade e TALVEZ dela ouvir o convite.
* Nossa Doutrina funciona por atração magnética! Quando há energia disponível no Templo, os pacientes chegam, e quando a missão necessita ser ampliada nossas Entidades tratam de convidar os que estão verdadeiramente destinados.
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