sexta-feira, 13 de abril de 2012

Noite de Paz - Encerramento







No encerramento do Trabalho Oficial emitimos (ou melhor, deveríamos emitir) o mantra Noite de Paz. Falo “deveríamos”, porque infelizmente a maior parte dos médiuns foge desta nobre obrigação, de ficar por mais alguns instantes e colher boa parte dos frutos de sua jornada de trabalho mediúnico.

No encerramento dos trabalhos é que se registram as participações, é onde se anotam os bônus daquela jornada. Sua presença é fundamental!!! Não é apenas uma formalidade. Em nossa Doutrina tudo tem um porquê, e fugir desta fonte de luz é no mínimo uma irresponsabilidade. Uso o termo “fugir”, buscando a sinceridade, afinal, nada vai se alterar tão drasticamente em nossa vida, por conta destes minutos a mais.

Quando se aproxima o momento do encerramento, a fila na Pira cresce assustadoramente, e já presenciei os comandantes, após um dia inteiro de dedicação a nobre missão, encerrarem sozinhos o Trabalho Oficial.

Será que para a Espiritualidade tudo está bem desta forma? Na hora de agradecer esta oportunidade e de registrar os bônus, onde estão os Mestres e Ninfas? Tomando o último café? Gastando os bônus que deveriam receber com conversas improfícuas nos banheiros e vestiários?

Poucas são as ausências verdadeiramente justificadas, daqueles em que o horário da condução impede que continuem até o fim. Na verdade, na maioria das vezes é a carona de outro mestre impensado, que obriga ainda mais um irmão a deixar de lado um momento tão solene e nobre.

Não creio sinceramente que seu Preto Velho, sua Princesa, seu Cavaleiro, já tenha ido embora e abandonado o momento sublime do “Noite de Paz!”.

Somente no incomensurável momento do encerramento da jornada mediúnica é que temos algum direito real de pedir! Sim, pois tantas vezes erguemos nossos braços e nossa voz para pedir sem nada ter feito para merecer. Enquanto que, no momento ideal para isso, na hora de anotar os bônus do quê efetivamente haveria realizado por amor, onde está você? O quê está priorizando nesta hora? Vai deixar para pedir e agradecer amanhã? Quando os problemas voltarem a bater na sua porta?

Salve Deus! Mais uma vez falo primeiramente para mim mesmo, para que fique registrado este compromisso que assumo, de quando colocar-me a disposição da espiritualidade para uma jornada, cumpri-la até o fim, sem arrumar nenhuma desculpa ou preguiça, e sentir o ânimo, o vigor, a benção do “Noite de Paz”.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Desabafos - Tia Neiva


Meu Filho Jaguar-11-07-83
Em nossas cegueiras amaldiçoamos as vezes as nossas vidas, por não compreender o que fomos e o que nos espera. Nos desequilíbrios dos nossos obscuros raciocínios, abtuamos a proceder de maneira irracional com a gente mesmo, chegando mesmo a ultrapassar as barreiras dos nossos destinos, de nossas lôuras auréolas cujas vidas se tornam dolorosas, e por todos os pontos da Terra a clamar. E quando chega o término da grande viagem desembarcamos sem uma única coberta que possa cobrir na louza fria do último porto; e em vez lhe resta o que deixou; ouro e prata e consigo leva a sua última herança, que é o conflito da desarmonia interior. É fácil presumir o que nos resta e ate onde podemos ir e a nossa capacidade pode chegar.

Todos nós conhecemos a linha divisória entre o visível e o invisível, entre o objetivo e o subjetivo, entre o sonho e a realidade. Se assim pensarmos, talvez que as nossas vidas não sejam tão alucinantes e nos dê trégua a um conhecimento profundo e honesto com a gente mesmo. Então antes, muito antes do desembarque já estaremos livres para receber nossos amigos e também os que se dizem nossos inimigos.

Salve Deus

Tia Neiva

Vale do Amanhecer, 11-07-83

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Minhas prosas meus conflitos - Tia Neiva


Salve Deus!


Ficava calada, quando me perguntavam p’ra onde eu ia, ouvindo os espraguejamentos daqueles que outrora me amavam, sentia imensa a perda que estava havendo. Porém, chorar, chorar, somente é o que me vinha; quando todos me acusavam de fanática, ignorando o meu drama. E, eu sem nada poder dizer. De Deus não foi dado ao homem criar, foi dado apenas crescer. E, sozinha, me ponho a rimar, para que novas luzes venham a surgir e sempre pensando:Por que tantos conflitos? Por que tantas divergências; se tudo já esta escrito? Se sabemos que só o amor nos dá força e equilíbrio. Amando, minha alma irá longe, muito alem do infinito, sem véu, sem grinalda e sem tempo; longe dos mundos aflitos. Viajei, muito viajei para os meus amores voltar, caminhando, sempre caminhando, novas ilusões, novos destinos. Porém, tudo sem criar aumentei com amor. Por fim, um lindo rosário de salmos, foi tudo que formei. Os meus amores voltaram, ao meu caminho retornei.

Salve Deus!

Com carinho, a Mãe em Cristo.

Tia Neiva.

Sabe filho, onde poderás viver sem medo e com a mente erguida, na doutrina, onde o saber é livre”. –

terça-feira, 10 de abril de 2012

Pai João de Enoque


Há milênios, um grupo de Grandes Iniciados se reuniu, na África, formando um centro emissor de luz, de energias fantásticas, que eram emitidas para diversos pontos da Terra - o Oráculo de Ariano, que significa Raízes do Céu. Mas a vaidade tomou conta deles, e os sacerdotes se acharam tão evoluídos e poderosos que foram se afastando de Deus. Com a decadência, a Raiz que alimentava aquele povo foi recolhida pela Espiritualidade Maior. Tendo sido recolhida a chave mestra, uma porta foi fechada e outra velada. Isso quer dizer que restou apenas uma esperança, já que uma porta velada pela Espiritualidade jamais será reaberta. As forças manipuladas pelos sacerdotes já não eram originárias daquela Raiz, e isso gerou o feiticismo, grande perigo do saber demais sem a assistência da Espiritualidade Maior. As grandes luminosidades foram veladas, a porta se fechou, e todo aquele antigo esplendor se perdeu, passando eles a manipular forças nativas neutras em simples correntes magnéticas. Surgiram, então, grandes linhas religiosas como o Candomblé, a Umbanda e o feiticismo, com manipulação de forças das Trevas, em seitas distantes da estrada do Amor, com incorporações e manipulações de energias usadas indistintamente para o Bem e para o Mal, misturadas, que até hoje causam o quadro de dores e sofrimentos nos espíritos reencarnados na África. Naquela época, os Grandes Iniciados retiraram toda aquela poderosa energia, e um Iniciado, chamado Cisman de Irishin, presidiu toda aquela eclosão e formou um Oráculo, isolando-o dos homens mergulhados no fanatismo, nos fetiches e nas macumbas. Fechada aquela Luminosidade na África, os homens ficaram entregues a si mesmos. Destruições, dores, ruínas, violência, e os povos africanos passaram a sofrer as grandes conquistas dos europeus, passando dolorosos períodos da mais torpe colonização. A todo esse drama, acrescentou-se, no cumprimento do pesado carma, a captura de africanos para serem vendidos como escravos no Novo Mundo, a América. Para o Brasil, vieram, na maioria, Sudaneses e Bantos, portando suas doutrinas e sendo obrigados, pela força da Igreja Católica Romana, que dominava Portugal e suas colônias, a fazerem o que se chamou o sincretismo religioso, misturando práticas africanas com rituais católicos. Isso causou dispersão dos princípios do Africanismo, pois, misturando-se em camadas mais pobres e sem cultura, nasceram numerosas seitas e derivações deturpadas das raízes africanas. A grande missão, todavia, estava com espíritos - os Enoques - que pertenciam à nação Nagô. Aqui queremos ressaltar a grande diferença entre o Espiritismo e a Doutrina do Amanhecer. Enquanto para o Kardecismo o Africanismo significa apenas a mistura das linhas e das seitas de origem africana, não acatando a figura do Preto Velho, para nós, Jaguares, Africanismo representa a origem de uma de nossas grandes linhas, e os Pretos Velhos são roupagens dos Grandes Espíritos que, na simplicidade e no amor, nos ajudam em nossos trabalhos e em nossas vidas, ensinando, curando e amparando todos que se entregam, com dedicação, à Lei do Auxílio. Nossos queridos Pretos Velhos são, essencialmente, AMOR! Obedecendo ao Plano Espiritual, aqueles espíritos de Jaguares - agora Enoques e Nagôs - que já tinham sido Equitumans e Tumuchys, foram trazidos para o Brasil, a fim de que, com a escravidão, pudessem enfrentar uma Grande Prova para resgatar seus atos transcendentais, vivendo e sofrendo a ação opressora de muitos outros Jaguares - Senhores de Engenho, Nobres e Sinhazinhas. Para os espíritos missionários, endividados, orgulhosos e perdidos em descaminhos da consciência, a escravidão tinha o mais profundo sentido iniciático: não podendo impor as exigências do corpo físico e de sua alma, o escravo era obrigado a ceder às exigências do espírito, matando ou eliminando sua personalidade para dar vazão à sua individualidade. Nesse período de escravatura, de mais de trezentos anos, um grupo de escravos lançou as bases da etapa final da Escola do Caminho, criando as raízes da religiosidade brasileira com base no Africanismo, em busca das condições que permitiriam a reabertura da porta fechada, do Oráculo de Ariano. Desse grupo destacam-se dois espíritos de elevada hierarquia, Pai João e Pai Zé Pedro - a Lei e a Alta Magia -, dois missionários que tiveram duas reencarnações no período colonial brasileiro, liderando aqueles espíritos que, no Angical (*) e na Cachoeira dos Jaguares, viveriam o princípio dessa força luminosa - a Corrente do Astral Africano no Brasil, que hoje tanto nos assiste em nossa Doutrina. O médium de incorporação, que sempre existiu sob uma força nativa, recebeu, dentro do Africanismo, uma nova forma: sua força, com a consagração de Nossa Senhora Apará - Nossa Senhora da Conceição - teve a transformação para uma força crística extraordinária, agindo em seu plexo iniciado, com muito maior responsabilidade por ser instrumento da Voz Direta. Koatay 108, em sua missão de unificar as bases energéticas para formar a Raiz do Amanhecer, puxou a energia dos Pretos Velhos, reuniu os Aparás(*) e fez o Doutrinador(*), coroando de êxito tudo o quanto nos foi legado pelo Africanismo. Segundo Tia Neiva, “era um sacerdócio poderoso, onde o Homem se concentrava, salientando felicidade, moderação e equilíbrio perante os momentos menos felizes dos outros. Hoje nós somos os espíritos luminosos no meio desta confusão, como o foram os Nagôs e os Enoques, que trouxeram essa força para o Brasil. Hoje, nós estamos vivendo o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Vimos, até agora, como houve esta grande explosão, como se fechou esta fase da força do Céu e da Terra e como esta Luz foi transportada para cá, parcialmente, o que permitiu o nascimento do Doutrinador e do Apará.” E a Doutrina do Amanhecer, dentro de seu dinamismo, tem muitos aspectos interessantes, porque nos ensinam o fantástico leque de forças de que dispomos, como, por exemplo, a ação na Cura dessa grandeza que nos chegou da África, explicada por Tia Neiva: “quando o Anjo Ismael decidiu que o Brasil seria a Pátria do Evangelho, vendo a chegada do Africanismo, convocou os cientistas alemães, promovendo sua sublimação e proibindo o curandeirismo. Estabeleceu-se que os médicos de curas desobsessivas baixariam nos aparelhos mediúnicos, enquanto os médicos de curas físicas terrestres atuariam nos médicos profissionais encarnados na Terra.” · “A Cabala a que deram o nome de Ariano, que quer dizer Raízes do Céu. Desconhecida, com a volta, em 1700, de Pai Zé Pedro e Pai João, perdeu o seu real significado, agora chamada LINHA MATER. Desde a chegada de Cisman de Irishin, quando tudo foi ocultado, somente as raças africanas, por seus sacerdotes, guardaram sua origem e seus valores, até que se formou a grande BARREIRA para individualizar o Apará na força de Olorum e o Doutrinador na força de Tapir, força predominante no Reino Central. (...) Temos que patentear os conceitos africanos porque, para seguir as Linhas honestamente, é preciso conhecer, fundamentalmente, as Linhas da Ciência do Amanhecer.” (Tia Neiva, 7.9.77)




segunda-feira, 9 de abril de 2012

Pequenas Histórias - Tia Neiva



Certa vez, por volta de meia-noite, cheguei em casa, com muita fome. Peguei uma panelinha e fui esquentar um ovo. Meia sem jeito, queimei meu dedo na caçarola e baixei meu padrão vibratório. Oh, meu Deus! Mãe Yara estava por perto:
- É, ouvi, filha. Que vergonha! E pensar o que esperamos de você, uma líder espiritual!... Mas eu vim para fazermos uma prece. O “seu” Manoel das Emas, seu amigo, vai morrer. Na sua segunda viagem, mande o Delei com a segunda turma. Como você está sem condições, vou-me retirando...
Nem senti como comi o ovo. Sei apenas que estava insegura, a dizer, inconscientemente, no meu íntimo:
- Meu Deus! Por que não me controlei? Será que a Senhora do Espaço vai me deixar outra vez?...
Contei ao Getúlio o que ouvira a respeito do “seu” Manoel, e ele me pediu que me acalmasse e que tivesse cuidado com alguma interferência, já que haviam alguns espíritos zombeteiros. O pior era que eu sabia que ele estava errado, que era verdade, mas não me defendi, pensando somente nas minhas ofensas e que Mãe Yara poderia não mais voltar.
Durante o almoço, Delei me pediu a chave do caminhão e foi fazer o trabalho, para me descansar. Delei e Getúlio eram médiuns de confiança e muito próximos de mim. Com o movimento, esqueci o aviso de Mãe Yara. Um pouco mais tarde, vieram me avisar que o “seu” Manoel caíra morto no chão. Senti um grande remorso. Quem sabe se eu tivesse rezado com a Senhora do Espaço poderia tê-lo ajudado?
Passou-se o tempo e, oito dias depois, à noite, com os olhos abertos, vi o “seu” Manoel de pé, numa estrada luminosa e muito amarela, com seu chapéu de palha e com a mesma roupinha. Sorriu, demonstrando que ainda continuava meu amigo, como se me dissesse que estava feliz!...


Caboclo Pena Branca



PEQUENA HISTORIA DO CABOCLO PENA BRANCA

Pena Branca nasceu em aproximadamente 1425, na região central do Brasil, hoje, entre Brasília e Goiás, onde seu pai era o Cacique da tribo. Era o filho mais velho de seus pais e desde cedo se mostrou com um diferencial entre os outros índios da mesma tribo, era de uma extraordinária inteligência. Na época não havia o costume de fazer intercâmbios e trocas de alimentos entre tribos, apenas algumas tribos faziam isto, pois havia uma cultura de subsistência, mas o Cacique Pena Branca foi um dos primeiros a incentivar a melhora de condições das tribos, e por isso assumiu a tarefa de fazer intercâmbios com outras tribos, entre elas a Jê ou Tapuia e Nuaruaque ou Caríba.
Quando fazia uma de suas peregrinações ele conheceu na região do nordeste brasileiro (hoje Bahia), uma índia Tupinambá que viria a ser a sua mulher, chamava-se “Flor da Manhã” a qual foi sempre o seu apoio. Como Cacique Tupinambá, foi respeitado pela sua tribo de tupis, assim como por todas as outras tribos e principalmente a maior rival, os Caramurus, que após a chegada dos portugueses se uniram aos Tupinambás, nascendo então outra nação indígena, a nação Caramurú-Tupinambá, na qual Pena Branca passou a ser o Cacique Geral, apesar disso, continuou seu trabalho de itinerante por todo o Brasil na tentativa de fortalecer e unir a cultura indígena.
Certo dia Pena Branca estava em cima do Monte Pascoal no sul da Bahia, e foi o primeiro a avistar a chegada dos portugueses nas suas naus, com grandes cruzes vermelhas no leme. Esteve presente na primeira missa realizada no Brasil pelos Jesuítas, na figura de Frei Henrique de Coimbra. Desde então procurou ser o porta-voz entre índios e os portugueses, sendo precavido pela desconfiança das intenções daqueles homens brancos que ofereciam objetos, como espelhos e pentes, para agradá-los. Aprendeu rapidamente o português e a cultura cristã com os jesuítas.
Teve grande contato com os corsários franceses que conseguiram penetrar (sem o conhecimento dos portugueses) na costa brasileira – muito antes das grandes invasões de 1555 – aprendeu também a falar o francês. Os escambos, comércio de pau-brasil entre índios e portugueses, eram vistos com reservas por Pena Branca, pois ali começaram as épocas de escravidão indígena e a intenção de Pena Branca sempre foi a de progredir culturalmente com a chegada desses novos povos, aos quais ele chamava de amigos.
O Cacique Pena Branca faleceu no ano de 1529, com 104 anos de idade, deixando grande saudade a todos os índios do Brasil, sendo reconhecido na espiritualidade como servidor na assistência aos índios brasileiros, junto com outros grandes espíritos, como o Cacique Cobra Coral e Cacique Tupinambá. Apesar de não ter conhecido o Padre José de Anchieta em vida, já que este chegou ao Brasil em meados de 1554, Pena Branca foi um dos espíritos que ajudou este abnegado jesuíta no seu desligamento desencarnatório e por isso Padre José de Anchieta trabalha atualmente em conjunto com Mestre Pena Branca.

domingo, 8 de abril de 2012

Domingo de Pascoa





Para todos os leitores, deste blogue, os meus votos
de um Domingo de Pascoa
cheio de Paz, e com muita felicidade.