Há
milênios, um grupo de Grandes Iniciados se reuniu, na África,
formando um centro emissor de luz, de energias fantásticas, que eram
emitidas para diversos pontos da Terra - o Oráculo de Ariano, que
significa Raízes do Céu. Mas a vaidade tomou conta deles, e os
sacerdotes se acharam tão evoluídos e poderosos que foram se
afastando de Deus. Com a decadência, a Raiz que alimentava aquele
povo foi recolhida pela Espiritualidade Maior. Tendo sido recolhida a
chave mestra, uma porta foi fechada e outra velada. Isso quer dizer
que restou apenas uma esperança, já que uma porta velada pela
Espiritualidade jamais será reaberta. As forças manipuladas pelos
sacerdotes já não eram originárias daquela Raiz, e isso gerou o
feiticismo, grande perigo do saber demais sem a assistência da
Espiritualidade Maior. As grandes luminosidades foram veladas, a
porta se fechou, e todo aquele antigo esplendor se perdeu, passando
eles a manipular forças nativas neutras em simples correntes
magnéticas. Surgiram, então, grandes linhas religiosas como o
Candomblé, a Umbanda e o feiticismo, com manipulação de forças
das Trevas, em seitas distantes da estrada do Amor, com incorporações
e manipulações de energias usadas indistintamente para o Bem e para
o Mal, misturadas, que até hoje causam o quadro de dores e
sofrimentos nos espíritos reencarnados na África. Naquela época,
os Grandes Iniciados retiraram toda aquela poderosa energia, e um
Iniciado, chamado Cisman de Irishin, presidiu toda aquela eclosão e
formou um Oráculo, isolando-o dos homens mergulhados no fanatismo,
nos fetiches e nas macumbas. Fechada aquela Luminosidade na África,
os homens ficaram entregues a si mesmos. Destruições, dores,
ruínas, violência, e os povos africanos passaram a sofrer as
grandes conquistas dos europeus, passando dolorosos períodos da mais
torpe colonização. A todo esse drama, acrescentou-se, no
cumprimento do pesado carma, a captura de africanos para serem
vendidos como escravos no Novo Mundo, a América. Para o Brasil,
vieram, na maioria, Sudaneses e Bantos, portando suas doutrinas e
sendo obrigados, pela força da Igreja Católica Romana, que dominava
Portugal e suas colônias, a fazerem o que se chamou o sincretismo
religioso, misturando práticas africanas com rituais católicos.
Isso causou dispersão dos princípios do Africanismo, pois,
misturando-se em camadas mais pobres e sem cultura, nasceram
numerosas seitas e derivações deturpadas das raízes africanas. A
grande missão, todavia, estava com espíritos - os Enoques - que
pertenciam à nação Nagô. Aqui queremos ressaltar a grande
diferença entre o Espiritismo e a Doutrina do Amanhecer. Enquanto
para o Kardecismo o Africanismo significa apenas a mistura das linhas
e das seitas de origem africana, não acatando a figura do Preto
Velho, para nós, Jaguares, Africanismo representa a origem de uma de
nossas grandes linhas, e os Pretos Velhos são roupagens dos Grandes
Espíritos que, na simplicidade e no amor, nos ajudam em nossos
trabalhos e em nossas vidas, ensinando, curando e amparando todos que
se entregam, com dedicação, à Lei do Auxílio. Nossos queridos
Pretos Velhos são, essencialmente, AMOR! Obedecendo ao Plano
Espiritual, aqueles espíritos de Jaguares - agora Enoques e Nagôs -
que já tinham sido Equitumans e Tumuchys, foram trazidos para o
Brasil, a fim de que, com a escravidão, pudessem enfrentar uma
Grande Prova para resgatar seus atos transcendentais, vivendo e
sofrendo a ação opressora de muitos outros Jaguares - Senhores de
Engenho, Nobres e Sinhazinhas. Para os espíritos missionários,
endividados, orgulhosos e perdidos em descaminhos da consciência, a
escravidão tinha o mais profundo sentido iniciático: não podendo
impor as exigências do corpo físico e de sua alma, o escravo era
obrigado a ceder às exigências do espírito, matando ou eliminando
sua personalidade para dar vazão à sua individualidade. Nesse
período de escravatura, de mais de trezentos anos, um grupo de
escravos lançou as bases da etapa final da Escola do Caminho,
criando as raízes da religiosidade brasileira com base no
Africanismo, em busca das condições que permitiriam a reabertura da
porta fechada, do Oráculo de Ariano. Desse grupo destacam-se dois
espíritos de elevada hierarquia, Pai João e Pai Zé Pedro - a Lei e
a Alta Magia -, dois missionários que tiveram duas reencarnações
no período colonial brasileiro, liderando aqueles espíritos que, no
Angical (*) e na Cachoeira dos Jaguares, viveriam o princípio dessa
força luminosa - a Corrente do Astral Africano no Brasil, que hoje
tanto nos assiste em nossa Doutrina. O médium de incorporação, que
sempre existiu sob uma força nativa, recebeu, dentro do Africanismo,
uma nova forma: sua força, com a consagração de Nossa Senhora
Apará - Nossa Senhora da Conceição - teve a transformação para
uma força crística extraordinária, agindo em seu plexo iniciado,
com muito maior responsabilidade por ser instrumento da Voz Direta.
Koatay 108, em sua missão de unificar as bases energéticas para
formar a Raiz do Amanhecer, puxou a energia dos Pretos Velhos, reuniu
os Aparás(*) e fez o Doutrinador(*), coroando de êxito tudo o
quanto nos foi legado pelo Africanismo. Segundo Tia Neiva, “era um
sacerdócio poderoso, onde o Homem se concentrava, salientando
felicidade, moderação e equilíbrio perante os momentos menos
felizes dos outros. Hoje nós somos os espíritos luminosos no meio
desta confusão, como o foram os Nagôs e os Enoques, que trouxeram
essa força para o Brasil. Hoje, nós estamos vivendo o Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo. Vimos, até agora, como houve esta grande
explosão, como se fechou esta fase da força do Céu e da Terra e
como esta Luz foi transportada para cá, parcialmente, o que permitiu
o nascimento do Doutrinador e do Apará.” E a Doutrina do
Amanhecer, dentro de seu dinamismo, tem muitos aspectos
interessantes, porque nos ensinam o fantástico leque de forças de
que dispomos, como, por exemplo, a ação na Cura dessa grandeza que
nos chegou da África, explicada por Tia Neiva: “quando o Anjo
Ismael decidiu que o Brasil seria a Pátria do Evangelho, vendo a
chegada do Africanismo, convocou os cientistas alemães, promovendo
sua sublimação e proibindo o curandeirismo. Estabeleceu-se que os
médicos de curas desobsessivas baixariam nos aparelhos mediúnicos,
enquanto os médicos de curas físicas terrestres atuariam nos
médicos profissionais encarnados na Terra.” · “A Cabala a que
deram o nome de Ariano, que quer dizer Raízes do Céu. Desconhecida,
com a volta, em 1700, de Pai Zé Pedro e Pai João, perdeu o seu real
significado, agora chamada LINHA MATER. Desde a chegada de Cisman de
Irishin, quando tudo foi ocultado, somente as raças africanas, por
seus sacerdotes, guardaram sua origem e seus valores, até que se
formou a grande BARREIRA para individualizar o Apará na força de
Olorum e o Doutrinador na força de Tapir, força predominante no
Reino Central. (...) Temos que patentear os conceitos africanos
porque, para seguir as Linhas honestamente, é preciso conhecer,
fundamentalmente, as Linhas da Ciência do Amanhecer.” (Tia Neiva,
7.9.77)
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