sábado, 11 de fevereiro de 2012

APRIMOREMOS - Chico Xavier


Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel

APRIMOREMOS


"Não extingais o Espírito." - Paulo. (I TESSALONICENSES, 5:19).

           A exortação apostólica não tem o significado de aniquilamento do Espírito uma vez que esse depois de criado jamais poderá ser destruído. O versículo em questão deve ser compreendido como um convite à renovação, à necessidade de ampliar os valores espirituais. 
           Criado simples e ignorante, mas tendo em si os germens de todos os desenvolvimentos futuros, o Espírito realiza sua evolução, a pouco e pouco, no corpo e fora dele, através de experiências intelecto morais com as quais realiza o afloramento isto é, a atualização dos tesouros do Espírito.
           Embora já informados da nossa natureza espiritual, que pré-existe e transcende a vida física, permanecemos na grande maioria distantes dessa realidade, sem o espírito de serviço indispensável ao aprimoramento.
           A reencarnação por mais breve que seja tem objetivos elevados. Através dela são oferecidas condições de renovação, de crescimento, de oportunidades de fazer melhor aquilo que ontem foi negligenciado, de iniciar novas tarefas, de desenvolver novos valores, etc.
           Por isso, devemos viver como seres espirituais que somos: suprir as nossas necessidades do viver na matéria sem, no entanto, desprezar o Espírito, o ser mais importante.
           "Não ajunteis tesouros na Terra onde a traça rói, a ferrugem corrompe e os ladrões minam e roubam. Ajuntai tesouros no céu..." (Mateus, 6:19-21).
           A nossa busca não deve se restringir apenas aos valores materiais uma vez que como Espírito temos outras necessidades.
           Que valores realmente importam? Aqueles que "conferem poder e prestígio espirituais e proporcionam gozos superiores ao da matéria"3: a fé, a sabedoria, a bondade, a tolerância, etc. que não se perdem jamais e onde quer que estejamos os levamos conosco, pois são intransferíveis, inalienáveis, conquistas do ser imortal.
           Os nossos esforços devem voltar-se para o trabalho da própria educação e da prática do bem imprescindíveis ao desenvolvimento do Espírito. 
           O evangelho do Cristo é convite permanente a nossa integração nesse trabalho renovador e Emmanuel1, no mesmo propósito, reflete sobre a importância de estendermos os valores espirituais onde quer que estejamos. Ressalta todos os benefícios que a Humanidade usufrui hoje e que foram fruto do trabalho e perseverança daqueles que nos antecederam nas lutas planetárias. Não importa que a nossa tarefa seja humilde. Vale o serviço realizado, isto é, colocar-se por inteiro no ato em si, uma vez que o que dá vida aos nossos atos é a inclusão do nosso potencial, do nosso eu, envolvendo o outro em efeitos de esclarecimento e de consolo. 
           Empreguemos, pois nossas faculdades de sentimento, pensamento e ação para fazer o melhor, onde, quando, como e com quem estivermos.
           "Humilde réstia de luz que acendermos envolver-nos-á em seu clarão e a pequena semente de fraternidade que venhamos a lançar no solo da vida abençoar-nos-á com os seus frutos."

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O Sol e a Lua - Tia Neiva


O SOL E A LUA
SALVE DEUS!

Porque é triste, o que expresso! Por que as coisas do céu são autênticas, sem falsidade.
Aqui fizemos uma lei e nela nos complicamos muito. E, por ela, tentamos afirmar aos olhos dos outro o que, na realidade, não sentimos. A sociedade nos ensina tudo que é bom e honesto, porém a maioria não entende a mensagem e começam a pesar o ouro e prata na balança. E vão abandonando os seus fornecedores, que são o SOL e a LUA, a força energética que nos anodiza e que nos dá a fortaleza para bem assumir nossos destinos cármicos; e desenvolve o poder que está oculto em nós mesmos. Sim, filho! Se existe um SOL INTERIOR em nós mesmos, que nos anodiza, colorindo nossos pensamentos, é importante saber que, adquirindo o ouro e a prata que não pesa na balança, adquirimos tudo que realmente precisamos. Inclusive, saber que a LUA representa a prata e o SOL o ouro. A LUA busca no NEUTRON as impregnações cármicas e, de conformidade, o seu SOL INTERIOR vai separando, para que na força centrífuga as afaste, para o seu bem, onde sempre são formadas estas impregnações, doenças, até mesmo obsessões.
Quantas vezes vejo uma grande perda ! Porém, à noite, vejo os grandes cavalheiros assumindo aquelas dívidas pelo compromisso missionário, para livrá-la de muitas enfermidades incuráveis. Pela manhã vem o vento trazendo o PRANA, manipulado do SOL e da LUA, em seu ventre, com a mesma harmonia. Muitas vezes sofro por ouvir alguém reclamando a perda de seu ouro pesado. Fico triste. Eis porque a minha expressão é triste, pois eu havia presenciado, a poucos dias, o vento, em seu seio, levar o seu destino leproso.
COM CARINHO, A MÃE EM CRISTO, TIA NEIVA
VALE DO AMANHECER, 3 DE JULHO DE 1978.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A Adultera

Salve Deus!

O dia começava a clarear na Terra e a Clarividente apressava sua volta ao corpo, após longo tempo de permanência nos planos invisíveis. Fizera mil coisas, estivera em muitos lugares e recebera valiosas lições. Em seu coração e sua mente pulsavam as inúmeras preocupações relacionadas com sua missão na Terra. No momento pensava no retorno ao corpo que dormia a tempo de retornar as tarefas do dia a dia.

Habituada as caminhadas fora do corpo, mal percebia as fantásticas nuanças de tempo e espaço; às vezes andava, outras levitava e se transportava em frações de segundo. Tempo e espaço. Entidades de luz, espíritos sofredores, tantos enredos; às vezes sentindo-se tão grande e às vezes pequena...

Pensou que estava na Terra, mas estranhou o ambiente. As árvores eram simétricas, as ruas e casas pareciam feitas de plástico e o ambiente variado. Pessoas se movimentavam, mas tudo parecia irreal, nas cores, na iluminação e nos movimentos. Percebeu então que não era notada e sentiu certo alívio. Sua mente ágil já se reajustava à nova situação, concentrou-se por um breve instante e logo sentiu a emanação de Amanto cuja presença a colocou de imediato em estado receptivo. Amanto era o velho amigo de Capela, o Guia de tantas viagens, um dos Mestres mais constante a mante-la atualizada em sua luta doutrinaria. Despertou sua atenção uma longa fila de pessoas que se movia lentamente e cuja frente se perdia na distancia. Ia interrogar Amanto a respeito quando ouviu gritos de uma mulher que clamava algo em vós alta. Pelas palavras proferidas, Tia Neiva entendeu que ela se referia ao marido e que este estava para chegar. Chegar onde?

Ao Canal Vermelho, Neiva.

Canal Vermelho?

Sim Neiva, na sua camada etérea, no invisível do planeta; no mundo dos espíritos desencarnados que ainda não tem condições de chegarem às estrelas ou ao planeta Mãe.

E essa fila, para onde vai ?

Vai para o embarque. São espíritos que não precisam mais permanecer aqui, que já se conscientizaram de sua condição de espíritos desencarnados; completaram seus reajustes, e vão agora para as casas de recuperação, de refazimento.

Mas estes espíritos não tem evolução ?

Não muita. Na verdade eles vêm aqui apenas para completar o seu tempo e receber alguma disciplina.

É lindo este lugar (exclamou Tia), olhe que casas bonitas ! E aquelas árvores ? Aquilo que estou vendo pendurado nelas; o que é aquilo ?

São placas doutrinárias, uma espécie de sinalização. Poderíamos talvez compara-las com aquelas advertências de transito das estradas da Terra, embora não sejam realmente isso.

A Clarividente teve sua atenção novamente despertada pelos gritos da mulher que recrudescia. Pelo que pode deduzir das palavras, ela maldizia a Deus por permitir que o marido viesse para o Canal Vermelho, envez de ser enviado ao “inferno”.

Mas Amanto, que coisa esquisita ! Como é possível isso ?

Si Neiva, isso é perfeitamente possível aqui, pois é o melhor lugar para esses acontecimento, aliás ele foi criado para isso.Não esqueça que o espírito só se calma quando se vinga. Essa mulher foi assassinada pelo marido que a pegou em flagrante com outro homem. Como você bem sabe, isso na Terra é um ultraje, uma ofensa grave. Naturalmente ela se sentia justificada no que fazia.E a morte brusca a deixou sedenta de vingança. Daí a sua presença aqui no Canal Vermelho, onde as paixões ainda vibram mas tendem a se extinguir.

Mas porque aqui e não em outra casa transitória, num hospital do espaço ? Não é para isso que foram feitas as casas transitórias ?

Aqui também é uma casa transitória Neiva, só que tem condições técnicas especiais. Este Canal tem comunicação direta com o plano físico, o que permite a transferência do ectoplasma humano, diretamente por seus portadores. Com esse fluído os reajustes podem se completar em condições muito semelhantes aos da Terra física.

Você disse “diretamente”, como explica isso ?

Simples Neiva, os Médiuns ativos quando vão dormir, se transportam para cá e trazem com eles a preciosa energia mediúnica. Na verdade eles vêm para o Canal quando na Terra é noite e continuam aqui as tarefas que iniciaram durante o dia.
Bem Amanto, você sabe que eu posso entender perfeitamente, mas isso tem que ser explicado para nossos Médiuns e eu gostaria de mais detalhes, você sabe não? Afinal você é o professor e eu sou o “burro”.

Não Neiva, você não é o “burrão” como você diz, acho que você é mais um “burrinho” de Francisco de Assis.Mas deixemos isso de lado e vamos exemplificar (continuou Amanto).

O tempo do presente ciclo da terra está quase terminando e com isso todas as atividades estão sendo aceleradas. Milhões de espíritos ainda tem que completar seus reajustes e a tarefa dos Mentores Espirituais é imensa. Não existem na terra trabalhos de passagem o suficiente para dar conta de tanto espírito; a doutrinação é incompleta, o ectoplasma não da e o tempo dos trabalhos é curto demais. Por isso os Engenheiros Siderais construíram canais como esse, particularmente, este Canal se comunica diretamente com o Templo do Amanhecer, Quando o Doutrinador faz uma entrega e o espírito ainda não está pronto para Mayante, ele vem diretamente para um dos departamentos do canal. Na primeira oportunidade, que pode ser na mesma noite ou algum tempo depois, o Doutrinador vem completar sua Doutrina. Ele como encarnado tem a capacidade de trazer consigo seu ectoplasma. Devido à semelhança de ambiente, o espírito ainda se sente na Terra e é mais susceptível de receber a doutrina. É por isso que o Templo do Amanhecer trabalha 24 horas por dia, como vocês dizem.

Quer dizer que o Canal é uma extensão da terra ?

Num certo sentido sim, embora tudo aqui seja matéria etérea de outra natureza, outra dimensão. Mas da forma que na Terra física, as energias que suprem o Canal são oriundas do Sol e da Lua.

Amanto calou e Tia percebeu nisso um sinal de que era hora de voltar para o seu corpo. Olhou mais uma vez o cenário e sentiu-se tocada pela beleza do lugar. Mas uma vez ouviu a mulher que continuava a gritar e pensou consigo:

Meu Deus, não é justo que um assassino seja colocado num lugar tão bonito, num ambiente tão espiritual...

Naturalmente a mulher tinha consciência do lugar em que se encontrava, e também achava injusto que seu próprio algoz fosse levado para lá. Imediatamente lembrou-se da “Lei do Não Julgamento”, reequilibrou o pensamento procurando olhar o assunto por outro ângulo. A mulher também havia provocado àquela situação, esquecendo-se de seus compromissos conjugais, provocando o marido a esse extremo.

É (pensou), no fundo os dois são culpados.

Será que Tia já acordou ?

A frase cotidiana de suas manhãs lembrou-a que já estava em casa.

Salve Deus !
Tia Neiva - Sem data.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Pai Seta Branca o Indio



Caracterizar e situar a figura do ameríndio PAI SETA BRANCA, no contexto da Doutrina do Amanhecer, é das tarefas mais espinhosas para o crítico e historiador. Provavelmente represente ele o papel mais significativo em todo o movimento do Vale. Sua imagem, colocada em trono de destaque no Templo, como já se mencionou alhures, descreve-se, resumidamente assim: um índio em pose ocidental, de olhos rasgados (nada de pálpebra mongólica, tão típica de nossos silvícolas!) e zigomas salientes lembrando feições do Antigo Egito, cabeça encimada por um enorme cocar de plumas brancas, pretas nas pontas, adorno este mais comum aos índios norte-americanos do que aos brasileiros. Seu pescoço aparece envolto em colares de origem inca. Suas mãos suportam uma flecha branca, como alvas são as suas vestes, e seu ar, de tranqüilidade e paz. Tentemos conciliar as duas versões de Mário Sassi (Mensagem nº 2, 1976:11-13; ms. de 1977: 23 e 24) sobre o trabalho pacificador de Seta Branca, por volta de 1532, no extenso território do Império Inca que descia do Equador até o Chile e a Argentina. A alusão parece referir-se à derrota de Atahuallpa em Cajamarca aos 16 de novembro de 1532, feito prisioneiro do conquistador espanhol Francisco Pizarro.
A região dos Andes ainda dormitava nos resíduos da civilização Incaica, quando chegaram os Europeus. – Na linha que mais tarde formaria a fronteira a chamar de “brazil”, habitava uma tribo de índios, cujos espíritos já haviam encarnado como Equitumans, Tumuchys e Jaguares”. (Nota: Não consta que Pedro Álvares Cabral tenha denominado “brazis” a Ilha de Vera Cruz por ele descoberta em 1500). Prossegue Sassi (1976:12): “Seu cacique era alto, bronzeado, de feições andinas e tinha o olhar penetrante dos espíritos evoluídos... Bem para o oeste (Sassi 1977:23), nas fronteiras então existentes com a América Hispânica, nos contra-fortes dos Andes, havia um poderoso cacique cujo exército era composto de cerca de 800 guerreiros. Neste tempo, enquanto os portugueses, franceses e holandeses disputavam a conquista do litoral Este da América do Sul, os espanhóis penetravam ao Sul e ao Norte em direção ao Centro-Oeste... Particularmente, certa tribo incaica estava colocada na trajetória dos ímpios cristãos, e seria dizimada com certeza. – Um mensageiro chegou pedindo socorro à tribo dos velhos jaguares... 800 guerreiros foram enfrentar os espanhóis. Poucos da tribo o sabiam, mas o grande cacique, como Pai João e Pai Zé Pedro, era o espírito reencarnado de um Mestre Planetário, que já havia sido um Jaguar, um Espartano, um Faraó e, já na Idade Média Européia, o espírito que se chamou Francisco, canonizado pela Igreja Católica com São Francisco de Assis... O chefe pouco falava... seu coração estava impregnado com a força do Amor, do Perdão, da Tolerância e da Humildade do Cristo Jesus. Todos o amavam, e um guerreiro mais afeiçoado preparou uma ponta para a sua lança e deu-lhe de presente. Essa peça fora feita de alvo marfim, tirado talvez de algum fóssil. Com essa ponta sua lança passou a caracterizá-lo, e ele se tornou lendário como o “Cacique da Lança Branca”. Seta ou Lança, deveriam ter a mesma raiz lingüística, e seu nome chegou até nós como Seta Branca. Reverenciado doutrinariamente, para nós no Templo do Amanhecer, Ele é PAI SETA BRANCA.
No descampado de um planalto andino as duas facções se defrontaram... Seta Branca subiu a uma pequena elevação e falou... Enquanto falava, ele segurava sua lança alva com as duas mãos e a levantava, na forma iniciática (o grifo é nosso!) de oferenda aos deuses. Na medida em que discursava, descia sobre aquele campo de batalha iminente, um clima de paz e doçura... Até um cavalo se ajoelhou, e seu cavaleiro perplexo deixou cair as armas. O grande Cacique enfrentou os Espanhóis com muita diplomacia, evitou o derramamento de sangue, sem deixar de salvar aquela tribo Inca e por esse feito, acrescentando à sua atuação humanitária, ganhou nome de Cacique Seta Branca”.
E assim, os episódios de verdadeiro heroísmo espiritual foram sucedendo de um lado e de outro. Do Brasil-Colônia ao Império, no litoral escravocrata e no Oeste selvagem, o Sistema Crístico foi sendo implantado com rotulagem diferente mas igual no seu cerne, preparando o advento do próximo Milênio. É preciso ter em conta esses fatos e muitos outros impossíveis de serem relatados aqui, para se entender o fenômeno Vale do Amanhecer”- conclui M. Sassi (1977:24).
O leitor terá de munir-se de paciência até que alguns termos e conceitos vão clareando. A Doutrina do Amanhecer apresenta-se sinuosa e complexa, eclética, com ressaibos de nacionalismo ou nativismo. Vejamos como o “Intelectual” do Vale tenta justificar o ferrete da escravidão índia e negra que persistiu no Brasil por quase quatro séculos. Com a palavra M. Sassi (1977:18-23); “Portugal dominava os mares dos Séculos XV e XVI ..., estabelecendo colônias por toda a parte, fazendo comércio de especiarias, de que surgiram os escravos. No decorrer dos anos, a escravidão se tornou uma instituição, um hábito normal na vida, aceito inclusive pelas religiões... Para o plano espiritual, a escravidão foi na realidade o movimento redentor, a Grande Prova dos espíritos missionários, dos endividados, dos orgulhosos, pois tinha mais sentido iniciático: a morte, a eliminação da personalidade, com isso obrigando a emersão da individualidade. Como no teatro, em que as vezes o artista se sobrepõe ao personagem, certo número de escravos lançou as bases da etapa final da Escola do Caminho (nota: O Evangelho, o Cristianismo), criando as raízes da religiosidade brasileira.
Dentre esses escravos estava um sem número de Jaguares, que por sua vez haviam sido Equitumans e Tumuchys. Dos velhos líderes se destacaram dois espíritos excelsos que, na qualidade de missionários, se submeteram à difícil prova; duas individualidades que representaram os personagens Pai Zé Pedro e Pai João... Não podendo impor as exigências do corpo e da alma, o escravo era praticamente obrigado a ceder às exigências de seu espírito. Daí nasceram as práticas mediúnicas entre os escravos do Brasil... Mais tarde (p.21), Pais João e Zé Pedro, voltaram em novas encarnações, ainda como escravos, mas desta vez nascidos na Índia. A partir desse retorno, as práticas foram evoluindo, agora com o lastro místico da Índia e do Tibet. Nasceu a mediunidade iniciática e com ela a ‘passagem’ de espíritos sofredores, a redenção mediúnica”.
As incursões de “Seu Mário” no mundo dos espíritos – do que ele se mostra sinceramente convencido - raia pelas lides do inimaginável, simplesmente. Para explicar por exemplo, o aparecimento das Princesas de Mãe Yara, que eram sete, ele rebusca as ruínas de Pompéia, destruída pelo Vesúvio. Seus espíritos (a Doutrina do Amanhecer não gosta de falar em ‘almas’, pois que até os teólogos católicos vão abandonando de sorrate a distinção dicotômica alma-corpo, que tanto desvirtua a integridade da pessoa humana), encarnaram-se em Jaguares: Seis crioulas e uma branca de família portuguesa, a qual donzela não se conformava com a situação do Brasil-Colônia. Começou então a ascensão das crioulas, no que muito contribuíam Pai João e Pai Zé Pedro com suas astúcias de escravos experimentados. Houve mesmo uma Cachoeira das Crioulas (p.23), ponto de irradiação das forças espirituais. Em resumo, a magia dos Pretos Velhos cobria os contactos entre os planos dos escravos e dos senhores, arranjando-se as coisas de tal modo que o Brasil seria o ambiente propício e ideal, preparado para um novo tipo de relações sócio-religiosas que preparam o Terceiro Milênio a iniciar-se.
Neste contexto de relações afro-hindú-brasileiras, faz-se mister ainda uma palavra sobre “Mãe Tildes” ou “Matildes”, donde vem o nome “Lar das Crianças de Matildes”, entidade jurídica, filantrópica, que em parte, justifica a razão de ser do Vale do Amanhecer como obra de assistência social pela qual recebe ajudas oficiais, parcas por sinal.
Na Bahia, o topônimo Angical parece muito comum. Em nosso caso trata-se de duas enormes fazendas ao sul daquele Estado, para onde se refugiavam escravos forros, políticos, exilados e aventureiros de toda sorte. O ponto de encontro era a fazenda da ex-escrava Matildes, casa conhecida também como por “Gongá de Mãe Tildes”. “Essa foi a última encarnação da maioria dos Espíritos, antes da atual, que compõem a falange dos Jaguares de Pai Seta Branca” (Sassi 1977:25). O relacionamento entre “Mãe Tildes” e “Pai Seta Branca” transparece do capítulo ‘Os Primeiros Passos’ (pp.25-30) do livro de Sassi – Sob os Olhos da Clarividente” (1976).
Por aí se infere que Tia Neiva vê e ouve nos dois planos, sensorial e extra-sensorial, simultaneamente. Num momento de desafio e angústia diante de uma pessoa que iria morrer por culpa sua, ela conversa com o espírito “Mãe Tildes”, amiga do plano espiritual (p.27). Para casos de doença Tia Neiva vale-se do médico espiritual “Vovô Indú”. Da longínqua Índia, as cenas se voltam para bailarinas do antigo Egito, Tia Neiva comete um crime, pelo qual deve expiar. Mas Mãe Tildes, de um “Pagé”, ajeita as coisas, e mais uma vez a Clarividente penhora seus olhos ao Cristo no sentido de jamais faltar à verdade. Restabelecida a doente que, entretanto, deveria sucumbir dois anos depois de doença do coração, “todos agradecem a Deus e a Seta Branca”.
A falange de Pai Seta Branca conta 30.000 (trinta mil) espíritos, “identificados através dos milênios com as mesmas tendências e, atualmente, absolutamente integrados no Sistema Crístico. Alguns desses espíritos já se redimiram na Lei Cármica, e estão no comando da missão, junto ao Pai Seta Branca, o responsável por ela. Outros estão encarnados, ainda na fase de redenção cármica e cumprem sua missão no Vale do Amanhecer. Outros ainda estão para chegar, aguardando a vez nos planos Etéricos. Alguns são Mentores e Guias, outros são médiuns encarnados e todos seguem rigorosamente o Planejamento Espiritual. Pai seta Branca está no Comando Geral, enquanto que a Clarividente Neiva comanda a missão na Terra. Esse é o quadro remoto resumido da origem do Vale do Amanhecer” conclui M.Sassi (1977:25).
Cumpre todavia, colher mais alguns dados sobre Pai Seta Branca a fim de que seu papel de primeira plana no Vale permaneça fora de qualquer dúvida. Resumamos alguns informes colhidos à MENSAGEM nº 2 da interpretação de Mário Sassi (1976). Ele toma como ponto de partida 320 séculos, ou seja 32 mil anos, quando se encena o “Grupo Civilizatório” dos Equitumans, indivíduos de 3 a 5 metros de altura, imortais, sem que pudessem transmitir este privilégio extraordinário a seus descendentes. Parece até uma alusão ao livro de Gênesis (6,4): Havia gigantes sobre a Terra. No que tange aos 320 séculos, é muito pouco para a idade da humanidade que já ultrapassa a casa dos dois ou três milhões de anos. Também na América a presença do Homem, vem atestada em mais de cinqüenta mil anos. Os Equitumans chegaram aqui em naves interplanetárias, fixando-se nos Andes e na costa do Pacífico e “reinando” por dois mil anos.
Então acontece uma hecatombe: um corpo extraterreno, como uma nave espacial gigantesca, a “Estrela Candente” cruza a órbita da Terra e sepulta a civilização dos Equitumans na região do Lago Titicaca entre o Peru e a Bolívia. O lago resultou de uma lágrima da maravilhosa estrela. “Esse acontecimento, realizado sob a benção de Deus, teria sido executado sob a direção de um Mestre Planetário, um espírito que hoje nós chamamos Pai Seta Branca; ele foi o comandante da Estrela Candente!” (p.8). Cinco mil anos depois, é a vez da civilização dos Tumuchys, cientistas, artesãos, alheios às artes de guerra. Faziam uso da energia solar, para o que construíram grandes maquinismos, cujos vestígios ainda são encontradiços nas Pirâmides do Egito e da América. “O Grande Tumuchy, o responsável por essa missão extraterrena, era o Espírito então encarnado, que nós hoje conhecemos como PAI SETA BRANCA” (p.9). (Observe-se que o epíteto ”Grande” (Mestre Tumuchy) que Galinkin (1977:43) atribui a Mário Sassi, está em desacordo com a Doutrina do Amanhecer).
Transcorreram os milênios, surgindo enfim outro grupo civilizatório, a falange dos Jaguares, para controlar as multidões de raças que povoavam o globo. Por fim chegou a Era do Cristo Sol, de nosso Senhor Jesus Cristo, o Sistema Crístico, caracterizado pelo livre arbítrio e o tridimensionamento do Homem: Corpo, Alma e Espírito. O Homem estava apto para o perdão do Cristo Jesus. Dentre os escolhidos para a renovação espiritual, existe um espírito veterano que comandara a Estrela Candente, o Grande Tumuchy e que já encarnara o Grande Jaguar: “Agora ele era o pequeno Francisco de Assis, o Poverello da Úmbria, São Francisco de Assis! Mais tarde, ele se chamou PAI SETA BRANCA” (P.11).
Tempos passados, Seta Branca se encarnou numa tribo de ciganos. Mário e Neiva, que agem sob o signo deste índio, andam preocupados em encontrar, na história de seus antepassados, relacionamento com esse povo errante e de origens incertas (p.20). Foi a partir de 1959, quando Dona Neiva se decidiu a aceitar a árdua missão, que Seta Branca estabeleceu seu programa de preparar a Terra para o 3º Milênio. 1984 é o término da Era Crística. O Homem perderá sua segurança física. Haverá escurecimento resultante de fenômenos desordenados da Natureza. Virá então o Espírito Consolador (nota: o Espírito Santo da Doutrina Católica?), uma das facetas da Lei do Perdão do Cristo Jesus. O Homem sem ele, apenas no âmbito do seu conjunto Corpo-Alma, só tem conceito do transitório (p.24 e 25). Sassi se ocupa e preocupa com os flamígeros “discos voadores” (p.26) que, a seu ver, se originam da esfera inferior – “etérica” – da Terra, e não dos planos espirituais.


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A Infância de Tia Neiva

 

 

A INFÂNCIA DE TIA NEIVA

(Relato de Tia Neiva ao Adjunto Ypuena Mestre Lacerda, no ano de 1979)

"Meus filhos jaguares: Voltemos atrás, antes de terminarmos o esboço desta história. Sei que não há acaso; todas as coincidências são significativas a nossa época. Vivemos simultaneamente a era do espaço da psicologia das profundezas e dos horóscopos; vivemos uma época de transmutação em que as barreiras são derrubadas, e os seus reinos, que até então eram reservados e cultivados, são violados por qualquer sinal vindo do extra-senhorial, desde que seja para o enriquecimento dos seus conhecimentos. Veremos o que podemos tirar de proveito desta minha vida de infância. Salve Deus.
Sei que fui nascida em Sergipe numa cidade sertaneja chamada Propriá. Assim começou a minha família. João de Medeiros Chaves e Pedro de Medeiros Chaves, dois irmãos holandeses muito unidos, que foram deportados de sua pátria por questões políticas. Já em alto mar, os dois ficaram sabendo qual seria seu destino. Destemidos, combinaram e então largaram-se no mar. E ainda no convés, fizeram o compromisso de que quem cansasse primeiro ficaria, e o outro não olharia para trás. Pedro não resistiu e afundou e João seguiu o seu destino. Chegando nas costas do Estado de Sergipe, onde formou uma enorme família. João de Medeiros Chaves se instalou na Fazenda Cabo Verde, localizada a alguns quilômetros de Propriá, e dominou toda aquela região e, sendo valente e honesto, logo tornaram-no um coronel. Naquela época, os escravos lhe tinham como verdadeiro amigo, sendo considerado o juiz dos desamparados. João de Medeiros Chaves teve muitos filhos, dos quais Pedro, meu avô. Justamente Pedro, o nome do que havia morrido no mar. Com a morte, seus filhos continuaram a obra. Todos os membros da família se orgulhavam do seu valente tronco e faziam questão de que todos nós soubéssemos desde o princípio.
Mais tarde, meu pai casou-se com a filha de Luiz Seixas (vulgo Lulu) e foi uma luta para que meu nome deixasse de ter “Medeiros”. Passei a me chamar Neiva de Medeiros Chaves, em vez de Neiva de Seixas Chaves. Meu pai, Antônio de Medeiros Chaves, e José de Medeiros Chaves, resolveram partir. José de Medeiros Chaves (vulgo Juca) viajou para Belo Horizonte, onde veio a ser presidente da Assembléia Legislativa e meu pai ficou no Sul da Bahia, deixando Pedro de Medeiros Chaves, Manoel de Medeiros e Gracinha, já casada com Tio Quincas. O seu primo e mais três, que, desgostosas, foram para o Convento e se enclausuraram como irmãs Carmelitas do Verbo Divino: Zozó, Zezé e Betina.
Enquanto o meu pai vivia com dificuldades, pois deixara toda aquela fortuna, os outros fizeram inventário sozinhos. Ainda em vida papai deu a sua procuração para o meu tio Pedro, que cuidava da minha avó. Por volta de 1930, meu pai foi ser administrador de três fazendas de propriedade do Senhor Amorim. Lembro-me que chegamos na famosa Fazenda Pinheiro, localizada nas proximidades de uma cidadezinha do Sul da Bahia, conhecida por Água Preta. O casarão da fazenda era uma verdadeira mansão. Lembro-me que fomos num trem elétrico e saltamos bem perto. Crimes, verdadeiro cangaço. Meu Deus, dentre eles um fato importante, quando eu ainda estava nesta fazenda. José Pinto e o Senhor Vicente, estes eram os meus amigos. Vicente era o barbeiro da fazenda e Zé Pinto uma espécie de capataz. Certo dia, Zé Pinto foi festejar São João na Fazenda Grajaú, levando nas costas um caixão de bombas, rojões e pólvora, coisas próprias dos festejos de São João. Vi quando meu pai lhe advertiu: “ Se você cair, tudo isso irá explodir”. Todavia, Zé Pinto se foi e não sei quanto tempo depois ouviu-se um estampido. Vi Zé Pinto despedaçado no chão, todo mutilado: Isso deveria ser a uma distância de cinco quilômetros. Saí gritando. Meu pai ouvira o estrondo e, desesperado, saiu correndo em busca de notícia.
Ninguém se preocupou com isso, porém, depois, quando ele foi socorrido, conheceram quem deu a notícia. Porém, papai me perguntou. Eu disse o que tinha visto e ele riu muito e ficou por isso mesmo. Depois, Zé Pinto foi num trem elétrico e não sei quanto tempo depois retornou todo mutilado e com seu espírito forte e alegre, porém ficou muito doente, a ponto de chegar na hora da morte.
Faltava aproximadamente meia hora para a morte dele, quando cheguei perto e disse: “ Zé, seu Leonardo está dizendo que se você morrer com a perna quebrada vão serrar a sua perna e puxar com sua mão de anjinho. Eu ouvi ele dizer: ele morreu”. Enquanto isso, o Sr Vicente barbeiro foi convidado para fazer um saque em Água Preta, o distrito responsável por toda a região (de um caso a outro, porque não tenho noção do tempo), mas o fato é que o Sr Vicente barbeiro me deu uma caixinha com tesoura e tudo, dizendo: “Vou te dar tudo porque não vou mais trabalhar. Vou ficar rico, só não te dou a navalha porque é perigosa”. Foi horrível, uma madrugada em que todo mundo acordou.
Cesário Falcão e João Gomes, os dois chefes do Cangaço, passaram com seus “cabras” na estrada, que era em frente à Casa Grande, 40 cabras, quando eu ouvi papai dizendo: “Loucos, vocês fazem parte deste cangaço!... Sumam daqui pelo amor de Deus. Seu Chaves, pelo amor de Neivinha”. Papai preparou uma mochila de comida e disse novamente para eles sumirem dali e eles desapareceram.
No entanto, do meu quarto eu via e ouvia tudo, os dias se passavam e eu estava sozinha debaixo da castanheira, como era o meu costume, quando papai chegou e disse: “Neivinha, vá para dentro”. Todavia, quando olhei, os dois homens estavam atracados com os seus facões. Comecei a gritar, porém, ninguém me ouvia. Meu pai apartou a briga e quando olhei, um já terminava, quando dizia para papai que o Vicente barbeiro havia voltado. Ele virou-se para a mamãe e disse: “Oh Sinhazinha, o Vicente barbeiro foi encontrado com um balaço. Pensamos que ele havia sido salvo da volante. Foi melhor assim do que passar aquela humilhação da maneira que vimos”. Sim, eu o vi amarrado de costas no rabo dos cavalos.
Foi uma cena que não esquecerei jamais, eu tinha apenas cinco anos aproximadamente. Meu filho Lacerda, se tiveres paciência comigo, todas as noites nós vamos escrever mais um pouquinho, viu meu filho? Agora vou atender a umas pessoas no Templo, que estão me esperando. Mãe Tildes está aqui me dizendo que aquelas pessoas estão sofrendo muito e que vêm de longe...! Salve Deus..."

Tia Neiva
Vale do Amanhecer, 1979

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Nosso Templo Mãe-Nosso Terreno Sagrado


       

Salve Deus!

O Padre Salesiano D. Bosco fez uma profecia sobre uma terra que jorraria leite mel, ou numa tradução mais aprimorada , a Terra prometida.

Pai Seta Branca ao colocar o nome nos 22 alqueires adquiridos ao redor de Planaltina de Vale do Amanhecer, falava do vale dos sonhos, do amanhecer, de um novo amanhecer que todos os dias traria a renovação da esperança na vida das pessoas.
Ali deviam morar somente os médium da doutrina. O Pai desejava que os médium ali envelhecessem com paz e serenidade, um cantinho realmente sagrado.

Certa feita conversando com Carmem Lúcia Zelaya, contava-nos que quando a luz eléctrica chegara a pequena comunidade do Vale do Amanhecer, Pai Seta Branca estaria relutante em concordar com tal empreitada.
Não, pelo progresso, mas sim pelo que viria por detrás do mesmo. Ela disse que sua Mãe havia visto em sua visão de clarividente os morros apinhados de casas.
Quando ela estava ainda encarnada, ela comandava a distribuição dos terrenos ali existentes. Deu um lote a cada um dos Adjuntos veteranos.
Na rua que ficava logo acima do templos havia a residência de Mário Sassi, logo depois de Mestre Sumanã e mais a frente de seu filho Gilberto, Trino Ajarã. Brincávamos bondosamente ao referir-se aquela rua como a avenida dos Faraós.
Quando cheguei a doutrina em 1984, só havia ruas até hoje onde é chamada a “avenida do asfalto”. Logo acima era uma pastagem onde ficavam o gado que fornecia leite aos meninos do orfanato. Andávamos com uma tranquilidade imensa na pequena comunidade. Mas logo depois lotearam aquele local indiscriminadamente e surgiu o que hoje chamam de “Vila Pacheco”
Hoje o Vale do Amanhecer é uma comunidade com todas as características de uma pequena cidade.

Também conversando com o Trino Ajarã Mestre Gilberto Zelaya ele começou a pensar no conjunto da unificação, das coisas que ali aconteceram, da invasão deliberada por pessoas que não respeitam nosso sagrado. Das construções ao lado do lago de Iemanjá , que certa feita ameaçou romper.
Assaltos aos médium que vão participar das consagrações...

Diante desse quadro dantesco , fica em nós a pergunta do que estamos fazendo com esse mundo sagrado de Koatay 108, e esses fatos talvez sejam apenas a ponta do icebergue, pois o reflexo de tudo isso pode ser ainda muito mais danoso.
Hoje encontramos nos 22 alqueires sagrado de Pai Seta Branca... Bares...botecos... Igrejas evangélicas,católicas, centros de umbanda. Será que o imenso conjunto templário da doutrina do amanhecer não foi suficiente para alimentar doutrinariamente e tratar os espíritos que ali chegam? 22 alqueires da terra prometida, quem sabe, a verdadeira Aruanda. Quantas vezes ouvimos dizer que a Clarividente dissera que quem tivesse ali um pedacinho de terra iria se considerar uma pessoa privilegiada, que valeria financeiramente mais que um terreno no hiper valorizado lago sul.

Mas de qualquer forma é o local que muitos nós tem como berço, nosso Templo o templo de Pai Seta Branca, Nosso Pai. Não o Pai de um só médium, mas sim de todos os filhos que juraram um sacerdócio, um compromisso espiritual escrito sem tempo e espaço.
O Templo Mãe nunca pertencerá a um homem, mas sim ao Doutrinador, o filho querido de Tia Neiva, aquele que segue , mesmo que silenciosamente seus passos.
Se ficarmos em silencio, esse silencio profundo que dá nos a condição de ouvir a voz de Tia Neiva, mesmo aqueles que não a conheceram na sua mais triste e famosa frase:
“Meu filho! Você é minha última esperança!

Gilmar
Apenas um doutrinador...

Corrente Mestra


Um dos passos mais importantes em nossa vivência doutrinária foi a conquista da Corrente Mestre.

Com ela obtivemos o gabarito dos Trabalhos Iniciáticos, afirmando assim o real motivo de nossa Iniciação. Sem ela, não seria necessário que realizássemos a Iniciação Dharmo Oxinto.

A Corrente Mestre requer manutenção com compromisso, seriedade, respeito e não admite fantasias. É uma força precisa que atende de acordo com a real necessidade e responsabilidade afirmada por todo um Corpo Mediúnico.

É muito melhor manter um Templo Evangélico, um Pronto Socorro, do que assumir o compromisso da Corrente Mestre sem condições de cumprir fielmente.

Para ter o direito de invocar a Corrente Mestre, um Templo deve ter em funcionamento os Trabalhos Oficiais, nas quartas, sábados e domingos, com a disponibilidade de uma escala de Três comandantes para o Radar e com funcionamento garantido da Mesa Evangélica.

A sustentação da Corrente é mantida pelo funcionamento da Mesa Evangélica.

A Corrente Mestre é a força extra cósmica de Tapir, que se projeta e chega através da Pira, e se estabelece em cada Sanday ou setor de trabalho, de acordo com suas efetivas necessidades.

Ela flui da Pira até o Pai Seta Branca, volta, passa pela Pira, e vai até à porta do Templo, retornando à Pira, formando uma trança luminosa, oscilante como um pêndulo. Dispõe de 108 Mantras (diferentes dos 108 Mantras de Koatay 108) para serem usados na Lei do Auxílio. 

Em todos os trabalhos no Templo é manipulada e projetada, atuando cruzada com outras forças, mas seu volume é sempre maior, principalmente nos dias de Trabalho Oficial. Nos Retiros ela se faz presente, também, sendo renovada e reforçada em cada Intercâmbio.

Ao emitir a Chave de Abertura, os comandantes a invocam com maior ou menor intensidade, dependendo das condições da Presidência do Trabalho, dos médiuns e da sua real necessidade.

Emitindo suas vibrações de Luz, a Corrente Mestre atende a todos que estão presentes – médiuns, pacientes e até mesmo os visitantes.

A presença da Corrente Mestre permite a realização dos Trabalhos Iniciáticos, mas estes podem ou não ser realizados, o mais importante é que a sustentação, através da Mesa Evangélica e da sintonia dos Mestres Escalados para o Radar, seja mantida!

Invocar a Corrente Mestre sem dispor das condições reais para mantê-la tem um preço a ser pago por todos os médiuns que se comprometeram com sua manutenção. Por isso, esta decisão, de solicitar a autorização para invocá-la e mantê-la, deve ser pedida em consonância com todo o Corpo Mediúnico, que compreende assim o quanto de responsabilidade está envolvida.

A Corrente Mestre não é a conquista de um novo patamar apenas, é sim a afirmação do compromisso missionário de todo um povo envolvido em mantê-la, respeitá-la ou... pagar por ela!

No encerramento, a Corrente Mestre distribui para os médiuns presentes no Ritual, os bônus conquistados pelos Trabalhos realizados.

Kazagrande