sábado, 12 de novembro de 2011

Minha Vida Meus Amores - cont.


-Calma, calma, Neiva. Não se esqueça que na vida, quando você está esperando o céu, a terra está esperando por você.
A situação ia ficar fora de controle novamente quando apareceu um casal de Pretos Velhos, Pai João e Mãe Tildes. Com um ar tranqüilo e seguro eles disseram: “Está tudo bem, minha filha, tudo bem, a sua filha Carmem Lúcia é a Marcinha, filha de Márcia, um bom espírito que está em grandes alturas. Mas ela está preocupada com o que está acontecendo aqui, principalmente com sua filha. A intenção dela é levar a menina consigo para os planos espirituais”. Ao ouvir isso fui novamente tomada e me lancei contra Carmem Lúcia num gesto de obsediada. Estava muito incorporada, muito mesmo. Acordei, como se viesse de uma longa viagem. Custei a tomar pé da realidade e a primeira coisa que vi foi uma seringa de injeção na mão do Dr. Calado. Esse médico, desmentindo o seu nome, falava demais. Tornei a incorporar. Não sei quanto tempo fiquei apagada. Quando voltei novamente a Carmem Lúcia estava sentada no meu colo com ar de tranqüilidade e dizia: “Mãezinha, o espírito disse que veio me buscar. Depois veio outro espírito e me deu um passe e a dor foi passando”. Ele não veio matá-la?, perguntei irritada. Pai João não deixou que eu continuasse. “Basta, disse ele, você abusou demais. Puxe pela sua individualidade. Não é a primeira vez na terra que você está sendo clarividente. A Mãe Yara, a senhora do Espaço não virá mais aqui devido ao seu desrespeito aos espíritos. Mas eu vim para lhe ensinar, eu e a Matildes. De hoje em diante seremos seus instrutores. Mas exijo muito respeito para com os espíritos, sejam de luz ou sofredores”. Sofredores? Esses demônios que a igreja denuncia e condena? Dei uma gargalhada debochada. No mesmo instante recebi um impacto tão grande no rosto que comecei a chorar. É para sua felicidade, disse ele, se você continuar a cair no padrão dos espíritos sofredores, você poderá enlouquecer. Meu rosto estava pegando fogo. Senti tremenda raiva e fui dizendo, tenho ódio de espiritismo, como querem me obrigar a ser espírita? “Filha, ninguém a está obrigando a ser espírita. Espiritismo é mediunidade e você tem todas as mediunidades, com exceção da olfativa; além disso você vem com a missão de desenvolver o Doutrinador, uma nova forma de mediunidade que vem com força cabalística, iniciática”. Pai João parou de falar. Meu coração foi se acalmando. O calor do corpinho da Carmem Lúcia aconchegada no meu colo, me enchia de ternura. Beto, com a pequenina Vera Lúcia, a caçula, no colo foi chegando e me abraçou. Raulzinho sentou perto e Gertrudes perguntou se eu queria um copo de leite. Minha família, meus amores, minha vida! Olhei para o Pai João e Mãe Tildes e senti todo o amor que emanava dessas preciosas criaturas de Deus. Sim, agora eu sabia, eu sabia do meu rumo, do meu roteiro e da minha missão com o Doutrinador!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Minha Vida Meus Amores - Tia Neiva


Num certo sentido essas adversidades foram muito boas para mim. Muito cedo eu desisti de querer ser entendida pelos homens e me voltei para os amigos espirituais. Mas a própria missão exigia e eu tinha que me subordinar aos amigos encarnados circunstantes, o que, aliás, me ensinou as principais lições. “Parece Tia, que através do que a senhora está me dizendo a gente pode entender um pouco do que acontece hoje com Médium principiante” Pois é, meu filho, eu estava na maior confusão quando mãe Neném apareceu. Ela era uma senhora, tipo da matrona, daquelas que inspiravam confiança, pela autoridade que exercia. O único problema era sua formação cardecista que não aceitava Pretos Velhos nem Umbanda. Isso me trouxe maior insegurança. Sua primeira medida foi convocar um médium muito conceituado o qual chegou com muita autoridade, na condição de árbitro. Seu nome era Cisenando e tão logo ele se familiarizou comigo condenou as minhas maneiras bruscas de agir e não gostou de certas entidades que se manifestavam por mim. “Neiva, dizia ele, vamos afastar essas entidades, é para o seu próprio bem, vamos fazer uma reparação para você não ficar louca e ir parar num hospício”. Entre as “entidades” que ele pretendia afastar estava o Cacique Guerreiro Tupinambás. Fiquei muito triste quando soube que esse espírito iria subir e lembrei logo de falar com Mãe Yara. Entre as providências que Mãe Neném havia tomado para o meu desenvolvimento, estava a reserva de um canto da casa para os trabalhos espirituais. Dirigi-me para esse canto com a intenção de ouvir Mãe Yara e lá estavam Mãe Neném e o Cisenando. Tomei o maior susto pois percebi que não contavam com minha presença, e o pior é que o Cisenando estava incorporado e, para meu maior espanto, com Mãe Yara! E pela boca desse médium, ela dizia: “Os espíritos de pouco desenvolvimento espiritual, que entram neste mundo, permanecem nas proximidades da terra, na atmosfera densa, na escuridão. Eles são chamados de espíritos sofredores e sua maior função é atrapalhar o trabalho missionário dos trabalhadores da última hora. Neném ensine Neiva a assimilar as suas visões. Faça com que ela retorne a sua segurança, para a grande obra que vocês duas terão que levantar.
A mente é o reflexo da alma, que é o nosso verdadeiro “eu”. Fez um silencio e continuou: Neném, esses espíritos são de umbanda, tenha todo cuidado. Se for possível volte para Goiânia. Saia depressa sem ser vista. Custei a acreditar no que acabara de ouvir. Meu Deus!, como podia ser, esse espírito que falava tão bem, que já ouvi tantas vezes como Dona Yara ou Mãe Yara e agora se dizia o Amigo de Sempre e falava tão mal, tão negativo, e ainda por cima criticando o Cacique Guerreiro Tupinambás que eu já estava gostando tanto. Na minha insegurança e falta de conhecimento doutrinário voltei a estaca zero. Minha revolta já não tinha limites, me virei contra todo mundo e não sabia para que lado me voltar. Comecei a incorporar sofredores e o pior, você sabe não é Nestor, e o pior era minha inconsciência. “Sim, Tia, sei que a senhora é totalmente inconsciente e que tem até um pedido seu feito ao Pai para que nunca saiba o que saiu pela sua boca. Mas, me diga, além da senhora existem outros médiuns inconscientes?” Nestor, nesse ponto o Tumuchy é intransigente e afirma peremptoriamente que não existe inconsciência mediúnica além da minha. Eu não discordo dele mas não vou tão longe. Acredito que possa haver exceções, pois no mundo de relações entre o céu e a terra tudo é possível. Agora, realmente eu concordo com ele quando diz que o problema é biológico e não moral. De fato, o próprio mecanismo da responsabilidade humana, o ser humano considerado individualmente, não condiz com a inconsciência mediúnica. Em nosso quotidiano nós temos comprovado isso quando vemos até obsediados em fase de convulsões se desviarem de obstáculos, não se machucarem etc.
Mas então Tia, desculpe desviá-la de sua estória que está muito bonita, mas então como ficamos nisso, qual a nossa atitude diante dos médiuns que dão comunicações e se dizem inconscientes?. Nestor, antes de mais nada é preciso respeitar muito o médium de incorporação, o nosso Apará. Mas, realmente o que acontece é que o médium embora registre, ouça o que ele mesmo está falando, muitas vezes ele se alheia, procura não registrar, evita ser indiscreto, não quer se imiscuir na vida alheia, e acaba por realmente não se lembrar do que falou. Esse é o médium ideal, que segue o conselho de Pai Seta Branca de “comunicar sem participar”. Isso acontece principalmente com médiuns totalmente conscientes como, por exemplo, alguns que você conhece como o de Pai Nagô e Pai Zé Pedro. Bem Nestor, vê se não me interrompe. Tenho medo de não ter tempo de contar a minha história e sei que ela vai ajudar muito a vocês quando eu partir. Eu estava naquela fase triste e sem saber o que fazer, quando, um dia Mãe Yara chegou de mansinho e começou a falar no meu ouvido, e, tão logo eu a vi comecei a me desabafar. Como?! Disse eu, a senhora me disse tanta coisa bonita, me prometeu o céu e agora isso, até o Cacique Guerreiro que eu gosto tanto vocês querem afastar. “Calma, calma, Neiva. Não se esqueça que na vida, quando você está esperando o céu, a terra esta esperando por você. Sim filha, antes de você subir ao céu terá que baixar na terra. Não queira que as pessoas pensem como você. Seja imparcial no seu raciocínio e nada aceite sem entender. Não se esqueça que ninguém possui a verdade total”.
Mas, Mãe Yara, diga alguma coisa sobre esse médium, diga alguma coisa sobre o que eu vi. “Neiva, respondeu ela, você não poderá caminhar sozinha. Dê trabalho aos seus braços. Leve o consolo enxugue as lágrimas dos aflitos, ajude a todos aqueles que caminham ao seu lado, não atrapalhe para não ficar sozinha. Fique neutra em relação aquele assunto e volte à normalidade.” As palavras de Mãe Yara me fizeram refletir muito e passei uns poucos dias sem eclosões. Até que. Certo dia, cheguei a casa e encontrei minha filha, Carmem Lúcia, com um dente inflamado e a boca muito inchada. Fiquei aflita e procurei logo tomar alguma providencia, porém naquele momento alguém me puxou para traz e eu incorporei. Atirei-me contra minha filha, descompondo-a e tentando machucá-la e não sei o que mais, pois perdi os sentidos. Quando voltei a mim e soube o que havia acontecido entrei novamente num terrível conflito. Desta vez a coisa tinha sido muito pior, eu havia atingido a minha filha, que era a razão de toda minha luta, minha vida, meus filhos eram como o sangue que corria nas minhas veias. Mas, na minha vergonha e no meu orgulho, eu, já consciente nos meus sentidos, comecei a maltratá-la ainda mais.
-Calma, calma, Neiva. Não se esqueça que na vida, quando você está esperando o céu, a terra está esperando por você.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Minha Vida Meus Amores - O Cacique Guerreiro


Seriam cerca de quatro horas da tarde quando Nestor chegou. O Primeiro Mestre Jaguar costumava sempre chegar à noitinha ou então depois da janta. Nesse dia o “expediente” de Neiva estava realmente cheio. Nestor ficou num canto do “sétimo”, como era chamada a sala-escritório-dormitório de Neiva. Estava realmente difícil conversar com “a chefe” nesse dia. Pessoas entravam e saiam ininterruptamente, apesar do controle dos “porteiros” e da vigilância do seu Mario. Pensava Nestor: esse é realmente o maior problema do Vale. Todo mundo quer falar com Neiva e, apesar da inesgotável paciência dela não consegue atender a todos”. Nisto entrou um casal com aspecto de roceiros e trazendo pela mão uma mocinha de quinze anos, magra e visivelmente doente. Nestor prestou atenção na “consulta” e ficou vivamente impressionado. A mocinha tinha agulhas, pregos e outras coisas de metal que “apareciam” no seu corpo e quanto mais tirava, mais aparecia. Neiva olhou, falou muito pouco, chamou um dos Avaganos que faziam papel de porteiros e mandou que fosse feito um trabalho no Templo.

Despachou os três afirmando que a mocinha iria ficar boa e que os objetos estranhos iriam parar de aparecer. Tão pronto saíram e Nestor perguntou: “Tia, a senhora acha que ela vai mesmo sarar?, e esses objetos, de onde vem?, como pode acontecer?” Magnético animal, fluído, ectoplasma, carma pesado. É isso aí, Nestor. Onde quer que a moça passe os objetos metálicos de pouco peso são atraídos e penetram no seu corpo. Naturalmente existe uma falange de espíritos cobradores ajudando o fenômeno. Mas a base é a mesma de qualquer outro fenômeno ectoplasmático só que agravado. Se conseguirmos aliviar um pouco a carga do magnético ela vai melhorar, se também conseguirmos retirar os cobradores ela pode sarar. Se ela desenvolvesse a mediunidade seria uma grande Médium. Mas não sei, tudo depende do que eles irão fazer com ela depois que saírem daqui. Mas a senhora viu as agulhas no corpo dela?. Vi uma ou duas. Como disse o Mendonça há muito tempo atrás, eu tenho raios X nos olhos. O Mendonça?, quem era ele? Deixe que lhe conto. Certo dia chegou a minha casa a esposa do Mendonça, um dos engenheiros da Novacap e muito meu amigo. A mulher estava com um ar muito aflito e foi logo me dizendo: “Neiva, acho que estou com uma agulha enfiada aqui no braço esquerdo”, e me mostrou o braço que parecia realmente um pouco inchado. Como, disse eu, você disse que tem uma agulha aí? Sim, disse ela, eu estava provando um velho vestido que estou fazendo, senti cansaço e me deitei um pouco e, sem querer por cima do vestido. Estranhamente adormeci, embora tivesse sentido a picada quando a agulha penetrou no braço. Acordei, continuei minhas tarefas e só fui pensar no assunto quando a dor, já de noite. Agora a dor já saiu do braço, está aqui, perto da clavícula e eu estou apavorada. Olhei para o Mendonça e vi que ele também estava preocupado pois conhecia os casos que se contavam a esse respeito; diz-se que a agulha percorre o corpo todo e que quando atinge o coração a pessoa morre. O Mendonça era muito meu amigo. Eu costumava transportar o pessoal da topografia da Novacap e foi assim que nos conhecemos. Quando começaram as manifestações da minha clarividência o Mendonça me ajudou muito, principalmente em relação aos meus filhos. Ele sempre tinha uma palavra de carinho e dava um ar de seriedade onde todo mundo dava apenas palpites e ainda por cima negativos. Ele era espírita cardecista e tinha a mente aberta. Mas o mais importante é que ele acreditava em mim.
Tia Neiva

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Despertar de nossa consciência II




No Rio de Janeiro ele conheceu uma moça, da alta sociedade, e se apaixonaram.

Ao terminar o curso eles se casaram e voltaram para Alfenas. Quando chegaram ao Centro, a moça ficou muito chocada, pois o rapaz nunca lhe contara sobre o seu pai e nem sobre o trabalho mediúnico que eles faziam, sabedor do pavor que ela tinha de Espiritismo. Então ela, muito magoada, falou que ele tinha que escolher: ou ela ou o Centro!

O rapaz ficou desesperado, pois gostava muito da sua esposa. E decidiu! Foi falar com seu pai que não iria mais ficar no Centro, que já tinha dedicado toda sua vida aos trabalhos mediúnicos e que agora iria cuidar da sua vida, da sua família e da sua profissão.

O velho, que tinha sua vidência, já o havia alertado sobre uma grande dívida espiritual, um cobrador que ele tinha e que um dia, com o seu trabalho, libertaria este obsessor e saldaria sua dívida transcendental. Mais uma vez, tentou conscientizá-lo do seu compromisso, mas foi em vão. O rapaz estava decidido!

Com algumas economias e com uma parte do dote da esposa ele comprou um terreno, no alto de um morro, e construíram um bonito bangalô. Este morro era cortado por uma linha de trem e o lugar era muito bonito. A casa era simples, mas bem arrumada. Tinha uma bela varanda e na sala havia uma lareira, onde o professor gostava de ficar lendo. Lecionava na escola de Alfenas e todos gostavam muito dele.

Mas, o momento do reajuste se aproximava...

Nos arredores de Alfenas, havia uma moça muito simples, com seus 16 anos e que, de repente, enlouqueceu! Sua mãe, uma senhora viúva, já não sabia mais o que fazer. Tinha levado-a a médicos, benzedeiras, à Igreja, e nada, ninguém conseguia resolver o problema da jovem. A loucura continuava e piorava a cada dia. Já estavam amarrando a moça, para que não se machucasse e não machucasse ninguém. Então, alguém falou para levar a menina num Centro Espírita, que ficava na periferia da cidade, onde tinha um moço que curava “essas coisas”. E a mãe, no desespero, levou a menina até lá. Quando chegaram ao Centro e o velho viu o “quadro espiritual”, falou que nada podia fazer. Que quem poderia resolver aquela situação era o seu filho, mas ele não trabalhava mais ali. A mãe implorou para que o velho atendesse sua filha, mas ele realmente não podia fazer nada.

Aquela menina era a mocinha, que tinha sido raptada pelo filho do fazendeiro, a viúva era a velhinha, mais uma vez como mãe da menina, e o velho pai era o obsessor, o espírito que fora trazido para aquele reajuste, para saldar a dívida, o compromisso espiritual do rapaz.

Então, por consciência e compaixão, o velho espírita deu o endereço do filho, para aquela mãe desesperada. Ela pegou a filha e começou a subir o morro. À medida que se aproximavam da casa, a menina ficava mais agitada e mais violenta. Estava anoitecendo e o professor lia, junto à lareira, quando num barulho ensurdecedor, a porta foi derrubada pela menina, que havia se soltado das amarras e entrou urrando de ódio.

Os espíritos reconhecem seus “inimigos” por um “cheiro”, uma energia específica, uma emanação que é individual a cada ser, como as impressões digitais, um “DNA Espiritual”.

Foi um impacto de frio e de medo. Mas, bastaram alguns instantes, para que o professor tomasse consciência do que estava acontecendo. Lembrou-se do que seu velho pai lhe falava e sentiu que havia chegado a hora de resgatar as suas vítimas do passado. Como se pudesse ler seus pensamentos, a menina deu meia volta e saiu correndo da casa, em direção ao precipício.

Ele saiu correndo atrás, tentando falar com ela. A mãe, também, correu para lá. A menina parou na borda do precipício.

Lá embaixo, um lanterneiro, da estação de trem, observava tudo. O professor foi se aproximando, devagar, tentando “doutrinar” aquele espírito. Quando estava quase tocando o braço da moça, o obsessor a jogou no vazio, na escuridão. Neste momento, o professor chegou a “escutar a risada” do velho cobrador.

A mãe, ao ver sua filha cair para a morte, começou a gritar:

- Assassino! Assassino! Você matou minha filha!

Então, o funcionário da estrada de ferro correu até a cidade e chamou a polícia. De onde estava, parecia que o professor tinha empurrado a menina. Quando a polícia chegou e encontrou a mãe, que não parava de acusar o professor, teve que prendê-lo.

Foi julgado e, pelas declarações da mãe e do lanterneiro, foi condenado. Saiu do Tribunal direto para a prisão. Estava feita a “justiça”, o reajuste cármico, o resgate de uma família que havia sido destruída em outra vida, por um gesto impensado, por um impulso, um desatino. Lei de Causa e Efeito!

Sua jovem esposa o abandonou e voltou para o Rio de Janeiro, para casa de seus pais.

Ele definhava, dia após dia, e apenas seu velho pai e aquela jovem do Centro, que muito o amava, o visitavam na prisão. O tempo foi passando e a jovem moça precisava também seguir o seu caminho. As visitas foram se tornando raras e suas esperanças também. Ele pensava muito na sua incompreensão e pedia a Deus a oportunidade de sair dali, para continuar com a sua missão, no Centro, junto com seu velho pai.

Sua saúde estava abalada: o impacto da rajada de vento frio, do “reencontro”, à beira da lareira (aliada a pesada energia espiritual do cobrador), afetou a sua visão e estava ficando quase cego. As condições de higiene daquela masmorra e a falta de sol estavam causando feridas, por todo seu corpo. Como não tinha um corpo físico forte, parecia que não teria muito tempo de vida.

Alguns anos depois, a mãe da moça, no leito de morte, pediu para chamar o padre e confessou que o rapaz era inocente e que ela o tinha acusado por não ter suportado a morte da filha, que tanto amava.

Pediu que o padre jurasse que o tiraria da prisão, pois só assim ela morreria em paz.

Então, como se Deus tivesse escutado sua preces, o professor foi inocentado e saiu da prisão. Foi direto para o Centro e ao chegar lá, falou para seu velho pai que estava de volta para trabalhar e ajudar as pessoas.

O velhinho, que estava terminando seu tempo na Terra, olhou para o filho querido e falou:

- Meu filho, agora é tarde! Quem vai querer se tratar com você? Mesmo que tenha sido inocentado, sempre haverá uma certa desconfiança sobre você. E seu corpo, quem vai querer se tratar com alguém cheio de feridas? Como pode um cego guiar outro cego? Não, meu filho, agora é tarde!

Apesar da dor que sentia, o professor sabia que seu pai tinha razão.

Pouco tempo depois, o velho partiu!

Como não tinha mais condições de continuar no Centro, o professor terminou seus dias de vida, andando pelas ruas de Alfenas, CEGO, CHEIO DE FERIDAS e MENDIGANDO.

Quando desencarnou e tomou consciência desta encarnação, este espírito foi tomado por uma grande frustração. Tinha, mais uma vez, desperdiçado uma oportunidade de evolução. Recebeu toda preparação e proteção para cumprir sua missão e se reajustar com seu cobrador.

Até uma benção especial ele recebeu. Lembram daquela mocinha do Centro, que ele não dava muita bola? Era a sua Alma-Gêmea que estava na Terra, para ajudá-lo.

Salve Deus!

Naquela época, em que Tia Neiva contava esta história, este espírito já estava no espaço há mais ou menos uns 50 anos.

Ela pedia para que quando fossemos participar de algum Trabalho e lembrássemos dele, fizéssemos uma vibração de amor, para que ele conseguisse se libertar de sua própria prisão.

Não sei qual é a situação deste espírito nos dias atuais. Que ele tenha se libertado e esteja nos ajudando no final deste Ciclo Iniciático, que já se iniciou.

Que esta história ajude aos meus irmãos Jaguares, e a todos os meus irmãos em Cristo Jesus, que ainda não compreenderam a grandeza e o significado de sua existência, aqui na Terra.

Recados

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Despertar de nossa consciência - I




Há muitos anos, em um jantar na casa da Vó Sinharinha, a mãe da Tia Neiva, escutei, pela primeira vez, a história de um espírito, que foi trazido à presença de Nossa Mãe, pelos Mentores, para contar sua história, que deveria ser recontada aos filhos de Pai Seta Branca. Eu era um adolescente e fiquei impressionado com aquele relato. Foi muito interessante, pois à medida que a Tia ia contando, as imagens se formavam em minha mente e nunca mais as esqueci.
Em algum lugar do Brasil, final do século XIX (19), havia um rico fazendeiro que possuía uma grande quantidade de terras e nela havia instalado “meeiros”. Os meeiros eram famílias que recebiam um pedaço de terra para cultivar e, na época da colheita, davam a metade do que produziam, para o dono das terras. Tinha um único filho, um rapaz muito bonito, forte e inteligente, que gostava muito de andar a cavalo, pelas terras do pai.
Uma destas famílias era formada por um casal de velhos e uma moça, com 15 ou 16 anos, muito bonita e meiga, que ajudava seus pais no dia-a-dia, naquela vida difícil. Um dia, ao passar pelas terras desta família, o rapaz viu a mocinha e ficou encantado com sua beleza.
Ele achava que tudo que estivesse naquelas terras pertencia ao seu pai (e conseqüentemente a ele), e sentiu-se no direito de levar a moça consigo. Colocou-a no cavalo e seguiu, tranquilamente, para a sede da fazenda. O pai da moça, que estava na roça, ao ouvir os gritos da esposa e da filha, saiu correndo e conseguiu alcançar o rapaz. Começaram a discutir e o velho tentou arrancar sua filha de cima do cavalo.
O rapaz desceu e começaram a lutar. Como era mais forte, ele acabou matando o velho. Colocou a moça novamente no cavalo e continuou, como se nada houvesse acontecido.
Foi um desencarne muito violento! O espírito do velho saiu do corpo com muito ódio, que nem completou o processo normal de desligamento do corpo físico.No caso daquele senhor, o pai da menina, ele desencarnou com tanto ódio, que se tornou um Obsessor. A mãe da moça, já velha, não agüentou e morreu de tristeza. Após ficar algum tempo com a moça, o rapaz abandonou-a e ela também, logo, logo, desencarnou.
O tempo foi passando... O fazendeiro morreu e o rapaz, agora um homem casado, assumiu o lugar do pai. Ele tornou-se um homem bom, justo e amoroso com sua família, com seus escravos e empregados. Todos gostavam dele. Morreu bem velho, deitado em sua cama, com todos rezando e chorando ao seu redor.
Em toda sua vida só cometera um erro, um grande erro!
Quando despertou, nos Planos Espirituais, e tomou consciência da sua última encarnação e, principalmente, do “estrago” que tinha feito àquela família de agricultores, entrou em desespero. Ele pedia muito a Deus por uma oportunidade de reencarnar, para reparar o grande mal que causara àqueles seus irmãos. Queria voltar à Terra e ter uma vida de muito sofrimento.
Seria cego, leproso e pediria esmolas por toda sua vida. Só assim ele achava que pagaria pelo seu erro. Como tinha “bônus” suficiente para reencarnar, depois de algum tempo, foi chamado à presença dos Mestres, responsáveis pelo reencarne dos espíritos na Terra. Eles disseram que para ele reparar o mal que causara não precisaria ser cego, leproso e mendigo. Voltaria à Terra com uma Missão e dentro desta jornada teria a grande oportunidade do reajuste cármico. Iria reencarnar, novamente no Brasil, em Minas Gerais, numa cidade chamada Alfenas. Sua missão: ser um Doutrinador!
Quando um espírito recebe, de Deus, uma oportunidade de reencarnar é feito um planejamento cármico, que envolve todos que, de uma forma direta ou indireta, podem se beneficiar daquela encarnação. Ele escolhe os seus pais e faz, junto com seu Mentor, um compromisso espiritual de realizar o principal objetivo de sua volta à Terra: a sua evolução espiritual e a daqueles pelos quais se responsabilizou. Pode ser uma vida onde o foco será apenas na sua própria evolução ou pode assumir uma Missão, onde também deverá ajudar outros seres a evoluir. Tudo ocorre sob a Benção de Deus e respeito ao Livre Arbítrio de cada Ser.
Após tudo estabelecido, começa a preparação para uma nova existência terrena. O espírito é levado para o Sono Cultural, onde passará por um processo de “esquecimento” de suas vidas transcendentais, a sua nova personalidade será “moldada”, de acordo com a sua trajetória, e por fim, assumirá a forma de um feto.
Se houver o compromisso com algum “elítrio”, estes espíritos serão encaminhados para uma “estufa”, onde serão preparados para esta reencarnação. Mais ou menos no 3° Mês de gestação, os Médicos do Espaço fazem a ligação do espírito ao corpo físico em formação, através da Centelha Divina, que vem de Deus Pai Todo-Poderoso, que solda o espírito ao corpo físico e no desencarne se torna o “Charme”.
Nossa Mãe Clarividente dizia que se tivéssemos a consciência do que significa a oportunidade de reencarnar, daríamos mais importância à Vida. Seríamos felizes apenas por estarmos aqui na Terra.
A história continua, agora em Alfenas, início do século 20, onde um casal de pobres agricultores luta com muita dificuldade, para ter o pão de cada dia. Eles têm um único filho, um rapaz franzino, que além de ajudar na pequena roça, se esforçava muito para estudar. Este rapaz era a reencarnação do filho do rico fazendeiro...
Certo dia, indo para Alfenas vender alguns produtos, a carroça que levava esta pequena família, caiu em uma ribanceira e apenas o garoto sobreviveu. Sozinho, machucado, caminhou até chegar em uma casa, na periferia da cidade, onde foi recolhido por um senhor, que tinha um Centro Espírita. Ao tomar conhecimento da tragédia, o bondoso homem assumiu a criação daquele órfão.
Ele continuou seus estudos e também ajudava o “seu pai” nas atividades mediúnicas do Centro. Aprendeu muito rápido e logo seu pai percebeu que ele era portador de uma energia muito especial, uma força desobsessiva, e os casos mais difíceis ele já resolvia sozinho. Havia uma mocinha que freqüentava o Centro e era apaixonada pelo rapaz, mas ele não dava muita bola para ela. A vida deste jovem transcorria de uma forma muito tranqüila. Ele se formou e como queria ser professor foi fazer um curso de especialização, no Rio de Janeiro.

Ciencia e Fé



A Doutrina do Amanhecer veio com a missão de unificar dois poderes: A Fé e a Ciência!

Nossa fita “roxa e amarela” simboliza justamente esta unificação. Colocada no corpo do médium, formando uma elipse, é um verdadeiro portal que abrange as duas forças.

O Roxo simbolizando a Cura, a Fé; e o Amarelo simbolizando o Conhecimento, a Ciência. Da união destas cores, destas forças, nasce o Médium do Amanhecer. Doutrinador e Apará, ambos dispondo dos poderes das duas vertentes. Sim, pois o Jaguar é um cientista dos planos espirituais. Jaguar não á apenas o Doutrinador, é o Apará também, o médium iniciado que incorpora com consciência e conduta doutrinária. Vivenciando o fenômeno da Voz Direta, compreendendo e conduzindo a incorporação, enquanto o Doutrinador, dotado do Terceiro Verbo, explica traduzindo aos olhos físicos.

A Fé que nega a Ciência é tão inútil quanto a Ciência que nega a fé!

Nesta máxima, Tia Neiva expôs claramente que nossa Doutrina não é uma religião a ser seguida de olhos fechados, sem poder se questionar os “porquês” e entender os fenômenos. Também nos disse que: Aquele que passa pela Doutrina do Amanhecer sem conhecer as suas Leis, não se cura e tão pouco cura a ninguém.

Por isso temos o curso de Pré-Centúria! Para esclarecer, trazer a luz do conhecimento sobre os fenômenos vivenciados nos primeiros passos do desenvolvimento mediúnico, quando o mais importante é ter condições e aprender as técnicas para desempenhar os Trabalhos Espirituais.

Na simplicidade da Fita que atravessa nosso plexo, encontramos a equação perfeita para nos conduzirmos e vivenciarmos a Doutrina. Aquele que não busca sua evolução, que não vai em busca de compreender o quê se passa nos trabalhos, que simplesmente aceita tudo sem questionar; não está equilibrando os dois valores. Precisa ir em busca da Individualidade e compreender a grandeza que está ao seu redor! Somente assim poderá valorizar a oportunidade que recebeu ao ingressar, e assumir esta jornada.

Da mesma maneira, aquele que se envolve fixação das Leis e Chaves, zelando para que tudo seja perfeito, mas esquecendo-se de observar os fenômenos, apenas prendendo-se a parte técnica da Doutrina, também perde a essência do equilíbrio pregado em sua primeira arma: A Fita!

Salve Deus!

Bom senso é a palavra de ordem em todos os pontos de nossa Doutrina! Temos que vivenciar os fenômenos e ir em busca de sua compreensão. Primeiramente em nossa Individualidade, na consciência adormecida de nosso espírito, e depois, nas Cartas e Leis, na Centúria, onde devemos exigir o máximo de nossos instrutores para esclarecer, iluminar e eliminar todas as nossas dúvidas.

O Doutrinador ao atravessar a Fita no seu peito, não pode trabalhar em dúvidas! O Apará, usando esta Fita, entrega-se nas mãos do Doutrinador, porém sua consciência absorve todo o ensinamento diretamente dos Mentores incorporados.

O homem moderno ainda busca exaustivamente uma bandeira de equilíbrio. Alguns mergulham nas religiões, explicando tudo pela fé, pela Bíblia, pelos Dogmas e seus “mistérios”; e se fanatizam! Outros, imersos nos conhecimentos da Ciência, se tornam cépticos!

A Doutrina do Amanhecer vem trazer a unificação! Esclarecer os fenômenos mediúnicos sob a Luz da Ciência Espiritual. Por isso somos “Cientistas da Fé”!