sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Carta das Forças - Tia Neiva


Meu filho Jaguar.

Salve Deus!

Nossa vida é uma grande jornada onde as dificuldades, constantemente nos abalam. Filho continue a lutar, porque só cai aquele que não está seguro em si mesmo. Continue filho a lutar, certo de uma coisa, só são derrotados os que acreditam na derrota. Conserve a tua liberdade, respeitando a liberdade dos outros. Não te esqueças, também, que você é o seu maior valor, a sua maior fortuna. Se você estiver preso por pensamentos negativos, de nada valerá toda a riqueza do mundo, toda a felicidade possível. Tens uma missão a cumprir, explique ao mundo o caminho que o homem deverá tomar mesmo ao mais íntimo ser que Deus te confiou, principalmente se ele ainda vive em teu teto, junto a ti. Sejas confiante, emane a tua força doutrinária para que seja completa a tua doutrina. Não deixe, não siga, ficando alguém a sussurrar outra melodia junto a ti. Não ti esqueças que a tua doutrina é uma força poderosa que uma vez desenvolvida, permite a realização de todos os seus anseios e que, desenvolvida esta faculdade, terás também, condições de modificar a sua natureza, vencer todos os obstáculos, dominar a matéria até vencer a morte.

Procure confortar os infelizes, os incompreendidos, mesmo que estes estejam contra você. Seja prático e não se afaste das metas racionais, nem queira obter resultado do seu trabalho e sua caridade. Procure amar a vida em todos os ângulos, faça do que te resta deste Terceiro Plano o mais agradável possível. Procure prolongar a sua existência, aproveitando o melhor possível, sempre em fins respeitáveis, não se esquecendo também, que não há condenação para o pecador e, sim uma reparação dos seus erros. Ser humilde é ser amor. Ser humilde é ser manso de coração, é ser tratável.

Toda filosofia exige a humildade de tratamento principalmente àqueles que precisam de nossos cuidados. Vamos falar das forças existentes. Filho o homem pelo equilíbrio de sua ORBE, tem condições de atrair forças incomparáveis nas suas manifestações: sujeito em sua conduta doutrinária a conduzir Força Mediúnica, Força Direta, Força Negativa e Forças Cruzadas. A Força Cósmica, força que normalmente se conduz na Lei de Auxílio, comum a Lei Espírita. Vem também a Força Absoluta, a Força Nativa Absoluta e Força Nativa Absoluta de Herança.

Podem ser emitidas de diversos planos sem que se dê conta de onde elas vêm. Uma prece que se emite com palavras ou estilo Iniciático pode-se receber, no caso, uma Força Absoluta Nativa. A simbolização do pensamento vai reflectindo e formando no Nêutron, formando também um estado de consciência, aonde sua própria força ou conduta doutrinária, vai conscientizando cada vez mais, formando um circulo no interoceptível, onde a própria emissão ou canal de emissão leva para onde for preciso. Se estivermos na Lei de Auxílio, vão para os hospitais, presídios, digo, na dor.

O homem cria a sua própria imagem e vive os seus pensamentos, evolução, significa, acima de tudo, o poder criador. Todo cuidado é pouco. Devem cuidar sempre na individualidade. Não se esqueça filho, que as forças se impõem em nós. Sim, as forças se impõem em todos os sentidos. Basta dizer que uma protecção, uma protecção generalizada, como chamamos, é uma corrente magnética que se equiparando as nossas, entra em aniquilação para decompor a corrente magnética animal que esta actuando em desarmonia.

Dizemos: - Deus está comigo e, então, não temo nada! É neste instante que há uma razão. Uma pessoa religiosa recebe realmente, esta espécie de protecção. A protecção é aplicada a todas as vidas deste planeta, até o animal se liberta de suas enfermidades. Sim, filho sei que a sua cabecinha é pequena, porém pense bem: o que é a compreensão da morte? Resulta do que entendemos da vida. Todos os que se perdem pelo pensamento, se prendem pela vida. Convém insistir contra a violência de nossas mentes. A ciência social de hoje, ensina o nosso desenvolvimento, porém, antes, deveria ensinar ao homem se libertar dos seus pensamentos. Uma mente livre, um homem livre de pensamentos. Não se cruza uma força. As forças dificilmente se cruzam. Sim filho, uma força cruzada... Salve Deus!

Eu conheci uma certa senhora por nome Calú, que era macumbeira e ninguém brincava com ela. De fato fui acompanhá-la... Era perto da UESB. Foi feito uma matança de bicho. Foi uma coisa tão violenta que eu, de um canto, tive medo. Contei na UESB o que vira e tive o resultado. Disseram que um certo fazendeiro que se candidatava a Deputado Estadual queria abater o seu adversário. Fiquei muito impressionada e fui, voluntariamente, conhecer o paradeiro da vítima. Soube e o encontrei. Qual não foi a minha surpresa. Ele estava apenas com uma força esparsa de um cruzamento. Dez dias depois, os animais estavam amarrados nas árvores, ainda intactos. Mais de dois bodes pendurados nas árvores e outros bichos, que não sei bem, agora no momento, estavam secos, não tinham cheiro, nem nada. Era apenas uma força esparsa, ou melhor, um cruzamento esparso.

Cruzamento, força cruzada na macumba, é realmente grave, muito grave. Pelo simples descuido nos Templos, pegamos uma força esparsa. A força cruzada é algo delicado em todos os sentidos. A força que não se cruza é a Força Absoluta, projecta forte, de poder simplesmente objectivo. A Força Cruzada dos Caboclos com os Pretos Velhos é curadora e desobsessiva. Se houve um descuido ou desrespeito eles em vez de projectarem na sua necessidade, ela fica em torno dos seus caminhos, tomando conta de sua visão e poderás sofrer por um longo tempo, porque ela passa a alimentar os seus elítrios.

Salve Deus! Sendo cruzada pelos exus, tudo mal, não preciso explicar. Se recebermos uma força cruzada por exus e tivermos bem assistidos pelos nossos Mentores ela muito pouco poderá nos aborrecer. Os fenómenos dos quais falamos são forçados por amor ou por desespero. Passamos a falar nas forças existentes, sendo que de qualquer maneira, fica intacta a experiência acima. As forças se dividem, só não podemos é pesá-las, ou melhor, calcular o que vem quando invocamos. As forças são um conjunto de magnético num ritmo acelerado, conduzido num “ballet” de luzes, aonde as grandes Cassandras levadas pela força de Morsa, o “Vento” vão se aninhando onde lhe convém.

Salve Deus, meus filhos, vejam aonde podemos chegar. Nesta pequena carta, quero que pensem e analisem o quanto suas mentes puderem.

Com carinho, a Mãe em Cristo.

Tia Neiva.

Vale do Amanhecer, 05-03-79.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Anjo Solitário



 
Anjo Solitário -
Enquanto o Mestre agonizava na cruz, rasgou-se o céu em Jerusalém e entidades angélicas, em grupos extensos, desceram sobre o Calvário doloroso...

Na poeira escura do chão, a maldade e a ignorância expeliam trevas demasiadamente compactas para que alguém pudesse divisar as manifestações sublimes.

Fios de claridade indefinível passaram a ligar o madeiro ao firmamento, embora a tempestade se anunciasse a distância...

O Cristo, de alma sedenta e opressa, contemplava a celeste paisagem, aureolado pela glória que lhe bafejava a fronte de herói, e os emissários do Paraíso chegavam, em bandos, a entoaram cânticos de amor e reconhecimento que os tímpanos humanos jamais poderiam perceber.

Os Anjos da Ternura rodearam-lhe o peito ferido como a lhe insufladores energias novas.

Os portadores da Consolação ungiram-lhe os pés sangrentos com suave bálsamo.
Os Embaixadores da Harmonia, sobraçando instrumentos delicados, formaram coroa viva, ao redor de sua atribulada cabeça, desferindo comovedoras melodias a se espalharem por bênçãos de perdão sobre a turba amotinada.
Os Emissários da Beleza teceram guirlandas de rosas e lírios subtis, adornando a cruz ingrata.

Os Distribuidores de Justiça, depois de lhe oscularem as mãos quase hirtas, iniciaram a catalogação dos culpados para chamá-los a esclarecimento a reajuste em tempo devido.

Os Doadores de Carinho, em assembleia encantadora, postaram-se à frente dele e acariciavam-lhe os cabelos empastados de sangue.
Os Enviados da Luz acenderam focos brilhante nas chagas doloridas, fazendo-lhe olvidar o sofrimento.

Trabalhavam os mensageiros do Céu, em torno do Sublime Condutor dos Homens, aliviando-o e exaltando-o, como a lhe prepararem o banquete da ressurreição, quando um anjo aureolado de intraduzível esplendor apareceu, solitário, descendo do império magnificente da Altura.

Não trazia seguidores e, em se abeirando do Senhor, beijou-lhe os pés, entre respeitoso e enternecido. Não se deteve na ociosa contemplação da tarefa que, naturalmente, cabia aos companheiros, mas procurou os olhos de Jesus, dentro de uma ansiedade que não se observara em nenhum dos outros.

Dir-se-ia que o novo representante do Pai Compassivo desejava conhecer a vontade do Mestre, antes de tudo. E, em êxtase, elevou-se do solo em que pousara, aos braços do madeiro afrontoso. Enlaçou o busto do Inesquecível Supliciado, com inexcedível carinho, e colocou, por um instante, o ouvido atento em seus lábios que balbuciavam de leve.

Jesus pronunciou algo que os demais não escutaram distintamente.

O mensageiro solitário desprendeu-se, então, do lenho duro, revelando olhos serenos e húmidos e, de imediato, desceu do monte ensolarado para as sombras que começavam a invadir Jerusalém, procurando Judas, a fim de socorrê-lo e ampará-lo.

Se os homens lhe não viram a expressão de grandeza e misericórdia, os querubins em serviço também lhe não notaram a ausência. Mas, suspenso no martírio, Jesus contemplava-o, confiante, acompanhando-lhe a excelsa missão, em silêncio.

Esse, era o anjo divino da Caridade.



Livro Estante da Vida – Pelo Espírito “Irmão X” - Psicografia Francisco C. Xavier

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Origem Cigana

A ORIGEM CIGANA

SALVE  DEUS !                                                                                                  

Nove de Junho de 1960. Data inesquecível!
           Caminhava, guiada pela grande convicção que tudo vindo de meu PAI SETA BRANCA estava certo.  Aspirações mais secretas, indefinida, eu caminhava naquela minha solidão, hoje também distante.  Sim, caminhava e para mim cada dia e cada noite embrenhava no mais profundo mistério para mim.
           9 de junho de 1960, solidão. . .  tristeza. . .  Caminhava, quando deparei comigo mesma, com que profundo desamor.  Não me preocupei de estar onde estava e o que poderia acontecer com o meu corpo, onde estava.  Levei os olhos para cima, vi, senti que estava na terra.  Aquelas árvores frondosas me davam medo. Senti esta atravessando um caudaloso rio.  Deparei com uma pequena clareira, que não sei me parecia familiar.  Comecei a ouvir vozes e, num quase balet, dançava uma linda mulher, vestida de cigana, onde também, homens ciganos, vestidos a muito bom gosto, tocavam violino. Uma voz em harmonia chegou aos meus ouvidos, como se me quisesse amparar:
           _ É uma tenda cigana.  É a tua origem e de todo o teu povo.
           Comecei, então a raciocinar, o que até então não fizera.  Por que tanta solidão ? Por que tanto mistério, e do que me servirá todo este conhecimento ?  Não obtive resposta e, alheios aos meus sentimentos, aquelas lindas pessoas cantavam e dançavam em sua alegria.
           Comecei a pensar, sem qualquer afirmação, estes pensamentos que a gente pensa sem saber porque.  Se amam, eu via a ternura entre eles, casais juntinhos se acariciavam, porém sem um toque de sensualidade.
           O meu coração se enchia de ternura, algo que até então não sentira.  A volta foi mais leve, porque comecei a sentir inveja daquela gente. . .

   
                                                                              SALVE  DEUS !


                                                                                              TIA  NEIVA

6 de agosto de 1979

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Alma e Desencarne



ALMA E DESENCARDE

METAMORFOSE E DESENCARNAÇÃO - Graduando os acontecimentos da desencarnação, é importante recorrer ainda ao mundo dos insetos para lembrar que, se existem aqueles de metamorfose total, existem os de metamorfose incompleta, os hemimetábolos, cuja larva sai do ovo e se converte imediatamente num indivíduo, sem passar pela fase pupal, à feição dos malófagos, desprovidos de asas, embora possuam aparelho bucal triturador.
Apresentando características singulares, no capítulo da transfiguração, em todas as ordens nas quais se subdividem, os insetos, de algum modo, exprimem, no desenvolvimento da metamorfose que lhes marca a existência, a escala de fenômenos que vige para a desencarnação dos seres de natureza superior.
Em relação ao homem, os mamíferos que se ligam a nós outros por extremos laços de parentesco, em se desencarnando, agregam-se aos ninhos em que se lhes desenvolvem os companheiros e, qual ocorre entre os animais inferiores, nas múltiplas faixas evolutivas em que se escalonam, não possuem pensamento contínuo para a obtenção de meios destinados à manutenção de nova forma.
Encontram-se, desse modo, aquém da histogênese espiritual, inabilitados a mais amplo equilíbrio que lhes asseguraria ascensão a novo plano de consciência.
Em razão disso, efetuada a histólise dos tecidos celulares, nos sucessos recônditos da morte física, dilata-se-lhes o período de vida latente, na esfera espiritual, onde, com exceção de raras espécies, se demoram por tempo curto, incapazes de manobrar os órgãos do aparelho psicossomático que lhes é característico, por ausência de substância mental consciente.
Quando não se fazem aproveitados na espiritualidade, em serviço ao qual se filiam durante certa quota de tempo, caem, quase sempre de imediato à morte do corpo carnal, em pesada letargia, semelhante à hibernação, acabando automaticamente atraídos para o campo genésico das famílias a que se ajustam, retomando o organismo com que se confiarão a nova etapa de experiência, com os ascendentes do automatismo e do instinto que já se lhes fixaram no ser, e sofrendo, naturalmente, o preço hipotecável aos valores decisivos da evolução.
ALÉM DA HISTOGÊNESE - Através desse movimento incessante da palingenesia universal, o princípio inteligente incorpora a experiência que lhe é necessária, estagiando no plano físico e no plano extrafísico, recolhendo, como é justo, a orientação e o influxo das Inteligências Superiores em sua marcha laboriosa para mais elevadas aquisições.
Pouco acima dessas mesmas bases, vamos encontrar o homem infra-primitivo, na rusticidade da furna em que esconde, surpreendido no fenômeno da morte, ante a glória da vida, como criança tenra e deslumbrada à frente de paisagem maravilhosa, cuja grandeza, nem de leve, pode ainda compreender.
O pensamento constante ofereceu-lhe a precisa estabilidade para a metamorfose completa.
Pela persistência e consistência das idéias, adquiriu o poder de integrar-se mentalmente, para além da histogênese, em seu corpo espiritual, arrebatando-o, com a alavanca da própria vontade, que a indagação e o trabalho enriqueceram, para novo estado individual.
Acariciada pelo bafejo edificante dos Condutores Divinos que lhe acalentam a marcha, a criatura humana dorme o sono da morte, mumificando-se na cadaverização, como acontece à pupa.
E segregando substâncias mentais, à base de impulsos renovadores, tanto quanto certas crisálidas segregam um líquido especial que lhes facilita a saída do próprio casulo, a alma que desencarna, findo o processo histolístico das células que lhe construíram o carro biológico e fortificando o campo mental em que se lhe enovelaram os novos anseios e as novas disposições, logra desvencilharem-se, mecanicamente, dos órgãos físicos, agora imprestáveis, realizando, por avançado automatismo, o trabalho histogenético pelo qual desliga as células sutis do seu veículo espiritual dos remanescentes celulares do veículo físico, arrojado à queda irreversível, agindo agora com a eficiência e a segurança que as longas e reiteradas recapitulações lhe conferiram.
DESENCARNAÇÃO NATURAL - Por milênios consecutivos o homem ensaia a desencarnação natural, progredindo vagarosamente em graus de consciência, após a decomposição do corpo somático.
Recordando as anteriores comparações com o domínio dos insetos, a matriz uterina oferece-lhe novas formas e, assim como a larva se alimenta, assegurando a esperada metamorfose, a alma avança em experiência, enquanto no corpo carnal, adquirindo méritos ou deméritos, segundo a própria conduta, e entregando-se em seguida, no fenômeno da morte ou histólise do invólucro de matéria física, à pausa imprescindível nas próprias atividades ou hiato de refazimento, que pode ser longo ou rápido, para ressurgir, pela
histogênese espiritual, senhoreando novos órgãos e implementos necessários ao seu novo campo de ação, demorando-se nele, à medida dos conhecimentos conquistados na romagem humana.
É assim que a consciência nascente do homem pratica as lições da vida, no plano espiritual, pela desencarnação ou libertação da alma, como praticou essas mesmas lições da vida
no plano físico pelo renascimento ou internação do elemento espiritual na matéria densa,
evolutindo, degrau a degrau, desde a excitabilidade rudimentar das bactérias
até o automatismo perfeito dos animais superiores em que se baseia o domínio da inteligência.
REVISÃO DE EXPERIÊNCIAS - De libertação a libertação, na ocorrência da morte, a criatura começa a familiarizar-se com a esfera extrafísica.
Assim como recapitula, nos primeiros dias da existência intra-uterina, no processo reencarnatório, todos os lances de sua evolução filogenética, a consciência examina em retrospecto de minutos ou de longas horas, ao integrar-se definitivamente em seu corpo sutil, pela histogênese espiritual, durante o coma ou a cadaverização do veículo f;físico, todos os acontecimentos da própria vida, nos prodígios de memória, a que se referem os desencarnados quando descrevem para os homens a grande passagem para o sepulcro.
É que a mente, no limiar da recomposição de seu próprio veículo, seja no renascimento biológico ou na reencarnação, revisa automaticamente e de modo rápido todas as experiências por ela própria vividas, imprimindo magneticamente às células, que se desdobrarão em unidades físicas e psicossomáticas, no corpo físico e no corpo espiritual, as diretrizes a que estarão sujeitas, dentro do novo ciclo de evolução em que ingressam.
Acresce lembrar, ainda, como nota confirmativa de nossas asserções, que, esporadicamente, encarnados saídos ilesos de grandes perigos como acidentes e suicídios frustrados, relatam semelhante fenômeno de revisão das próprias experiências, também chamado visão panorâmica e síntese mental.
LEI DE CAUSA E EFEITO - Encetando, pois, a sua iniciação no plano espiritual, de consciência desperta e responsável, o homem começa a penetrar na essência da lei de causa e efeito, encontrando em si mesmo os resultados enobrecedores ou deprimentes das próprias ações.
Quando dilacerado e desditoso, grita a própria aflição, ao longo dos largos continentes dos espaço Cósmico, reunindo-se a outros culpados do mesmo jaez, com os quais permuta os quadros inquietantes da imaginação em desvario, tecendo, com o plasma sutil do pensamento contínuo e atormentado, as telas infernais em que as conseqüências de suas faltas se desenvolvem, mediante as profundas e estranhas fecundações de loucura e sofrimento que antecedem as reencarnações reparadoras; contudo, é também aí que começa, sobrepairando o inferno e o purgatório do remorso e da crueldade, da rebelião e da delinqüência, o sublime apostolado dos seres que se colocam em harmonia com as Leis Divinas, almas elevadas e heróicas que, em se agrupando intimamente, tocadas de compaixão pelos laços que deixaram no mundo físico, iniciam, com a inspiração das Potências Angélicas, o serviço de abnegação e renúncia, com que a glória e a divindade do amor edificam o império do Sumo Bem, no chamado Céu, de onde vertem mais ampla luz sobre a noite dos homens.

(Evolução em Dois Mundos, XII, André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira, FEB)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Humahã


Mestre Humahã

Quando em 1959, Tia Neiva fez seu juramento e se preparou para sua missão, queixou-se ao Pai Seta Branca de seu pouco preparo. Pai Seta Branca designou um mestre também encarnado que residia no Mosteiro de Lhasa no Tibet, o monge tibetano Humahã, para ser o mestre de Tia Neiva, e ela teria que se transportar todos os dias, durante cinco anos, para os Himalaias, a fim de realizar seu curso. Durante esse tempo, ela teria que se abster de qualquer remédio.
Isso fez com que ela, ao finalizar suas aulas, estivesse debilitada, o que a levou a uma tuberculose que afetou seus pulmões para o resto de seus dias.
Humahã, vivia com outros monges em um mosteiro escondido nas montanhas, onde a dominação chinesa ainda não alcançara.
Durante cinco anos, Humahã preparou aquele espírito espartano, ligando-o às suas origens e dando-lhe condições de estruturar a Doutrina do Amanhecer e formar o sonho de Tia Neiva – o Doutrinador.
Após o término do curso, Humahã continuou sua assistência à Doutrina, não só através de desdobramentos, quando, juntamente com Tia Neiva, percorria os planos espirituais, como, também, por incorporações em médiuns no Vale, preparando os Jaguares para a fase iniciática e científica da Doutrina.
Nas cartas e mensagens de Tia Neiva, são inúmeras as lições transmitidas por Humahã, o Guardião das Chaves do Desenvolvimento da Doutrina do Amanhecer. Hoje já nos elevados planos espirituais, projeta sua força e sua sabedoria em busca do aperfeiçoamento da mentalidade e conscientização dos Jaguares.


Minhas Palestras com Humahã

Neiva!
Precisas distinguir entre o verdadeiro e o falso. Deves aprender a ser verdadeira em tudo, em pensamentos, palavras e ações. Por mais sábia que sejas um dia, ainda terás muito que aprender. Todo conhecimento é útil e dia virá em que possuirás muito. Amor e sabedoria - tudo se manifestará em ti. Entre o bem e o mal, o ocultismo não admite transigência. Custe o que custar, é preciso fazer o Bem e evitar o Mal. Teu corpo ASTRAL MENTAL se aprazerá em se imaginar orgulhosamente separado do FÍSICO.” Eu ouvia como se estivesse distante dali. Ele me observou dizendo: “Neiva, gostas de pensar muito em ti mesma. Seta Branca está incessantemente vigilante, sob pena de vires a falir. Mesmo quando houveres te desviado das coisas mundanas, ainda precisarás meditar, fazendo conjecturas acerca de ti mesma. Jesus nos adverte: antes de culpar o teu vizinho, por que não ser severo contigo mesmo? A tua vidência é algo sem limite, é algo sublime. Tens tudo para fazer o bem e o mal. Se fizeres o mal, te destruirás; se fizeres o bem, crescerás como a rama selvagem. Não te esqueças, também, que, acima de tudo estás aqui para aprender a guardar segredo mesmo, fazendo mistério das tuas revelações. Esforça-te por averiguar o que vale a pena ser dito e lembra-te que não se deve julgar uma coisa pelo seu tamanho. Numa coisa pequena, muitas vezes, se tem maior sentido. Não deves acolher um pensamento somente porque existe nas Escrituras durante séculos. Deves fazer distinção entre o que é útil ou inútil. Alimentar os pobres é boa ação, porém, alimentar as almas é ainda mais nobre e útil do que alimentar os corpos. Quem quer que seja rico pode alimentar os corpos, porém, somente os que sorvem conhecimento espiritual de Deus podem alimentar suas almas. Quem tem conhecimento tem dever de ensinar aos outros. A tua responsabilidade, Neiva, será a maior do mundo. Nunca poderás dizer tudo e não poderás, também, calar.”
Dizendo tudo isto, começou a contar este exemplo:
“Eu era muito jovem quando me enclausurei neste mosteiro, porém, antes de entrar aqui, tive grandes experiências. Ouve um tempo em que a Índia era o ponto principal para as revelações. Vinham de longe muitos curiosos e romeiros, magos... videntes. Viviam por aí a espreita das oportunidades de suas alucinações. E uma destas, aconteceu com um famoso Lorde que veio da Inglaterra para saber o destino do seu filho recém-nascido. O mestre que lhe atendeu estava de saída. Os seus companheiros já estavam esperando na célebre porteira para assim cada um ter a sua direção. O fidalgo insistia e o mestre contou sem amor o que via: Disse que seu filho teria um mal destino e deu todo o roteiro de sua vida: Em tal tempo lhe acontecerá isto, em tal tempo será assim. E, na verdade, o fidalgo saiu dali louco. Seu filho que, até então, era a sua alegria, passou a ser a sua própria sentença, e até então, não fez nada senão sofrer a espera dos acontecimentos em toda a sua vida. Porém, nada lhe aconteceu. O jovem foi feliz, casou-se e nada de mal lhe aconteceu, enquanto o fidalgo, seu pai, amargurou toda a sua vida. As vibrações do fidalgo, não te preciso dizer, destruíram a vida do impensado mestre. Ninguém teve intenção de magoar ninguém, porém o pecado das palavras impensadas de um mestre ou clarividente é algo muito sério. Veja sempre em sua frente o fidalgo, o homem que sofreu as conseqüências de seu orgulho porém nunca faças como o impensado mestre. Nunca participes com ninguém. Serás, antes de tudo, uma psicanalista. É bem melhor que as pessoas saiam de perto de ti te desacreditando do que desacreditando em si próprias.
Volte para o teu corpo, filha, e vá enfrentar as feras, como dizes, porém saiba que todas são melhores do que tu. Elas não têm ideal como tu. Elas sofrem o teu incontrolável temperamento.
Me julgam como se fosse uma qualquer, porque sou motorista. “Para ti tudo é bom no caminho da evolução!” Dizendo assim me fixou e eu me senti já na minha casa.
 
Tia Neiva, UESB, maio de 1960.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Alimento Espiritual


Meu amigo, no vasto caminho da Terra, cada criatura procura o alimento espiritual que lhe corresponde à posição evolutiva.
A abelha suga a flor, o abutre reclama despojos, o homem busca emoções. Mas ainda mesmo no terreno das emoções, cada espírito exige tipos especiais.
Há sofredores inveterados que outra coisa não demandam além do sofrimento, pessimistas que se enclausuram em nuvens negras, atendendo a propósito deliberado, durante séculos. Suprem a mente de torturas contínuas e não pretendem construir senão a piedade alheia, sob a qual se comprazem. Temos os ironistas e caçadores de gargalhadas que apenas solicitam motivos para o sarcasmo de que se alimentam.
Observamos os discutidores que devoram páginas respeitáveis, com o único objetivo de recolher contradições para sustentarem polêmicas infindáveis.
Reparamos os temperamentos enfermiços que sorvem tóxicos intelectuais, através de livros menos dignos, com a incompreensível alegria de quem traga envenenado licor.
Nos variados climas do mundo, há quem se nutra de tristeza, de isulamento, de prazer barato, de revolta, de conflitos, de cálculos, de aflições, de mentiras...
O discípulo de Jesus, porém - aquele homem que já se entediou das substâncias deterioradas da experiência transitória -, pede a luz da sabedoria, a fim de aprender a semear o amor em companhia do Mestre...
Para os companheiros que esperam a vida renovada em Cristo, famintos de claridade eterna, foram escritas as páginas deste livro despretensioso.
Dentro dele, não há palavras de revelação sibilina.
Traduz, simplesmente, um esforço para que nos integremos no Evangelho, celeiro divino do nosso pão de imortalidade.
Não é exortação, nem profecia.
É apenas convite.
Convite ao trabalho santificante, planificado no Código do Amor Divino.
Se a candeia ilumina, queimando o próprio óleo, se a lâmpada resplende, consumindo a energia que a usina lhe fornece, ofereçamos a instrumentalidade de nossa vida aos imperativos da perfeição, para que o ensinamento do Senhor se revele, por nosso intermédio, aclarando a senda de nossos semelhantes.
O Evangelho é o Sol da Imortalidade que o Espiritismo reflete, com sabedoria, para a atualidade do mundo.
Brilhe vossa luz! - proclamou o Mestre.
Procuremos brilhar! - repetimos nós.