segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Humahã


Mestre Humahã

Quando em 1959, Tia Neiva fez seu juramento e se preparou para sua missão, queixou-se ao Pai Seta Branca de seu pouco preparo. Pai Seta Branca designou um mestre também encarnado que residia no Mosteiro de Lhasa no Tibet, o monge tibetano Humahã, para ser o mestre de Tia Neiva, e ela teria que se transportar todos os dias, durante cinco anos, para os Himalaias, a fim de realizar seu curso. Durante esse tempo, ela teria que se abster de qualquer remédio.
Isso fez com que ela, ao finalizar suas aulas, estivesse debilitada, o que a levou a uma tuberculose que afetou seus pulmões para o resto de seus dias.
Humahã, vivia com outros monges em um mosteiro escondido nas montanhas, onde a dominação chinesa ainda não alcançara.
Durante cinco anos, Humahã preparou aquele espírito espartano, ligando-o às suas origens e dando-lhe condições de estruturar a Doutrina do Amanhecer e formar o sonho de Tia Neiva – o Doutrinador.
Após o término do curso, Humahã continuou sua assistência à Doutrina, não só através de desdobramentos, quando, juntamente com Tia Neiva, percorria os planos espirituais, como, também, por incorporações em médiuns no Vale, preparando os Jaguares para a fase iniciática e científica da Doutrina.
Nas cartas e mensagens de Tia Neiva, são inúmeras as lições transmitidas por Humahã, o Guardião das Chaves do Desenvolvimento da Doutrina do Amanhecer. Hoje já nos elevados planos espirituais, projeta sua força e sua sabedoria em busca do aperfeiçoamento da mentalidade e conscientização dos Jaguares.


Minhas Palestras com Humahã

Neiva!
Precisas distinguir entre o verdadeiro e o falso. Deves aprender a ser verdadeira em tudo, em pensamentos, palavras e ações. Por mais sábia que sejas um dia, ainda terás muito que aprender. Todo conhecimento é útil e dia virá em que possuirás muito. Amor e sabedoria - tudo se manifestará em ti. Entre o bem e o mal, o ocultismo não admite transigência. Custe o que custar, é preciso fazer o Bem e evitar o Mal. Teu corpo ASTRAL MENTAL se aprazerá em se imaginar orgulhosamente separado do FÍSICO.” Eu ouvia como se estivesse distante dali. Ele me observou dizendo: “Neiva, gostas de pensar muito em ti mesma. Seta Branca está incessantemente vigilante, sob pena de vires a falir. Mesmo quando houveres te desviado das coisas mundanas, ainda precisarás meditar, fazendo conjecturas acerca de ti mesma. Jesus nos adverte: antes de culpar o teu vizinho, por que não ser severo contigo mesmo? A tua vidência é algo sem limite, é algo sublime. Tens tudo para fazer o bem e o mal. Se fizeres o mal, te destruirás; se fizeres o bem, crescerás como a rama selvagem. Não te esqueças, também, que, acima de tudo estás aqui para aprender a guardar segredo mesmo, fazendo mistério das tuas revelações. Esforça-te por averiguar o que vale a pena ser dito e lembra-te que não se deve julgar uma coisa pelo seu tamanho. Numa coisa pequena, muitas vezes, se tem maior sentido. Não deves acolher um pensamento somente porque existe nas Escrituras durante séculos. Deves fazer distinção entre o que é útil ou inútil. Alimentar os pobres é boa ação, porém, alimentar as almas é ainda mais nobre e útil do que alimentar os corpos. Quem quer que seja rico pode alimentar os corpos, porém, somente os que sorvem conhecimento espiritual de Deus podem alimentar suas almas. Quem tem conhecimento tem dever de ensinar aos outros. A tua responsabilidade, Neiva, será a maior do mundo. Nunca poderás dizer tudo e não poderás, também, calar.”
Dizendo tudo isto, começou a contar este exemplo:
“Eu era muito jovem quando me enclausurei neste mosteiro, porém, antes de entrar aqui, tive grandes experiências. Ouve um tempo em que a Índia era o ponto principal para as revelações. Vinham de longe muitos curiosos e romeiros, magos... videntes. Viviam por aí a espreita das oportunidades de suas alucinações. E uma destas, aconteceu com um famoso Lorde que veio da Inglaterra para saber o destino do seu filho recém-nascido. O mestre que lhe atendeu estava de saída. Os seus companheiros já estavam esperando na célebre porteira para assim cada um ter a sua direção. O fidalgo insistia e o mestre contou sem amor o que via: Disse que seu filho teria um mal destino e deu todo o roteiro de sua vida: Em tal tempo lhe acontecerá isto, em tal tempo será assim. E, na verdade, o fidalgo saiu dali louco. Seu filho que, até então, era a sua alegria, passou a ser a sua própria sentença, e até então, não fez nada senão sofrer a espera dos acontecimentos em toda a sua vida. Porém, nada lhe aconteceu. O jovem foi feliz, casou-se e nada de mal lhe aconteceu, enquanto o fidalgo, seu pai, amargurou toda a sua vida. As vibrações do fidalgo, não te preciso dizer, destruíram a vida do impensado mestre. Ninguém teve intenção de magoar ninguém, porém o pecado das palavras impensadas de um mestre ou clarividente é algo muito sério. Veja sempre em sua frente o fidalgo, o homem que sofreu as conseqüências de seu orgulho porém nunca faças como o impensado mestre. Nunca participes com ninguém. Serás, antes de tudo, uma psicanalista. É bem melhor que as pessoas saiam de perto de ti te desacreditando do que desacreditando em si próprias.
Volte para o teu corpo, filha, e vá enfrentar as feras, como dizes, porém saiba que todas são melhores do que tu. Elas não têm ideal como tu. Elas sofrem o teu incontrolável temperamento.
Me julgam como se fosse uma qualquer, porque sou motorista. “Para ti tudo é bom no caminho da evolução!” Dizendo assim me fixou e eu me senti já na minha casa.
 
Tia Neiva, UESB, maio de 1960.

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