sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O Mendigo Renitente


Narrou-nos Chico que um dia foi procurado por um médico, seu particular amigo de muitos anos, espírita militante e colaborador em suas obras psicografadas.
  
Ele queria saber o que fazer com um velho mendigo, que insistia em dormir no alpendre de sua casa. Não estava preocupado em tê-lo como hóspede em tão precário lugar, mas, sim, com a má acomodação e a friagem da noite. Já o havia alertado de que se permanecesse ali acabaria por ficar doente.
  
Contudo, vendo que seus avisos eram ignorados, dedicou-se a arrumar um lugar onde o mendigo pudesse pernoitar. Depois de conseguir um quartinho na vizinhança, levou-o para lá.
  
Qual não fora sua surpresa ao dar com ele em sua varanda no dia seguinte !
  
Pensando que talvez não tivesse gostado do lugar, procurou um albergue que o tratasse melhor. De nada adiantara. O velho voltou a passar as noites no seu alpendre.
  
O médium então falou-nos:
  
— O que o médico amigo não sabia era que aquele espírito carregava consigo um grande complexo de culpa. Passei então a narrar-lhe as cenas que os amigos espirituais me haviam mostrado:
  
Aquele mendigo, doutor, na existência anterior havia sido um cruel fazendeiro que expulsara impiedosamente muitas famílias de suas terras, deixando-as ao relento, sem rumo...

Depois que desencarnou, a partir daquelas lembranças formara-se o complexo de culpa. E o sofrimento perdura até os dias atuais, não permitindo que ele permaneça alojado em lugar nenhum.
  
Chico concluiu:
  
— Então eu disse ao amigo: Não adianta tentar melhorar sua situação, deixe-o dormir no seu alpendre. Mais uns dias e ele procurará outro lugar para deitar-se ao relento. Essa situação perdurará até que o complexo de culpa deixe de atormentá-lo.
  
Em nossas cogitações, vem-nos à mente a lição: para exercer a caridade é necessário usarmos do bom senso e não insistirmos quando o necessitado se nega a receber o benefício. Sempre haverá uma razão que justifique situações como a que nos foi narrada.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Tia Neiva - Trajetória


Das Planíces às Cortes Imperiais, à Casa Grande do Amanhecer
Espírito Espartano, tua trajetória rica de vivências e emoções. Trilhastes os diversos caminhos, na preparação de tua missão maior: a evolução do homem. No esplendor das cortes, convivestes com faraós, reis e imperadores. Ricas vestes, jóias cobriam o teu corpo. Vivestes o fausto. Sorrisos adornavam o teu rosto; lágrimas o ensombreciam. Vivas. Vivas as experiências do espírito para a missão sublime. Todavia, nesse turbilhão rico de emoções, seguias impávida, decidida em tua caminhada, iluminada, resplandecente: eras um Jaguar.

Neffertite, Pitya, Cleópatra... personalidades, mas, sobretudo, energias somadas – heranças. A direção para um objetivo, os passos guiados, iluminados na luz do amor de Nosso Senhor Jesus Cristo. Era o transcendental prevalecendo, era o cumprimento de tuas metas, a orientar os teus movimentos nas diversas encarnações. Anos e anos se passaram, e encontramos Natacha. Natacha da Casa Grande, Natacha do Angical. Angical humilde, de dor, lágrimas e sangue. Mas, também, Angical de amor, luz sabedoria. Angical de Pai Zé Pedro, Pai João e Matildes, e do sempre presente Seta Branca. E Neffertite, Pitya, Cleópatra, Natacha, seguia sua jornada de luz, naquela vida simples, tão diferente da das cortes, com os Enoques a te orientar.

Nos teus anseios da alma, ouvia os sábios conselhos de Pai João e Pai Zé Pedro: “Natacha. Natacha. A caminhada é longa, de dor e sofrimento... Mas, é uma caminhada de luz, realizações e amor. Estás preparada, Natacha. Pai Seta Branca te guiará e orientará”. E Natacha, sentada próximo à cachoeira do jaguar, solitária nas suas meditações, recebia as mais puras energias para o revigoramento de seu plexo. Mais uma etapa se cumpre nas vidas desses espíritos espartano a atravessar continentes.

Hoje, unificação praticamente concluída, Neffertite, Pitya, Cleópatra, Natacha, Neiva da Casa Grande do Amanhecer. Vida simples, de lágrimas, alegrias e amor. Vives intensamente o teu amor – o Doutrinador, teu filho. Filho de tua alegria, filho de tuas entranhas. E a raiz se expande forte na Doutrina Crística, Koatay 108, brado de luz ecoa por todo este universo – o Adjunto, a realização de um objetivo, a aspiração e soerguimento de uma obra.

Unificados nesse amor que emana de tua luz, reunimos nossas forças, forças do povo que por Deus nos foi confiado, rogando aos Ministros Yucatã, Ypuena, Tapurê e Cayrã, que derramem sobre tua cabeça as luzes e os mantras, elevando Koatay 108 aos píncaros do poder universal. Natacha. Natacha. As jóias que hoje cobrem teu corpo são as pérolas dos Anjos e dos Santos Espíritos. São as luzes, Natacha. Luzes que são frutos do teu amor, de tuas lágrimas.

Natacha: sempre fostes grande na tua simplicidade e hoje és maior do que nunca. És Koatay por todo este Universo. És Nossa Mãe...

Salve Deus!

Se os créditos não estiverem correctos as minhas desculpas

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Plexo e Charme


Meu filho Jaguar,
Salve Deus!
Há um desagregar de forças, cuja força pode ser boa ou não dependendo do pensamento, dependendo da conduta doutrinária.
O Homem pode fazer o que quiser (eis o perigo), na força absoluta que cura é que, também pode prejudicar. Por exemplo, no Homem que tem força mediúnica e que muita coisa não deve saber: Duas pessoas que lhe vibram, pessoas a “ele” entrelaçadas por determinações cármicas. Essas pessoas ficam entregues aos seus destinos e ele, a vítima, é atingido, virando a arma (sua própria força) contra si mesmo.
Todo o trabalho do Homem parte de sua mediunidade e surge do seu Sol Interior. Consciente ou inconsciente, parte do seu Sol Interior. Todos nós temos um Sol Interior. Por exemplo: se a minha Conduta Doutrinária é uma conduta respeitável e tenho bons pensamentos, eu fico na presença das pessoas e elas vão relaxando. Depois de tirar todas as tensões, eu começo a desagregar o meu plexo!... Vou levando, também, pelo meu relaxamento ou sabe Deus como, pois não sei explicar muito os meus fenômenos. Sei apenas alguns truques para fazer esta desarmonia.
E vou me desarmonizando... Penso nas coisas que aquelas pessoas à minha frente gostariam de possuir... Ligeiras preces (preces do pensamento, não canto), até que eu sinto que as moléculas do meu plexo se deformaram. E como sabemos que “elas” se deformam? Sabemos porque sentimos vontade de sair dali... ligeiros cansaços... As pessoas vão melhorando... É ligeiro, menos de meia hora. Este é o instante em que podemos dizer: ESTOU EM HARMONIA COM O MEU PLEXO, POIS SINTO QUE ESTÁ HAVENDO DEFORMAÇÃO, ESTOU PARA O BEM.
Quantas pessoas estão harmonizadas em suas vidas profanas, seus plexos não se deformam e vem o perigo de desencarnarem e serem enterradas com o micro-plexo preso ao plexo físico! Quando o Homem desencarna e é enterrado nestas condições, fica o espírito inconsciente, ali mesmo pelo cemitério, até que a benção de Deus... Salve Deus!
Meu filho Jaguar, o charme é a Presença Divina Na Terra.
O charme não volta, ou seja, as energias que compõem a sua formação, não têm retorno ao seu ponto de partida ou à sua origem.
O charme protege o Homem demais, é a força que sustenta o corpo, se espalha no corpo físico (é subcutâneo), logo depois da primeira pele. Quando desencarnamos, sai do corpo físico, igual a uma “fumacinha”, em forma espiral e fica próxima do mortinho. Após o seu enterro fica ali pelo cemitério.
Quando conseguimos “subir sem dívidas”, quando manipulamos todo este charme, ele é, então, levado pelos Mentores para a cura daqueles que mais necessitam. Quando eu desembarcar, alguém, passando por onde eu passei, poderá receber a cura, uma graça. Nos planos espirituais dirão: É compreensível, ela passou por ali e manipulou todo o seu charme.
O corpo físico é ornamentado pela Herança Transcendental, o mesmo que charme. Quando fazemos as consagrações estamos justamente buscando as nossas heranças.
Meu filho Jaguar, antes de prosseguir nos assuntos reservados para esta carta, quero lembrar-lhes que nem toda força que desagrega é tudo de bom, como no exemplo do plexo. Existem em nós forças em pontos vitais que quando desagregam é tudo de mal. Lembre-se do interoceptível e das forças incríveis que desagregam quando nos desequilibramos. Não preciso explicar. É tudo de mal.
Meu filho, como Espíritos Encarnados, somos:
Corpo Físico, Alma e Perispírito. Em Função de cada uma dessas constituições existe Um Plexo, assim distribuídos:
Corpo físico, plexo físico: O corpo físico é composto por partículas atômicas... Um grupo de átomos constitui a molécula e as moléculas reunidas formam o corpo. O plexo físico, ou plexo nervoso ou plexo vital, é um universo em miniatura, condensado em células vivas. É o plexo mais dinâmico das nossas emoções que governa os nossos desejos, é o mais coerente com a vida na Terra: nascimento, vida e morte. Este plexo tem por obrigação emitir vitalidade aos outros dois, que são o micro e macro-plexos, que falaremos a seguir.
Observamos, então, à luz desse conhecimento, que é o plexo físico a base principal de recepção e emissão das energias dos diversos planos e é o plexo responsável pela redistribuição dessas mesmas forças ao micro a ao macro-plexos.
Alma. o micro-plexo: a alma, o pequeno corpo, é posicionada em nosso corpo físico entre a cintura e a nuca. É a alma o corpo sanguíneo do Espírito... Se revela pelos nossos pensamentos, é quem recebe e emite as vibrações. É a alma a sede dos sentimentos, este Eu, o núcleo central das decisões. É na alma onde vive a minha individualidade transcendental, a emitir a minha personalidade transitória...
O perispírito, o macro-plexo: Perispírito... essa forma é Deus, é energia luminosa de ação e reação... é o invólucro do corpo, uma forma inorgânica sensível, sua espécie é dolorosa, e é o perispírito que projeta a nossa roupagem, ou nossa indumentária, ou seja, pelo pensamento.... por um conjunto de atrações provocadas e convergidas pela mente... pelo pensamento... emitem impulsos aos perispírito que molda, cria a sua roupagem, ou sua indumentária, mesmo no caso do espírito sofredor, que tem o perispírito apagado. Tanto no invólucro terrestre quanto no invólucro astral, temos a saber que o perispírito é o mais importante, o mais poderoso, não é tocado pelos nossos desejos, está sempre presente e não se inflama. É o mais significativo em razão de suas células. É o perispírito que emite a alma. É independente dela, se movimenta, atrai, comunica.
É o perispírito que retém, guarda conserva a modalidade adquirida durante a nossa vida na terra. O perispírito é a sede da evolução, ou seja, no perispírito fica o Registro Da Evolução Do Espírito.
Meu filho Jaguar, analisemos, agora, com mais profundidade o plexo físico, o micro-plexo e o macro-plexo como se fossem três formas de vidas diferentes e separadas. Porém, não devemos nos esquecer que os três estão em um, pegando como exemplo o átomo, que é formado pelo ânion, cátion e neutrom. Quando atinjo um objeto, não atingi o ânion ou cátion ou o nêutron, separadamente, mas, sim, o átomo. Impossível separá-lo.
O ectolítero fica entre os três plexos.
É o Sol Interior que emite para os plexos - corpo físico (plexo físico), alma (micro-plexo) e perispírito (macro-plexo).
Falamos aqui no espírito na sua condição de encarnado.
O espírito humano, ou o espírito em sua condição de encarnado, é simplesmente um espírito revestido por um corpo físico, com sua força subdividida pelo plexo físico e micro-plexo, e que, ao desencarnar, simplesmente se liberta do corpo, seguindo o curso natural de sua evolução.
Quando o espírito desencarna, fica o plexo físico, e vão o micro-plexo e o macro-plexo, que vão se apurando... Apurando, até que o espírito se torna divino e conquista o terceiro plexo: PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO - SANTÍSSIMA TRINDADE ou CHAVE DO VERBO DIVINO. Falamos aqui no Espírito fora da matéria, em sua vida além física, Salve Deus!
Com Carinho,
A Mãe em Cristo Jesus,

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Mensagem do Ministro Ypuena 13/01/2012


MENSAGEM DO MINISTRO YPUENA


Meus filhos, nós somos uma família! Portanto, devemos permanecer unidos em torno do vosso Adjunto em Cristo Jesus! E, para mostrar que a família unida é uma força, é uma corrente, peço a vós outros que dêem as mãos uns aos outros! Que as vossas mãos estejam ocupadas pelas mãos dos seus irmãos! É assim filho! É isto que o Pai Seta Branca ensina a nós outros lá em cima! Nos mundos encantados dos Himalaias! Nós, Ministros, Pretos Velhos, Pretas Velhas, Cavaleiros, Caboclos, Guias Missionárias, Princesas, nos reunimos como uma família e nos damos as mãos, como agora vós outros os fazem. Graças a Deus! Podem desfazer a corrente! Podem sentar filhos! Quarta-feira, isso no calendário de vós outros, um doutrinador consagrado Arcano pelo Nestor, se aproximou de mim e disse:

- Ministro, vou entregar as armas! Não agüento mais! Eu desisto! E começou a chorar. A vibração de sua angústia era tão grande que de imediato Pai João se fez presente. Sorriu para mim e segurou na mão do Arcano e disse: - Filho faça a emissão!

Após a emissão feita pelo arcano, cheia de intervalos pelo choro e soluços, Pai João continuou:

- Doutrinador, o que vós precisa mesmo é desistir de reclamar da sua casa, da sua mulher, dos seus filhos! Porque se você olhar pertinho de você, tem muitos que não tem casa, não tem mulher e nem filhos!. Desistir de reclamar que tomou chuva na escalada, porque a chuva na Estrela Candente é muito mais pura do que água fria no lombo! Desistir de reclamar das reuniões do seu Adjunto e ser mais participativo dentro do templo! Reclame menos filho e trabalhe mais! Desistir de impor a sua hierarquia nas filas magnéticas porque o que a hierarquia lhe permite, a conduta doutrinária lhe restringe, e não me pergunte de onde vem as tuas dores, porque as respostas estão dentro de você!

Levantou-se Pai João, voltou-se a sorrir e saiu.

Filhos vou completar com a permissão de vós outros:

Quando vocês vieram para o Templo Mãe, não vieram com o certificado de propriedade de Pai Seta Branca! Se aqui não está bom, vão embora! Ou então peguem as suas armas, trabalhem para que não fiquem algemados em correntes negativas, estaqueados no misticismo, na arrogância, na prepotência, porque sois filhos do Pai Seta Branca e somos uma só família!

Lá fora, haverá mudanças consideráveis. Aqui dentro, haverá mudanças necessárias!

Lá fora, dores, aqui dentro, trabalho! Portanto não há o que escolher em estar lá fora ou aqui dentro, mas, quando entrares aqui dentro, deixe lá fora as tuas graduações, os teus títulos, os teus bens, a vaidade e procure receber das mãos do Pai Seta Branca a sua mediunidade, esta força, esta luz, este instante iniciático!

Não preocupais com o misticismo, mas ficais atentos ao fanatismo, que não vos leva a lugar nenhum!

O Jaguar do terceiro milênio é uma estrada, a nova estrada! A velha, Roma, Esparta, Delfos, ficou para trás! Deixai que o Pai Seta Branca conduza todos nós aos nossos mundos espirituais quando chegar a hora!

Nós não estamos em guerra dentro da casa do Pai! Porque disputas? O Mestre Jesus ensinou a todos que amar é o único caminho que nos leva às nossas origens!

Eu vos aguardo, a cada um dos meus filhos, porque somos todos! Todos os filhos Ypuena, sem exceção de nenhum, somos capelinos em Cristo Jesus! Salve Deus!

Lacerda, peça aos meus filhos Aparás que se levantem e incorporem os Caboclos!

(depois das incorporações, volta a falar o Ministro): Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Meus filhos Aparás, vós sois dentro da casa do Pai a cura desobsessiva dos cegos, dos mudos, dos incompreendidos. Benditos sois vós na casa do Simiromba de Deus!

Lacerda, preciso levar estas forças dos Caboclos, aos hospitais, aos leitos de dores, aos presídios, aos manicômios, ao menino e à menina órfãos de pai e mãe vivos. Preciso levar estas forças aos nossos irmãos dos templos externos, para que cheguem a eles o que está acontecendo dentro da Mansão Ypuena: A cura física e espiritual!

E, neste instante, Koatay 108, Agla, em Cristo Jesus, movimenta-se no meio de vós outros! Salve Deus!

Vamos aproveitar Lacerda, esta força, esta luz! Faça uma contagem com o meu aparelho ainda incorporado!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Almas Gemeas (conclusão)


Atenção, meus filhos!Temos visto muitos “gregorinhos” e “gregorinhas” por ai sempre contando novidades, maior parte é mentira! Espalhando o ódio e a desconfiança entre esposa e marido, desfazendo lares, gerando desequilíbrios. Isso é muito perigoso. Quantos ao chegarem no dia de prestar contas vão verificar que com suas línguas, cortaram o carma de outras pessoas e não poderão por a culpa em ninguém, senão em si próprios, no seu coração ainda em evolução... A sinhazinha, enlouquecida pelo ódio e pelo ciúme por tudo que ouvira de Gregório, tramou em segredo a destruição de Rosa Maria e do menino. Aproveitando-se do ódio que o malvado feitor nutria por ter sido despedido pelo sinhozinho, conseguiu induzi-lo a realizar seu plano. Um dia, quando o sinhozinho teve que ir ao palácio ver o Imperador, o feitor raptou Rosa Maria e o filho, levando-os para um local ermo, e ali os executou ocultando os corpos. Ninguém vira essa ação criminosa, de modo que quando o sinhozinho voltou e foi correndo ao seu ninho de amor, não encontrou sua amada nem o filho, nem qualquer orientação sobre o destino daqueles dois seres tão queridos. Também pelas redondezas, ninguém sabia informar o que teria acontecido. Desesperado, continuou buscando-os por muito tempo, sem descobrir o que houvera. Mesmo mergulhado na dor e na aflição a, bondade daquele Jaguar superou suas forças. Continuou a ser bom e caridoso e testado por Deus, que quis saber até onde ia sua paciência, superou todo o seu desespero e completou sua missão na Terra, com aquela força bendita que o amor lhe dera. Sua jornada ainda continuou muitos anos. Na solidão, chorava a ausência de sua amada. Muitas noites quando mergulhava em seus pensamentos, vinha-lhe a certeza de que sua esposa tinha muito o que ver com aquele desaparecimento misterioso. Também não sentia ódio ou desejo de vingança. Lembrava-se de que Rosa Maria sempre lhe dizia que chegaria um dia em que morreriam e poderiam ficar juntos para sempre, no céu. Mas, se ele fizesse alguma maldade, não seria possível o encontro, pois Deus não permitiria que gente ruim entrasse no céu. Ele lembrava dos olhos de Rosa Maria. Quando falava, essas coisas ficavam brilhando como estrelas, como se tivesse certeza do que falava como se o amor deles só pudesse atingir toda a plenitude depois que tivesse deixado essa vida. E porque a amava, tinha confiança nela e achava que o único meio de tornar a encontrá-la, seria manter-se acima do mal. Mas a dor da ausência de Rosa Maria tornara-o triste e a vida era quase que mecânica. Seu coração sangrava de saudade. Tornou-se espiritualista. Continuou acompanhando sua esposa sem demonstrar sua desconfiança, mas a vida já não tinha mais prazer. Só existia para ele a lembrança daquele amor. Muitas coisas enfrentou até o dia de sua morte. Contou diversas passagens, e me admirei com a fibra daquele Jaguar. Era uma época terrível, aquela. Muitos espíritos havia encarnados na Terra na missão de evangelizar. Alguns mesmos vinham preparados para domar como se fossem animais, aqueles espíritos de imperadores, centuriões; vestindo roupagens de Pretos Velhos escravos. Aquele Jaguar havia sido diferente. Morreu purificado pelo amor, por suas boas ações e sua câmara mortuária foi perfumada pelos Pretos Velhos, a quem vivia pedindo perdão pelos males causados outrora. Pouco antes de morrer, soube de toda a trama da esposa, o triste fim que tinham tido seus amados. Mandou chamar Gregório e fez com que ele visse o punhal que atravessou em seu coração. Mesmo assim, perdoou-lhe e ainda arranjou meios de ajudar ao velho que tanto mal lhe causara. Há muitas passagens lindas nessa história. Houve até o caso de uma aparição de Jesus, ao sofrido Jaguar. Um dia contarei! Quando desencarnou, Rosa Maria veio recebê-lo. É muito grande a felicidade do reencontro de duas almas gêmeas, preparado pelos mentores. Pensavam que havia chegado o momento de seguirem a linda caminhada para a origem. Mas ainda não era a hora. Havia permanecido aquele espírito cobrador, do filho deles, que o ciúme da sinhazinha não deixara realizar a missão do reajuste. Era preciso reparar o destino daquela criança, que por culpa deles havia nascido em tão tristes circunstâncias. Era responsabilidade do Jaguar, que devia ter tomado as providências para evitar aquela gestação, que o respeito impunha, pois não haveria condições para criar um filho. Com isso, ele criara uma responsabilidade a mais e teria que voltar a Terra para cumprir sua última missão. Após o feliz encontro, Rosa Maria ficou triste sabendo que ainda teriam que esperar a conclusão dessa missão para poderem ir para a origem. Preocupava-se com seu amado, incerta sobre as condições dele para enfrentar mais uma prova. Ele fora um tirano, mas o amor mudara completamente seu espírito por saber amar. Mas fora a presença de Rosa Maria que o havia despertado para o amor. Agora que ela não viria para a Terra, como agiria ele? Tudo foi preparado no espaço e quando chegou o momento, o Jaguar despediu-se de Rosa Maria e, triste pela separação se encaminhou para o sono cultural. Quando o espírito vai reencarnar, meus filhos é uma tristeza maior do que a da morte aqui na Terra. Ele vai partir para uma missão da qual tem consciência, sabe da responsabilidade e, corajosamente se entrega ao sono cultural, que vai apagar de sua consciência toda a memória transcendental, preparando-o para ser colocado no feto e nascer na Terra. O velho Jaguar, o velho senhor de escravos, parte em busca de seu filho, o lindo menino louro de olhos azuis. Mas Deus não diz para você que será tudo “bonitinho” nem os mentores resolvem que será tudo fácil. Não! Ele por exemplo, iria voltar a Terra e desposar uma mulher que seria aquele mesmo espírito, da sinhazinha – má a ponto de mandar matar uma criança – e em meio a muitas provações e dificuldades, deveria salvar seu filho, espírito que até aquele instante não perdoara a ele nem Rosa Maria. Na Terra o inicio foi relativamente fácil. Casou-se (com aquela que havia sido a sinhazinha) e teve alguns filhos. Mas, esquecido dos planos do espaço pelo efeito do sono cultural, não entendia o vazio que sentia. Faltava alguma coisa que não identificava, para sua vida faze-lo feliz, realizado. Perguntava a si mesmo porque aquela paixão pelas pessoas, pelas coisas, aquela insatisfação permanente. E o desespero começava a tomar conta de seus pensamentos, nas horas em que estava sozinho. Foi quando nasceu um novo filho um menino debilitado, com um aleijão na perna e que mais tarde quando começou a falar tinha dificuldades em se expressar um pouco mais moreno do que os demais irmãos e, que o fez sentir algo estranho. Quando pegava o menino no colo, sentia um arrepio, uma sensação que não identificava, mas, sabia ser de repulsão àquela criança. A mãe do menino também demonstrava total intolerância, e até mesmo desprezo pelo pequenino. Vendo essa reação de ambos, o Jaguar superou tudo e passou a amar mais àquele filho do que aos demais. Também a criança ficou num grande agarramento com o pai. Em seus sonhos o Jaguar se encontrava com uma moça muito bonita – Rosa Maria – que lhe falava na força do amor, e pedia que ele sempre tivesse esperança em seu coração. Sempre protegendo a criança do ódio da mãe e do desprezo dos irmãos, o Jaguar prosseguiu em sua missão. Ficou seriamente doente e o filho mais novo não se separava dele. Ficava ali atento ao que fosse preciso, dando-lhe água, remédio, preso pelos laços de uma profunda afeição. Uma noite profundamente enfraquecido, estado em que se fica mais próximo da espiritualidade, foi levado por aquela mulher de seus sonhos, até uma casa onde havia uma criança. Esta estava muito mal, já para morrer. Os pais ali perto choravam a morte do filho, já não tendo mais a fazer. A criança com os olhos fechados parecia estar sofrendo muito. O espírito do Jaguar ficou preso àquele quadro e se aproximou da criança que abrindo os olhos percebeu a imagem do Jaguar e exclamou: “Papai”. Os pais se alvoroçaram, e o pai abraçou a criança certo de sua melhora, pois ouvira o chamado. Mas o espírito do Jaguar percebeu emocionado quem era a criança, quando vira aqueles olhinhos azuis e sabia a quem ela chamara de Pai. Sim, aquele era o seu filho, a quem buscava para resgatar suas dívidas do passado. Mas, teve que retornar ao corpo e sua memória apagou-se quase totalmente. Ficou uma lembrança do menino, mas, em sua fraqueza não sabia separar bem os fatos. Seu estado piorou e começou a delirar, falando de um menino louro de olhos azuis, que era seu filho que ele tinha que encontrar. Suas palavras não eram entendidas pela mulher e pelos filhos, que achavam ser tudo fruto de sua delicada situação de saúde. Finalmente o mal começou a ser debelado, e ele teve a fase de recuperação, povoada pela lembrança daquela criança. Irritado por não ser entendido pelos outros, criara em sua cabeça a necessidade de encontrar aquele menino, que ele sabia existir em algum lugar. Já recuperado começou a andar pela cidade. Assim fazia um exercício e atendia à sua ânsia de descobrir a criança. Andava certa vez pela beira do cais, quando o choro de uma criança chegou até ele. Curioso aproximou-se de uma pobre casa de onde parecia vir aquele choro convulsivo. Um vizinho estava por ali e ele perguntou o que fazia aquela criança chorar tanto. -É uma triste história – disse o vizinho – O pai desse menino trabalhava naquele navio ali e saiu com a esposa para dar um passeio de barco. O barco virou e os dois morreram. Restou o filho que está aí com esses parentes, mas, desde então chora como se nada o pudesse fazer calar... Bateu à porta do casebre e uma pobre mulher o atendeu. Pediu para conhecer o pequeno órfão e entrou, aquele menino por quem tanto buscava por quem seu coração ansiava loucamente, chorando. Aquela linda criança loura com os olhos azuis... Emocionado, pediu àquela gente que o deixasse levar o menino, para cuidar dele. Foi atendido prontamente, pois os parentes estavam loucos para se verem livres daquele choro angustiado, e seria menos uma boca para alimentar. Chegou feliz a sua casa. No trajeto para lá a criança se calara e aconchegara-se a ele como se estivesse acostumada com o seu colo. Sentindo-o em seus braços, o velho Jaguar sentia que amava muito aquele pequeno ser. Um amor muito maior do que o que nutria por qualquer de seus filhos. Até pelo mais novo. Começou uma nova fase de complicações. Os laços de amizade tão profundos entre o Jaguar e aquela criança abandonada, haviam despertado a inveja e o ciúme da família. A hostilidade da esposa – que na outra encarnação mandara executar o menino – era para com os dois. O tempo foi passando, e cada vez mais estreita era a amizade entre o Jaguar e o menino. Mas o grau de maldade da esposa era tanto, um espírito que não se abria para o amor, e assim não evoluía e esperava uma oportunidade para se vingar daquela criança. E quando o esposo precisou ausentar-se um pouco mais demoradamente de casa, pegou o menino e o colocou para fora de casa. A pobre criança já com sete anos, não pode fazer nada senão afastar-se triste daquela casa, onde estava alguém que lhe era muito caro. Retornando e não encontrando o menino, o Jaguar forçou a esposa a dizer o que havia feito. Ela confessou que havia mandado embora aquele estranho e não permitiria que voltasse. Ele saiu em busca do menino e teve um palpite que poderia encontrá-lo onde o fora buscar – na beira do cais. Correu para lá e viu o garoto sentado, olhando o mar com o queixo apoiado na mão, como se aguardasse alguém. Alegre pelo encontro chamou o menino. Este assustou-se com o chamado e levantou rápido de onde estava virando-se para ver seu querido benfeitor. Mas, agitando os braços perdeu o equilíbrio e caiu do cais, naquele local cheio de pedras, madeirame e ferros batidos pelas ondas do mar. Desesperado, o velho Jaguar correu e pulou na água. Diversas pessoas que estavam por ali tentaram ajudar, mas, o destino havia marcado aquele desenlace. Morreram ali, pai e o filho, tragados pelo mar. Esse é o destino do homem meus filhos!.Muitas vezes temos uma tristeza muito grande sem saber por quê. Muitas vezes o homem se casa e tem por obrigação honrar aquele casamento, os filhos que dele nascem, mas, em seu íntimo não esta feliz. Porém, existe uma responsabilidade maior; o destino cármico. Ninguém pode ser feliz, feliz mesmo se não terminar sua missão, se não libertar seus cobradores.Imaginem que aquele filho mais novo, moreno, do casal, era o espírito do velho Gregório, que apesar de seus defeitos físicos, amou muito aquele a quem tanto mal fizera e por ele foi amado. Foi àquela mulher que tanta maldade fizera que o recebeu no ventre e pela benção de Deus, o criou com cuidados, mas sem amor. Mas Gregório conseguiu resgatar suas faltas, pelo amor daquele a quem tanto fizera sofrer. E no desenlace da história, quando o homem e o menino desencarnaram no mar, seus espíritos se encontraram com Rosa Maria e juntos, felizes foram para sua origem. E a sinhazinha que voltara agora como uma simples dona de casa, não evoluiu, não aproveitou a chance que lhe foi dada, e nada fez de bom. Então, seu sofrimento será grande. Deverá voltar várias vezes, para subir seus degraus na evolução. Mesmo assim, ela foi objeto da ajuda dos espíritos do Jaguar e de Rosa Maria, que entenderam que tudo que ela havia cometido, servira como degrau para a libertação deles, através da evolução. Na realidade, fora a sinhazinha que preparara a subida dessas almas gêmeas. Por isso, jamais devemos nos queixar de Deus. Ele nos dá tudo, nos proporciona os meios para nossa libertação. O conhecimento, a consciência, é que nos impulsionam no caminho certo. Ele nos dá força antes de chegarmos aqui e, chegamos preparados para cumprir nossa missão. É errado só se desejar coisas boas e reclama-las de Deus. Pelo sofrimento, conseguimos nossa libertação, nossa evolução. Nem Deus, nem nossos mentores, nos seguram para que possamos subir os degraus de nossa jornada. Temos que caminhar por nós mesmos, com nossas próprias pernas. Deus nos dá tudo.. Salve Deus! Com carinho, a Mãe em Cristo-Tia Neiva.

Almas Gemeas - 1


SALVE DEUS! Almas Gêmeas Através de suas faixas cármicas na longa jornada evolutiva, em qualquer situação em que não estiverem juntos, haverá sempre uma imensa saudade que se reflete em cada um dos dois, tornando suas existências incompletas. Podem amar e ter tudo no plano material, mas fica uma sensação de insatisfação, de não estar completa a felicidade que só se realiza quando as duas almas gêmeas se reencontram. E esse reencontro também só se realiza quando ambas estão livres de seus compromissos cármicos, como veremos mais adiante na história que Tia Neiva nos contou. Não temos como penetrar na Mente Divina e perscrutar os misteriosos desígnios do Criador, mas, o mecanismo das Almas Gêmeas é poderoso incentivo ao retorno às origens, ao seio do que é completo a de que um dia os espíritos voltarão à divindade. E é muito linda a jornada das almas gêmeas. Como progridem em missões separadas, na maioria dos casos uma se dedica ao auxílio da outra. Vivem no amor completo e incondicional. Quantas chegam ao último degrau de sua evolução na Terra, mas, como sua outra metade ainda esta a caminho, pedem a graça de poder voltar e ajudar sua alma gêmea. E é um grande sacrifício este, pois este planeta é excessivamente pesado em suas faixas vibratórias e um espírito sofre muito em uma encarnação dessas. Mas parte feliz, com esperança, com dedicação, porque é uma missão de amor. Para se ter um exemplo do encontro das almas gêmeas de seus compromissos, vamos ver a história de um velho Jaguar e Rosa Maria, que Tia Neiva nos contou em uma aula dominical. Salve Deus! Certa vez fui abordada por um espírito calmo, tranqüilo, muito bacana mesmo, desses que você pode ler em sua mente, ver em seu rosto toda dignidade, as coisas boas que porta o homem sem frustração. Honesto, sem essa maneira de querer enganar alguém. Tive a certeza de que era um daqueles espíritos que, conforme a época que estou passando;Amanto, Umahã ou Pai Seta Branca, me enviam para transmitir uma história, uma mensagem. Aquele espírito foi chegando e começou a falar tranquilamente sobre sua vida. -Tia falou, eu sou aquele do sonho...Aquele sonho... Lembrei-me de que já o encontrara antes e me contara muita coisa. Perguntei: -Graças a Deus! Tem mais alguma coisa boa para dar continuidade? -Sim Tia, tenho. Tenho o princípio da história, da minha vida, que vou lhe contar. Eu era um homem perverso um verdadeiro tirano. Sou um Jaguar! Vivi nas planícies e estive por todas as partes da Terra. Só aprendi tirania e violência. Não conhecia o amor. Um dia reencarnei no império como senhor de engenho. Sorri, lembrando-se de vocês meus filhos. Esses seus rostos, cada um revelando um Jaguar, senhor de escravos, senhor de engenho. Fui senhor de escravos, continuou – mas era muito direito em meus negócios e procurava aplicar a justiça a meu modo. Fui muito querido pelo Imperador, chegando mesmo a merecer plena confiança dele. Constantemente estava no palácio – e então citou diversos nomes de políticos, senadores, homens importantes naquela época, com os quais tinha estreitos laços de amizade. -Eu era um homem tão temido que quando chegava em minha fazenda Tia, uma das melhores regiões, com uma bela mansão, os escravos ficavam temerosos de mim. Faziam tudo com medo de mim, da punição que era certa se não agissem conforme minha vontade. Minha família era a mais bonita que havia. Minha esposa era linda e meus dois filhos, um casal, eram verdadeiros príncipes. Enfim Tia, parecia que eu não tinha mais nada para desejar na vida. Bastava que eu falasse uma coisa e todos corriam para me atender. Eu fui esse homem Tia Neiva... Tinha tudo mas a verdade é que não tinha amor por nada. -Esse é o grande mal – comentei. Quando não temos amor no coração filho, a vida se torna seca, difícil. É Tia, eu era honesto com minha família, com minha mulher, com meus negócios. Mas, sentia no íntimo que alguma coisa me faltava. Um dia... Ele parou de falar e em seu olhar havia um brilho diferente, quando continuou com meiguice – Tia, a senhora vive falando sobre as almas gêmeas. Pois um dia esbarrei com minha alma gêmea. Interessante Tia, que nunca notara a presença daquela escrava. Era uma jovem bem clara e naquele dia quando eu me dirigia ao portão da casa, ela vinha com uma cesta de verduras e não me viu. Deu um encontrão em mim e as verduras, se espalharam pelo chão. Ela ficou em pânico... Abaixou-se para catar as verduras chorando e me implorando que não a castigasse. Queria até mesmo beijar meus pés na sua aflição e humildade. Fiquei reparando nela e alguma coisa despertou no meu íntimo. Senti que ela era diferente. Senti meu coração se encher de alegria com a presença dela. Então, peguei sua mão e a ergui, eu mesmo me abaixando e catando as verduras para recolocá-las na cesta. Ela paralisada pelo medo, me olhava com lindos olhos marejados de lágrimas; balbuciava desculpas e pedia que eu não a castigasse. Acabei de encher a cesta e me levantei, encarando aquela linda moça. Trocamos um lindo olhar e acho que consegui transmitir a ela o que eu sentia, de tal forma que ela pareceu se tranqüilizar, acabando por dar um tímido sorriso. Eu é que me desculpei por minha falta de atenção, e fiquei parado vendo aquela figurinha tão querida, sumir entre as plantas do jardim levando sua cesta. Desse momento em diante meus filhos, aquele Jaguar se transformou. Aquele encontro com sua alma gêmea, de que ambos não tinham consciência por estarem encarnados – despertou no coração dele o amor. E o amor transforma as pessoas. Enquanto caminhava para a casa ia pensando no que havia ocorrido. Sentiu profundo desespero pela fama que tinha ao lembrar a aflição de sua querida, o medo de ser castigada por algo tão banal. Aquela maneira humilde de pedir desculpas... Aquele olhar...Sim, decidiu que dali para frente não mais seria aquele tirano. Em casa, à noite, não conseguia dormir. Os dias se seguiram e ele ficou isolado sem falar com ninguém; mal comendo, com o pensamento naquela escrava adorada, cuja presença ele não havia percebido até aquele dia. Não entendia o que estava acontecendo...!? Como podia não ter notado aquela meiga presença? Ansiava por revê-la e ao mesmo tempo temia como pudesse reagir a um novo encontro. Seu comportamento preocupava a todos.Sua mulher achava mesmo que ele estava enfeitiçado, tal era a mudança que se operava nele. E um dia receberam a visita do Imperador. A azáfama da recepção quebrou a rotina da fazenda e até o Jaguar, saiu um pouco de seus pensamentos para receber o ilustre amigo. E na hora de servir o chá, quem se apresentou com a bandeja foi à bela escrava. Quando ela se deparou com o Jaguar começou a tremer tomada de emoção e desequilibrou a bandeja que caiu, despejando tudo sobre a mesa. A sinhazinha com sua percepção sentindo a reação dos dois ao se olharem, ficou furiosa e chamou o feitor para que retirasse imediatamente aquela escrava dali e lhe aplicasse terrível castigo. O Imperador que era muito galante e percebera a escrava encantadora, pediu que nada fizessem com ela. Era um acidente e pronto. Já tinha passado, não devia a moça ser castigada. Também o velho Jaguar interferiu, dizendo ao feitor que não era preciso levá-la. Essa reação mais raiva provocou na sinhazinha, tomada pelo ciúme, já deduzindo que aquela bela jovem tinha algo a ver com a modificação que se passara com o marido. Ordenou ao feitor que a levasse. Logo que o feitor saiu com ela, empurrando-a com brutalidade, o Jaguar foi atrás e mandou que ele a soltasse e que ela fosse para junto das outras escravas na senzala. Era a época dos Nagôs que trabalhavam muito com os espíritos e faziam trabalhos que os outros diziam que eram feitiços. Por isso a sinhazinha achou que finalmente descobrira a causa de tão brusca alteração no comportamento do marido; ele fora enfeitiçado por aquela escrava. Começou a perseguir a moça e o Jaguar percebendo tudo, procurou solucionar a questão. Arrumou um amigo de confiança e pediu que ele fizesse uma compra forjada daquela escrava para que ela pudesse escapar da sinhazinha. E assim foi feito. Comprada à escrava, parecia que tudo voltaria ao normal na fazenda. O próprio Jaguar insistira para que ela fosse vendida, dizendo que já não agüentava ver à sua frente aquela mulher que tanta vergonha os haviam feito passar diante do Imperador... Mas o que não sabiam é que o senhor da fazenda, arranjara um sítio solitário e escondido onde à bela escrava foi se ocultar. E uma vez ali instalada, longe das garras da sinhazinha, aquelas duas almas gêmeas puderam construir um pequeno mundo. Passaram a se encontrar e sempre que possível, o sinhozinho corria a ver a sua amada. O amor das almas gêmeas é uma coisa sublime, muito lindo, pois nunca pode se erguer sobre a ruína dos outros. Para a plena realização torna-se necessário que ambos estejam livres de outros compromissos. Mas o sinhozinho tinha a família e então, era preciso que acontecesse um verdadeiro milagre – como eles mesmos diziam - para que ele pudesse se libertar. A esposa, os filhos ainda pequenos, representavam uma verdadeira barreira para a plena vida daquele amor. O respeito da moça - que se chamava Rosa Maria - pelas responsabilidades do Jaguar, mantinha a harmonia daquele romance sem criar sofrimentos. O tempo passou. Os filhos do sinhozinho já mais crescidos foram estudar em Portugal. E naquele mundo de encantamento das duas almas gêmeas, teve início o último reajuste pelo qual deveriam passar para se libertarem totalmente. Lembrem-se meus filhos, que só retornamos às origens quando nada mais nos resta a resgatar. Vejam o exemplo de Doragana, que viu aquele cobrador a urrar de ódio e submeteu-se a um julgamento para libertá-lo, a fim de que pudesse tranquilamente voltar à origem. Havia uma conta do passado. E para resgatar essa dívida, Rosa Maria concebeu um filho que seria aquele espírito reencarnado para se reajustar com ambos. Mas, o fato de ficar grávida envergonhou tanto a Rosa Maria perante o Jaguar, que ela perdeu o encanto pela vida. Achava que aquilo era uma falta de respeito para com seu amado, gerando uma responsabilidade que ele não tinha condições de assumir. É que encarnados não se lembravam dos compromissos assumidos no espaço. Aquilo tudo havia sido tramado com ele no espaço, sob os desígnios da Lei de Deus, que lhes fornecia aquela oportunidade de resgatarem sua última dívida. Porque as almas gêmeas só se realizam quando nada mais devem, quando não tem mais qualquer obsessor e quando já atravessaram suas faixas cármicas positivas e negativas e podem, assim, retornar juntas às origens. Por que é muito bonito meus filhos, ver o trabalho das almas gêmeas. Uma ajudando a outra evoluir a se libertar. Quantas já não precisavam mais retornar a Terra, mas como estão mais evoluídas que a sua alma gêmea, reencarnam e sofrem para ajudar aquela a subir o degrau. Sempre com dedicação, com amor. Uma beleza. Mas, sem consciência de suas tramas no espaço, Rosa Maria com a situação, até dar à luz uma bela criança; um menino clarinho, louro, com lindos olhos azuis. O nascimento do menino modificou a sintonia do casal. Rosa Maria passou a viver mais feliz e ambos se dedicavam com grande amor àquela criança. Aquele amor ia resgatando a dívida com aquele espírito. O menino crescia e o sinhozinho estava totalmente modificado. Pela realização de seu amor, pela sintonia com Rosa Maria, pelo tesouro que o menino representava em suas vidas, ele se transformara em um homem bondoso e amável. Tão bom que todos que o conheceram antes se admiravam. Havia mandado embora de sua fazenda o malvado feitor, aquele homem feroz que castigava e surrava os escravos e, tudo era administrado com amor. Isso é que eu gosto de mostrar a vocês, meus filhos. O amor é uma força poderosa, bendita, que não deixa que se possa fazer mal aos outros ou ferir alguém. Quando se ama, mas se ama realmente; a gente ama todo o mundo. É filhos, o mundo inteiro agente ama. Não sei quantos de vocês já puderam sentir isso, ter a oportunidade de viver um amor assim, um amor de respeito, um amor que a gente respeita; que a gente sente realmente estar muito acima dessas baixezas... Duas pessoas que sentem um amor verdadeiro sabem se entender à distância, se falam no silêncio, se harmonizam a cada momento de suas vidas. Este é o amor das almas gêmeas. Muitos me falam que encontraram sua alma gêmea. Eu concordo, pois não quero causar tristeza. Mas o amor das almas gêmeas transforma as pessoas. Elas ficam boas, não pensam em fazer o mal à sua família, não pensam em fazer mal aos outros, não desrespeitam a família. A primeira coisa que fazem é passar a amar também os outros, principalmente os filhos, mesmo que sejam frutos de ligações com outras pessoas. Acho lindo o amor das almas gêmeas no espaço. Têm a mesma paixão, a mesma vida como temos aqui. Muitas tiveram filhos na Terra e os buscaram para, reunidos, viverem juntos em suas mansões do espaço. São tão felizes e se realizam tanto com seu amor, que buscam levar a felicidade aos outros. Com essa intenção, protegidos pela vibração desse amor tão puro, penetram naqueles pântanos sombrios, arrebatando das trevas muitos espíritos que por ali se debatem. Vejam o exemplo desse velho Jaguar: Era um tirano – e ele me mostrou muita das barbaridades que havia cometido - e temido por todos. Um dia – um simples olhar modificou tudo. Pelo esclarecimento dos dois tudo se transformou, e ele se tornou tão bom que até mesmo no palácio do Imperador, se comentava o milagre de sua modificação. A felicidade do encontro das almas gêmeas aqui na Terra, reside no fato de não terem compromissos com outras pessoas. Elas se encontram, se amam verdadeiramente, mas não podem desfazer os laços cármicos, seus laços transcendentais. Apenas porque se encontram, porque se amam não podem abandonar seus lares. E isso é o que havia acontecido com aqueles dois; tinham vindo apenas para resgatar aquela dívida, libertar aquele espírito que estava encarnado como o filho dos dois. Mas a Lei de Causa e Efeito sempre está em vigor. E um velho chamado Gregório, que muito havia sofrido naquela fazenda a mando do sinhozinho, soube da existência daquela criança e descobriu toda a situação. Impulsionado pelo desejo de vingança, correu a contar tudo para a sinhazinha. Não poupou detalhes malvados e aumentou muito as coisas, para fazer sofrer o mais que pudesse aqueles que o tinham castigado um dia.