A
visão do planeta Capela foi a abertura de um curso interplanetário,
paralelo à missão da Clarividente Neiva. Desde então, ela foi
aperfeiçoando sua carreira sideral, vivendo simultaneamente em três
planos vibracionais: na matéria densa, no mundo etérico e no plano
espiritual.
Na
concentração física, na sua personalidade, ela tem sido submetida
a todas as provas da sua faixa cármica, vivendo a vida de relação
com intensidade. No plano intermediário, na física etérica, ela
foi aperfeiçoando seu contacto com a matriz da Terra, o planeta-mãe,
também conhecido pelo nome de Capela. No plano mais alto, o plano
espiritual, ela se submeteu aos rigores da missão crística, com
todos os percalços do Caminho da Cruz, do Evangelho e das lições
que recebe dos Grandes Mestres.
A vida é contínua
e a lei que rege seu todo é uma lei única, que costumamos chamar de
Deus. Porém, para cada manifestação, para cada plano existencial,
a lei se manifesta de acordo com Ele. Passamos, então, a falar em
termos de “leis”. Existem, portanto, as leis que regem as várias
gradações do plano físico, as que regem o plano etérico, as que
regem o plano astral e as que regem planos desconhecidos, fora do
nosso alcance.
No
ser humano normal, a maior porção da consciência se concentra no
plano físico, na vida de relação com o ambiente. Sua consciência
dos outros planos é parcial e esporádica. Mediante exercícios,
práticas iniciáticas e infinitas situações anormais do plano
físico, o ser humano muda o foco de sua consciência, seu estado
consciencional.
Sempre
que isso acontece, ele fica submetido, parcialmente, às leis do
plano em que se concentra. Um bom exemplo dessa situação nos é
mostrado pela vida monástica. O indivíduo se retira da vida de
relação normal, submete seu organismo e sua alma aos rigores das
leis que regem seu espírito. O descumprimento das leis que regem o
plano físico produz atrofias e deficits que o afastam das
relações normais com os outros seres. É impossível, por exemplo,
ser um monge tibetano e, ao mesmo tempo, um atleta ou um bom
comerciante. Nunca, porém, é conseguida uma vivência perfeita em
tal situação.
Os
reclamos das leis produzem efeitos dolorosos. O ser humano, nesta
situação, procura, então, minimizar as dores, através de
artifícios que lhe permitam manter-se nessa anormalidade, como um
pássaro em voo. Um dos artifícios mais comuns é a organização em
grupo. Para que uns poucos possam se manter em “voo espiritual”,
outros executam as tarefas de relação. A isso não escapam nem os
anacoretas das mais rigorosas iniciações. As lendas nos dizem que,
em atitudes extremadas, certos místicos da Índia são sustentados
por animais, que lhes levam o parco alimento.
O
único ser humano que escapa, com maior perfeição, dessa situação,
é o clarividente. Difícil, senão impossível, é saber como se
forma um clarividente e o porquê da sua existência. O fato é que
são seres raros, e aparecem, vez ou outra, na história deste
planeta.
A
palavra “clarividente” – “ver com clareza” – confunde-se
com a palavra “vidente”- “ver o que não existe”.
Confunde-se, também, com “vidência ampliada”. O termo, como se
vê, não faz jus às qualidades do clarividente. Mas não se cunhou,
ainda, um termo mais apropriado.
O
que distingue um clarividente dos seres humanos comuns é o que
poderíamos chamar de “consciência simultânea”, a capacidade de
viver a vida de relação em planos diferentes, sem prejuízo das
leis que regem cada plano, e sua possibilidade de se comunicar, ao
mesmo tempo, pelos meios normais, a cada um desses planos.
No
segundo contacto de Neiva com os Capelinos, que será relatado mais
adiante, ela estava vivendo normalmente no mundo físico, consciente
do solo, do céu, do mundo vegetal e do seu próprio corpo;
psicologicamente, estava consciente da sua subordinação à
instrutora terrena, Mãe Neném, e de suas obrigações com seus
semelhantes; ao mesmo tempo, ela ouvia e via um casal Capelino, e
penetrava na vivência psicológica dele; o terceiro plano, o plano
espiritual, se fazia presente na consciência da sua missão e dos
seus votos crísticos. Tudo ao mesmo tempo!
Essa
complexa vivência resulta, em nosso plano, de várias maneiras: na
manipulação de forças das outras dimensões, ela cura, retifica
situações anormais e livra os seres que a procuram de suas
angústias; do contacto com os outros mundos, ela nos dá as notícias
mais urgentes, de nosso futuro imediato; do aprendizado com os
espíritos superiores, ela nos traz os ensinamentos crísticos e as
profecias.
A
finalidade precípua deste livro é, aproveitando as qualidades da
Clarividente Neiva, divulgar essas notícias e esses ensinamentos.
Essa tarefa, entretanto, seria impossível se não déssemos,
simultaneamente, explicações do mecanismo de contacto, dos seres
envolvidos e as implicações resultantes.
O
ser revelador – a Clarividente – é, ao mesmo tempo, um ser
humano normal. A gente confunde, muitas vezes, sua personalidade com
sua individualidade, e com as coisas que comunica.
Fonte:
Mário Sassi, 2000 – A Conjunção de dois Planos – pág. 17.
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