Uma
estrada construída sem amor é um caminho que se desfaz em agonia e
tristeza, pois sua estrutura foi alicerçada sobre o lado podre da alma, e
o material de sua composição serve apenas ao plano denso, de vontades e
alegorias do ego; é muito pesada e pouco durável.
O
Caminheiro trouxe uma nova vida, uma nova estrada. A aventura do
espírito, a encarnação, passou de uma noite sem lua para dias claros sem
nuvens. Chegam agora os(as) Irmãos(ãs), em Cristo Jesus, para uma nova
consciência! Aos velhos imperadores, meu respeito; aos novos
semelhantes, a minha admiração.
Quando
o Divino Mestre Jesus chamou os apóstolos de vermes, queria demonstrar
seu descaso com a bajulação, não precisava de riquezas materiais e era
absolutamente livre, mesmo sob a dominação dos Romanos, ou tentativa de
exclusão dos próprios Judeus. Eram tempos difíceis, de pouca luz. Um
clarão cegou os que muito enxergavam e recuperou a visão dos humildes.
Nascia a Nova Estrada... a estrada do Espírito.
Agora
não existem fatos para o bem ou para o mal, apenas o sentimento que
coloca cada um em seu lugar. Que mereçamos ser convidados pelo Dono do
Reino, a ir à frente, quando nos sentarmos nas últimas cadeiras. O
merecimento é a justiça que não está nas nossas mãos, mas o conhecimento
nos proporciona viver a grandeza das mínimas coisas.
Quantas
vezes nossos pés não se feriram pela incompreensão! Mas sei, Grande
Pai, que o perfeito emana em tudo. Sou apenas o que pensava ao
contrário, porque deixei entregar-me em enganos de fáceis propósitos
terrenos. Agora sou Mestre! O servidor que sempre existiu, mas que
outrora perdia-se na busca de algo que sempre teve, o Teu mandato da
Graça!
Estas
não são mais as mãos que outrora se imantavam nas lutas entre irmãos.
Foram-se obras de coragem, tempos do Ter. Não há mais o que guardar; as
selvas, os mares, nos trouxeram de volta; à frente os que conseguiram a
união de suas resistências com a sua entrega, a sua fé: os patriarcas do
perdão.
Fazemos
agora leves estruturas, onde a entrega material é apenas uma passagem,
não obrigação; onde as rodas que giram não precisam mais da agressão e
nem da força animal. São sóis e luas, este é o Universo! Estes astros,
criados para florescer a vida, não entendiam sublime capacidade. Agora
não há mais dúvidas, os erros e as imprudências agora se desalinham,
provocam a meditação, clareiam a mente, libertam e transformam.
Já
se desmorona a velha estrada, não é preciso forçá-la, a sua capacidade
de sobrevivência é a do tamanho de sua carga de amor ao próximo.
Cordeiros
e lobos são só fantasias. O interno, só quem lá está pode enxergar, e
em cada um, Deus tem o seu conhecimento, a sua sabedoria. Os mansos são
os bem-aventurados, pois já encontraram a divindade que há em si. O
Consolador é o da essência divina, não afastará expiações ou erradicará o
livre arbítrio, chamará a luz que cada um é capaz de transportar. Salve
Deus!
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