O
sonho é uma vivência ou seqüência de imagens que ocorrem durante
nosso sono, provocando movimentos oculares, aceleração das ondas
eletroencefalográficas, alterações neurovegetativas, descargas de
adrenalina, etc., como se a pessoa estivesse realmente vivendo
aquelas situações.
É
durante o sono que o corpo físico descansa, e não precisa das
atividades físicas e mentais baseadas na ação do espírito, que,
assim, pode se soltar para as experiências nos planos espirituais,
que se revelam pelos sonhos.
Registros
históricos mostram que o Homem há muito se preocupa com os sonhos.
No Século 8 a.C. foi construído um templo em Epidauro, em honra ao
deus Asclépio, onde eram colocados os doentes para que, pela
interferência da entidade, recebessem, por seus sonhos, orientações
para a cura.
Em
5 a.C., o filósofo grego Heráclito afirmou que os sonhos eram
próprios de cada indivíduo, não submissos a influências externas,
nem mesmo divinas. Dois séculos depois, Aristóteles proclamou que
os sonhos refletiam condições do plexo físico, e que expressavam
essas situações através de metáforas, podendo ajudar os médicos
em seus diagnósticos, recebendo apoio de Hipócrates, o Pai da
Medicina.
Um
século antes de Cristo, foi escrito um tratado, em cinco volumes,
pelo romano Artemidoro, intitulado Orneirocrotion, divulgando
interpretação de sonhos, que refletiriam as condições sociais do
sonhador.
Com
Santo Agostinho e São Jerônimo, no Século IV, com base nas
interpretações da Bíblia, foi reforçado o conceito de que os
sonhos transmitiam, premonitoriamente, eventos vitais para o
indivíduo.
E,
pelas diversas passagens históricas, várias personalidades
religiosas importantes valorizaram o fenômeno do sonho, como, por
exemplo: Maomé recebeu o Alcorão em sonho; Lutero, o fundador do
Protestantismo, e a Igreja Católica da época, consideravam o sonho
como manifestação diabólica.
Com
o despertar da Ciência da Mente, muitas teorias ocuparam os
pesquisadores, entre elas:
a
do alemão Johann Fichte, de que os sonhos revelam temores e desejos
inconscientes;
a
do austríaco Sigmund Freud, que os sonhos seriam de origem erótica
e reflexo das frustrações sexuais do indivíduo; e
a
do suíço Carl Gustav Jung, que essa concentração no aspecto
sexual estava errada, uma vez que os sonhos refletiriam privações
de qualquer natureza, de modo geral.
Segundo
o Dicionário de Psicanálise, de Elizabeth Roudinesco e Michel Plon
(Jorge Zahar Editor), fenômeno psíquico que se produz durante o
sono, o sonho é predominantemente constituído por imagens e
representações cujo aparecimento e ordenação escapam ao controle
consciente do sonhador. A partir do século XVIII, o termo passou a
designar também uma atividade consciente que consiste em imaginar
situações cujo desenrolar desconhece as limitações da realidade
material e social. Nesse sentido, a palavra sonho é sinônima de
visão, devaneio, idealização ou fantasia, em suas acepções mais
corriqueiras. Freud foi o primeiro a conceber um método de
interpretação dos sonhos baseado não em referências estranhas ao
sonhador, mas nas livres associações que este pode fazer, uma vez
desperto, a partir do relato do seu sonho
Pelos
estudos científicos, afirma-se que uma quarta parte do tempo que se
dorme é ocupada pelos sonhos.
Não
devemos nos preocupar nem nos deixar impressionar pelos sonhos, o que
poderia nos levar a situações de desequilíbrio. Há sonhos que nos
revelam verdades, mas temos que ter o maior cuidado em não nos
envolvermos com interpretações supersticiosas. Nos sonhos em que
vivemos situações de pavor e angústia, aos quais chamamos
pesadelos, sofremos reflexos negativos em nossa mente e no corpo
físico.
Existem
vários fenômenos da alma que se confundem com a idéia de sonhos.
Na realidade, são desdobramentos, quando a alma sai a vaguear,
buscando seus anseios, quando muitas pessoas têm premonições de
acidentes, mortes ou doenças afetando seus entes queridos, ou,
então, quando existe alguma sobrecarga de sensações ou emoções
que ficam atuando na mente.
Em
numerosas pesquisas de laboratórios científicos ficou evidenciado
que, durante o sono, surgem os movimentos rápidos dos olhos (MRO)
que indicam estar o paciente sonhando. Podem ocorrer diversos
períodos de MRO em um mesmo sono, mas, caso o paciente se recorde do
que sonhou, só se lembra de um deles.
Não
se deve confundir sonhos com o que vivenciamos em nossos momentos de
vigília, isto é, quando ainda não estamos adormecidos e vemos
algumas imagens representativas e o pensamento perde a sua capacidade
dedutiva, aumentando nossa imaginação e a capacidade criativa.
Nos
médiuns do Amanhecer, são comuns pequenas lembranças de trabalhos
que realizam no plano etérico, principalmente no Canal Vermelho, que
são interpretadas como sonhos.
Tia
Neiva sempre nos alertou que os sonhos são as armas dos
supersticiosos, para que não tivéssemos demasiada preocupação com
a interpretação dos sonhos, porque temos desdobramentos durante o
sono, quando somos conduzidos a diversos planos, inclusive para
completarmos, no Canal Vermelho, nossos trabalhos nos Tronos ou na
Mesa Evangélica.
É
importante ter um bom sono, e, para isso, é necessário preparar-se
para uma noite produtiva, tranqüila e calma, relaxando-se quando
deitar, buscando acalmar-se exterior e interiormente, evitando
preocupações que possam influir negativamente em seu sono,
interferindo em seus sonhos. Faça um Pai Nosso e agradeça por tudo
o que lhe foi concedido naquele dia que termina, tanto o que foi bom
como o que você achou negativo. Complete com a Prece de Sabah.
Uma
oração para noite foi feita pelo Padre João Batista Megale, que
transcrevemos por achá-la universal :
Senhor,
se esta noite, ao me deitar, no meu coração houver
a
mágoa de uma ofensa recebida,
a
dor de uma partida,
o
tédio das horas de um dia de trabalho sem prazer,
a
solidão dos meus passos sem companhia,
e
da minha ternura retida,
o
peso da minha consciência que não praticou o bem,
o
vazio da minha alma que não se elevou na contemplação da Tua
beleza e da Tuabondade,
o
medo de fechar as pálpebras sem saber se um nova aurora irá surgir,
Eu
Te peço, Senhor, que, ao despertar amanhã,
ainda
experimente a alegria de viver através do sorriso de um rosto amigo,
da
expectativa de um reencontro,
da
luz do sol batendo na janela do meu quarto,
do
brilho de um olhar pousando sobre os meus olhos,
do
propósito de amar o meu próximo,
do
gesto de adoração que me une a Ti,
da
confiança nos Teus braços que me sustentam na escuridão...
E,
se esta noite, ao me deitar, tudo está bem, feliz Te bendigo.
E,
em tudo e por tudo, obrigado e boa noite, meu Senhor!...
- “Os obstáculos são atraídos pela força do nosso triste pensamento! Não se impressione com os sonhos e não fique a querer interpretá-los. O sonho é uma arma dos supersticiosos.
Procure
o lado bom da vida, seja otimista. Procure subir e espere sempre o
melhor.
Com
o coração esperançoso, teremos todas as coisas nobres que
desejarmos.
Filho,
o que desejo é transmitir um pouco desta sabedoria que a Vida
Iniciática nos tem proporcionado nesta jornada!” (Tia Neiva,
17.6.83)
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