Salve
Deus!
Veja
até onde vai a superstição do Homem, veja o que aconteceu quando
um grupo de mestres distribuiu suas forças e poderes de Magia, de
sábios conhecimentos permitidos por Deus.
Todos
já ouviram falar em homens que recitavam a vida dos outros, que
levantavam móveis, enfim, realizavam fenómenos e de que não vamos
entrar no mérito agora. Um desses homens, muito sábio, sabia que
levantava móveis, podia até mesmo fazer voar a sua tenda, mas viu
que não curava a si mesmo, que as curas eram muito relativas.
Ele
tinha uma enorme ferida na perna e sabia que existiam muitas espécies
de mediunidades, de forças. Sim, existem muitas espécies e, para
ser mais prática, como sendo o Doutrinador e o Ajanã, que têm
força universal, têm uma espécie de força de cura para
perturbações do espírito ou limpeza das vidas materiais. E é
assim, também, com outros tipos de curas. Sim, falamos em força
universal.
Esta
expressão está sendo mal atribuída no nosso tempo. Os Pretos
Velhos falam em força universal e muitos pensam que ter essa força
é ter duas mediunidades. Não é verdade! A força universal é a de
um médium - digamos, um Doutrinador - com uma espécie de força que
cura todas as enfermidades. Veja isso num Apará, distribuindo bem a
sua mediunidade. No Homem, é bem distinta essa força.
O
velho sábio supersticioso tinha força universal, mas não
acreditava na força do carma. E aquela ferida nada mais era do que a
voz do seu carma! Então, o velho sábio soube de um homem que
curava, e se encaminhou para ele. Não sabia ele que ali em sua
tenda, estava sob a regência da Lei do Auxílio, e sua perna, ali
mesmo, recebia as gotas do prana. O velho sábio, incrédulo à sua
própria força, partiu ao encontro do famoso curador. Era longe. No
caminho, sua perna doía.
As
gotas de prana, não o encontrando na tenda, voltavam. Com muitas
dificuldades, chegou lá e qual não foi sua surpresa dolorosa: a
casa do curador estava cheia de outros sofredores, como ele, ali
também lhe pedindo a misericórdia da cura.
Foi
quando o velho curador se aproximou dele e falou: “Meu Deus! Eu
estava com uma ferida na perna, morrendo de dor, pensando em ir atrás
do velho sábio de Venal, e ei-lo que chega! Eu já estou curado, já
cicatrizou a ferida. Graças a Deus, estou bom! Oh, graças me foram
dadas! Meu mestre de Venal, em que lhe posso ser útil?”
O
nosso velho sábio, olhando de um lado para outro, pensava: havia se
preocupado somente com a sua própria dor! É verdade, filho: cada
fracasso de nossa vida nos ensina o que necessitamos aprender. Ajude
a todos sem fazer exigências, confiando primeiramente nessa força
que vive dentro de você, porque a fé em você mesmo firma a sua
personalidade. Volte-se para si mesmo. Resolva os seus problemas
sozinho.
Escolha
os seus amigos. Com a sua mente calma melhor poderá sentir os seus
instintos, a sua capacidade, onde você poderá chegar e vencer a si
mesmo. Conhecemos a Vida quando conhecemos a Morte! Então, o velho
sábio, levantando as mãos, exclamou: “Oh, meus Deus, perdoa-me
por duvidar da minha própria força!”
E,
envergonhado, sem coragem de olhar para o Céu e sentir o olhar de
Deus, se entregou à sua força e pediu ao velho curador que
trouxesse toda aquela gente para atendê-los, se aproveitando do
prana. Enquanto isso, passava por sua mente: “Oh, Deus Pai Todo
Poderoso!
Seja
feita a Sua santa vontade. Deixa que doa a minha ferida, que eu me
levante do meu orgulho de sábio a caminho de Deus... Dá-me forças
para que eu possa curar. Não tire minha ferida!” Quando viu, as
pessoas já estavam curadas e ele, também curado, caminhava. (...)
Estamos
em alto conceito nos Oráculos de Obatalá e de Olorum. É chegada a
hora de movimentar nossa força. Temos um Sol Simétrico. Somos
remanescentes de Amom-Ra e, portanto, temos que viver na simetria
deste Sol. Não podemos nos afastar do que é nosso, não podemos,
absolutamente, trabalhar inseguros.
Vale
do Amanhecer, 27 de abril de 1983.
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