segunda-feira, 1 de abril de 2013

O Sábio de Venal, por Tia Neiva


Salve Deus!

Veja até onde vai a superstição do Homem, veja o que aconteceu quando um grupo de mestres distribuiu suas forças e poderes de Magia, de sábios conhecimentos permitidos por Deus.

Todos já ouviram falar em homens que recitavam a vida dos outros, que levantavam móveis, enfim, realizavam fenómenos e de que não vamos entrar no mérito agora. Um desses homens, muito sábio, sabia que levantava móveis, podia até mesmo fazer voar a sua tenda, mas viu que não curava a si mesmo, que as curas eram muito relativas.

Ele tinha uma enorme ferida na perna e sabia que existiam muitas espécies de mediunidades, de forças. Sim, existem muitas espécies e, para ser mais prática, como sendo o Doutrinador e o Ajanã, que têm força universal, têm uma espécie de força de cura para perturbações do espírito ou limpeza das vidas materiais. E é assim, também, com outros tipos de curas. Sim, falamos em força universal.

Esta expressão está sendo mal atribuída no nosso tempo. Os Pretos Velhos falam em força universal e muitos pensam que ter essa força é ter duas mediunidades. Não é verdade! A força universal é a de um médium - digamos, um Doutrinador - com uma espécie de força que cura todas as enfermidades. Veja isso num Apará, distribuindo bem a sua mediunidade. No Homem, é bem distinta essa força.

O velho sábio supersticioso tinha força universal, mas não acreditava na força do carma. E aquela ferida nada mais era do que a voz do seu carma! Então, o velho sábio soube de um homem que curava, e se encaminhou para ele. Não sabia ele que ali em sua tenda, estava sob a regência da Lei do Auxílio, e sua perna, ali mesmo, recebia as gotas do prana. O velho sábio, incrédulo à sua própria força, partiu ao encontro do famoso curador. Era longe. No caminho, sua perna doía.

As gotas de prana, não o encontrando na tenda, voltavam. Com muitas dificuldades, chegou lá e qual não foi sua surpresa dolorosa: a casa do curador estava cheia de outros sofredores, como ele, ali também lhe pedindo a misericórdia da cura.

Foi quando o velho curador se aproximou dele e falou: “Meu Deus! Eu estava com uma ferida na perna, morrendo de dor, pensando em ir atrás do velho sábio de Venal, e ei-lo que chega! Eu já estou curado, já cicatrizou a ferida. Graças a Deus, estou bom! Oh, graças me foram dadas! Meu mestre de Venal, em que lhe posso ser útil?”

O nosso velho sábio, olhando de um lado para outro, pensava: havia se preocupado somente com a sua própria dor! É verdade, filho: cada fracasso de nossa vida nos ensina o que necessitamos aprender. Ajude a todos sem fazer exigências, confiando primeiramente nessa força que vive dentro de você, porque a fé em você mesmo firma a sua personalidade. Volte-se para si mesmo. Resolva os seus problemas sozinho.

Escolha os seus amigos. Com a sua mente calma melhor poderá sentir os seus instintos, a sua capacidade, onde você poderá chegar e vencer a si mesmo. Conhecemos a Vida quando conhecemos a Morte! Então, o velho sábio, levantando as mãos, exclamou: “Oh, meus Deus, perdoa-me por duvidar da minha própria força!”

E, envergonhado, sem coragem de olhar para o Céu e sentir o olhar de Deus, se entregou à sua força e pediu ao velho curador que trouxesse toda aquela gente para atendê-los, se aproveitando do prana. Enquanto isso, passava por sua mente: “Oh, Deus Pai Todo Poderoso!

Seja feita a Sua santa vontade. Deixa que doa a minha ferida, que eu me levante do meu orgulho de sábio a caminho de Deus... Dá-me forças para que eu possa curar. Não tire minha ferida!” Quando viu, as pessoas já estavam curadas e ele, também curado, caminhava. (...)

Estamos em alto conceito nos Oráculos de Obatalá e de Olorum. É chegada a hora de movimentar nossa força. Temos um Sol Simétrico. Somos remanescentes de Amom-Ra e, portanto, temos que viver na simetria deste Sol. Não podemos nos afastar do que é nosso, não podemos, absolutamente, trabalhar inseguros.

Vale do Amanhecer, 27 de abril de 1983.




 



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