O Homem deve estabelecer suas próprias condições de Vida tendo como base a noção de liberdade, exercida através do livre arbítrio, que é a verdadeira coordenação do espírito subordinado à individualidade, sendo ele responsável pela natureza de suas ações, de suas vontades e do seu caráter. Através do nosso livre arbítrio podemos caminhar para a vida eterna – se o tivermos de uma forma creadora positiva – ou para a morte eterna, se o utilizarmos com força destruidora.
O espírito, encarnado ou
desencarnado, emite raios de vibração, exteriorizando a energia de
que é portador, superior ou inferior, conforme a formação que
adquire pelo seu livre arbítrio, que preside todos os seus atos. Por
suas ações externas, originadas em seu livre arbítrio, mostra o
Homem sua natureza interna. Mas o livre arbítrio não é ilimitado,
pois ele é limitado pela Lei Divina.
Com o seu conhecimento, o
Homem pode escolher, dentro do seu livre arbítrio, entre adotar um
comportamento real, com base no seu EU e ser bem assistido pelos seus
Mentores, ou deixar-se levar por seu EGO, adotando posição
artificial e ilusória, que lhe causará muitos sofrimentos.
Existe toda uma
programação cuidadosamente feita com a anuência do espírito que
vai reencarnar. Todavia, após o reencarne, em sua jornada aquele
espírito se recusa a aceitar as condições às quais ele mesmo se
propôs e foge do cumprimento de seu programa. Essa fuga provoca
angústias, sofrimento e infelicidade, transferindo suas provações
e reajustes para uma futura reencarnação. Isso torna o Homem
irrealizado e infeliz. Recebemos todas as condições para sermos um
indivíduo usuário do livre arbítrio. Temos a liberdade de podermos
ser maus na convivência com irmãos bons ou sermos bons em meio a
pessoas ruins. Há que se saber que, apesar do livre arbítrio,
existem pessoas necessariamente más, para sua própria provação.
O livre arbítrio é a
vontade exercida em toda a sua plenitude. Não pode o médium deixar
se levar por seus instintos e pela sua vontade sem atentar para suas
metas cármicas e para a correta conduta doutrinária, sob risco de
morrer em dois planos.
A Espiritualidade
respeita o livre arbítrio, e os Mentores sofrem ao ver um filho se
perdendo nas escuras veredas da Vida, mas nada podem fazer.
Mesmo após o desencarne,
o espírito se conduz pela vibração que construiu com seu livre
arbítrio. É uma constante luta que travamos em nosso cérebro com
nossas idéias e pensamentos, julgamentos e decisões, que resultam
em nosso padrão vibratório, no que estamos sendo em nossa jornada.
Temos que usar nossa
percepção e saber diferenciar os estímulos oriundos dos planos
físico, psíquico e espiritual, ouvindo cuidadosamente nossa
consciência - a voz do espírito - para nos mantermos em nossa
caminhada dentro do que concordamos em enfrentar com a finalidade de
vencer mais essa provação, numa oportunidade arduamente
conquistada.
Uma certeza do que
queremos, do que pretendemos, nascida no íntimo de nosso ser, nos
ajuda em nosso livre arbítrio.
Um cuidado especial deve
se ter com o sentimento de culpa, que carregamos em nosso interior
desde a mais tenra idade, como conseqüência de nossa educação,
moral e religiosa, dada por nossos pais, dentro de um quadro de
artificialidade social porque sujeita a rótulos e julgamentos
momentâneos da sociedade onde nascemos. Dogmas religiosos, falsos
conceitos do que é certo ou é errado, a idéia de ver pecado em
tudo que nos dá prazer, a intensa competição com os irmãos, com
os filhos dos conhecidos, nas áreas de esportes e no resultado das
aulas, no desenvolvimento físico, na posição social, enfim, uma
intensa rede procura tolher nossas mentes e nossos movimentos,
prejudicando nossa visão interior e a percepção do mundo real que
temos diante de nós.
Na verdade, o que temos
que aprender é que não temos a obrigação de ser isso ou aquilo -
mas, sim, de apenas ser o que somos, buscando fortalecer o nosso EU e
dominar o nosso EGO! Quando viemos para esta vida, recebemos tudo o
que era necessário para cumprirmos nossa missão.
Ao ingressarmos na
Doutrina do Amanhecer, descobrimos que nosso Divino e Amado Mestre
Jesus nos ensina, somente, a conhecermos o que já temos, o que já
somos e o que carregamos conosco. Na Doutrina, acordamos para a
verdade, sabemos que temos que caminhar para dentro de nós mesmos,
tentar retomar o verdadeiro sentido da nossa existência, manipulando
a energia e as forças fantásticas que nos são reveladas e
transmitidas, temos instruções e leis a serem cumpridas,
independentemente do livre arbítrio.
Para se entender isso,
damos um exemplo: quem quiser ir de carro de Brasília para São
Paulo tem muitas escolhas, pode usar seu livre arbítrio e ir por
Goiânia ou por Catalão, ou até mesmo por Belo Horizonte. Mas, se
usar o livre arbítrio aloucadamente, pode pegar a estrada para a
Bahia ou para Mato Grosso, e vai ser muito complicado chegar a São
Paulo. Por aí vemos que nosso livre arbítrio deve ser colocado
dentro de parâmetros seguros e definidos, objetivando cumprir a meta
que desejamos.
Se conseguirmos manter
nossa mente firme e livre de preconceitos e julgamentos teremos
melhores condições de exercer o livre arbítrio, isto é, nossa
escolha por onde iremos caminhar.
São Francisco de Assis
nos legou grandes ensinamentos, entre eles:
“Senhor,
dai-me forças para aceitar as coisas que não podem ser mudadas;
dai-me amor para mudar as coisas que devem ser mudadas; e dai-me
sabedoria para distinguir umas das outras!”
Essa, na verdade, é
segura orientação para nosso livre arbítrio, conduzindo-nos
através da Vida sem gerar conflitos e nos ensinando a ser úteis.
Não temos ilusões de que podemos ter atos ou ações independentes
de nossa vontade, pois tudo está dentro de nós. Todos os nossos
pensamentos e nossas ações têm fatores determinantes - conscientes
ou subconscientes.
Por isso, ao agir, o
Homem exerce o seu livre arbítrio com consciência difusa da sua
responsabilidade, com a convicção de que sua vida está em suas
mãos, movido pelos seus desejos íntimos, suas ambições, seus
motivos pessoais.
Na Doutrina do Amanhecer
aprendemos a direcionar nosso livre arbítrio, disciplinando-o em
função de um desejo real de melhorarmos a nós mesmos,
aplicando-nos na Lei do Auxílio, aliviando nosso carma e sabendo
criar uma real harmonia e sintonia com os Planos Espirituais.
Para isso, temos que
aprender algumas técnicas:
a) adotar uma posição
positiva conosco mesmos, reconhecendo que podemos melhorar nossas
condições físicas, emocionais e mentais;
b) selecionar nossa força
criadora, gerando uma escala de prioridades - o que seja mais e o que
seja menos importante para nós realizarmos;
c) buscar melhorar nosso
comportamento em relação a nós mesmos e aos outros;
d) procurar ouvir nossa
voz interior - nossa consciência -, com maior clareza e aprender a
obedecê-la;
e) vencer a inércia, a
rotina e a displicência nas palavras, nos gestos e nos pensamentos;
e
f) aplicar nosso amor,
nossos conhecimentos e nossas forças a todos os momentos, dentro da
correta conduta doutrinária.
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