terça-feira, 6 de novembro de 2012

Livre Arbítrio


O Homem deve estabelecer suas próprias condições de Vida tendo como base a noção de liberdade, exercida através do livre arbítrio, que é a verdadeira coordenação do espírito subordinado à individualidade, sendo ele responsável pela natureza de suas ações, de suas vontades e do seu caráter. Através do nosso livre arbítrio podemos caminhar para a vida eterna – se o tivermos de uma forma creadora positiva – ou para a morte eterna, se o utilizarmos com força destruidora.
O espírito, encarnado ou desencarnado, emite raios de vibração, exteriorizando a energia de que é portador, superior ou inferior, conforme a formação que adquire pelo seu livre arbítrio, que preside todos os seus atos. Por suas ações externas, originadas em seu livre arbítrio, mostra o Homem sua natureza interna. Mas o livre arbítrio não é ilimitado, pois ele é limitado pela Lei Divina.
Com o seu conhecimento, o Homem pode escolher, dentro do seu livre arbítrio, entre adotar um comportamento real, com base no seu EU e ser bem assistido pelos seus Mentores, ou deixar-se levar por seu EGO, adotando posição artificial e ilusória, que lhe causará muitos sofrimentos.
Existe toda uma programação cuidadosamente feita com a anuência do espírito que vai reencarnar. Todavia, após o reencarne, em sua jornada aquele espírito se recusa a aceitar as condições às quais ele mesmo se propôs e foge do cumprimento de seu programa. Essa fuga provoca angústias, sofrimento e infelicidade, transferindo suas provações e reajustes para uma futura reencarnação. Isso torna o Homem irrealizado e infeliz. Recebemos todas as condições para sermos um indivíduo usuário do livre arbítrio. Temos a liberdade de podermos ser maus na convivência com irmãos bons ou sermos bons em meio a pessoas ruins. Há que se saber que, apesar do livre arbítrio, existem pessoas necessariamente más, para sua própria provação.
O livre arbítrio é a vontade exercida em toda a sua plenitude. Não pode o médium deixar se levar por seus instintos e pela sua vontade sem atentar para suas metas cármicas e para a correta conduta doutrinária, sob risco de morrer em dois planos.
A Espiritualidade respeita o livre arbítrio, e os Mentores sofrem ao ver um filho se perdendo nas escuras veredas da Vida, mas nada podem fazer.
Mesmo após o desencarne, o espírito se conduz pela vibração que construiu com seu livre arbítrio. É uma constante luta que travamos em nosso cérebro com nossas idéias e pensamentos, julgamentos e decisões, que resultam em nosso padrão vibratório, no que estamos sendo em nossa jornada.
Temos que usar nossa percepção e saber diferenciar os estímulos oriundos dos planos físico, psíquico e espiritual, ouvindo cuidadosamente nossa consciência - a voz do espírito - para nos mantermos em nossa caminhada dentro do que concordamos em enfrentar com a finalidade de vencer mais essa provação, numa oportunidade arduamente conquistada.
Uma certeza do que queremos, do que pretendemos, nascida no íntimo de nosso ser, nos ajuda em nosso livre arbítrio.
Um cuidado especial deve se ter com o sentimento de culpa, que carregamos em nosso interior desde a mais tenra idade, como conseqüência de nossa educação, moral e religiosa, dada por nossos pais, dentro de um quadro de artificialidade social porque sujeita a rótulos e julgamentos momentâneos da sociedade onde nascemos. Dogmas religiosos, falsos conceitos do que é certo ou é errado, a idéia de ver pecado em tudo que nos dá prazer, a intensa competição com os irmãos, com os filhos dos conhecidos, nas áreas de esportes e no resultado das aulas, no desenvolvimento físico, na posição social, enfim, uma intensa rede procura tolher nossas mentes e nossos movimentos, prejudicando nossa visão interior e a percepção do mundo real que temos diante de nós.
Na verdade, o que temos que aprender é que não temos a obrigação de ser isso ou aquilo - mas, sim, de apenas ser o que somos, buscando fortalecer o nosso EU e dominar o nosso EGO! Quando viemos para esta vida, recebemos tudo o que era necessário para cumprirmos nossa missão.
Ao ingressarmos na Doutrina do Amanhecer, descobrimos que nosso Divino e Amado Mestre Jesus nos ensina, somente, a conhecermos o que já temos, o que já somos e o que carregamos conosco. Na Doutrina, acordamos para a verdade, sabemos que temos que caminhar para dentro de nós mesmos, tentar retomar o verdadeiro sentido da nossa existência, manipulando a energia e as forças fantásticas que nos são reveladas e transmitidas, temos instruções e leis a serem cumpridas, independentemente do livre arbítrio.
Para se entender isso, damos um exemplo: quem quiser ir de carro de Brasília para São Paulo tem muitas escolhas, pode usar seu livre arbítrio e ir por Goiânia ou por Catalão, ou até mesmo por Belo Horizonte. Mas, se usar o livre arbítrio aloucadamente, pode pegar a estrada para a Bahia ou para Mato Grosso, e vai ser muito complicado chegar a São Paulo. Por aí vemos que nosso livre arbítrio deve ser colocado dentro de parâmetros seguros e definidos, objetivando cumprir a meta que desejamos.
Se conseguirmos manter nossa mente firme e livre de preconceitos e julgamentos teremos melhores condições de exercer o livre arbítrio, isto é, nossa escolha por onde iremos caminhar.
São Francisco de Assis nos legou grandes ensinamentos, entre eles:
Senhor, dai-me forças para aceitar as coisas que não podem ser mudadas; dai-me amor para mudar as coisas que devem ser mudadas; e dai-me sabedoria para distinguir umas das outras!”
Essa, na verdade, é segura orientação para nosso livre arbítrio, conduzindo-nos através da Vida sem gerar conflitos e nos ensinando a ser úteis. Não temos ilusões de que podemos ter atos ou ações independentes de nossa vontade, pois tudo está dentro de nós. Todos os nossos pensamentos e nossas ações têm fatores determinantes - conscientes ou subconscientes.
Por isso, ao agir, o Homem exerce o seu livre arbítrio com consciência difusa da sua responsabilidade, com a convicção de que sua vida está em suas mãos, movido pelos seus desejos íntimos, suas ambições, seus motivos pessoais.
Na Doutrina do Amanhecer aprendemos a direcionar nosso livre arbítrio, disciplinando-o em função de um desejo real de melhorarmos a nós mesmos, aplicando-nos na Lei do Auxílio, aliviando nosso carma e sabendo criar uma real harmonia e sintonia com os Planos Espirituais.
Para isso, temos que aprender algumas técnicas:
a) adotar uma posição positiva conosco mesmos, reconhecendo que podemos melhorar nossas condições físicas, emocionais e mentais;
b) selecionar nossa força criadora, gerando uma escala de prioridades - o que seja mais e o que seja menos importante para nós realizarmos;
c) buscar melhorar nosso comportamento em relação a nós mesmos e aos outros;
d) procurar ouvir nossa voz interior - nossa consciência -, com maior clareza e aprender a obedecê-la;
e) vencer a inércia, a rotina e a displicência nas palavras, nos gestos e nos pensamentos; e
f) aplicar nosso amor, nossos conhecimentos e nossas forças a todos os momentos, dentro da correta conduta doutrinária.


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