Então
um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes, foi falar com os
chefes dos sacerdotes. Ele disse: - Quanto vocês me pagam para eu lhes
entregar Jesus? E eles lhe pagaram trinta moedas de prata. E daí em
diante Judas ficou procurando uma oportunidade para entregar Jesus. (Evangelho segundo Mateus)
Por
trinta moedas de prata Judas entregou Jesus aos chefes dos sacerdotes.
Visto sob o ponto de vista literal é realmente algo muito triste. Mas,
espiritualmente, Judas pode ter sido o instrumento para o cumprimento e
complementação da missão de Nosso senhor Jesus Cristo.
Tia
Neiva no trilhar da sua missão para a implantação e edificação da
Doutrina do Amanhecer também foi “vendida” várias vezes por seus
seguidores. Para quantos, e quantas vezes, ela estendeu a mão,
preparou, colocou o homem a caminho de Deus, e no entanto foi traída?
Quantas
vezes, nós outros que nos intitulamos seus seguidores traímos, acima de
tudo nosso compromisso, aquele que não nos obrigaram a fazer, mas, no
entanto, sem razões que justifiquem, ou quebramos, e por muito menos que
trinta moedas de pratas, o traímos.
Em
nossa Doutrina o médium faz poucos juramentos, em alguns deles, faz a
si mesmo, mas, mesmo assim, no meio de sua caminhada, abandona seu
compromisso espiritual, volta-se contra aquele que deu tudo para que ele
tornasse um Mestre, vira as costas, e parte para outros caminhos.
Trinta
moedas... Hoje, por muito menos os valores espirituais estão sendo
substituídos por posições hierárquicas que, na verdade, podem até valer
diante dos homens, mas que no mundo espiritual não existem.
Nossas
Consagrações têm valor espiritual, são heranças transcendentais! Quando
um médium é classificado por direito de conquista, ele brilha como um
farol na noite escura.
Tia
Neiva abdicou de sua vida para a criação da Doutrina do Amanhecer,
escolheu viver em um barraco de tábua até os últimos dias de sua
existência. Deixou todo um sistema técnico espiritual baseado em Leis e
Rituais que movimentam forças, e estas formam a Cabala de Nosso Senhor
Jesus Cristo. Um poder de forças que só consegue movimentá-lo aquele é
fiel aos desígnios dessa Doutrina.
Em
trinta de outubro de mil novecentos e oitenta e cinco, quando foram lhe
entregar flores, data de seu aniversário Tia Neiva disse: “De que me valem essas flores? Meus filhos, eu quero vê-los em harmonia!”.
Hoje querem estabelecer e dizer que há dois reinos, e não pode haver de forma alguma. Certa vez também ela disse: "Eu não divido meus filhos”.
E as trintas moedas continuam ainda presentes em nosso sacerdócio,
principalmente quando há Consagrações que são feitas sem nenhuma
preocupação com o Princípio Divino, com a hierarquia que a Clarividente
deixou. Somente um iniciado pode conduzir outro a uma Iniciação,
nos disse o Primeiro Mestre Sol Trino Tumuchy. Um Trino Presidente que
enverga todos os poderes conferidos pela Clarividente e tem poderes para
tal... Por que então, grandes mestres, tomam para si poderes que não
lhe foram confiados? ... Trinta moedas...
E Jesus disse: Pai perdoai-os, porque não sabem o que fazem!
Mas em nossa Doutrina existem homens que tem o pleno conhecimento do
bem e do mal, se outorgam Mestres de um sacerdócio cujos poderes vão
além de nossa compreensão... Nós sabemos o quê fazemos! Como pedir
perdão?
Trinta moedas... E depois, o quê fazer delas? De que vale uma Consagração que não pode ser ouvida nos Planos Espirituais?
Trinta
moedas hoje representam o não cumprimento de um juramento realizado na
Pira com o gume de uma espada apontado para o próprio peito.
Lembrando Tia Neiva:
Eu
me ajoelhei todos os anos, e pedi a Jesus que arrancasse os meus olhos
no dia em que eu deixasse de amar... Que Jesus arrancasse os meus olhos
no dia em que eu dissesse alguma coisa que não fosse verdadeira, por
vaidade ou por qualquer pretensão..
Decepcionar os outros é o mesmo que assassinar, matar as ilusões, os sentimentos dos que acreditam em nós!
Quando chego no Templo ou nas horas de trabalho, esqueço de Neiva e passo a viver somente Tia Neiva.
Só conhecemos que estamos evoluídos quando não estamos nos preocupando com os erros dos nossos vizinhos!
A mente enferma produz o constante desequilíbrio.
Vamos equilibrar os três reinos de nossa natureza e pagar com amor o que destruímos por não saber amar.
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