O
Para-brisas
Pai João de Enoque
chegou de mansinho:
- Fia, os Espíritos do Astral Inferior gostam de se aproveitar dos grandes médiuns quando estes estão descontrolados pelo efeito de irritações e outras perturbações.
- Você tem que ser diferente, fia!
***
********
Porém, eu me esquecera
de abastecer o isqueiro, e,
quando fui acender o cigarro, não
acendeu. Gritei, num
desabafo:
- Se não estivesse
com esses espíritos na cabeça, meu
isqueiro estaria funcionando!
Não teria me esquecido de
colocar fluído...
Num gesto automático,
acionei o isqueiro, e ele acendeu.
Como já tinha atirado
o cigarro para longe de mim, fui
apanhá-lo, e o isqueiro apagou.
Peguei o cigarro e o
isqueiro tornou a acender, permitindo que eu
acendesse o
cigarro.
Nisso, ouvi Pai João
me dizendo:
- Mal criada! Devia deixá-la sem o seu cigarro...Fia, procure acompanhar os espíritos.Não deixe que eles percam tempo com você, com as suas mesquinharias.Um dia, quando for uma rainha, você terá vergonha de tudo isso.
- Quanta coisa por
causa de um simples cigarro – pensei
(ou falei?)
Foi a conta! O isqueiro
foi arrancado da minha mão e
bateu, com força, no para-brisas,
quebrando o vidro,
voltando a cair na minha mão.
Olhei o isqueiro, e vi
que
estava sem o parafusinho e a tampinha.
Fiquei apavorada!
Estaria eu tão nervosa
a ponto de fazer tudo aquilo?
Procurei a tampinha por
todo o carro, e não a encontrei.
Quando cheguei em casa,
Beto me disse:
- Mamãe, olhe! É a
tampinha do seu isqueiro...
Tive um susto muito
grande e lhe contei o que tinha
acontecido, inclusive sobre o vidro
quebrado. Avisei ao Sr.
Jaime que iria a Goiânia para comprar outro
para-brisas,
antes que aquele começasse a esfarelar. Ele disse,
então,
que não encontrou nenhum vidro quebrado.
Fui conferir.
Realmente, o
para-brisas não estava quebrado. Foi quando
voltou a voz:
- Lição de luz e
amor. Eu não iria dar prejuízo a você.
Salve Deus!
(Sob os
Olhos da Clarividente)
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