Todo espírito que encarna
na Terra tem um programa a cumprir, mas nem todos os espíritos têm
missão.
Na hierarquia sideral,
existem todas as categorias de espíritos e infinitos graus de
evolução. A Terra é uma complexa universidade, com toda categoria
de alunos. Uns vêm, apenas, completar o curso, outros vêm para um
aperfeiçoamento, outros para fazer um curso completo.
A missão se relaciona
diretamente com o tipo de programa que o espírito tem de cumprir. Se
ele se atém somente ao seu âmbito, seus problemas pessoais, sua
faixa é essencialmente cármica. Mas se, além da sua faixa cármica,
ele se compromete a evoluir, cuidar de outros espíritos e ajudá-los,
nesse caso ele tem missão a cumprir.
Quanto maior é a missão,
assim é a faixa cármica do espírito. Esse fato suscita uma questão
de magna importância: então, por que os missionários sofrem tanto?
Por que Jesus sofreu? E os apóstolos, os seguidores de Jesus, os
mártires, por que são sempre ligados a uma idéia de sofrimento?
A
resposta a essa questão reside em dois pontos básicos: a diferença
entre dor
e
sofrimento,
em primeiro lugar; e as diferenças da tônica magnética dos seres
humanos, em termo de corpo, alma e espírito.
A
Fisiologia e a Psicologia nos dão uma idéia nítida com referência
à dor. Ela é registrada no sistema nervoso consciente, existindo,
portanto, uma consciência
da dor.
Quando se anestesia um paciente para uma operação, o medicamento
paralisa os nervos receptores da região a ser operada (ou o
conjunto, numa anestesia geral), na proporção direta da dor a ser
sentida. Esta, porém, varia de paciente a paciente, e o médico
procura, sempre, evitar o excesso de anestésico. Esse fato pode ser
observado, com mais simplicidade, no dentista. Ele aplica certa
quantidade de anestésico e começa a extração. Se o paciente
reclama, ele aplica mais anestésico. Isso prova maior ou menor
sensibilidade à dor, e esse fato é, na maioria das vezes,
psicológico. Pessoas existem que chegam a dispensar o analgésico,
embora isso raramente aconteça.
Existe, então, um estado
psicológico de sentir mais ou menos dor, facilmente comprovável na
hipnose médica. Uns sofrem mais e outros sofrem menos, com a mesma
dor.
Os missionários têm
tantas dores ou mais do que os que não têm missão a cumprir,
porém, sofrem menos. Isso porque seu campo consciencional está mais
ocupado com os objetivos de sua missão e, assim, ele não tem tempo
para dimensionar sua dor.
A dor psicológica, a
chamada dor moral, segue a mesma fisiologia.
Isso
se prende ao segundo fator, à tônica predominante no ser encarnado.
Se ele não tem missão a cumprir, sua consciência está sempre
ocupada com os problemas do seu corpo ou da sua alma. Mas, se ele tem
missão, a voz do seu espírito é mais forte e ele não tem tempo de
se ocupar da sua personalidade, do seu ego. Daí resulta que podemos
situar a questão em termos de maior ou menor egoísmo.
Para uma pessoa conservar
um corpo atlético, em boa forma muscular permanente, ela é obrigada
a exercícios e cuidados que ocupam boa parte do seu mecanismo
consciente. Sua preocupação com o corpo, assim constante, dá a ela
uma tônica física.
Um intelectual, um
erudito, um cientista ou uma pessoa que dependa do intelecto para sua
trajetória planetária, tem sua consciência predominante no fator
intelectual. O seu campo consciencional é sempre ocupado como os
problemas psicológicos. Sua tônica é a psíquica, sua vida é
centralizada na sua alma.
Um
missionário, um ser humano cujo espírito se comprometeu a fazer
algo por alguém, vive preocupado em sintonizar seu espírito. Seu
campo consciencional se expande em termos espaciais, em captar as
nuanças de sua missão e os percalços da vivência, geralmente
contraditória, com as coisas mais simples da vida. Corpo, alma e
espírito, cada um demandando do eu
a satisfação de suas necessidades, exigem decisões a cada momento,
que são tomadas conforme a tônica predominante naquela vida.
O símbolo mais antigo da
Humanidade é a cruz, e ela exprime, com fidelidade, os três
estados. A haste inferior é o Homem físico, com seu atavismo, o
suporte material da vida; os braços horizontais representam a alma,
os mecanismos psicológicos, o negativo e o positivo, o branco e o
preto, o eterno dualismo em que se debate a mente concreta; a haste
superior representa o espírito, a antena do transcendente.
Antes da consolidação do
ser humano no planeta, quando o Céu se confundia com a Terra, talvez
nos tempos da Lemúria, a cruz tinha quatro braços, iguais e
simétricos. Quem tem olhos para ver...
Missão, pois, é viver em
função do espírito e com os olhos no transcendente. É “amar ao
próximo como a si mesmo...”
“No
Limiar do 3º. Milénio”
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