terça-feira, 27 de março de 2012

Espiritos Sofredores


Sofredor e, portanto, o espírito desencarnado que permanece no plano da Terra, nos submundos que circundam a superfície. Chama-se, também, espírito errante, alma do outro mundo e outros nome que as superstições e as crendices os denominam. Sua situação é análoga à de uma pessoa marginalizada, sem endereço ou emprego fixo.
No plano em que vive, não existe a luz solar, o som e outras formas energéticas do plano físico. Aí ele se liga a outros espíritos nas mesmas condições, e forma com eles falanges e até legiões.
O tempo de permanência nessa situação varia conforme o destino de cada um, até a exaustão de seus compromissos ou resgate no Sistema Crístico, nas suas múltiplas manifestações mediúnicas.
Ele se alimenta das energias sutis e fluídicas dos seres humanos, do ectoplasma colhido de plantas, animais, trabalhos de macumbas e outras fontes desconhecidas dos humanos.
Possui um peso molecular variável com sua densidade. Quando doutrinado e fluidificado a um ponto ideal, adquire leveza suficiente para ser magneticamente levado para os postos de socorro espiritual.
Ele se liga ao ser humano pela gradação vibracional e só encontra acesso quando a vibração do encarnado desce até à sua. Normalmente, sua influência é neutralizada pelo mecanismo biológico em seu contexto psicofísico. Essa relação é análoga aos fatores simbióticos do ser físico: respiramos micróbios e impurezas e os neutralizamos com nosso mecanismo de defesa. Se esse mecanismo enfraquece, ficamos doentes.
Da mesma forma, se nosso padrão vibratório é baixo, nós somos tomados, carregados, espiritados, etc. Esse mecanismo determina a posição voluntária de cada ser humano. Ele é responsável pelo seu padrão e, por conseqüência, pela companhia em que vive a cada momento de sua vida.
O Evangelho é um manancial de lições a esse respeito, pois nele encontramos inúmeras citações de problemas de passagem e redenção de sofredores. A mais notável é aquela em que Jesus dá passagem a uma legião de espíritos através de uma manada de porcos. Naquele tempo, havia tantos espíritos desencarnados, ainda na Terra, que era comum um Homem ser portador de mais de um espírito, havendo casos em que muitos espíritos habitavam o mesmo corpo, como no caso acima.
O Sistema Crístico, adequado aos dois mil anos que se sucederiam ao nascimento de Jesus, incluiu a organização das casas transitórias e, já no tempo do Mestre, elas entraram em funcionamento.
De muita flexibilidade e previsto para as mais variadas situações, o Sistema foi se espalhando pelo planeta, tomando as aparências mais diversas, conforme as épocas e lugares. Assim, nasceram mitos, religiões, doutrinas e práticas esotéricas, em cujas raízes se encontra, sempre, a base do sistema mediúnico.
No Brasil de hoje, o Sistema se chama sessão espírita, trabalho de sofredores, passagem, sessão de doutrina, etc.
É preciso que se note, entretanto, que o Mediunismo independe, no seu mecanismo básico, de um trabalho organizado. Os socorristas espirituais se aproveitam de qualquer circunstância humana, principalmente reuniões de pessoas, para fazerem a passagem dos espíritos sob sua responsabilidade. Nesse caso, qualquer ser humano atua como médium, mesmo sem o saber.
Mas o esquema só funciona em sua plenitude quando sob os auspícios do Evangelho. A técnica da passagem é acessível a qualquer um, porém, a moral e as razões mais profundas somente são do domínio de pessoas evangelizadas. É, também, natural que, em épocas de transição, como é a nossa, a necessidade de trabalho seja maior.
Cumpre notar que se torna muito difícil, senão impossível, qualquer doutrina religiosa evoluir sem a preocupação com os sofredores. Esses asfixiam os grupos pelo simples fato de seus componentes serem humanos e possuírem, gostem ou não, seus plexos epigástricos – o Sol Interior.

No limiar do 3º. Milénio – Mario Sassi

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