segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Consagrações




Quando fazemos as consagrações estamos justamente buscando as nossas heranças!” Tia Neiva em 9 de Outubro de 1984

Merecimento! A Chave real de qualquer Consagração é o merecimento. Encarnados, ao longo desta nossa trajetória física, exclusivamente pelo Trabalho Espiritual, podemos receber nossas Consagrações.

Uma Consagração é um degrau a ser alçado, nos habilitando a manipular, com mais responsabilidade, mais forças.

Mais responsabilidade porque implica em estar consciente deste aumento de disposição de forças. Não é apenas um acréscimo em sua emissão ou uma hierarquia maior. Implica no aumento da captação de forças a serem manipuladas em favor da Cura Desobsessiva.

Uma Consagração é uma bênção concedida a aqueles que, por mérito individual, merecem a preparação do plexo para mais este passo. Por tanto, não somente nos Rituais Oficiais acontecem as Consagrações, dadas por meio indicações e verificações de trabalho junto a um Templo. Elas podem acontecer no momento em que efetivamente se obtém o encaminhamento de um espírito, que, por exemplo, por muito tempo esteve acrisolado em seu ódio, e ao receber a Doutrina com amor, teve o portal aberto na Elevação e resolveu seguir uma nova jornada.

Nos Rituais Oficiais, em que se visa manter a força decrescente do Mestrado, as Consagrações, normalmente ocorrem de maneira coletiva. Não perdendo por isso o seu brilho e a grandiosidade das forças manipuladas. Poderosos raios de Luz são canalizados, e uma movimentação indescritível de Amor, por parte de nossos mentores, permite beneficiar todo um povo e elevar o poder de atração de toda uma região.

Obviamente, apesar deste caráter coletivo, a consolidação da Consagração continua sob a égide individual, de acordo com a jornada e o merecimento de cada um. Além, é claro, de sua sintonia no momento do Ritual. Somente obtemos o quê verdadeiramente nos compete. Ser um Arcano no plano físico, não significa que já está nesta roupagem em um plano espiritual. Lembro bem, quando há muito tempo, quando recém havia recebido a classificação de Rama 2000, Pai João me alertava que, na verdade, ainda teria que trabalhar muito para chegar a Elevação de Espadas nos Planos Espirituais.

Uma Classificação, por tanto, significa além da responsabilidade, um comprometimento. A cada passo, algo mais prometemos cumprir. Ao fazermos a Iniciação assumimos o compromisso de um Retiro por mês, ao passo que um Rama 2000, por exemplo, já tem o compromisso de estar presente em TODOS os Trabalhos Oficiais, sim este é o compromisso de um Mestre que vai em busca de sua classificação. Não basta apenas emitir... Tem que ser! E para isso, cumprir seus compromissos.

Muitas vezes queremos “correr” em nossa jornada, na esperança de agregar mais forças e ter mais condições de fazer o bem, o quê é um nobre motivo. Porém, cabe lembrar, principalmente aos Presidentes, Instrutores e Devas, que esclareçam o que significa cada passo, e quanto de compromisso isso gera. Atesto que pessoalmente já senti o peso de querer “correr”, não importando o quão nobre possa ser a intenção, o que vale é a força que se dispõe, e que obrigatoriamente terá que manipular, para não transformá-la em uma força esparsa que irá “atravancar” sua vida.

O quê efetivamente recebemos em uma Consagração coletiva não temos condições de avaliar, cada um recebe de acordo com as condições de seu Sol Interior, de sua conduta, de seu merecimento, de sua concentração no Ritual. Cada um recebe o quê lhe compete espiritualmente, independente do que possa ser feito no plano físico. Pode receber tudo, ou até mesmo nada!

Não podemos avaliar nosso real merecimento. Como ter a pretensão de julgar coerentemente, se temos algo que desejamos muito? Resta-nos trabalhar espiritualmente, com Amor, Humildade e Tolerância, manter nosso equilíbrio, não nos envolver em nada que possa desviar nossa sintonia e esperar que a espiritualidade, e não os homens, nos julguem dignos de receber ao menos uma centelha da luz que ilumina as Consagrações.
Kazagrande

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