Muitas vezes, quando cremos que tudo em nossa vida está
finalmente se estabilizando, que a “tranquilidade” está chegado, irrompem novas
situações nos tirando do comodismo e nos forçando a buscar coragem para
enfrentar novas e inesperadas situações.
É comum que fiquemos até revoltados: “mas justo agora quando
tudo parecia tão bem?”, insistimos em perguntar. Questionamos à Espiritualidade
em busca de respostas, de um porquê, de um motivo para estarmos mais uma ver na
berlinda quando tudo parecia “tão calmo”.
Meus irmãos e irmãs, é preciso ter coragem, não fugir às
responsabilidades e lutar contra a tendência natural do menor esforço. Não há
nada que tanto engrandeça e eleve os homens acima de si próprios como despertar
sua força interior.
Na maioria dos casos são nossos próprios Mentores que nos
tiram do comodismo para não nos esquecermos de nossa missão. Para não
relegarmos a um plano secundário os nossos compromissos kármicos e nossas juras
transcendentais.
Os sinais estão sempre presentes, mas insistimos em não
prestar a atenção nos caminhos que naturalmente se apresentam para impulsionar
as necessárias mudanças. Queremos nos acomodar, “ir vivendo a vida sem se
incomodar”. Mas ainda existe muito a ser realizado e quase sempre assumimos
compromissos muito grandes para merecermos a oportunidade de uma reencarnação
nesta mudança de ciclo planetário.
A coragem de hoje, para enfrentar os desafios da vida
física, será a experiência que nos auxiliará no futuro, em nosso verdadeiro lar
espiritual. Nos momentos difíceis que as capacidades surgem como prova de
crescimento e desenvolvimento da vontade espiritual.
Perdemos um emprego, nos envolvemos em negócios que nos
trazem prejuízo material, aparece uma doença, um desentendimento familiar, uma
separação da pessoa amada até então... E nos julgamos logo vítimas de um “azar
injustificado”, sem lembrar de quantas vezes passamos por situações semelhantes
e que nestes momentos é que nossa capacidade de reagir se revelou. Nem
lembramos que foi em um momento assim que normalmente acabamos por conhecer a
Doutrina... Não lembramos quantas vezes apareceram forças e soluções que nunca
havíamos vislumbrado e que nos remeteram a uma nova etapa da vida.
Não é preciso passar sempre pelas dores das mudanças! Seria
muito mais simples se nos acostumássemos a ver e aceitar o Caminho Natural. Os
sinais das necessárias mudanças estão sempre presentes, as intuições chegam
como pensamentos velozes, que se não fossem igualmente descartados de maneira
rápida, nos mostrariam as soluções antes dos problemas aparecerem.
Por vezes nossa única tolerância é com nosso próprio
comodismo... E, ser tolerante consiste em aceitar outras formas de pensar e de
atuar. Quem procede assim revela autoconfiança, sabe o caminho que deve
percorrer, sem necessidade de se impor aos outros.
A impaciência raramente alcança bons resultados. É preciso
dar tempo ao tempo. Não é por quebrar o ovo antes do tempo que se adianta o
nascimento do pássaro, pelo contrário, causamos-lhe a morte.
Temos que ser tolerantes e pacientes, mas não com o
comodismo! Temos que aceitar as mudanças entendendo que o tempo é curto e ainda
há muito a ser realizado. Seremos muito mais cobrados pelo que não fizemos...
Pelas nossas possibilidades... Nem tanto pelos erros...
Errar faz parte do aprendizado. Recuperada a lucidez não
adianta derramar culpas sobre o passado. É como culpar a lei da gravidade
sempre que partimos um copo. A melhor atitude é apanhar os vidros e substituir
o copo.
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