Espíritos
Sofredores
Denominamos
“sofredor” o espírito sem Luz, desencarnadoem tristes condições,
que não consegue seguir sua jornadae fica pairando nos planos baixos
Terra, porém sem luz solar, sem sons ou quaisquer outras formas
energéticas do plano físico, influenciando espíritos encarnados
com suas vibrações pesadas, especialmente os médiuns de
incorporação, que sentem seus efeitos com sua aproximação.
Ele
se liga ao ser humano pelo padrão vibratório e só tem acesso
quando a vibração do encarnado desce até a sua.
Geralmente
o espírito sofredor continua com as impressões do mal que o levou
ao desencarne - dores de doenças terminais, de desastres - e tem
grande apego pelas coisas materiais que lhe pertenceram em vida.
Na
verdade, ele não tem consciência do desencarne, e sofre, em sua
mente, dores que lhe acometiam o corpo físico.
Muitos
se alimentam do ectoplasma deteriorado, sangue, fluídos
ectoplasmáticos da natureza dentre outros.
Falanges
Falanges
são grupos de espíritos do mesmo padrão vibratório que, embora
possam ter origens diferentes, se unem pela afinidade. Formam, nos
planos espirituais, grupos imensos que atuam intensamente, de acordo
com sua natureza, de forma benéfica ou maléfica não só na Terra
como por todo o Universo.
Na
Terra, não se formam falanges de espíritos encarnados, mas apenas
grupos que se unem por suas afinidades. As falanges são sempre
espirituais. Várias falanges unidas por afinidade e objetivo comum,
formam uma Legião.
Exus
São
espíritos desencarnados que atuam como líderes no plano invisível
da Terra. Comumente, são seres cultos e inteligentes que
desencarnaram sem compreender a Lei Crística. Eles aceitam Deus á
sua maneira e manipulam energias de acordo com o seu padrão
vibratório, isto é, sem respeitar as leis dos direitos e deveres e
muito menos a submissão aos planos da lei do amor e
do
perdão.
Eles
fazem suas próprias leis, se agrupando em falanges e alguns pertence
a escolas e universidades.
O
Pacto que Tia Neiva fez com 7 reis da lei negra
Tia
Neiva, no início de sua jornada, foi conclamada por Pai Seta Branca,
a fazer as pazes com todos que “se diziam seus inimigos”, foi sua
primeira grande missão.
Visando
proteger seu povo, que ainda seria formado, procurou os “Sete Reis
do Submundo” para realizar um pacto de não agressão. Esta
passagem nos é relatada em nossa primeira aula de pré-Centúria,
porém não é distribuída de forma impressa aos futuros Centuriões.
Ela encontra-se transcrita no livro “Minha Vida, Meus Amores”,
hoje de difícil acesso
Salve
Deus!
Dois
anos depois, em princípios de 1960, recebi de Pai Seta Branca a
minha primeira missão. Eram seis horas da tarde e eu, mais do que
nunca, sentia uma grande saudade. Dessa vez, porém, era algo
diferente, mais fino, alguma coisa que eu não conhecia. Fui me
sentar no alto do morro, e Pai Seta Branca chegou, começando a me
mostrar meu roteiro e por tudo que eu teria que passar na missão,
traçando, então, o meu sacerdócio, ao lado de Humarran. Senti
forte dor de cabeça e pesada sensação de mal-estar. Quando dei
conta de mim, estava diante de um velho oriental, de barba longa e
trajando uma vestimenta com capuz e mangas largas, que me disse:
-
Salve Deus! De hoje em diante você terá a força de uma raiz!...
A
partir de então, tudo ficou difícil. Às 4 horas da tarde eu me
sentia como se estivesse com uns 38 graus de febre, com a cabeça
rodando, a ponto de não me agüentar de pé. Mas, deitada, as
tonteiras se acentuavam e, numa espécie de sonho, sentia que me
desprendia do corpo, com perfeita consciência. A cada dia, eu
melhorava o meu padrão vibratório, consciente do meu trabalho.
Recebi de Pai Seta Branca novas instruções: para entrar no plano
iniciático eu teria que fazer as pazes com todos aqueles que se
diziam meus inimigos...
Então,
já no terceiro ano de conhecimentos ao lado de Humarran, segui até
as cavernas, com a missão de pedir paz e amor aos reis dos
submundos. Humildemente, me transportava até cada um deles, e lhes
pedia que firmássemos um acordo de paz, pois nossa lei não admitia
demandas. Fui à presença de sete reis, que me trataram com maior ou
menor ferocidade, mas aos quais tratei com amor e muita timidez,
recebendo a concordância para o acordo proposto. No caso de Sete
Montanhas, recebi até uma grande proposta para ficar em sua corte:
ele me compraria de Pai Seta Branca, e eu lhe prometi que cuidaria do
assunto. Fiz as minhas negociações e prossegui demonstrando
tranqüilidade, apesar do meu tremendo pavor...
Era
um período em que eu andava sobressaltada. Naquela tarde, o sol não
aparecia, tornando tristes os meus pensamentos. Havia muito o que
fazer, mas resolvi, por me sentir um pouco sem forças, ir me
recostar no meu velho pequizeiro. Adormeci e iniciei um transporte.
Entrei em um suntuoso castelo, onde tudo era luxuoso, e logo fui
presa por dois homens grandes, com pequenos chifres, que me seguraram
pelos braços e me conduziram à presença de seu poderoso rei: Exu
Sete Flechas.
Ele
me encarou, zombeteiro, e vociferou:
-
Ela é inofensiva! Tragam-na até aqui! Já tenho conhecimento de
seus contatos.
Eu
me aproximei e ele me falou:
-
Sua pretensão é muito grande em querer fazer um acordo comigo, pois
não tem sequer um povo para defender!
-
Vou levantar um poder iniciático – respondi, temerosa – e só
quero fazer isso após firmarmos um acordo, para que seu povo não
penetre em minha área.
-
Já sei muito sobre suas intenções! – disse ele – Eu me
comprometo a não penetrar em sua área, mas, antes, vou fazer um
teste com você, para lhe fazer sentir a minha força.
-
Salve Deus! – eu só murmurei.
-
Quero ver o tipo de proteção que você tem. – voltou ele
–
Quero ver se
ela vai livrá-la de mim! Amanhã, às três horas da tarde, vou
arrancar todo o telhado de sua casa.
Quero
testar a sua força...
Voltei
ao meu corpo, sentindo o sabor desagradável daquela viagem.
Entretanto,
a ameaça não se concretizou.
Tornei
a voltar onde ele estava, porém em outro local, em outro salão. Ele
fez o acordo, e jurou que, em verdade, jamais tocaria em meus filhos
– os Doutrinadores. Mas afirmou que só se realizaria quando
dividisse sua força comigo, e reforçou sua ameaça anterior.
Três
anos se passaram, e nada aconteceu. Até que um dia – eu já estava
em Taguatinga – tive a sensação de perigo e me decidi a ir falar
com ele. Pela terceira vez, ali estava eu, diante dele, que me
recebeu com risos e deboches, e me afirmou que, às três horas
daquela tarde, arrancaria o telhado de minha casa.
Desafiadora,
pensei:
-
Ora, não tenho o que temer! Se ele, até hoje, não arrancou o
telhado de minha casa, não arrancará mais.
Voltei,
confiante, ao meu corpo.
Por
volta de duas horas da tarde, uma velha me procurou, pessoa dessas
que vivem fazendo suas cobrancinhas, e começou sua obra:
-
Oh, irmã Neiva, como vai? Eu precisava tanto falar com você! Mas,
dizem, e estou vendo que é verdade, que você não fala com os
pobres...
Eu
fiquei possessa com a velha, por sua ousadia em me falar daquela
forma, e, assim, baixei minha vibração! Foi o suficiente: ouvimos o
estrondo do telhado e foi tudo pelo ar!
Pensei:
-
Neiva, fracassastes depois de tantas instruções!...
Voltei
há três anos, e entendi que aquilo era mais uma experiência. Salve
Deus! Ficara decepcionada com o Exu Sete Flechas e estava sempre
preparada para seu ataque, mas falhara. Passei, então, a fazer uma
preparação, quase um ritual, para entrar em uma caverna.
Tia
Neiva em “Minha Vida, Meus Amores”
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