Salve Deus! Uma carta de Tia Neiva diz: “... a vaguear na
amplidão circunstancial desta Doutrina.” Esta frase é importante em nossos
contatos, nestas informações sobre evangelização, pelas circunstâncias e
atitudes das coisas. Se quisermos entender a nós mesmos, se quisermos entender
esta Doutrina, temos que nos colocar mentalmente nas circunstâncias que
rodearam o Mestre Jesus. Não esqueçamos o fato fundamental de que, enquanto Ele
não fez sua aparição pública, Ele estava interligando todos os pontos do Sistema.
No mundo anterior a Jesus – talvez dois milênios – toda uma civilização, aqui
nas Américas, lá no Oriente Médio, na Índia, no Tibete e em outras regiões do
mundo, tudo estava acontecendo de terrível e problemas estavam se acumulando,
da mesma forma como está ocorrendo atualmente.
Hoje, o fator básico humano, fundamental, determina, pelo
mecanismo natural, o fator religioso que já entrou em fase de abstração. Os
homens falam da doutrina de Deus, mas de maneira totalmente abstraída. Da mesma
forma, predomina em certas regiões o formalismo religioso, em detrimento de seu
sentido mais profundo, que é a religiosidade natural. O mecanismo sempre foi o
mesmo: o espírito vem para a Terra e prepara o seu retorno. Seria absurdo
pensar que Deus Pai Todo Poderoso houvesse criado o mundo e não houvesse criado
os mecanismos para cada geração, para cada milênio. Todo o mecanismo do Sistema
Crístico está no interior do Homem, porque sua religiosidade acontece
naturalmente. Em todos os quadrantes do planeta, todos os seres humanos dispõem
do mesmo mecanismo: nascem, crescem, reproduzem e, quando se completam, começam
a se preparar, conscientemente, para sua partida de volta. Assim, cria-se o
culto, a reverência a Deus, exteriorizada em termos de individualidade.
Os índios, por exemplo, adoram o Sol e a Lua. Os fatores
Sol e Lua estavam previstos nas antigas religiões, há milhares de anos.
Periodicamente, o excesso de formalismo fazia cair no dogmatismo, isto é, o
indivíduo abandonado, no impulso natural de encontrar dentro de si a divindade,
põe em prática as coisas que lhe são ensinadas por fora. Este fenômeno cíclico
se repete, periodicamente, e estava acontecendo, também, no tempo de Jesus. Os
homens haviam abandonado a percepção interior e buscavam os mecanismos das
coisas exteriorizadas nos livros dos sistemas de cultos, dos templos, etc.
Se nossa assistência doutrinária não fosse ininterrupta,
poderíamos cair, também, no mesmo formalismo, e isto acontece quando o médium
se afasta do seu trabalho de elaboração interna, do seu interior, se afasta da
observação dos fatos que ocorrem consigo mesmo. Ele fica só no exterior,
desligado, e quando chega a hora da cobrança cármica, ele está despreparado e
desguarnecido. Segundo o próprio Jesus, isto ocorre com o Homem que construiu
sua casa em terreno arenoso. Quem constrói em terreno firme, tem sua casa
segura. As coisas seguras só podem ser obtidas na elaboração individualizada,
isto é, ninguém pode lhe dar segurança. Você terá de obtê-la no raciocínio
interior, próprio, na percepção interiorizada. Aí, sim, estaremos fazendo
religião.
Jesus começou desbastando toda aquela camada pesadíssima,
onde os homens não perderam o instinto normal de religiosidade, não perderam o
impulso natural de derivação. Eles perderam a percepção e começaram a se
agarrar ao exterior, ficando dominados pelo orgulho e procurando fazer de Deus
a sua imagem e semelhança. Os homens começaram, então, a pensar de acordo com
seus interesses e suas imaginações, e até criaram uma suposta legislação vinda de
Deus, que determinava as maneiras de proceder. Este é o mesmo mundo que estamos
vivendo hoje, mundo em que viveram, naquele tempo, os homens do Oriente Médio.
A falta de funcionamento do organismo mediúnico atrofia os impulsos do Homem, e
ele vai vivendo ao sabor das circunstâncias, agarrando-se às idéias que lhe são
fornecidas, porque perdeu sua capacidade de elaboração própria.
Surgem, aí, as seitas, como esta do Reverendo Moon, que é
um exemplo dos mais fantásticos e terríveis. A mente humana chega à alienação
total. O Homem abriu mão de seu poder decisivo, de seu poder de livre arbítrio.
Cada vez mais ele se transforma em massa. Seus mecanismos de comunicação, neste
plano, se atrofiam, e ele começa a viver um Deus falso e uma nuvem negra cobre
o planeta, não deixando passar mais nem a voz. O neutrom se satura de tal
maneira que fica quase impossível transpô-lo.
Jesus, quando chegou, iniciou a primeira fase do trabalho
da preparação, e tudo o que aconteceu, a partir daí, foi feito no silêncio do
recolhimento dos grandes espíritos missionários, que tinham suas sedes, seus
lugares e sua triangulação de forças, como temos aqui, em nosso Templo. Nossas
três elipses formam uma triangulação de forças. Isto significa estabelecer um
sistema que irradia para todos os quadrantes, para todos os lugares, do centro
para a periferia. A triangulação de forças tornou possível a transferência de
espíritos. É preciso que, para se entender bem as coisas, se mantenha a mente
ligada nesta ponte que estamos formando entre o que estamos fazendo aqui e o
que foi feito no tempo de Jesus. Ele preparou tudo, organizou o Sistema e,
depois, quando tudo estava preparado, iniciou o ensinamento público, dando
exemplo público.
Os Grandes Mestres tibetanos trabalhavam diretamente com
os Apóstolos, no Oriente Médio. Eles tinham a capacidade da percepção e da
emissão. Muito pouca coisa ficou registrada e nós, através da Clarividente,
podemos ficar sabendo destes detalhes, que estamos trazendo. A amplidão
circunstancial desta Doutrina de Jesus é casual e está sendo transmitida pelos
espíritos. Os Grandes Iniciados não aprendiam a Doutrina de Jesus como era
ensinada, mas, sim, aprendiam o que era Jesus, o que era o Sistema. Aí a
diferença entre a Filosofia Cristã e o Sistema Crístico. O Sistema Crístico é o
aprendizado transmitido de mestre para discípulo, através dos tempos. Esta é a
segurança da comunicação interplanos.
Estamos vivendo intensamente, hoje, situações similares
às do tempo de Jesus. Quando a massa maior vai entrando no processo de
alienação, da não percepção e da não individualização, este processo de
integração com a mente integrada nos formalismos, nas formas preestabelecidas,
surge a necessidade do carma coletivo, porque os indivíduos viram massa. Os
espíritos entram em catástrofes, e são transferidos para outras escolas,
conforme o tipo de atividades religiosas. Nós estamos caminhando para um destes
carmas coletivos e já há quem esteja fazendo planos de sobrevivência.
Assim foi, no tempo de Jesus, quando Ele transferiu
multidões de espíritos através dos canais de comunicação dos mestres
preparados. O Sistema Crístico foi se impregnando na Humanidade através dos
fenômenos que aqueles homens faziam. Os Iniciados de Jesus transformavam
verdadeiras multidões pela iluminação dos resíduos ectoplasmáticos, das cargas
magnéticas pesadas, e as pessoas começavam a sentir as suas percepções. Jesus
já havia, antes, preparado aqueles espíritos, mas, durante aqueles três anos,
foram as demonstrações práticas, pois, a partir daquele instante, Ele apareceu
publicamente e começou a pregação, a demonstração prática e mediúnica de
execução dos trabalhos.
Todos os supostos milagres de Jesus não eram mais do que
técnicas, que eram ensinadas e que Ele demonstrava para os discípulos como
fazer. Aquela região foi escolhida porque ali havia uma amostragem da
Humanidade daquele tempo. As coisas que hoje estamos aprendendo foram ensinadas
por Jesus àqueles, naquele tempo, para que as transmitissem à frente, dando
alicerces ao Sistema Crístico. Estas coisas não estão escritas, porque os
segredos iniciáticos só são transmitidos de mestre para discípulos,
verbalmente. Através da percepção mediúnica estes ensinamentos são transmitidos
e recebidos até hoje.
Nossa grande dificuldade, hoje, não está no perdão que a
Doutrina possa nos dar, mas sim na nossa capacidade de perdoar a nós mesmos. As
coisas só são erradas quando nos atingem pessoalmente. Para aprendermos a nos
perdoar, temos que ser humildes, e seguir Jesus. Toda esta filosofia que existe
entre nós é o Sistema Crístico em funcionamento. É a nossa vibração própria que
irá estabelecer os campos magnéticos. Uma sensação de culpa pode levar muito
mais ao desespero e ao fracasso do que qualquer agressividade que possamos ter.
A religião, no sentido restrito da palavra, é aquele
desenvolvimento que nós aqui fazemos como mestres e que se refere ao nosso Sol
Interior. Nosso Sol Interior é alimentado com as coisas que são tão vivas como
no tempo de Jesus. Nós vivemos o Cristo Redivivo, como diz nossa Mãe Clarividente.
É assim, porque temos Iniciação, consagrações, ligações com os nossos
Cavaleiros, nossos Ministros, nossas Princesas, etc.
Quando ligamos nosso espírito, colocamos nossa mente na
condição de percepção das coisas que dominam o nosso espírito. Saímos da
personalidade e ingressamos na individualidade e, através dessa vivência, vamos
alimentando nosso Sol Interior.
Salve Deus!
Trino Tumuchy, Mestre Mario Sassi-(1983).
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