Há mais de quatro mil anos tem-se notícia desse povo nômade, marginalizado e perseguido, que despreza o poder e vive sob o lema: "A terra é a minha pátria, o céu o meu teto e a liberdade é a minha religião!"
Embora
haja grande imprecisão sobre suas origens, a mais provável é que
tenham saído da Índia, por não concordarem com a organização
social das castas, tendo ido para o Líbano, onde constituíram a
primeira nação cigana.
Essa
hipótese é reforçada pelas semelhanças da língua romani, falada
pelos ciganos, com o sânscrito, antiga língua clássica da Índia.
No
Século XV já tinham grupos ciganos se movimentando por toda a
Europa, e a necessidade da sobrevivência levou-os às artes da
sedução e da esperteza, gerando reações negativas de populações
e governantes. Foram perseguidos e chacinados em muitas regiões. Por
exemplo: na Romênia foram escravizados pelo clero e pelos
proprietários de terras por quase quatro séculos. No Século XVI,
com as grandes descobertas do Novo Mundo, muitos governos degredaram
os ciganos para a América, inclusive para o Brasil, trazendo para a
nova colônia uma importante raiz que, no Vale do Amanhecer, se
juntaria a outras, igualmente trazidas pelos escravos africanos.
O
maior culto cigano é feito a Sara, a Negra, que teria sido uma
escrava egípcia das Três Marias, colocada pelos judeus, juntamente
com José de Arimatéia, Trófimo e Lázaro, em um barco sem remos e
sem alimentos que, pelos poderes de Sara, chegou, com todos sãos, à
foz do rio Petit Rhone (Pequeno Reno), na localidade de Camarga,
província do Languedoc, no sul da França, onde, todos os anos, nos
dias 24 e 25 de maio, são feitas homenagens a Sara, às quais
acorrem ciganos de todo o planeta, e onde se faz a escolha da Rainha
dos Ciganos.
Passagens
marcantes na jornada do Jaguar aconteceram quando encarnaram como
bandos de ciganos, na Rússia, na Europa Central e na Andaluzia.
Tradições que, pelo charme (*), até hoje se fazem presentes nas
nossas encarnações atuais.
Sem
dúvidas, a que mais heranças nos legou foi a dos Katshimoshy, cuja
história Tia Neiva nos deixou na obra “A Volta dos Ciganos (e o
Efeito das Reencarnações)”, onde relata a divisão da tribo
cigana, devido à morte do rei, entre os dois irmãos rivais, na
Rússia. Um grupo ficou no acampamento original, obedecendo a um novo
rei, e o outro, que era composto, inclusive, por Tia Neiva e Mãe
Calaça, para evitar derramamento de sangue, foi em busca de outro
local nas estepes russas. Mas este grupo foi quase que totalmente
dizimado por um ataque de lobos ferozes. Mãe Calaça foi morta, mas
manteve sua proteção junto a Andaluza, jovem e bela cigana,
companheira do rei, com quem teve um filho, Yatan.
Dessa
tribo Katshimoshy nos chegaram, além dos ciganos que trabalham como
Pretos Velhos, os talismãs, protetores magnéticos de grande
eficácia, e uma prece matutina que, para ser melhor aproveitada,
deve ser feita ao ar livre, nas primeiras horas da manhã:
PRECE
CIGANA KATSHIMOSHY
SENHOR!
EU TE AGRADEÇO PELA VIDA E POR ESTA NOVA MANHÃ!... AJUDA-ME A
ENCONTRAR AS PESSOAS QUE DEVO, A OUVIR AQUELAS COM QUEM QUERES QUE ME
COMUNIQUE...
MOSTRA-ME
COMO AJUDÁ-LAS OU COMO RECEBER ALGUMA COISA QUE TENHAM A DAR...
AJUDA-ME
A SER UM AUXÍLIO, UMA BÊNÇÃO AOS MEUS!
A
ORDEM DIVINA TOME CONTA DE MINHA VIDA HOJE E TODOS OS DIAS! HOJE É
UM NOVO E MARAVILHOSO DIA, E NUNCA HAVERÁ UM DIA COMO ESTE...
A
MINHA VIDA É COMANDADA DE FORMA DIVINA E TUDO QUE EU FIZER IRÁ
PROSPERAR... O AMOR DIVINO ME CERCA, ME ENVOLVE E ME PROTEGE, E EU
CAMINHO EM PAZ!
SEMPRE
QUE MINHA ATENÇÃO FOR DESVIADA DO QUE É BOM E PRODUTIVO, EU A
TRAREI DE VOLTA PARA A CONTEMPLAÇÃO DO QUE É ADMIRÁVEL E DE BOA
FAMA!
SOU
UM IMÃ MENTAL E ESPIRITUAL, ATRAINDO TODAS AS COISAS QUE ME FAZEM
PROSPERAR...
HOJE
EU VOU ALCANÇAR UM ENORME SUCESSO EM TODAS AS MINHAS TAREFAS... HOJE
EU VOU SER FELIZ O DIA TODO! SALVE DEUS!
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