Salve Deus, meus mestres!
Imaginem um mar encapelado, ondas muito fortes. Um mergulhador,
mergulhando fundo, e, lá em baixo, toda uma tranquilidade. Os peixes
nem se dão conta da tempestade que está lá em cima! Assim é,
também, esta Corrente. Ela trabalha no meio do tumulto e da
confusão, mas, logo acima de nossas cabeças, há toda uma
tranquilidade. Pai Seta Branca navega neste espaço sideral,
comandando esta amacê com a rota sempre firme, cumprindo fielmente o
seu roteiro, sem se importar com o que possa estar acontecendo com os
seus tripulantes. Nascem, morrem, sofrem os tripulantes, mas a nave
continua seu roteiro... E nós a bordo dela! Isto é a grande
segurança. Esta Doutrina do Amanhecer, que é o Evangelho redivivo,
está cada vez mais se destacando. Nossa força reside em termos uma
concentração, porque uma luz concentrada na escuridão ilumina
muito mais do que muitas luzes na confusão. A concentração de
luzes é a nossa grande força. É por isso que sempre há
dificuldade de se fazerem as coisas fora daqui. Em termos desta
concentração, pedimos ao Divino e Amado Mestre Jesus que as forças
possam descer sobre nós, para que nossos corações fiquem abertos à
recepção das coisas que serão trazidas nesta reunião e neste
curso. Além da tranquilidade e segurança habituais com que
trabalhamos, faça com que tenhamos a conscientização necessária à
compreensão das coisas. Nós sempre falamos em Evangelho e, agora, a
preocupação da Espiritualidade é a Evangelização. Para o Vale do
Amanhecer, a Evangelização significa tornar os mestres conscientes
dos fatos e das coisas que eles vêm fazendo. Trata-se de transformar
em síntese objetiva um fato que é diluído em todos os recantos da
vida. Evangelizar é transformar em síntese este trabalho
ininterrupto, que já tem vinte e quatro anos de existência. Quando
se fala em Evangelho vem logo a ideia da Bíblia, o que nos dá
sensação de culpa, pensando que no Vale não se lê a Bíblia e,
portanto, não se conhece o Evangelho. Mas, em certa oportunidade,
pensando assim, comecei a ler o Evangelho – o do Pastorini, que me
pareceu ser o de mais fácil assimilação. Depois de determinado
tempo, senti que começava a me distanciar das coisas do Vale. Aí,
fiz uma consulta à Clarividente, que me aconselhou a não ler mais.
É que eu estava entrando no caminho das mesmas velhas estradas, de
todo mundo que pega a partir do livro escrito como sendo a base de
tudo, para que se construíssem todas as religiões do planeta e que,
até hoje, não se entendem e vivem discutindo. Existe muita gente
que está ficando obsidiada pela preocupação do formalismo do
Evangelho. Este fato, que para nós parece ridículo, tem
impressionado milhões de pessoas! No Vale do Amanhecer não existem
estes fatos porque, partindo da clarividência, Tia Neiva seguiu para
a vivência do Evangelho em todo o seu conteúdo. Vivência do
Sistema Crístico, porque Jesus nada escrevia. Os Evangelhos foram
escritos depois, pelos seus seguidores. A preocupação destes
seguidores levou a que se colocasse tudo em torno deste livro. O
verdadeiro Evangelho – a Boa Nova – é todo o sistema que Jesus
implantou, mesmo antes de sua encarnação. Já havia sido preparado
o terreno, a reorganização de todo o relacionamento do Homem com o
mundo espiritual. O Vale vive o Evangelho real como um todo, e nós,
que vamos lidar com pessoas preparadas em termos de hábitos,
palavras, construções, teremos, então, de conciliar em nossos
espíritos, para ver onde se enquadra, no Evangelho, aquela parte que
está sendo tratada. Precisamos ter, portanto, uma referência do
livro sem, entretanto, ser necessário ter um livro para consultar a
todo instante. O que você precisa saber é a essência do Evangelho,
que, em nosso meio, se resume nas palavras: amor, tolerância e
humildade. Nós sabemos quais ensinamentos do Evangelho atingem mais
diretamente a nossa vida. Assim, quando nos foi ensinado o Sol
Interior, quando nos ensinaram que o ser humano é trinário e não
binário, quando nos ensinaram que o Homem, para se harmonizar,
precisa ter os três reinos da Natureza em harmonia e em sintonia, a
partir daí estamos recebendo coisas que foram contidas em todos os
ensinamentos de Jesus, mas que nós recebemos da maneira como se
fosse uma novidade atual. Na verdade, ela já existia, e nisto se
constituiu a verdadeira busca. Aqueles que tiverem mais tempo para
ler vão descobrir maravilhas a partir de agora, destas revelações
que vão sendo feitas aqui, para que depois, pegando o Evangelho,
venham a encontrar aquelas coisas que são explicadas. Temos agora,
em nossos corações, a chave do Evangelho! Em um trecho do
Evangelho, os apóstolos saíram com Jesus num barco pelo lago de
Genezaré. No meio da viagem, surgiu uma tempestade, e logo as águas
se encapelaram. Os apóstolos começaram a ficar preocupados com um
naufrágio iminente, enquanto Jesus dormia profundamente. Os
apóstolos resolveram acordá-Lo: “Mestre! Desperta que
morremos!... Vamos naufragar!” Jesus acordou e, calmamente, disse:
“Ora, por que temeis, homens de pouca fé?” Ele fez um gesto. As
águas se acalmaram e a tempestade passou. Só depois vim a perceber
que aquele episódio era simbólico. Jesus se referia às tempestades
de nossa vida, em que temos dificuldades para despertar nosso Cristo
interior. O barco era o barco de nossa própria existência, era
nossa própria vida. Vejam, pois, a interpretação literal e a
interpretação dentro do que já aprendemos aqui, nesta Corrente.
Falamos em individualidade. Jesus disse: “Eu sou o caminho da
Verdade e da Vida!”. “Eu” será Jesus? Não. Jesus se referia à
individualidade, ao “Eu Superior”, aquele “Eu” que existe
dentro de cada um de nós. É o “Eu” transcendental, que já
existia antes de nós chegarmos à encarnação. Então, se dentro de
cada ser humano existe uma partícula crística, a partir do momento
em que Jesus organizou o sistema todos os seres humanos nasceram com
esta partícula dentro deles. Se “Eu”, ser superior
transcendental, sou capaz de ser o meu caminho da Verdade e da Vida,
eu estou com Jesus porque Ele está dentro de mim! O encontro do
nosso espírito com o caminho da Verdade e da Vida é que vai
determinar a nossa Verdade. Pelo sentido de interpretação literal,
a frase significa que “fora de Jesus não há salvação!” Mas a
verdade, pura e simples, é que Jesus está dentro de mim, porque
faço parte do Sistema Crístico. É aí que o Vale do Amanhecer está
demonstrando sua grande capacidade, pois recebe homens pouco
ilustrados, de qualquer natureza e de várias procedências, e os
transforma em poderosos missionários, trabalhando com precisão
iniciática. Assim, mergulhamos na nossa individualidade. Recebemos
nosso Cavaleiro, recebemos nossas origens, nossos graus hierárquicos,
tudo na nossa individualidade. Somos poderosos apóstolos,
trabalhando com precisão iniciática, porque foi despertado este “Eu
Interior” que existe dentre de cada um. Nós vivemos o Evangelho
sem nunca termos lido o Evangelho! Ultimamente, sentimos que não
estamos em condições de assumir, de imediato, os graus hierárquicos
que recebemos, porque temos que vencer determinados carmas para
podermos chegar lá. Recebemos um direito de herança, mas precisamos
nos colocar à altura dela. Os mecanismos são muito simples: basta
observar a ideia da tolerância, do amor e da humildade, e chegar a
compreender o que é o amor incondicional. Assim, mergulhamos
automaticamente no Sistema Crístico. A filosofia cristã é toda
esta série de controvérsias, que há dois mil anos existe no
planeta, por divergências de idéias, de palavras e de construções.
Mas, o Sistema é totalmente diferente. A filosofia faz parte do
Sistema como sua parte mais negativa. O Sistema é completo e a
filosofia é só uma parte do processo. Como nós recebemos o Sistema
diretamente, não precisamos de leituras de livros, etc. O Evangelho
redivivo, como diz Tia Neiva, é o Cristo caminheiro, o Cristo que
caminha! Nós temos o Livro da Vida para ler, todos os dias. Basta
analisar os fatos do dia a dia. Quando nos desesperamos por qualquer
fato adverso em nossa vida, por que não despertamos o Cristo
existente dentro de nós? Se o fizermos, vamos sentir que aquilo
estava previsto. Como turma de Instrutores, temos que nos
familiarizar com os ensinamentos bíblicos, porque temos que
transmitir os ensinamentos e estarmos em condições de dialogar com
todos os tipos de pessoas. Vamos, então, nos colocar na situação
de mestres e nos conscientizar de que o Evangelho é a Vida, a “Boa
Nova” da Vida! Vamos transformar esta conscientização em fatos
que possam melhor atender às nossas obrigações de Instrutores. As
cartas, que estão publicadas desde 1976, têm todas estas
interpretações de forma bem discutida, para aqueles que desejarem
mais se aprofundar no assunto. Quando Tia Neiva fala na formação do
plexo, na formação do ininterruptível, são coisas que estão
dentro do Evangelho, mas que já estamos aprendendo de maneira
direta, experimentando. Sentimos quando nosso ectoplasma está
pesado. Estamos vivendo o Evangelho total, em todos os seus aspectos
possíveis e imaginários. É o Evangelho vivo, que nós estaremos
transmitindo a vocês, até que Tia Neiva tenha condições de
fazê-lo pessoalmente. Salve Deus!.
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